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JUIZO DE DIREITO DA 1ª VARA DE EMBU DAS ARTES-SP

Proc. nº. 1234567-89.2024.8.26.0176

Autor: Fernando
Réu: Fraga Participações SLU e Sr, Gustavo Fraga

Intermediada por seu mandatário ao final firmado, comparece, com o devido respeito à
presença de Vossa Excelência, Fernando Cleim, já qualificado na exordial da presente
Ação de Cobrança, em sua fase de cumprimento de sentença, para, com suporte no art.
133 e segs. do Código de Processo Civil, requerer a instauração de

INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


(Teoria menor – Relação de consumo)

em Face de FRAGA PARTICIPAÇÕES SLU, pessoa jurídica de direito privado, com


sede na Rua x, nX, bairro x, município x, cidade x, estado x, inscrita no CNPJ sob o
n.xxx.xxx.xxxx/xx, em razão das justificativas abaixo delineadas.

DO FATO

O Sr Fernando Cleim propôs cobrança no valor de R$ 50.000.00 contra a empresa Fraga


Participaçoes SLU pelo não pagamento de valores relativos à venda de um carro pelo
autor à Ré, no valor acima mencionado.
No decorrer do processo, foi informado que o Sócio da Ré, O Sr Gustavo Fraga já foi
condenado pelo crime de pirataria, pelo fato de está utilizando a empresa para revender
produtos falsificados de marcas de grife como Louis Vuitton, Prada, Gucci, Chanel e
Balenciaga.
Antes de tudo, urge asseverar que houve entre as partes litigantes uma relação de
consumo, nos moldes do que rege o art. 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor.

DIREITO

Inegavelmente houvera relação de consumo entre as partes demandantes. Tanto é assim


que a própria sentença, ao condenar a Executada a reparação os danos morais
ocasionados, o fez com suporte no art. 14 do Código de Defesa do Consumidor

Na espécie, de bom alvitre considerar que, para a aplicação da teoria da desconsideração


da personalidade jurídica, faz-se indispensável que se depare com uma das seguintes
hipóteses: que os sócios tenham agido com abuso de direito, desvio de poder, fraude à
lei, praticado fato ou ato ilícito, violado os estatutos ou o contrato social ou, ainda, que
os atos praticados por aqueles que tenham causado prejuízo a terceiros.

Como consabido, à aplicação da desconsideração da personalidade jurídica, necessário


se faz apresentar se o fundamento para tal diz respeito à teoria maior ou, de outro lado, à
teoria menor.
No tocante à teoria menor, disciplina o Código de Defesa do Consumidor, verbo ad
verbum:

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em


detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei,
fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração
também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou
inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
É inconteste que há, de fato, explícito embaraço ao recebimento do crédito perseguido.
Bem a propósito, confira-se a tentativa frustrada de bloqueio de ativos financeiros da
Executada.
Quanto à desconsideração da personalidade, esse é, a propósito, o único requisito que se
faz necessário: demonstrar-se algum óbice no recebimento pelo credor consumerista
(CDC, art. 28).
AÇÃO DE RESCISÃO DE COMPRA E VENDA DE VEÍCULO C/C PEDIDO
INDENIZATÓRIO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA.
POSSIBILIDADE. DEMONSTRAÇÃO DO ESTADO DE INSOLVÊNCIA DA EMPRESA
EXECUTADA. DIREITO DO CONSUMIDOR.
Cuidando-se de crédito originário de relação de consumo, possível a desconsideração da
pessoa jurídica devedora, independentemente da existência de desvio de finalidade ou
confusão patrimonial, bastando a mera prova da insolvência, visto ter o legislador adotado na
espécie a teoria menor da desconsideração, conforme dispõem o art. 28, caput, do CDC e seu
respectivo § 5º. AGRAVO PROVIDO. (TJSP; AI 2241545-13.2015.8.26.0000; Ac. 9062313;
São Paulo; Trigésima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Andrade Neto; Julg. 09/12/2015;
DJESP 17/12/2015)

É de se concluir, destarte, que a Exequente demonstrara eficazmente o pressuposto


único à desconsideração da personalidade jurídica (CPC, art. 133, § 1º )

PEDIDO

Posto isso, O AUTOR pleiteia que Vossa Excelência se digne de instaurar o incidente
de desconsideração da personalidade jurídica (CPC, art. 134, § 4º) e, para tanto, pede-
se:

a) A desconsideração da personalidade jurídica da EMPRESA FRAGA


PARTICIPAÇOES SLU;

b) Passe a integrar o polo passivo da presente ação de forma solidária o Sr. Gustavo
Fraga , inscrito no CPFxxxx, residente em xxxx, com a devida citação;

c) Desde já se indica à penhora os seguintes bens: I - dinheiro porventura existente em


contas do executado (penhora on-line via BACENJUD); II - não se encontrando
qualquer quantia em conta, requere-se a penhora algum bem com o valor aproximado de
R$ 50.000.00

d) A inclusão do executado no cadastro de inadimplentes até que seja cumprida a


determinação, nos termos do Art. 782, § 3º do CPC;
e) Sucessivamente, requer que a execução seja redirecionada ao SÓCIO DE FATO,
conforme qualificação a seguir:
Gustavo Fraga , inscrito no CPFxxxx, residente em xxxx
f) A condenação da Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios,
nos termos da legislação vigente.

Dá-se à causa o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para os fins legais.

Nestes termos, pede deferimento.

Itapecerica da Serra, 16/03/2024,

Jonas Da Silva Neves


OAB XXX/SP

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