EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ....
VARA CÍVEL DA COMARCA DE
JUNDIAÍ – SÃ O PAULO.
XXXXXXXXX, brasileiro, solteiro, engenheiro, portador da CI/RG nºXXX, inscrito no
CPF/MF sob nº XXXXXX, domiciliado na Rua Jean xxxxxx, nº 03, Jundiaí, Sã o Paulo,CEP: XXXXX, e-mail: XXXXXXX vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA em face de XXXXXXXX, brasileiro, casado, empresá rio, portador da CI/RG nº XXXXXX SSP- SP, inscrito no CPF/MF sob o nº XXXXX, residente e domiciliado na Rua XXXXXX, nº 14, Jundiaí, Sã o Paulo, CEP: XXXXXXpelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. I - DOS FATOS O requerente e o requerido celebraram em 19 de outubro de 2007, duas transaçõ es comerciais. O requerido foi admitido na sociedade comercial XXXXX LTDA da qual consta o requerente consta como só cio principal. Já o requerente foi admitido na sociedade comercial XXXXXX-LTDA em que o requerido consta como só cio originá rio. O capital social nominal de cada sociedade ficou assim definido: A - EMPRESA XXXXXX SÓCIO: QUOTAS: B- EMPRESA XXXXXX SÓCIO: QUOTAS: EM REAIS: Ocorre Excelência, que passados alguns meses da constituiçã o da referida sociedade, houve diversas discussõ es e desentendimentos entre os só cios, impossibilitando o exercício comum da atividade e a consecuçã o dos fins objetivados. Tamanhas as pressõ es e incompatibilidades o requerente se retirou da sociedade XXXXXX e o requerido retirou-se da sociedade XXXXX LTDA. Apesar de passados quase doze meses, as partes jamais perceberam quaisquer quantias a título de lucros e/ou indenizaçã o de suas quotas na sociedade, para que se procedesse à alteraçã o contratual sem necessidade de dissoluçã o da sociedade perante o Poder Judiciá rio. Inobstante à s inú meras vezes que o requerido foi procurado para uma soluçã o amigá vel do impasse, este sempre utilizou-se de subterfú gios para esquivar-se do cumprimento das obrigaçõ es contratuais e legais. Como se não bastasse, levou consigo os bens que bem entendeu carregar, levando inclusive um veículo Kombi que estava em poder da sociedade e ferramentas da XXXXXXXX, deixando o requerente somente com as dívidas. Desta forma, faz-se mister o arrolamento de bens deixados pela sociedade, como forma de prevenir eventual fraude ou dissipação de bens antes do término da presente ação. Logicamente, que ainda nã o estã o sendo consideradas as eventuais obrigaçõ es assumidas em prol da sociedade e nã o pagas, bem como, os lucros devidos ao requerente. A apuraçã o dos eventuais valores referidos no pará grafo anterior deverá ser efetuada, quando da fase de liquidaçã o da sociedade. II - DO DIREITO O artigo 1.029 do Có digo Civil assim dispõ e: “Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa”. Por sua vez, o artigo 599 inciso II do Có digo de Processo Civil expressa que a sociedade pode ser dissolvida parcialmente para apuraçã o de haveres. Ademais, fulcrado pelo clá ssico entendimento jurisprudencial da Terceira Câ mara Civil, do Egrégio Tribunal de Justiça de Santa Catarina, na Apelaçã o Cível nº 41.285, de Lages, Relator Desembargador Eder Graf, cujo acó rdã o foi prolatado em 25 de maio de 1993, senã o vejamos: “SOCIEDADE POR COTAS - DISSOLUÇÃO - ROMPIMENTO DO AFFECTIO SOCIETATIS - POSSIBILIDADE. Na sociedade por cotas de responsabilidade limitada, o rompimento do affectio societatis aliado à vontade de um dos sócios cotistas dá azo à dissolução da mesma, sem importar necessariamente na cessação de suas atividades”. Assim sendo Excelência, o requerente necessita da decretaçã o judicial de dissoluçã o da sociedade, em virtude dos motivos explicitados na presente exordial, cuja pretensã o encontra amparo legal, jurisprudencial e doutriná rio, sendo legítima e necessá ria, sob pena de maiores prejuízos ao requerente, merecendo pois, a proteçã o da tutela jurisdicional do Estado. III - DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA O artigo 300 do Có digo de Processo Civil conferiu no a possibilidade da concessã o de tutela de urgência, quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo da dano ou o risco ao resultado ú til do processo. Por sua vez, o artigo 301 do novo CPC enumera hipó teses de medidas a serem tomadas para que seja assegurada a tutela. Entre elas estã o o arresto, o sequestro, o arrolamento de bens e o registro de protesto, como segue: “a tutela antecipada poderá ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito”. Ressalta-se que o dispositivo nã o exige que o juiz fique atrelado apenas a essas hipó teses, possibilitando a concessã o da tutela, desde que existentes seus requisitos, independentemente da medida adotada. Tendo-se em vista a divergência entre as partes, resultando em atitudes isoladas, como a retirada pelas vias pró prias de bens da sociedade comum, a demora natural da açã o pode acarretar eventual extravio ou dissipaçã o de bens. Por tratar-se de participaçã o, tanto do requerente como do requerido em ambas as sociedades, é indubitá vel a sociedade comum entre as duas empresas. O “risco de cdano” está evidenciado no risco de extravio de bens, fato que pode causar prejuízo a qualquer das partes, principalmente ao requerente, vez que detém cerca quase a totalidade do valor integralizado. Já a “ probabilidade do dirito” se demonstra nos contratos juntados, os quais demonstram que o requerente detém maior parte do capital integralizado. Desse modo, de curial importâ ncia a concessã o de medida liminar para determinar o arrolamento dos bens existentes em ambas à s empresas. Em sendo realizado o arrolamento deverã o os referidos bens permanecerem sob os cuidados de quem o detenha até decisã o definitiva deste Juízo. IV - DO PEDIDO Diante do exposto, requer: a) a concessão de liminar para o fim de determinar o arrolamento de bens em poder das partes com a realização de diligência no endereço de cada empresa. Após a realização do arrolamento, requer seja concedida liminar determinando que os bens permaneçam que estiverem na empresa XXXXXXX permaneçam sob os cuidados do requerente até decisão definitiva e os bens que estiverem na empresa XXXXXpermaneçam com o requerido, até decisão final; b) a citaçã o do requerido, para, querendo, contestar a presente açã o no prazo legal, sob pena de sofrer os efeitos da revelia; c) a procedência da presente açã o, dissolvendo-se a sociedade comercial para o fim de sua liquidaçã o e conseqü ente apuraçã o de haveres do requerido, determinando a saída do requerido da empresa XXXXXXX LTDA, bem como a retirada do requerente da empresa XXXXXX LTDA-ME, condenando-se o requerido no pagamento das custas judiciais, honorá rios advocatícios a serem arbitrados por Vossa Excelência e demais cominaçõ es legais. c) a produçã o de todos os meios de prova admissíveis em direito, especialmente prova pericial, o depoimento pessoal do requerido e testemunhal a ser arrolada oportunamente, reservando-se o direito de usar os demais recursos probató rios que se fizerem necessá rios ao deslinde da açã o. O autor informa que tem interesse na realizaçã o de audiência de tentativa de conciliaçã o. Atribui-se à causa o valor de R$ 21.000,00 (vinte e um mil reais) Nestes termos, Pede deferimento. Cajamar, 01 de janeiro de 2017. EDMILSON PEREIRA LIMA OAB/SP 234.266