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AO EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA

COMARCA DE XXXXXXXXXX – ESTADO DO XXXXXXX

Obs: edite as partes em amarelo

CONSTRUTORA XXXXX, pessoa jurídica de direito privado, devidamente


inscrita no CNPJ/MF sob nº XX.XXX.XXX/XXX-XX, estabelecida na Avenida/Rua
XXXXXXX, nº XXX, bairro XXXXXXX, CEP: XXXXX-XXX, XXXXXX, XXXXXX, com
endereço eletrônico: XXXXXXXXXXXXXX, por seus advogados que a esta
subscrevem, com endereço de estilo no rodapé desta, vem, respeitosamente,
perante à Vossa Excelência, propor

AÇÃO DE COBRANÇA

em face de:

XXXXXXXXXXXXXXXX - XXXXX, devidamente inscrito no CNPJ nº


XX.XXX.XXX/XXXX-XX, atualmente localizado na Rua XXXXX, XXXX, XXXXXX,
CEP XXXXX-XXX, na cidade de XXXXXXXXX, com endereço eletrônico:
XXXXXXXXXX.

pelos motivos de fato e de direito expostos:

I – DA SÍNTESE FÁTICA

Trata-se de Ação de Cobrança, que visa o recebimento dos serviços ora


prestados pela Requerente, ao empreendimento da Requerida.
Em xx/xx/xxxx, fora pactuada entre as partes um contrato de Prestação de
Serviços nº xxx/xxxx (documento anexo), a qual tinha como objeto a construção de

Rua xxxxxxxxxxxxxxx, nº xx, bairro xxxxxxxxxxxx,


CEP: xxxxx-xxx | (xx) xxxx-xxxx - (xx) xxxx-xxxx | cidade xxxxxxxx – estado xxxxxx | email:
xxxxxxxxxxxxxxxx
cinco imóveis pela Requerente, estes localizados em XXXXX, que pertencem à
empresa Requerida.
Como é possível notar, o contrato referido fora entabulado em etapas de
construção, sendo que o pagamento dessas etapas era realizado proporcionalmente
até a finalização da etapa.
No dia 26 de setembro de 2021, a Requerida comunicou que não tinham mais
a intenção manter o contrato de prestação de serviços com Requerente, por
entender que não estavam trabalhando de maneira satisfatória. Diante deste
impasse, mantendo-se insustentável a situação, fora acordado a rescisão do
contrato.
Haja vista a rescisão citada, o sócio da Requerida comunicou a Requerente e
já havia contratado uma nova empresa para finalizar as obras objeto da prestação
dos serviços. Ocorre que algumas etapas não foram adimplidas como especificadas
em contrato, por parte da Requerida.
O contrato já estipulava a rescisão unilateral, desde que devidamente pagas
os serviços prestados pela Requerente, fato incontroverso. Porém, Excelência, a
Requerida, mesmo após diversos contatos e solicitações, não quis arcar com o
serviço ora contratado, e ainda contratou uma nova empreiteira para terminar a obra
-- frisa-se, antes mesmo de se esgotar o prazo contratual (30 dias) -- , dificultando
uma possível avaliação/perícia posterior.
Diante da explanação e da falta de resolução amigável entre as partes, a
empresa Requerente não viu outra forma de buscar Justiça e a reparação pelos
danos materiais e morais sofridos, para melhor avaliação e resolução do contrato
aqui discutido.

II – DA VIA JUDICIAL ELEITA

Tal pleito fora protocolado e distribuído no Juizado Especial Cível, evitando


demais custas e buscando a celeridade processual para saneamento do litígio.
Como demonstrado em documentos anexos, para embasar tal Inicial, os
Requerentes possuem documentos que comprovam a origem da lide, bem como o
direito pleiteado, sendo basicamente documental a questão aqui discutida.
Rua xxxxxxxxxxxxxxx, nº xx, bairro xxxxxxxxxxxx,
CEP: xxxxx-xxx | (xx) xxxx-xxxx - (xx) xxxx-xxxx | cidade xxxxxxxx – estado xxxxxx | email:
xxxxxxxxxxxxxxxx
Assim entendeu o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná:

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER


C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E LUCROS
CESSANTES. CONTRATO DE EMPREITADA PARA
CONSTRUÇÃO DE IMÓVEIS. PESSOA JURÍDICA.
ATIVIDADE EMPRESARIAL. COMPETÊNCIA DO JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. [...]
decidem os Juízes Integrantes da Primeira Turma Recursal
dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Estado do
Paraná, por maioria de votos, conhecer do recurso e, no mérito,
dar-lhe provimento, nos exatos termos do voto.

Também, corroborando com tal tese, é trazido Enunciado da Turma Recursal,


ao qual define que, mesmo que a causa possua uma certa complexidade, esse
simples fato não extingue a ação do Juizado Especial Cível, como podemos
perceber abaixo:

Enunciado N.º 13.6 – Complexidade da causa: Simples


afirmação da necessidade de realizar prova complexa não
afasta a competência do Juizado Especial, mormente quando
não exauridos os instrumentos de investigação abarcados pela
Lei n.º 9.099/95.

Desta feita, patente é a competência do Juizado Especial Cível para o


julgamento da causa.

III – DA ELEIÇÃO DO FORO:

Ainda, conforme cláusula expressa em contrato, o foro elegido pelas partes é


o da Comarca de XXXXXXX:

Copie aqui a cláusula do contrato que elege o foro escolhido pelas partes para
resolução de eventuais conflitos

Patente, portanto, o local do ajuizamento da ação.

Rua xxxxxxxxxxxxxxx, nº xx, bairro xxxxxxxxxxxx,


CEP: xxxxx-xxx | (xx) xxxx-xxxx - (xx) xxxx-xxxx | cidade xxxxxxxx – estado xxxxxx | email:
xxxxxxxxxxxxxxxx
IV – DO ACESSO AS MICROEMPRESAS EM DEMANDAR CAUSAS NOS
JUIZADOS ESPECIAIS

Prevê a lei:
Art. 74. Aplica-se às microempresas e às empresas de
pequeno porte de que trata esta Lei Complementar o disposto
no § 1º do art. 8º da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, e
no inciso I do caput do art. 6º da Lei nº 10.259, de 12 de julho
de 2001, as quais, assim como as pessoas físicas capazes,
passam a ser admitidas como proponentes de ação perante o
Juizado Especial, excluídos os cessionários de direito de
pessoas jurídicas.

Assim, a nova redação do parágrafo 1º, do artigo 8º, da Lei nº 9.099/95,


introduzida pela Lei nº 12.126/2009, passa a conferir legitimidade ativa às
microempresas, podendo, portanto, a Autora pleitear neste juízo.
Neste tocante, a definição de microempresa é extraída da Lei Complementar
nº 123, nos seguintes termos:

Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se


microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade
empresária, a sociedade simples, a empresa individual de
responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art.
966 da Lei no10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil),
devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis
ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso,
desde que:
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário,
receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e
sessenta mil reais).

Nesse sentido, veja-se o ENUNCIADO do FONAJE:

ENUNCIADO 135 (substitui o ENUNCIADO 47) – O acesso da


microempresa ou empresa de pequeno porte no sistema dos
juizados especiais depende da comprovação de sua
qualificação tributária atualizada e documento fiscal referente
ao negócio jurídico objeto da demanda. (Aprovado no XXVII
FONAJE – Palmas/TO – 26 a 28 de maio de 2010) Nova
Redação aprovada no XXI Encontro – Vitória/ES).

Rua xxxxxxxxxxxxxxx, nº xx, bairro xxxxxxxxxxxx,


CEP: xxxxx-xxx | (xx) xxxx-xxxx - (xx) xxxx-xxxx | cidade xxxxxxxx – estado xxxxxx | email:
xxxxxxxxxxxxxxxx
Desta feita, para fins de comprovação tributária, anexa a esta petição
declaração de imposto de renda atual. Ademais, fica ainda acostado aos autos as
notas fiscais que fazem parte do contrato discutido na lide.

V – DO DIREITO:

Primeiramente, conforme se observa em cláusula 12.3 do contrato entabulado


entre as partes, a rescisão previa aviso prévio de 30 dias, o que de fato não foi
observado pela empresa Requerida. Vejamos:

Copie aqui a cláusula do contrato

O pleito de rescisão se deu por email em data de 26 de setembro de 2017,


pela Requerida, estando de acordo a Requerente vez que não havia mais
possibilidade de manterem relações comerciais.
Desejando então receber os serviços já realizados até o momento, a
Requerente enviou os valores para a Requerida, que prontamente recusou seu
pagamento. Desde então, a Autora tenta reaver o montante adimplido
amigavelmente, porém até o presente momento, sem êxito.
Ocorre que, foi contratada outra empresa para a conclusão dos serviços
antes mesmo que se esgotassem o prazo previsto em contrato, conforme se
observa em fotos anexas, datadas em 25 de outubro. Cumpre salientar que a equipe
contratada estava trabalhando há pelo menos 20 dias, haja vista que as fotos
datadas em 5 de outubro já demonstram trabalhadores no local, conforme se
observa em laudo de vistoria I (pag. 20).
Diante do inadimplemento da Ré até o presente momento, a Autora pugna
por ter seu direito amparado, vez que todos os serviços aqui cobrados foram
executados -- anteriormente a rescisão contratual-- , de acordo com os parâmetros
exigidos pela NBR e CREA-PR e conforme pactuado em contrato entre as partes.

Rua xxxxxxxxxxxxxxx, nº xx, bairro xxxxxxxxxxxx,


CEP: xxxxx-xxx | (xx) xxxx-xxxx - (xx) xxxx-xxxx | cidade xxxxxxxx – estado xxxxxx | email:
xxxxxxxxxxxxxxxx
Ademais, conforme previsto na cláusula 5.2 do contrato entabulado, o
pagamento seria realizado 7 dias subsequentes as medições:

Assim, levando em consideração que o trabalho foi executado, é direito da


Requerente receber o que lhe é devido.
Ademais, a Ré agiu com total má-fé ao não adimplir com a Autora e ainda dar
continuidade na construção antes do prazo previsto, não respeitando as cláusulas
contratuais por ela assinados.
A Requerente por sua vez, amarga o prejuízo de ter que arcar com os ônus
dos trabalhadores sozinha até este momento.
Assim, haja vista a negativa e, objetivando resguardar seus direitos, a
Requerida procedeu com duas avaliações nos imóveis, naquele momento. Destarte,
conforme se observa nos laudos anexados a presente ação, os seguintes serviços
foram executados:

⮚ LAUDO I
FUNDAÇÃO = 100%
ESTRUTURA = 100%
REBOCO = 8,5%
INSTALAÇÕES, HIDRÁULICA E ELÉTRICA = 49%
COBERTURA = 0%
ACABAMENTOS = 0%
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Conclusão total da obra = 43,63%

⮚ LAUDO II
FUNDAÇÃO=100%
ESTRUTURA, ALVENARIA E MUROS = 90%
REBOCO = 5%
INSTALAÇÕES, HIDRÁULICA E ELÉTRICA = 45%
COBERTURA = 0%
ACABAMENTOS = 0%

Neste seguimento, trazemos trecho do contrato onde foram especificados os


valores para cada serviço executado:

Rua xxxxxxxxxxxxxxx, nº xx, bairro xxxxxxxxxxxx,


CEP: xxxxx-xxx | (xx) xxxx-xxxx - (xx) xxxx-xxxx | cidade xxxxxxxx – estado xxxxxx | email:
xxxxxxxxxxxxxxxx
Por descuido das partes, o valor total da obra ao fim do contrato (R$
77.800,80- setenta e sete mil, oitocentos reais e oitenta centavos) não condiz com a
soma do valor de cada parcela, que totalizaria o montante de R$ 93.800,00 (noventa
e três mil e oitocentos reais), sendo estas em valores superiores, computando-se
17% de diferença. Assim, já descontando proporcionalmente o valor para cada
etapa, haja vista que o valor total pactuado era de R$ 77.800,80, temos que o valor
correto para cada etapa seria de :

Assim, o pagamento da obrigação assumida é o que se impõe á Ré. A


jurisprudência é neste sentido:

PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA.


CONTRATO DE EMPREITADA. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA PARCIAL DA LIDE PRINCIPAL E
IMPROCEDÊNCIA DA RECONVENÇÃO. APELO DE AMBOS
OS LITIGANTES. RÉ DEVEDORA. FALTA DE PAGAMENTO
PROVADA. DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL
INCONTESTE. DEVER DE PAGAR O SALDO
REMANESCENTE. APELO CONHECIDO E DESPROVIDO.
RECURSO ADESIVO DA AUTORA. INCIDÊNCIA DE JUROS
MORATÓRIOS DESDE A CARACTERIZAÇÃO DA MORA DA
RÉ, NO PERCENTUAL AJUSTADO NO CONTRATO. VERBA
HONORÁRIA BEM FIXADA. RECURSO CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO. Provada, pela autora, a conclusão
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de bloco de edifício e admitida, pela ré, a falta de pagamento
do preço ajustado no contrato de empreitada, conclui-se pela
procedência do pedido de cobrança do saldo remanescente.
Em face de previsão contratual expressa, as parcelas
atrasadas serão acrescidas de juros moratórios de 12% ao ano,
incidentes a partir da notificação extrajudicial feita pela autora à
ré, data esta que passa a ser o marco inicial da mora do
devedor. Na lide reconvencional julgada improcedente, a verba
honorária deve ser fixada mediante apreciação equitativa,
segundo as particularidades da espécie, em conformidade com
o artigo 20, § 4º, do Código de Processo Civil. 1

Desta feita, tendo em vista os laudos realizados, levando-se ainda em


consideração sempre o laudo que impôs menor valor, bem como descontadas a
porcentagem relativa a diferença dos valores no contrato, temos que até a rescisão
contratual deveriam ser pagas a Requerente o montante de R$ 32.575,50 (trinta e
dois mil, quinhentos e setenta e cinco reais e cinquenta centavos), tendo somente
sido adimplido o valor de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais), conforme emissão de
notas fiscais anexas.

Portanto, sendo a divida originária de R$ 10.577,50 (dez mil, quinhentos e


setenta e sete reais e cinquenta centavos), temos que o valor devido pela Ré passa
a ser de R$ 10.908,37 (dez mil, novecentos e oito reais e trinta e sete centavos),
com a devida atualização e juros de mora, conforme cálculo acostado.

IV – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS:

Conforme todo o acima exposto, consubstanciado nas provas produzidas e


em toda a fundamentação exposta, requer a Vossa Excelência digne-se a:
a) Citar o Requerido para, querendo, apresentar Contestação, na forma da lei,
sob pena de serem tidos por verdadeiro todos os fatos aqui alegados, conforme
dispõe o art. 319, CPC;

1
TJSC, Apelação Cível n. 2010.081540-2, da Capital, rel. Des. Luiz Carlos Freyesleben, j. 12-05-2011

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b) a total procedência da ação, a fim de condenar a Ré ao pagamento do
montante de R$ 10.908,37 (dez mil, novecentos e oito reais e trinta e sete centavos),
já acrescidos de juros e correção monetária, referente ao débito existente perante a
Autora, conforme se verifica em cálculo anexo;

Termos em que,
pede deferimento.

XXXXXXX, XX de maio de 2022.

XXXXXXXXXXXXXXXXX
OAB-PR XXXXXX

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