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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL

CÍVEL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE – ESTADO DE MINAS


GERAIS.

MARCOS PAULO PIMENTA BINS, brasileiro, solteiro,


Advogado, inscrito na OAB/MG sob nº 205.667, CPF sob nº 102.518.136-06,
endereço eletrônico: marcos_paulobins@yahoo.com, residente e domiciliado na
Rua João Neiva, 390, bairro Boa Vista, na cidade de Belo Horizonte, 31070-380,
vem à presença de Vossa Excelência, atuando em causa própria nos termos do
Art. 106 do CPC/15, propor a presente

AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE VALORES DEVIDOS C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, em face de

SBF COMÉRCIO DE PRODUTOS ESPORTIVOS LTDA,


inscrita no CNPJ nº 06.347.409/0031-80, situada Rua Hugo d’Angola, Nº 200,
bairro Lapa, São Paulo, SP, CEP: 05038-090, pelos motivos de fato e de direito a
seguir aduzidos:

1 – PRELIMINARMENTE
1.1. DO INTERESSE NA REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃO
Informa o interesse na realização de audiência de conciliação ou
mediação, conforme previsto no artigo 319, VII do Novo Código de Processo
Civil.
2 - DOS FATOS
No dia 29 de março de 2023, o autor efetuou compras do tênis modelo
Mizuno Wave Neo Ultra, na loja virtual da requerida, no valor total de R$ 71,67
(setenta e um reais e sessenta e sete centavos), conforme comprovantes abaixo:

Todavia, em (31/03/2023) o Autor recebeu e-mails da ré, informando


que: (Por uma questão de erro de processamento, denominado erro crasso,
que acontece quando um ou mais produtos são vendidos por um preço muito
abaixo do mercado/tabela, o seu pedido foi cancelado.)
Segundo o mesmo e-mail o prazo para estorno dos valores seria no
prazo de até 10 dias úteis:

Ocorre que, após 04 meses sem notícia do estorno ou alguma


informação por parte da empresa, o autor abriu uma solicitação através da
Plataforma consumidor.gov.
Como resposta, a representante da requerida informou que de fato não
foi realizado o reembolso, solicitando autorização para que este seja feito através
de depósito emu ma conta já informada (onde ocorreu o reembolso de um pedido
realizado por meio de boleto).
O depósito foi autorizado e no dia 18/07 foi confirmado pela
representante da requerida que este seria realizado em até 10 dias úteis.
Ocorre que até o momento não foi identificado o recebimento dos
valores, estando a requerida descumprindo mais uma vez com sua
responsabilidade.
Diante da notória má-fé da requerida, não restou alternativa senão o
ajuizamento da presente demanda.

3 – DO DIREITO
A defesa do consumidor é fundada em uma série de princípios, dentre
os quais destacamos o da boa-fé objetiva, o qual foi flagrantemente violado pela
Requerida ao não cumprir com o contratado, bem como ao não reembolsar os
valores que lhe são devidos.
Ora, o dever das partes de agir conforme parâmetros de honestidade e
lealdade, a fim de se estabelecer o equilíbrio das relações de consumo, quando se
fala em boa-fé objetiva, pensa-se em comportamento fiel, leal, na atuação de
cada uma das partes contratantes a fim de garantir respeito à outra.
É um princípio que visa garantir a ação sem abuso, sem obstrução,
sem causar lesão a ninguém, cooperando sempre para atingir o fim colimado no
contrato, realizando o interesse das partes.
A requerida, ao frustrar o autor por não cumprir o ofertado e por não
lhe devolver os valores que lhe são devidos, deve arcar com o consequente
reembolso dos valores pagos, assim como com a devida indenização por danos
morais, uma vez que agiu com deslealdade, desrespeito e abuso manifesto,
merecendo uma firme reprovação do Poder Judiciário.
Segundo o art. 6º, do CDC, são direitos básicos do consumidor,
segurança no setor de consumo, a existência de indenização por danos de
qualquer natureza, bem como a facilitação da defesa de seus direitos, conforme
segue abaixo:
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva,
métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra
práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de
produtos e serviços;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com
vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica,
administrativa e técnica aos necessitados;
Mister se faz que o Judiciário dê um basta a tais abusos perpetrados
pela requerida, mediante atitudes enérgicas.
Com isso, fica espontâneo o vislumbre da responsabilização da
empresa Requerida sob a égide da Lei nº 8.078/90, visto que se trata de um
fornecedor de produtos e serviços que, independentemente de culpa, causou
danos efetivos à autora.
Inobstante, é cristalina a natureza consumerista da relação contratual
estabelecida entre as partes, âmbito em que a autora figura como consumidora e a
requerida como comercializadora de produtos, a teor dos artigos 2º, caput, e 3º,
caput, e § 2º, ambos do CDC, verbis:
"Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire
ou utiliza produto ou serviço como destinatário final."
"Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
(...)
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista."
Assim, aplicam-se ao caso os fundamentos, princípios, normas e
regras do Código de Defesa do Consumidor, revestindo-se de especial relevância
a norma prescrita no art. 6º, inc. VIII, do referido diploma legal, que assim
dispõe, verbis:
"Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
(...)
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;"
Como se vê, a relação de consumo avençada entre as partes assegura
ao autor a facilitação da defesa dos seus direitos e indica a possibilidade de
inversão do ônus probatório, na linha da regra prevista no art. 373, § 1º, do CPC,
verbis:
"Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo
ou extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da
causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade
de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade
de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o
ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de
se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído."
Destarte, na forma do art. 373, inc. II, do CPC, e do art. 6º, inc. VIII,
do CDC, requer a inversão do ônus da prova, determinando que a Ré seja
compelida a aportar aos autos o comprovante de pagamento do reembolso devido
ao autor, sob pena de aplicação dos artigos 373, II e 400 do NCPC!

4 – DOS DANOS MATERIAIS

DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO
Consoante arguido anteriormente, o autor pagou o valor de R$ 71,67
(setenta e um reais e sessenta e sete centavos) por um produto que não lhe foi
entregue, assim como não recebeu o reembolso do referido valor, cujo
cancelamento da compra ocorreu em 31/03/2023 e o reembolso deveria ter sido
realizado em até 10 dias úteis.
O autor está há 05 meses amargando o prejuízo e a frustração em
decorrência do total descaso e desrespeito da requerida, sendo cristalina a falha
da prestação dos serviços prestados pela ré.
Conforme comprovam as mensagens anexas à presente, a requerente
foi nitidamente enganada pela ré. Primeiro, porque comprou um produto e a
requerida não cumpriu com o contratado. Segundo, pois a ré informou diversos
prazos para o reembolso, iludindo a autora de todas as formas, fazendo-a crer que
receberia o reembolso prometido.
A luz do elencado no art. 42 do CDC, parágrafo único, deve então a
requerida ressarcir a autora por valor igual ao dobro de tudo que lhe foi cobrado
indevidamente, vejamos:
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não
será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida
tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro
do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e
juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
Excelência, cabe ao autor o direito de reaver todo seu investimento,
uma vez que o serviço não foi prestado, tampouco o produto lhe foi entregue. O
Código de Defesa do Consumidor também se manifesta acerca da possibilidade
de ressarcimento do consumidor que se sentiu lesado pelo vício na prestação do
serviço, conforme se vislumbra no Art. 20, II do referido diploma legal:
Art. 20 (...)
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
Assim, deverá a requerida devolver ao autor o valor relativo às
compras, em dobro, acrescido de juros e correção monetária, desde a data
do pagamento/compra até sua efetiva devolução, que conforme demonstra a
memória de cálculo acostada totaliza o importe de R$ 144,46 (cento e
quarenta e quatro reais e quarenta e seis centavos)

5 - DO DANO MORAL
Vislumbra-se no presente feito que o autor está há 05 meses tentando
receber o reembolso do valor pago pelos produtos que não foram entregues pela
requerida.
Não bastasse a falha na prestação do serviço por não cumprir o
contratado, a ré está todos esses meses enganando a consumidora, prometendo
prazos para a efetivação do reembolso, gerando expectativas e frustrações
contínuas.
Denota-se a má-fé da requerida pela divulgação de prazos de entrega
que não cumpre, bem como por ludibriar a autora ao lhe informar que o pedido
havia sido cancelado e que o reembolso ocorreria.
Portanto, impõe-se à Ré a obrigação de indenizar o autor, de acordo
com os mandamentos legais, vejamos o que diz o Código Civil Brasileiro:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
De imediato, percebe-se que a Ré, deliberadamente, atingiu e
molestou a integridade moral em razão do constrangimento sofrido pelo
autor, que vem sendo enganada há 05 meses.
O art. 186 do Código Civil define o que é ato ilícito, entretanto,
observa-se que não disciplina o dever de indenizar, ou seja, a responsabilidade
civil, matéria tratada no art. 927 do mesmo Código.
Sendo assim, é previsto como ato ilícito aquele que cause dano, ainda
que, exclusivamente moral, vejamos:
"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repara -lo."
O artigo 944 do mesmo diploma legal, preceitua o modus operandi
para se estabelecer o quantum indenizatório, como facilmente se pode inferir:
"Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.”
Quanto aos elementos da responsabilidade civil ou pressupostos do
dever de indenizar, a doutrina brasileira leciona serem quatro: (a) conduta
humana; (b) culpa lato sensu; (c) nexo de causalidade; e (d) dano ou prejuízo.
No caso, a conduta da ré, ao não cumprir o prazo de entrega e ao não
reembolsar os valores devidos ao autor, configura dano moral indenizável,
porquanto ultrapassam a esfera do mero dissabor ou aborrecimento,
caracterizando abuso violador do princípio da boa-fé objetiva que norteia as
relações contratuais.
Além da falha na prestação de serviços de telefonia, diante do
descumprimento do contratado, no caso concreto deve ser considerada a perda
do tempo útil do autor, que está há 05 meses tentando reaver o valor pago
pelos produtos, todas sem êxito.
Portanto, no caso concreto, o dano moral experimentado pelo autor
está comprovado pela perda do seu tempo útil, caracterizado por seu desvio
produtivo, pois o autor despendeu tempo significativo para tentar receber os
produtos, assim como o reembolso após o cancelamento da compra, sem
qualquer êxito.
Como se observa, a conduta da ré, ao fim e ao cabo, é abusiva,
caracterizando abuso violador do princípio da boa-fé objetiva que norteia as
relações contratuais, porquanto exige que o consumidor disponha de tempo para
buscar a solução da compra que não lhe foi entregue e do reembolso que não foi
efetivado, o que acarreta transtornos que superam - em muito - meros
aborrecimentos, configurando efetivo dano moral indenizável.
Nesse sentido:
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO
ESPECIFICADO. SERVIÇO DE TELEFONIA. AÇÃO DE
COBRANÇA INDEVIDA E INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS FACE O DESVIO PRODUTIVO / PERDA DO
TEMPO ÚTIL DO CONSUMIDOR. FALHA NA PRESTAÇÃO
DE SERVIÇOS VERIFICADA. REPETIÇÃO DO INDÉBITO
EM DOBRO. RELAÇÃO DE CONSUMO. DANO MORAL
CONFIGURADO. JUROS DE MORA A CONTAR DA
CITAÇÃO. Uma vez evidenciada a falha na prestação do
serviço pela empresa demandada, que não trouxe aos autos
provas da contratação dos serviços impugnados, imperioso o
cancelamento das cobranças indevidas, bem como a restituição
em dobro dos valores indevidamente pagos, a serem apurados
em liquidação de sentença. Dano moral. No caso, restou
comprovado que houve falha na prestação de serviço que
incumbia à ré, o que caracteriza o ato ilícito, e,
consequentemente a responsabilidade de reparar os danos. No
entanto, para fins de quantificação do dano moral, devem ser
observados os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade. Honorários de sucumbência. Verba honorária
majorada em observância às balizadoras dos §§ 2º e 8º do
artigo 85 do Código de Processo Civil. Ônus da sucumbência.
Diante do resultado do julgamento, resta redimensionada a
distribuição dos ônus da sucumbência. APELAÇÃO PROVIDA.
(Apelação / Remessa Necessária, Nº 50373467120198210001,
Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Desª. Maria Ines Claraz de Souza Linck, Julgado em:
23-09-2021)
Ainda, no caso em tela, está caracterizada a má-fé da ré ao descumprir
o prazo de entrega e por estar enganando a autora há 05 meses, sem devolver-lhe
os valores relativos ao reembolso.
No mesmo sentido, é o entendimento o Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul:
RECURSOS INOMINADOS. CONSUMIDOR. AÇÃO DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA POR
DANOS MORAIS. AQUISIÇÃO DE PISO PORCELANATO
QUE NÃO HAVIA EM ESTOQUE. PRODUTO NÃO
ENTREGUE POR TER SAÍDO DE LINHA DE PRODUÇÃO
NO MÊS ANTERIOR À VENDA. VENDEDORA NÃO
CONFERIU COM O FABRICANTE A DISPONIBILIDADE E
DEMOROU PARA COMUNICAR O CONSUMIDOR.
SITUAÇÃO DE DESCASO QUE ENSEJA DANOS
MORAIS. QUANTUM FIXADO EM 1.500,00, POR SE
MOSTRAR MAIS ADEQUADO AO CASO CONCRETO E
AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA
FABRICANTE. RECURSO DA RÉ PGB S/A
PROVIDO.RECURSO DA RÉ LOJAS BECKER
PARCIALMENTE PROVIDO.
(TJ-RS - Recurso Cível: 71010352144 RS, Relator: Mara Lúcia
Coccaro Martins Facchini, Data de Julgamento: 15/03/2022,
Primeira Turma Recursal Cível, Data de Publicação:
23/03/2022) (Grifamos)
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO
ESPECIFICADO. CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA. PRODUTO DEFEITUOSO. CAMA BELICHE.
ROMPIMENTO. ENTREGA COM MESES DE ATRASO.
PROBLEMA NÃO RESOLVIDO. DANO MORAL
MANTIDO.No caso dos autos não apenas o produto fora
entregue com vícios, mas o atendimento pós venda da loja
apelante igualmente mostrou-se absolutamente negligente, fato
suficiente para a manutenção da solidariedade. Sentença
mantida. \nRECURSO DESPROVIDO.
(TJ-RS - AC: 50004838920208211001 RS, Relator:
Deborah Coleto Assumpção de Moraes, Data de Julgamento:
02/12/2021, Décima Sexta Câmara Cível, Data de Publicação:
03/12/2021) (Grifamos)
A requerente deve ser indenizada pelos danos morais que
experimenta, vitimada pela falta de respeito, falta de transparência e de boa-fé
com que atua a requerida, que por sua vez, deve ser condenada ao pagamento de
indenização moral, também com o caráter disciplinar impedindo-a de voltar a
praticar as condutas lesivas aqui demonstradas.
A frustração da requerente em tentar contato quase que diariamente
seja por e-mail ou através de telefone, ultrapassa o limite do mero aborrecimento
considerando principalmente a continuidade do dano, o tempo pelo qual se
estende a luta em busca de uma solução.
Nesta senda, deverá a requerida ser condenada a indenizar moralmente
o autor em valor a ser fixado por esse MM. Juízo, por não ter cumprido o prazo
de entrega, bem como por tê-la enganado ao informar diversas datas para o
reembolso dos valores devidos, estando a requerente há 05 meses aguardando o
pagamento.
Observadas as características do caso, a requerente pleiteia uma
indenização moral para a qual sugere seja em valor não inferior a R$ 5.000,00
(cinco mil reais)
Dessa forma, acredita que estarão atendidos os critérios de
reprovabilidade, punibilidade e desestímulo a que novas práticas indevidas e
similares sejam reiteradas. Restarão atendidos os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, sem ocorrência de enriquecimento sem causa.

6 – DA REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA POR


VIDEOCONFERÊNCIA
Diante da previsão contida no art. 236, § 3º, do Código de Processo
Civil [1], a parte autora requer a realização de audiências por videoconferência.

7 - DOS PEDIDOS
Face ao exposto requer-se:
a) A inversão do ônus da prova, com fulcro no artigo 6º, inciso VIII,
do Código de Defesa do Consumidor, em vista que se trata o caso, de evidente
relação de consumo e claramente ocorre um gritante desequilíbrio processual
atinente à capacidade técnica e financeira de produção de provas sobre os fatos;
b) A total procedência da ação, condenando a ré à imediata devolução
do valor pago pelos produtos, em dobro, totalizando o importe de 71,67 (setenta
e um reais e sessenta e sete centavos), acrescido de juros e correção monetária,
desde a data do pagamento/compra até sua efetiva devolução;
c) A condenação da requerida ao pagamento de uma indenização pelos
transtornos de ordem moral causados à requerente, no valor de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), identificados esses como falta de respeito, informações
desencontradas, falta de transparência, perda do tempo útil da requerente, o
atraso injustificado na devolução do valor que foi pleiteado, demonstrando
absoluta falta de boa-fé;
d) a citação da empresa ré, para que responda aos termos da presente
ação, contestando-a, caso queira, no prazo legal, sob pena de revelia e confissão
quanto a matéria de fato;
e) A condenação da ré no pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios, na forma da lei;
g) O direito de provar o alegado por todos os meios de prova em
direito admitidos, notadamente pelo depoimento pessoal da autora e do
representante legal da ré, oitiva de testemunhas, perícias, vistorias, acareações e
quaisquer outros necessários para o deslinde da questão;
h) A realização de audiências por videoconferência, tendo em vista
a previsão contida no Art. 236, § 3º, no CPC;

Dá-se à causa o valor de R$ 5.144,46 (cinco mil e cento e quarenta e


quatro reais e quarenta e seis centavos)

Termos em que, pede deferimento.


Belo Horizonte, 04 de agosto de 2023.

Marcos Paulo Pimenta Bins


OAB/MG 205.667

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