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NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx,

OAB/UF XX.XXX nº. xx/xx,


Bairro xxxxxxx,
Cep xxxxxxxx,
Cidade xxxxxxx - Estado.

Email: advogado@mail.com
Telefone:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ___ (Juizado Especial Cível/Vara Cível) do
Foro da Comarca de Município/Estado

FULANO DA SILVA, estado civil (ou existência de união estável), profissão, CPF
nº. xxx.xxx.xxx-xx, nacionalidade, endereço eletrônico: XXXXXXXXXXXXX, domiciliado e residente na
Rua xxxxxxxxxx, nº. xxxx, Bairro xxxxxxxxxx, cidade de xxxxxxxxxx , vem, perante Vossa
Excelência, por seus procuradores signatários, instrumento de mandato em anexo, ajuizar
a presente AÇÃO DE COBRANÇA CUMULADA COM DANOS MORAIS contra CURSO
XXXXXXXXXXXXXXXX, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº
XX.XXX.XXX/0001-00, endereço eletrônico xxxx@mail.com.br, com sede na Avenida XXXXXXX, XXXX,
na cidade de XXXXXXXXXXX/XX, onde deverá ser citada, forte no art. 5°, X, da Constituição

Federal, e no art. 6 e 37 do Código de Defesa do Consumidor, ante os fatos e fundamentos


expostos a seguir.

1. Dos Fatos

O requerente contratou com a requerida um curso de leitura dinâmica,


conforme demonstra o contrato em anexo (Doc. 1).
A propaganda estampada no material informativo da ré era “LEIA 200
PÁGINAS em 20 MINUTOS”. Para a realização do curso e obtenção do resultado acima
garantido, foi investida a quantia de R$ X.000,00 (XXXX mil reais), conforme demonstram
os comprovantes em anexo (Doc. 2).
A venda do aludido curso é feito por funcionários da empresa, sendo
que os mesmos apresentam depoimentos de pessoas que atingiram o objetivo acima
citado e, inclusive de pessoas que haviam superado em muito a meta básica a ser atingida
ao realizar o curso.
O requerente realizou uma série de aulas e, pela Xª ou Xª aula percebeu
que sua leitura não havia melhorada nada e que outros alunos também se mostravam
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irritados com a frustração de sequer chegar perto daquilo que havia sido contratado e
prometido pelo vendedor.
Em virtude disto, o autor tentou conversou com os responsáveis pelo
curso e com a pessoa que o vendeu, postulando o reembolso do valor pago, mesmo que de
maneira proporciona, na medida em que seriam XX aulas.
Todavia, a demandada informou acerca da impossibilidade de devolver
a quantia adimplida, mesmo que de maneira proporcional, além de informar que a maior
parte do valor era referente ao material para o curso, o que se mostra algo
verdadeiramente absurdo, uma vez que se trata de um único livro.
Logo, não restando outra saída ao consumidor/autor, diante da
flagrante propaganda enganosa realizada pela demandada, vem a juízo para postular a
devolução do valor gasto para a realização do curso, além da condenação referente aos
Danos Morais, em virtude dos dissabores e aborrecimentos causados ao autor.

2. DAS PRELIMINARES

2.1. Da Assistência Judiciária Gratuita

Inicialmente, destaca o requerente que não possui condições de arcar


com custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do sustento próprio,
conforme demonstra o documento 2 (em anexo), razão pela qual faz jus ao benefício da
gratuidade da justiça, nos termos dos artigos 98 a 102 do NCPC, o que requer desde já.

2.2. Da Inversão do Ônus da Prova

A questão do ônus da prova é de relevante importância, visto que a sua


inobservância pode vir a acarretar prejuízos aos que dela se sujeitam.

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Levando-se a efeito o disposto no artigo 373 do Código de Processo


Civil, provas são os elementos através dos quais as partes tentam convencer o Magistrado
da veracidade de suas alegações, seja o autor quanto ao fato constitutivo de seu direito,
seja o réu quanto ao fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Lembrando que estas deverão ser indicadas na primeira oportunidade de se falar aos
autos, ou seja, petição inicial e contestação.
Tecidas tais considerações, reportemo-nos ao novo Código de Processo
Civil, artigo 373, §1º que determina:

“Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa


relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da
prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo
diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que
deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe
foi atribuído.”

O art. 6º do CDC, por sua vez, refere que são direitos básicos do
consumidor “a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo regras ordinárias de experiências”.
Da exegese do artigo vislumbra-se que para a inversão do ônus da prova
se faz necessária a verossimilhança da alegação, conforme o entendimento do Juiz, ou a
hipossuficiência do autor.
Portanto, são 02 (duas) as situações presentes no artigo em tela,
necessárias para a concessão da inversão do ônus da prova, quais sejam: a verossimilhança
e (ou) a hipossuficiência.
A relevância da inversão do ônus da prova está em fazer com que a
pessoa de boa-fé torne-se mais consciente de seus direitos e o fornecedor mais
responsável e garantidor dos bens que põe no comércio, assim como as compras que de
fato são efetivadas em seu estabelecimento comercial.
No caso em tela, tanto a (i) verossimilhança quanto a (ii) hipossuficiência
estão presentes. (i) A primeira se fundamenta no fato de o requerente comprovar de forma
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inequívoca que contratou o curso, bem como promoveu o pagamento das parcelas e
tentou o cancelamento, com o pedido de devolução, face a propaganda enganosa.
(ii) A segunda é flagrante, na medida em que o autor não tem a
oportunidade de provar que o curso NÃO É EFICAZ, bem como não passa de mera
propaganda enganosa, na medida em que estaríamos diante de prova negativa, a qual é
impossível de ser realizada.
Enfim, todos os requisitos legais estão preenchidos, sendo que a
inversão do ônus da prova deve ser deferida, devendo a ré provar que o curso é válido e
eficaz, bastando provar em audiência que algum aluno do curso é capaz de ler 200 páginas
em 20 minutos de um livro de Ovídio Batista, por exemplo.
Nesse sentido entendem os tribunais, conforme veremos a seguir:

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. TRANSPORTE AÉREO. AÇÃO


DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. VETADO
EMBARQUE. NECESSIDADE DE AQUISIÇÃO DE NOVA PASSAGEM
AÉREA. ATRASO NA CHEGADA AO DESTINO. DANOS MATERIAS E
MORAIS CONFIGURADOS NO CASO CONCRETO. QUANTUM
MANTIDO. A parte ré pede provimento ao recurso para que seja
reformada a sentença que a condenou ao pagamento de
indenização por danos morais e materiais. Relação de consumo que
opera a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, inciso VIII,
do CDC. Logo, cabia à parte ré demonstrar que foi informado ao
autor o motivo da negativa de despachar suas malas, bem como
oferecidas alternativas, como o pagamento pelo excesso de
bagagem, consoante o art. 333, inciso II, do CPC, o que não se
verifica nos autos. Sendo assim, deve ser mantida a condenação da
recorrente ao pagamento de R$1.671,04 a titulo de danos
materiais, porque o autor se viu obrigado a adquirir nova passagem
aérea, em empresa diversa, ante a inércia da ré em apresentar
soluções para o problema em questão. Com relação à condenação
por danos morais, estes restam configurados em concreto, pois o
autor, que sofre de moléstia grave na coluna (fls.19/37), teve que
permanecer por aproximadamente 6 horas aguardando novo voo
no aeroporto, além de chegar ao seu destino com atraso de cerca de
8 horas. Quantum arbitrado em R$ 3.000,00 (três mil reais), que não
merece redução, porque adequado aos parâmetros utilizados pela
presente Turma Recursal no julgamento... de casos análogos.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO. (Recurso Cível Nº
71005677570, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais
TJRS, Relator: Fabiana Zilles, Julgado em 26/01/2016). (grifou-se)

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AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


CONTRATO DE PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA. AÇÃO CAUTELAR DE
EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO. INTERESSE DE AGIR. REQUERIMENTO
ADMINISTRATIVO. SÚMULA 7/STJ. COMPROVAÇÃO DE RELAÇÃO
JURÍDICA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. MATÉRIA DE PROVA.
REEXAME. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. AGRAVO DESPROVIDO. 1.
Nos termos do acórdão proferido por ocasião do julgamento do
REsp 982.133/RS (Relator o eminente Ministro ALDIR PASSARINHO
JUNIOR, DJe de 22/9/2008), submetido ao rito do art. 543-C do CPC,
a caracterização do interesse de agir, em ações objetivando a
exibição de documentos societários, exige a demonstração da prova
do requerimento formal na via administrativa e o comprovante do
pagamento da taxa de serviço, quando a empresa o exigir (art. 100,
§ 1º, da Lei 6.404/76). 2. No caso dos autos, o acórdão recorrido foi
categórico ao afirmar que a parte formulou pedido administrativo
para a exibição da documentação societária, de modo que a
alteração do julgado quanto ao ponto encontra óbice na Súmula
7/STJ. 3. A inversão do ônus da prova, prevista no art. 6º, VIII, do
Código de Defesa do Consumidor, fica a critério do juiz, conforme
apreciação dos aspectos de verossimilhança das alegações do
consumidor ou de sua hipossuficiência. 4. Na hipótese em exame, a
eg. Corte de origem, após sopesar o acervo probatório reunido nos
autos, concluiu pela inversão do ônus da prova. O reexame de tais
elementos, formadores da convicção do d. Juízo da causa, não é
possível na via estreita do recurso especial, por exigir a análise do
conjunto fático-probatório dos autos. Incidência da Súmula 7/STJ. 5.
Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ , Relator:
Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento: 05/03/2015, T4 -
QUARTA TURMA)

Portanto, haja vista a existência da verossimilhança das alegações da


requerente e da existência da hipossuficiência da mesma, este faz jus a inversão do ônus
da prova a seu favor, o que desde já requer.

3. DO MÉRITO

3.1 Do Direito – Da Flagrante Propaganda Enganosa

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Com relação ao mérito, a pretensão da demandante encontra guarida


na Constituição Federal de 1988, no Código Civil de 2002 e, principalmente, no Código de
Defesa do Consumidor.
O Direito do consumidor visa proteger o consumidor em todas as suas
relações jurídicas frente ao fornecedor, profissional, empresário ou comerciante. A relação
se dá, via de regra, entre pessoa hipossuficiente que adere a um contrato, seja de
prestação de serviço ou de compra e venda, oferecido por empresa ou por comerciante.
Ocorre que, para haver a venda ou publicação do produto ou do serviço
oferecido, o prestador de serviços deve seguir regras e NUNCA pode induzir o consumidor
a erro. Ou seja, em hipótese algum pode promover propaganda enganosa, ao tentar
veicular no mercado o seu produto ou serviço.
O Fornecedor não pode provocar uma distorção no processo decisório
do consumidor, levando-o a adquirir produtos e serviços que, se estivesse mais bem
informado, possivelmente não adquirisse.
Não palavras de Cláudia Lima Marques:
“Não se exige prova de enganosidade real, bastando a mera enganosidade potencial
(“capacidade de indução ao erro”); é irrelevante a boa-fé do anunciante, não tendo
importância o seu estado mental, uma vez que a enganosidade, para fins preventivos
e reparatórios, é apreciada objetivamente; alegações ambíguas, parcialmente
verdadeiras ou até mesmo literalmente verdadeiras podem se r enganosas. (...) O
standard da enganosidade não é fixo, variando de categoria a categoria de
consumidores (por exemplo, crianças, idosos, doentes, estudantes e etc)”.

No caso em tela ocorre exatamente o que fora citado acima, ou seja,


caso a requerida vendesse um curso que tivesse como publicidade MELHORE A SUA
LEITURA ou APRIMORE A SUA COMPREENSÃO, sem, no entanto, prometer resultados
absurdos e métodos que sequer existem, certamente não teria 20% dos alunos que
freqüentam o seu curso.

Isto significa que a requerida se utiliza de sua publicidade enganosa para


atrair alunos, principalmente estudantes de cursos pré-vestibulares e estudantes que estão
se preparando para concursos, sob o argumento de que os seus alunos, após o curso,

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foram aprovados para o concurso da magistratura, promotoria, ou os vestibulares de difícil


acesso.
O Código de Defesa do Consumidor veda está prática, em seu art. 37,
especialmente em seu §1º, o qual dispõe que:

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

§ 1°É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de


caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a
respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades,
origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

Com a promessa de que o contratante, ao realizar o curso irá ler 200


páginas em 20 minutos, evidente que estamos diante de uma publicidade enganosa, a qual
possui a tendência ou capacidade de enganar o consumidor, principalmente através do
método de venda do produto.
Nesse sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça em caso
análogo ao que ora se discute:
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 663.737 - DF (2015/0034538-0)
RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES AGRAVANTE : CENTRO DE
EDUCACAO SUPERIOR DE BRASILIA CESB ADVOGADOS : JOSÉ PERDIZ DE
JESUS GIOVANNI FIGUEIREDO ZOCH AGRAVADO : ITALO GOMES DE
MORAES ADVOGADO : JANAINA LAVALE AOR DE ANDRADE
ADMINISTRATIVO, PROCESSUAL CIVIL E CONSUMIDOR. AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. ENSINO SUPERIOR.
PROPAGANDA ENGANOSA. DANOS MORAIS. OCORRÊNCIA. PRETENSÃO
QUE ENCONTRA ÓBICE NA SÚMULA N. 7 DO STJ. CONHEÇO DO AGRAVO
PARA NEGAR-LHE PROVIMENTO. DECISÃO Trata-se de agravo interposto
pelo Centro de Educação Superior de Brasília - Cesb contra decisão que
inadmitiu recurso especial ao fundamento de necessidade de reexame
fático-probatório dos autos, nos termos da Súmula n. 7 do STJ. O apelo
nobre obstado enfrenta acórdão do TJDFT, assim ementado (e-STJ fls. 313):
APELAÇÃO CÍVEL. REPARAÇÃO DE DANOS. CONSUMIDOR. CURSO
SUPERIOR. PROPAGANDA ENGANOSA. DESCUMPRIMENTO PARCIAL DO
CONTRATO. DANOS MATERIAIS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. DANOS
MORAIS. MAJORAÇÃO. 1. Configura descumprimento parcial do contrato,
suscetível de ensejar responsabilização civil, a abstenção de emissão de
certificados intermediários de especialização, prometidos em propaganda
veiculada pela instituição educacional, após conclusão de módulos
inerentes ao curso superior de gestão pública. 2. Os danos materiais devem
ser devidamente comprovados, sob pena de improcedência do respectivo
pleito indenizatório. Precedente. 3. A indenização por danos morais deve
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ser fixada considerando a intensidade do dano, bem como as condições da


vítima e do responsável, de modo a atingir sua dupla função: reparatória e
penalizante. De igual modo, não pode ser fonte de enriquecimento ilícito.
Condenação majorada. 4. Apelação do réu improvida. Recurso do autor
parcialmente provido. No recurso especial, a parte recorrente alega
violação dos artigos 35, inciso II, da Lei n. 8.078/1990 - Código de Defesa
de Consumidor, 188, inciso I, e 927, ambos do CC, ao argumento de
inexistência de fato apto a ensejar indenização por danos morais no caso
em apreço. Sem contrarrazões. Neste agravo, afirma que seu recurso
especial preenche os requisitos de admissibilidade e que não se encontram
presentes os óbices apontados na decisão agravada. Contraminuta às fls.
357/360. É o relatório. Decido. A pretensão não merece prosperar. Isso
porque, verifica-se que as instâncias de origem, soberanas na análise das
circunstâncias fático-probatórias da causa, entenderam por bem
reconhecer o dever de indenizar do centro educacional requerido,
porquanto devidamente configurado o ato ilícito e os danos morais daí
decorrentes. É que o se extrai do seguinte trecho do acórdão recorrido, que
assim dispõe (e-STJ fls. 316/317): A alegação de inexistência de ilícito
contratual não merece guarida. Com efeito, o demandado prometeu que,
durante a realização do curso de gestão pública, seriam emitidos
certificados de habilitação específicos. Contudo, não cumpriu tal
obrigação, sendo inequívoca, portanto, a existência de descumprimento do
pactuado. Não há que se falar, ainda, em aplicação do art. 35, inciso II, do
CDC, mesmo tendo o demandante continuado a freqüentar as aulas e
concluído o curso superior, conforme noticiado às fls. 222/225. O serviço
prestado não pode ser considerado equivalente ao prometido, uma vez que
não se tem notícia de que o demandado tenha emitido certificados
intermediários, ainda que diversos daqueles prometidos. Ademais, a
irresignação do autor quanto ao descumprimento do contrato deixa clara a
inexistência de anuência à conduta do réu. Trata-se, portanto, de
inexecução parcial do contrato, apta a ensejar responsabilização civil.
Estão presentes, assim, os pressupostos para a responsabilização civil
contratual do réu. Assim, tem-se que a revisão da conclusão a que chegou
o Tribunal de origem sobre a questão demanda o reexame dos fatos e
provas constantes dos autos, o que é vedado no âmbito do recurso
especial, nos termos da Súmula n. 7 do STJ. Ante o exposto, conheço do
agravo para, desde logo, negar-lhe provimento (art. 544, § 4º, II, a, do
CPC). Publique-se. Intimem-se. Brasília (DF), 06 de março de 2015.
MINISTRO BENEDITO GONÇALVES Relator

(STJ - AREsp: 663737 DF 2015/0034538-0, Relator: Ministro BENEDITO


GONÇALVES, Data de Publicação: DJ 11/03/2015)

Destarte, no caso em tela resta clara a ocorrência de publicidade


enganosa e, por consectário lógico, tal fato possui uma conseqüência, qual seja a
indenização ao consumidor do valor gasto pela obtenção do produto através desta, além

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da indenização por Danos Morais, por frustrar uma expectativa real por parte do
contratante/consumidor.

4. Dos Pedidos

4.1. Dos Danos Materiais e da Lesão ao Consumidor

O art. 931 do Código Civil estabelece que “ressalvados outros casos


previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem
independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação”.
O art. 12 do Código de Defesa do Consumidor, por sua vez, em
raciocínio análogo dispõe que “o fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
estrangeiro, e o importador, respondem, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto,
fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou
acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua utilização ou riscos”.

Da simples leitura dos supramencionados artigos, conclui-se que a


responsabilidade das empresas prestadoras de serviços quando causadores de danos é
puramente objetiva, isto é, ocorre independentemente de culpa desta.
A responsabilidade civil objetiva tem como fundamento o risco e
consiste na obrigação de indenizar o dano produzido por atividade exercida no interesse do
agente e sob seu controle, sem que haja qualquer indagação sobre o comportamento do
lesante, fixando-se no elemento objetivo, isto é, na relação de causalidade entre o dano e a
conduta de seu causador1.
Os referidos artigos servem apenas para elucidar a espécie de
responsabilidade da empresa ré, tendo em vista que através dos documentos juntados aos
autos resta evidente que esta decaiu em culpa ao lesar o autor em decorrência de
1 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, pág. 49.
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propaganda completamente enganosa, ou seja, que o autor poderia ler 200 páginas em
apenas 20 minutos.
Todavia, tendo o Código de Defesa do Consumidor adotado o sistema
de responsabilidade objetiva, é salutar a existência de uma teoria unitária, fundada
essencialmente no que o consumidor mais deseja: qualidade e responsabilidade.
Outrossim, o art. 20, inciso II, também do Código de Defesa do
Consumidor, se enquadra perfeitamente no caso em tela, tendo a seguinte redação:

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os


tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da
oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha: (...)

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,


sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

Destarte, em havendo a demonstração de propaganda enganosa, bem


como da impossibilidade de cumprimento da promessa do curso, requer seja o consumidor
reembolsado do valor investido, ou seja, da quantia de R$ XX.XXX,00.
A jurisprudência é transparente nesse sentido:
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS E MORAIS. PROPAGANDA ENGANOSA. NÃO
DEVOLUÇÃO DOS VALORES PAGOS E NÃO CANCELAMENTO DE
DÉBITOS JUNTO À ADMINISTRADORA DE CARTÃO DE CRÉDITO,
MESMO APÓS CANCELAMENTO DO CONTRATO E RECLAMAÇÃO
JUNTO AO PROCON. CONSUMIDOR QUE, EM RAZÃO DA
DESFAVORÁVEL SITUAÇÃO FINANCEIRA, SOFREU PRIVAÇÕES EM
RAZÃO DAS COBRANÇAS. SENTENÇA MODIFICADA PARA O FIM DE
AUMENTAR O VALOR DO DANO MORAL DE R$ 1.500,00 PARA R$
5.000,00. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE. Recurso conhecido e
provido. Isso posto, voto pelo CONHECIMENTO DO RECURSO, E EM
SEU MÉRITO PELO PROVIMENTO para o fim de aumentar o valor da
indenização por danos morais para R$ (TJPR - 1ª Turma Recursal -
0012142-85.2014.8.16.0014/0 - Londrina - Rel.: Mariana Pereira
Alcantara dos Santos - - J. 03.12.2015 – publicado em
07/01/2016.

1. Ação indenizatória de danos materiais e morais fundada na


prestação de serviços educacionais. Decadência. Inocorrência. Prazo
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prescricional de cinco anos quanto à reparação de dano causado na


prestação de serviço. Inteligência do art. 27, CDC. 2. Oferta de curso
de educação física, mediante veiculação de ampla possibilidade de
atuação profissional. Expectativa do autor de graduação plena em
03 anos e atuação como educador físico em academias, clubes etc.
Restrição verificada após a conclusão do curso. Possibilidade de
atuação restrita à educação básica, por se tratar de licenciatura,
excluídas atividades exclusivamente desenvolvidas por bacharéis.
Limitação não informada. Violação ao direito de informação. Art.
6º, III, CDC. Defeito na prestação dos serviços educacionais, pois
inalcançável a finalidade estabelecida no material de divulgação do
curso. Responsabilidade objetiva pelos danos causados, conforme
"caput" do art. 14, CDC. Ordem de ressarcimento de valor de curso
complementar e reparação moral moderadamente fixada. Sentença
monocrática de procedência parcial mantida. Apelo improvido. (TJ-
SP Apelação : APL 00161821620128260269 SP 0016182-
16.2012.8.26.0269, Relator: Soares Levada, Data de Julgamento:
13/04/2015, 34ª Câmara de Direito Privado)

Por todo o exposto, respeitosamente requer seja a presente ação


julgada totalmente procedente, condenando a requerida à devolução da quantia de R$
XX.XXXX,XX (XXXX mil reais). Alternativamente, requer a devolução proporcional, ou seja,
de XX% do valor pago, na medida em que o autor assistiu apenas XX% das aulas.

4.2. Do Flagrante Dano Moral

No que concerne aos Danos Morais, mister salientar que serão


indenizáveis as invectivas que efetivamente atingem e aviltam a intimidade, a vida privada,
a honra, a dignidade e a imagem da pessoa.

No caso sub judice, estamos diante de flagrante abalo moral por duas
situações claras. (i) Primeiro pelo fato de o autor ter se decepcionado completamente
com o curso, ao ver que o método era absurdo.
Além disso, frustrou-se deveras, na medida em que havia ingressado
no curso para potencializar o estudo para concursos, sendo o que de fato aconteceu foi
apenas a perda de tempo e o gasto completamente desnecessário.

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(ii) Segundo porque após o pedido de rescisão e devolução do valor,


mesmo que de forma parcial, teve de aceitar que tal fato não poderia ocorrer porque a
maior parte do valor pago seria referente ao material, o que nada mais é do que 1 (um)
mero livro.
Com relação a configuração do Dano Moral nas relações de consumo,
existe uma vasta legislação que regula essa matéria, inclusive de ordem constitucional,
justamente para restringir a atuação das empresas quando se deparam em contratos com
consumidores hipossuficientes.
A Constituição Federal dispõe em seu art. 5º, inciso X que “são
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
O Código de Defesa do Consumidor, por sua vez, expressa que são
direitos básicos do consumidor “a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos e o acesso aos órgãos judiciários e
administrativos,com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais (...)”.
Por conseguinte, por ter havido um profundo desgaste por parte do
consumidor, além de não ter sido seu problema resolvido até o presente momento, mister
que exista uma condenação com o intuito de inibir a requerida a agir desta maneira com
outros clientes.
DECISÃO: Acordam os integrantes da 6ª Câmara Cível do Tribunal
de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em
conhecer e negar provimento ao recurso. EMENTA: AGRAVO DE
INSTRUMENTO - AÇÃO DECLARATÓRIA DE CLÁUSULAS
CONTRATUAIS C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - FALHA NA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EDUCACIONAL - RECONHECIDA A
PROPAGANDA ENGANOSA REALIZADA PELA AGRAVANTE -
CUMPRIMENTO DA SENTENÇA - ALEGADA PRESCRIÇÃO DA
PRETENSÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - NÃO
OCORRÊNCIA - APLICABILIDADE AO CASO DO PRAZO QUINQUENAL
PREVISTO ART. 27 DO CDC - TERMO A QUO DA CONTAGEM -
CONCLUSÃO DO CURSO, MOMENTO EM QUE O AGRAVADO TEVE
CERTEZA DA FRUSTRAÇÃO DAS EXPECTATIVAS QUANTO À SUA
FORMAÇÃO PROFISSIONAL - TESE DA PRESCRIÇÃO AFASTADA -
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Agravo de Instrumento nº
1.398.671-5 fls. 2 de 6 VISTA, relatada e discutida a matéria destes
autos de Agravo de Instrumento nº 1.398.671-5, originário da Vara
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Cível e da Fazenda Pública de Jacarezinho, nos quais figuram, como


agravante, CETEC - CENTRO EDUCACIONAL TECNOLÓGICO DE
ENSINO E CULTURA LTDA., e, como agravado, JULIANO APARECIDO
DA SILVA. I - RELATÓRIO (TJPR - 6ª C.Cível - AI - 1398671-5 -
Jacarezinho - Rel.: Carlos Eduardo Andersen Espínola - Unânime - - J.
02.02.2016)

RECURSO INOMINADO. CURSO DE LEITURA DINÂMICA. RESULTADO


ALMEJADO NÃO ATINGIDO. PROPAGANDA ENGANOSA. PROGRAMA
INTEGRAL DE LEITURA COMPREENSIVA (PILBRA). DIREITO À
RESCISÃO DO CONTRATO. AUTOR QUE PARTICIPOU DE APENAS
ALGUMAS AULAS. RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS DE FORMA
PROPORCIONAL. CONFIGURAÇÃO DO DANO MORAL. FALHA NA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. DEVER DE INDENIZAR. FIXAÇÃO DO
QUANTUM EM R$ 2.000,00. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA.
SENTENÇA REFORMADA. Recurso conhecido e provido. , resolve esta
1ª Turma Recursal, por unanimidade de votos, conhecer do recurso
e, no mérito, dar-lhe provimento, nos exatos termos do vot (TJPR -
1ª Turma Recursal - 0000502-28.2013.8.16.0109/0 - Mandaguari -
Rel.: Eveline Zanoni de Andrade - - J. 02.03.2015)

(TJ-PR , Relator: Eveline Zanoni de Andrade, Data de Julgamento:


02/03/2015, 1ª Turma Recursal)

Em assim sendo, postula a condenação da ré no que se refere aos Danos


Morais causados ao autor.

4.3. Do Quantum Debeatur

O Dano Moral é aquela ação ou omissão que afeta a paz interior de cada
um. Atinge o sentimento de cada pessoa, a paciência, o bem-estar, a honra, enfim, tudo
aquilo que não tem valor econômico, mas que lhe cause angústia, transtorno, que tira sua
tranqüilidade.
Por isto, lesados os direitos de personalidade do consumidor e sendo
responsabilizados objetivamente os causadores, é corolário lógico a indenização pelo dano
moral.
A indenização por dano moral, portanto, tem caráter satisfativo-
punitivo. Satisfativo quando a verba condenatória satisfaz a vítima de forma plena, isto é, o

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quantum é adequado e efetivo; punitivo quando a condenação seja suficiente a dissuadir o


ofensor de novas ações ilícitas2.
Fazendo um balanceamento dessas duas características, devemos
chegar a um quantum, que no presente caso deverá seguir a concepção subjetiva, isto é,
deve haver uma aferição in concreto, a qual visa avaliar, concretamente, a satisfação na
busca dos prejuízos reais alegados pela vítima.

Para ter uma base do valor que deve ser imputado a ré, necessário
tomar como parâmetro a jurisprudência adotada pelo Superior Tribunal de Justiça e pelos
Tribunais Estaduais:
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO ART.
535 DO CPC. INEXISTÊNCIA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS E MORAIS. REVISÃO DO JULGADO. SÚMULA 7⁄STJ.
VALOR INDENIZATÓRIO. FIXAÇÃO. RAZOABILIDADE. AGRAVO
IMPROVIDO.
(...)
Desse modo, diante dos argumentos apresentados pela parte
recorrente, não se vislumbra, em face da quantia afinal fixada pelo
acórdão recorrido no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), a título de
danos morais, razão para provocar a intervenção deste Tribunal, em
virtude de defeito na prestação de serviço educacional oferecido
pela parte ora recorrente, diante da falta de informação sobre o
curso ministrado pela instituição de ensino ao consumidor. Ante o
exposto, nego provimento ao agravo em recurso especial. Publique-
se. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 715.860 - SP (2015⁄0121096-8)
RELATOR : MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE
Decisão - DJe: 01/07/2015 – Publicado em 03 de junho de 2015.

Apelação Cível. Direito do Consumidor. Curso de Educação Física


ministrado pela Instituição de Ensino UNISUAM. Lei 9696/1998, que
regula a profissão de educação física e condiciona o exercício da
atividade à inscrição no Conselho Regional. Resolução 94/2005,
editada pelo CONFEF, que determina aos Conselhos Regionais que
expeçam cédulas de identidade de acordo com a profissão
apresentada. Bacharelado que abrange áreas formais e informais-
educação básica; fundamental; academias; clubes e Licenciatura
Plena, com restrição no campo de atuação, podendo exercer as
funções, apenas, na educação básica- educação formal. Autor
ingressou na instituição educacional em 2005 e colou grau em 2009.

2 CARNEIRO, Odete. Da responsabilidade civil por vício do produto e serviço, pág. 37.
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Após a conclusão do curso, verificou que sua habilitação era em


Licenciatura, e não Bacharelado, o que restringe sua área de
atuação. Aduz que houve propaganda enganosa, posto que fora
induzido a crer que não haveria qualquer limitação. Violação do
dever de informação. Danos Morais decorrentes da legítima
expectativa do consumidor. Verba reparatória no valor de
R$15.000,00 (quinze mil reais) que merece reparo, devendo ser
reduzida para o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), em
conformidade com os parâmetros desta Corte Estadual. Precedentes
citados: "00822008-12.2012.8.19.0001. DES. REGINA LUCIA PASSOS
- Julgamento: 26/09/2014 - VIGÉSIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL
CONSUMIDOR; 0161028-86.2011.8.19.0001. Apelação Cível. DES.
MARIA REGINA NOVA ALVES - Julgamento: 03/09/2013 DÉCIMA
QUINTA CÂMARA CÍVEL; 0411736-59.2011.8.19.0001. Apelação
Cível. DES. JACQUELINE MONTENEGRO - Julgamento: 08/10/2013
DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL." PROVIMENTO PARCIAL DO
PRIMEIRO RECURSO E DESPROVIMENTO DO RECURSO ADESIVO. (TJ-
RJ, APELAÇÃO : APL 00850633420138190001 RJ 0085063-
34.2013.8.19.0001 - Relator: DES. REGINA LUCIA PASSOS, Data de
Julgamento: 25/02/2015, VIGÉSIMA QUARTA CAMARA CIVEL/
CONSUMIDOR)

Em assim sendo, por todos os prejuízos que foram demonstrados e


provados pelo demandante, postula a fixação dos Danos Morais no montante de R$
10.000,00 (dez mil reais) reais, com juros e correção desde o evento danoso, evitando
assim que a empresa pratique novamente fatos análogos e satisfaça os dissabores
experimentados pelo demandante.
Diante de todo o exposto, respeitosamente requer seja julgado
procedente o pedido de Danos Morais no patamar de R$ 10.000,00.

5. Dos pedidos

Diante do exposto, respeitosamente requer a Vossa Excelência o que


segue:

a) Seja designada/dispensada audiência de conciliação ou mediação na


forma do previsto no artigo 33 do NCPC;

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b) A citação do Réu, nos termos do art. 246, inciso I do CPC/2015, para


oferecer resposta no prazo legal sob pena de preclusão, revelia e confissão;

c) Seja determinada a inversão do ônus da prova;

d) Ao final, seja julgada totalmente procedente a presente ação, para :

d.1) Condenar a ré a título de Danos Materiais no montante de R$


XX.000,00 (XXXXX mil reais);

d.2) Alternativamente requer a devolução de 70% do valor pago pelo


curso, valor este proporcional às aulas assistidas;

d.3) Condenar a ré a título de Danos Morais no montante de R$


10.000,00 (dez mil reais);

d.4) Condenação da requerida ao pagamento de honorários


sucumbenciais no patamar de 20% sobre o valor da condenação.

e) O depoimento do representante legal da requerida, sob pena de


confissão;

f) O deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 98


e seguintes do CPC/2015;

g) A tramitação preferencial do feito, tendo em vista se tratar o autor de


pessoa idosa.

Por fim REQUER seja oportunizado a produção de todo o gênero de


provas em Direito admitidas nos termos do artigo 369 e seguintes do NCPC, em especial
prova documental.
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Em tempo, requer sejam cadastrados no registro deste processo os


procuradores xxxxxxxxxxxxxxx, OAB/XX XX.XXX, expedindo-se todas intimações em nome
destes, sob pena de nulidade.

Dá-se a causa o valor de R$ XX.000,00.


Nestes termos, pede deferimento.

Cidade, Data.

p.p. Advogado
OAB/UF XX.XXX

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