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I – DA TEMPESTIVIDADE
1
É certo, assim, que o prazo fatal para
apresentação da defesa do contestante esgota-se em 15/08/2003, sendo esta
peça, portanto, sido protocolada tempestivamente.
II - DA PRETENSÃO INICIAL
III – PRELIMINARMENTE
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Portanto, patente é a falta de interesse de agir,
condição essencial para o exercício da função jurisdicional, pelo que requer-se
seja a autora julgada carecedora de ação em relação ao Banco Itaú S.A.,
extinguindo-se o feito, com base no art. 267, VI, do Código de Processo Civil.
IV. MÉRITO
1
Desde 11/01/2003 o novo Código Civil vigorava.
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Para a caracterização da responsabilidade civil, é
necessário que concorram três circunstâncias, sem as quais a lei, a doutrina e
a jurisprudência não autorizam a indenização por parte do causador do ato:
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No caso concreto, assim que a autora
procedeu ao pagamento da tarifa de manutenção de conta, o réu
comandou solicitação de baixa da restrição à SERASA e ao SCPC, não
restando configurado qualquer agir ilícito, despiciendo cogitar-se sobre o elemento
culpa. A mácula que a autora reputa como a causadora do hipotético dano moral
foi baixada em 12/12/2002, dias após a liquidação do débito.
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covarde de tipo anormal, visto que muitas vezes se
pode justificar a divulgação do nome do consumidor
relapso ou inadimplente contumaz, mediante protesto
de títulos e inserção de seu nome no cadastro dos
serviços de proteção ao crédito, não havendo como se
evitar tal tipo de constrangimento, no caso admissível,
e porquanto derivado da própria lei (no caso de
protestos em cartórios) ou da praxe e costumes
comerciais (serviços de proteção ao crédito).” (grifos
nossos)
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nenhum estabelecimento de crédito pode prescindir do
apoio de rigoroso controle cadastral sobre a
idoneidade moral e patrimonial dos seus mutuários,
em virtude da própria natureza das operações que
constituem a essência de sua mercancia.” ( in
Responsabilidade Civil, Vol. I, Ed. Aide, 3.ª edição,
página 24)
2
Segundo instrução fornecida pela própria SERASA (tel. 011 2320137 ou pelo site
www.serasa.com.br), para o interessado baixar as anotações em seu nome do sistema, é
necessário, primeiramente, a regularização da dívida junto a fonte que a originou. Após,
basta a entrega do documento hábil exigido para a baixa da anotação,
diretamente na SERASA. Relativamente a esse último parágrafo, saliente-se
que o réu, demonstrando seu interesse na solução mais rápida do problema e
menos custosa à autora, providenciou a regularização da restrição junto à
SERASA, obrigação que cabia ao devedor.
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“AGRAVO DE INSTRUMENTO – ALIENAÇÃO
FIDUCIÁRIA – MEDIDA CAUTELAR REQUERIDA PELO
DEVEDOR PRINCIPAL E GARANTES OBJETIVANDO
IMPEDIR SUA INSCRIÇÃO NOS ORGANISMOS DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO – LIMINAR DEFERIDA –
PRESSUPOSTOS AUSENTES – RECURSO PROVIDO.
A concessão de liminar em medidas cautelares não
pode ser generalizada ao ponto de impedir que o
credor possa, livremente, para o resguardo de seu
direito, fazer uso de remédios postos à sua disposição
no ordenamento jurídico, tal qual a inscrição do nome
de devedor inadimplente nos organismos de proteção
ao crédito.
Para tal desiderato, não precisa o credor estar munido
de qualquer decisão judicial, bastando o
descumprimento da obrigação assumida pelo devedor
no seu termo.” (AI n.º 96.011932-9, da Terceira
Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Santa Catarina,
julgado em 18/03/97)
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existindo nenhuma forma de coação mesmo moral.”
(grifos nossos)
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Repita-se que logo que a autora promoveu ao
pagamento da taxa o réu comandou o pedido de baixa da restrição aos órgãos de
crédito. Porém, a SERASA pode demorar até 5 DIAS ÚTEIS PARA PROMOVER A
BAIXA DA MÁCULA, como se vê abaixo 3:
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acontecimento em si! Exige-se a existência e demonstração de sua repercussão
efetiva na esfera moral e de interesse do prejudicado, a teor da atual legislação a
respeito.
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Da Responsabilidade Civil, 9ª ed. vol. II, p. 737
5
De 7 a 12 de Dezembro de 2002.
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Se o que pede a reparação por danos morais não tem,
a seu favor, a presunção sempre vencível, juris
tantum, desses mesmos danos, terá que prová-los.
Não valeria, em absoluto, contrariamente às antigas
praxes e aos ensinamentos de Borciani, a prova
originada do juramento supletório de parte”.
(DANO MORAL E SUA REPARAÇÃO - pág. 510)
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“RESPONSABILIDADE CIVIL - Ação de indenização por
abalo de crédito
(.....)
A jurisprudência é pacífica no entendimento de que
não se pode falar em indenização quando o autor não
comprova a existência do dano.” (RT 568/167 - TJSC -
Ap. Cível n.º 15.636, Florianópolis, j. 4.5.82)
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“Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor,
as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e
os lucros cessantes por efeito dela direito e mediato
(...).” (grifamos)
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O mero dissabor não pode ser alçado ao patamar
do dano moral, mas somente aquela agressão
que exacerba a naturalidade dos fatos da vida,
causando fundadas aflições ou angústias no
espírito de quem ela se dirige.
Recurso parcialmente conhecido e, nessa parte,
provido.”
(RESP 215666/RJ; RECURSO ESPECIAL 1999/0044982-
7 – Fonte: DJ DATA:29/10/2001 PG:00208 - RSTJ
150/382 – Relator: Min. CESAR ASFOR ROCHA - Data
da Decisão: 21/06/2001 – Órgão Julgador: 4ª TURMA)
- grifamos
“(...)
Sérgio Cavalieri Filho, em seu ‘Programa de
Responsabilidade Civil’ (Malheiros Editores Ltda., 1996, pg.
76), mencionado pela recorrente, traz lição de Antunes
Varela, segundo a qual observa ‘a gravidade do dano
há de medir-se por um padrão objetivo (conquanto a
apreciação deva ter em linha de conta as circunstâncias
de cada caso), e não à luz de fatores subjetivos (de
uma sensibilidade particularmente embotada ou
especialmente requintada).
Por outro lado, a gravidade será apreciada em função
da tutela do direito: ‘o dano deve ser de tal modo
grave que justifique a concessão de uma satisfação de
ordem pecuniária ao lesado’.
Por isso é que, ‘nessa linha de princípio, só deve
ser reputado como dano moral a dor, vexame,
sofrimento ou humilhação que, fugindo à
normalidade, interfira intensamente ao
comportamento psicológico do indivíduo,
causando-lhe aflições, angústias e desequilíbrio
em seu bem-estar. Mero dissabor,
aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade
exacerbada estão fora da órbita do dano moral.’
(...)
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Mas, a meu sentir, certo é que o embaraço aqui
noticiado não pode ser alçado à categoria do
dano moral.” - grifamos
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de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. Se
assim não se entender, acabaremos por banalizar o
dano moral, ensejando ações judiciais em busca de
indenizações pelos mais triviais aborrecimentos.” (Ap.
Cível nº 8.218/95, j. 13.02.96) (grifos do contestante)
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II - O arbitramento da condenação a título de
dano moral deve operar-se com moderação,
proporcionalmente ao grau de culpa, ao porte
empresarial das partes, suas atividades
comerciais, e, ainda, ao valor do negócio,
orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos
pela doutrina e pela jurisprudência, com
razoabilidade, valendo-se de sua experiência e do
bom senso, atento à realidade da vida, notadamente à
situação econômica atual, e às peculiaridades de cada
caso.
III - O arbitramento do valor indenizatório por
dano moral sujeita-se ao controle do Superior
Tribunal de Justiça.”
(RESP 173366/SP ; RECURSO ESPECIAL
(1998/0031610-8) - Fonte DJ DATA:03/05/1999
PG:00152 - Relator Min. SALVIO DE FIGUEIREDO
TEIXEIRA - Data da Decisão 03/12/1998 – Órgão
Julgador QUARTA TURMA – v.u.) – grifos nossos
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Mayr - Advogados: Drs. Sérgio Bermudes e outros, e
Francisco Antônio Fabiano Mendes e outro -
Sustentação Oral: Dr. Marcelo Alexandre Lopes (pelo
recorrente) – v.u. - Publicado no DJ de 24-11-97 -
RSTJ 105/230). – grifos nossos
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Justiça tem se preocupado em definir, em última instância, qual o real valor
devido.
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50,00 recusada pela caixa do estabelecimento. Não
comprovado por prova idônea e convincente ter sido
imputada à autora a suposta falsificação da nota, mas
tendo sido a mesma submetida a vexame, diante do
tumulto surgido na ocasião, há que ser reformada em
parte, a sentença, para reduzir a indenização a
vinte salários mínimos.”
(j. 11/08/98 - Apelação Cível 6585/98 - TJRJ - 18ª
Câmara Cível - unânime – Relª. Desª. Helena Bekhor –
AASP nº 2090) - grifamos
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“RESPONSABILIDADE CIVIL - Dano moral -
Protesto cambiário indevido - Desnecessidade de
provar a existência de dnao patrimonial - Necessidade
de o Banco arcar com as conseqüências de seu ilícito
culposo - Condenação do Banco ao pagamento de
30 salários mínimos a título de danos morais,
bem como custas processuais e honorários
advocatícios fixados em 10% sobre o valor da
causa - Recurso parcialmente provido.”
(Primeiro Tribunal de Alçada Civel de São Paulo -
PROCESSO: 0829311-6 - RECURSO: Apelação -
ORIGEM: São Paulo - JULGADOR: 10ª Câmara -
JULGAMENTO: 04/06/2002 - RELATOR: Frank Hungria
- REVISOR: Simões de Vergueiro - DECISÃO: Deram
Provimento Parcial) – grifos nossos
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Estabelecia o prefalado art. 1547, do antigo CC
6
(novo artigo 953, do CC ):
6
“Art. 953 – A indenização por injúria ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte
ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar,
eqüitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.”
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da supressão dos valores das multas. Era este um
ponto de referência firmado pelo legislador civil, para
quando não fosse possível provar-se o prejuízo
material, para o cômputo da indenização.” (Anotações
ao Código Civil Brasileiro, 3ª edição, 1993, 3º vol., p.
600)
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FUNDADO NO ART. 159 DO CC E NÃO NA
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL.
3. A EMPRESA PREPONENTE NÃO RESPONDE
POR JUROS COMPOSTOS. RESSALVA DA
POSIÇÃO DO RELATOR.
RECURSO CONHECIDO EM PARTE E PARCIALMENTE
PROVIDO.”
(STJ - RESP 153155/SP; RECURSO ESPECIAL
1997/0076694-2 – Fonte DJ DATA:16/03/1998
PG:00167 - RSTJ 109/239 – Relator Min. RUY ROSADO
DE AGUIAR - Data da Decisão: 10/12/1997 - Orgão
Julgador 4ª TURMA) - grifamos
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2. Não se cuidando de ilícito extracontratual os
juros moratórios são contados da citação.
3. Os danos material e moral são acumuláveis (Súmula
nº 37 da Corte).
4. Recurso especial conhecido e provido, em parte.”
(STJ - RESP 182187/SP; RECURSO ESPECIAL
1998/0052677-3 – Fonte: DJ DATA:17/12/1999
PG:00353 – Relator Min. CARLOS ALBERTO MENEZES
DIREITO - Data da Decisão: 21/10/1999 - Orgão
Julgador: 3ª TURMA) - grifamos
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(STJ - RESP 248764/MG; RECURSO ESPECIAL
2000/0014940-3 – Fonte DJ DATA:07/08/2000
PG:00115 – Relator Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO
TEIXEIRA - Data da Decisão: 09/05/2000 - Orgão
Julgador: 4ª TURMA) - grifamos
V. CONCLUSÕES
Termos em que,
pede deferimento.
Quirinópolis, 12 de agosto de 2003
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OAB/GO
2003/023
BJ 030200068960
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