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TRABALHO DE VITÓRIA-ES.
PROCESSO Nº 0000987-98.2018.5.17.0004
I. PRELIMINARMENTE
a) Da Impugnação ao Pedido de Gratuidade da Justiça.
Excelência, tendo em vista as novas disposições do NCPC, não mais se faz necessário
interpor peça apartada quando da impugnação ao pedido de AJG do Reclamante, conforme
Art. 337, XIII, da Lei 13.105/2015, vejamos:
No âmbito do Processo do Trabalho, este benefício somente pode ser concedido as pessoas
físicas e, quando presentes e atendidos os requisitos exigidos pelo artigo 14 da Lei
n. 5.584/70, leia:
Art 14. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei nº 1.060,
de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que
pertencer o trabalhador.
§ 1º A assistência é devida a todo aquêle que perceber salário igual ou inferior ao dôbro
do mínimo legal, ficando assegurado igual benefício ao trabalhador de maior salário,
uma vez provado que sua situação econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo
do sustento próprio ou da família.
Com efeito, o Reclamante como pessoa jurídica demonstra no seu quadro societário um
capital social de R$ 3.000,00 (três mil reais), percebe, uma quantia muito superior ao mínimo
previsto em lei para que faça jus ao referido benefício, outrossim, não possui quaisquer
encargos que possam obstar sua contribuição processual.
Não pode ser desvirtuada a natureza do benefício da gratuidade judiciária, visto que é
destinada a pessoas hipossuficientes sem possibilidade de sustento próprio e de sua família,
não sendo este o caso da demandante.
De outra banda, se Vossa Excelência não entender que o Reclamante não é pessoa Jurídica
e que a benesse da gratuidade o abrange mesmo assim, é relevante algumas ponderações.
Atualmente, a simples afirmação de miserabilidade jurídica não basta para o deferimento da
gratuita da justiça. Revogada foi a presunção de pobreza anteriormente estabelecida em lei
ordinária.
A Nova Constituição Federal, mais precisamente em seu artigo V, inciso LXXIV, determina:
A simples declaração de pobreza não tem, no Processo do Trabalho, a mesma força que
possui na Justiça Comum, isto é, não basta a simples declaração para o reclamante ser
considerado impossibilitado de sustento próprio, deve haver comprovação, mediante
atestado da autoridade local do Ministério do Trabalho (art. 14, § 2º, da Lei nº 5.584/70) da
situação econômica peculiar.
b) Da Extinção Do Processo
[...]
[...]
Em que pese a supracitada ação não deve prosseguir seu rito, obrigando-se assim pela
extinção do pleito, pois o Reclamante não apresentou nos autos a justificativa da sua
ausência na audiência de 13 de novembro de 2018, bem como não apresentou a guia de
recolhimento das custas processuais, sendo indispensável tal requisito, conforme § 3º do
art. 844 da CLT
Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento
da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de
confissão quanto à matéria de fato.
[...]
Insta observar que esta demanda não merece prosperar, pelas razões de fato e de direito a
seguir.
O demandante é pessoa jurídica, profissional liberal que presta seus serviços de modo
eventual na área da construção civil, como se depreende do contrato de prestação de
serviços por ele assinado e cadastro do seu CNPJ anexo nos autos.
A total incompetência deste juízo se da em razão de ser uma relação contratual puramente
civil estipulada pela liberdade de contratar na forma do art. 421 do CC, vejamos:
“Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função
social do contrato, observado o disposto na Declaração de Direitos de Liberdade
Econômica.
Deste modo, deve ser acolhida a alegação de incompetência absoluta e remetido os autos
ao juízo competente, conforme se depreende subsidiariamente do art.64, §3º do CPC.
Caso Vossa Excelência não entenda ser uma relação puramente civil regida sob a égide do
Código Civil, não obsta observar a prescrição bienal, suscitada nesta contestação.
II. PREJUDICIAL DE MÉRITO
a) Da inépcia da inicial
Ora, nitidamente o Demandante desvirtua a realidade dos fatos podendo levar a erro o
entendimento de Vossa Excelência quanto a suposta data da ocorrência e, assim, não
conhecer da prescrição, caso Vossa Excelência não entenda pela desconsideração do
vínculo empregatício dada inépcia da inicial, com fundamento no art.330, inciso III do CPC,
vejamos:
I - for inepta;
[...]
[...]
b) Da Má-Fé Do Litigante
Verifica-se pois que, o Demandante agiu de má-fé, violando um dos princípios contratuais,
a boa fé, (art. 422 do CC). Com efeito, a boa-fé objetiva é uma regra de conduta, que tem
por desiderato o correto e adequado comportamento dos contratantes.
Ressalte-se que o princípio da boa fé objetiva assume especial relevância nas situações, até
porque o princípio da boa-fé nos contratos de é bem mais abrangente, indo na seara da
lealdade, entre partes contratantes, pensando no outro, no parceiro contratual, respeitando
seus interesses legítimos, suas expectativas, seus direitos, agindo sem abuso de poder, sem
obstrução, sem causar lesões ou desvantagens excessiva, cooperando para atingir o bom
fim das obrigações, o cumprimento do objetivo contratual e a realização dos interesses das
partes.
No caso em tela, há uma presunção de litigância de má fé, por parte do Demandante, que
no exercício do direito, violou os limites do contrato imposto pelo seu fim social.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.
O Demandante se enquadra como litigante de má-fé no momento que, altera a verdade dos
fatos quando diz que era subordinado as ordens da Demandada, sendo que na verdade, foi
contratado como MEI (CNPJ em anexo) para prestar seus serviços de alvenaria.
Também altera a verdade dos fatos quanto a data da ocorrência de um suposto acidente de
trabalho, relatada na petição inicial, segundo o Demandante o fato ocorreu em
novembro/2018, enquanto que o atestado médico foi datado em 21 de novembro de 2015,
sendo este atestado o único documento que aponta um suposto atendimento médico,
restando inconsistente a sua veracidade, pois se observarmos bem este atestado, no
cabeçalho da folha, vamos encontrar a data de elaboração datado em 25/02/2015, conforme
atestado grifado o campo superior, (doc. em anexo).
Portanto, deve o Demandante indenizar a Demandada em razão da alteração dos fatos, por
agir manifestamente de modo temerário, bem como, querer usar do processo para conseguir
objetivo ilegal, em atendimento do art. 80 do CPC, leia:
c) PRESCRIÇÃO BIENAL
Oportuno assinalar o recente julgado no âmbito do Colendo TST, que vem reforçar ainda
mais, como verdadeira orientação jurisprudencial, o sentido da prescrição é de dois anos
após o rompimento do pacto laboral, senão, vejamos o que diz um artigo com a tese jurídica
aplicada:
https://www.direitonet.com.br/noticias/exibir/8090/TST-prescricao-nao-atinge-
direito-a-anotacao-na-carteira
É notório na Justiça do Trabalho que é de dois anos após o rompimento do pacto laboral,
nos termos do art. 11 caput da CLT o limite do prazo prescricional para reclamar em juízo
de possível PRETENSÃO quanto a créditos resultantes do contrato de trabalho já encontra-
se prescrito, pois o contrato apresentado pelo Demandante demonstra que o pacto laboral
iniciou-se em 05 de novembro de 2015 e teve fim em 30 de março de 2016.
Outrossim, narra o Demandante que sua atividade de prestação serviço teve início em 23
de agosto de 2015 à 05 de novembro de 2016, perfazendo 15 (quinze) meses, ora, aonde
está de fato a verdade? Sendo que o contrato apresentado nos autos formalizado entre as
partes contabiliza 04 (quatro) meses de serviços e pagamento de R$14.000,00 (quatorze mil
reais), sendo o início em 05/11/2015 e fim em 30 de março de 2016. Dada a data do contrato,
o direito encontra-se prescrito desde 30 de março de 2018.
Assim, pugna pela improcedência imperiosa da presente ação por total falta de previsão
legal quanto ao pedido do Demandante, bem como pela ocorrência da prescrição bienal.
a) DO CONTRATO DE TRABALHO
Insta ressaltar que a prestação de serviços fora contratado de acordo com as disposições
gerais do Código Civil no titulo V, artigo 421, caput, leia:
“A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do
contrato”.
Contudo, resta demonstrar nos autos que a intenção do Demandante é iludir a justiça, pois
este se apresentou como microempreendedor e, se é um microempreendedor, por que não
consta no extrato do seu CNIS junto ao INSS, o recolhimento do seu tributo, (doc. em
anexo)?
Assim, não merece prosperar a pretensão autoral, pelos fatos e fundamentos a seguir:
O contrato pactuado entre as partes, teve como objeto a prestação de serviço de alvenaria
por empreitada no valor de R$14.000 (quatorze mil reais) e, foi devidamente adimplido mês
a mês, conforme recibos de quitação obrigacional assinado pelo Contratado, ora
Demandante, (doc. em anexo).
O reclamante alega em sua inicial que começou a trabalhar para a empresa reclamada no
dia 23/08/2015 tendo sido dispensado no dia 05/11/2016.
Contudo, resta demonstrar nos autos que a intenção do Demandante é iludir a justiça, pois
este se apresenta como microempreendedor e, não consta no extrato do seu CNIS junto ao
INSS, qualquer recolhimento previdenciário, (doc. em anexo). A pergunta é, por que e com
qual intenção se apresentou como microempreendedor para com a Demandada?
O Contratado tinha por obrigação informar a Contratante o andamento da obra, haja vista
que ele era o responsável pelo andamento, bom desempenho e a conclusão dos serviços a
ele atribuídos.
De mais a mais, as tarefas de alvenaria para o qual foi contratado é de baixa complexidade
e de sua inteira responsabilidade, pois o contrato foi lido e assinado por ambos e, não houve
sequer qualquer questionamento no decorrer do contrato.
Deste modo, não há que se falar em acúmulo de função, muito menos e vínculo
empregatício, sendo refutado qualquer adicional de 50% (cinqüenta por cento) como quer o
Demandante.
Entretanto, se Vossa Excelência entender pelo vínculo empregatício, resta saber que o
PLUS salarial não lhe é devido, pois nada mais fizera além do que era atribuído pela sua
prestação de serviço.
Como regra geral, o acúmulo de função tem caráter excepcional, pois só incide quando
incompatíveis as funções desempenhadas, ou por expressa previsão normativa (legal ou
convencional); isto é, a contratação do trabalhador para exercer certa função não obsta a
que ele venha a desempenhar, licitamente, tarefas compatíveis e/ou correlatas com essa
função. É essa a idéia que se extrai, inclusive, do disposto no art. 456, § único, da CLT.
O parágrafo único do artigo 456 da CLT assegura que o empregador pode exigir do
empregado qualquer atividade lícita dentro da jornada normal, desde que seja compatível
com a sua condição pessoal e que não esteja impedida no seu contrato de trabalho.
Desta forma, este o ônus incumbe ao Demandante, o de provar que de fato ocorreu acúmulo
de função.
Insta ressaltar que sua rotina de trabalho era o próprio reclamante que estabelecia, pois ele
era seu próprio subordinado, como pode se depreender do contrato de trabalho.
d) DAS FÉRIAS
Não há que se falar em férias, pois o reclamante jamais trabalhou de empregado para a
Demandada, exaustivamente, para corroborar com a verdade dos fatos, a relação contratual
é demonstrada nos autos por um contrato de prestação de serviços.
Caso Vossa Excelência não entenda pela ilegitimidade passiva e, que a relação entre as
partes não seja puramente civil, insta observar a prescrição bienal do Demandado.
É notório na Justiça do Trabalho que é de dois anos após o rompimento do pacto laboral,
nos termos do art. 11 caput da CLT o limite do prazo prescricional para reclamar em juízo
de possível PRETENSÃO quanto a créditos resultantes do contrato de trabalho já encontra-
se prescrito, pois o contrato apresentado pelo Demandante demonstra que o pacto laboral
iniciou-se em 05 de novembro de 2015 e teve fim em 30 de março de 2016.
Outrossim, narra o Demandante que sua atividade de prestação serviço teve início em 23
de agosto de 2015 à 05 de novembro de 2016, perfazendo 15 (quinze) meses, ora, aonde
está de fato a verdade? Sendo que o contrato apresentado nos autos formalizado entre as
partes contabiliza 04 (quatro) meses de serviços e pagamento de R$14.000,00 (quatorze mil
reais), sendo o início em 05/11/2015 e fim em 30 de março de 2016. Dada a data do contrato,
o direito encontra-se prescrito desde 30 de março de 2018.
Assim, pugna pela improcedência imperiosa da presente ação por total falta de previsão
legal quanto ao pedido do Demandante, bem como pela ocorrência da prescrição bienal.
V. DO DANO MORAL
Narra o reclamante que no dia 21/11/2018 sofreu acidente de trabalho no qual quebrou um
dedo da mão e que foi apresentado a Demandada um atestado médico, contudo, continuou
trabalhando.
É importante salientar que, o Demandante apresenta um atestado médico inconsistente
como prova do suposto acidente de trabalho, digo isso, em razão da divergência da data do
relatório médico para a data preenchida na folha, pois o relatório médico se deu na data de
25/02/2015, data essa, que o reclamante sequer conhecia a reclamada, embora o suposto
atestado médico tenha sido datado em 21/11/2015, ora, mais prudente seria um laudo
médico, raio X, bem como o prontuário médico de atendimento do hospital que o atendeu.
Portanto, a alegação de acidente de trabalho deve ser refutada por dois fatores:
-Primeiro, não existia vínculo empregatício entre as partes, pois o Demandante era prestador
de serviços pelo qual foi contratado com valor ajustado entre as partes;
-Segundo, não foi apresentado nos autos o laudo médico com raio X, que demonstrariam o
nexo do atestado, bem como o prontuário médico de atendimento do hospital, pois um mero
atestado, sem laudo e ausente outros requisitos, não enseja dano moral;
Ademais, o atestado apresentado nos autos refere-se a enfermidade classificada sob o CID
S62.3 (Fratura de outros ossos do metacarpo), é imprescindível a presença de raio-X
seguido de um laudo, o Demandante surpreendentemente aponta um indício de má fé, ao
classificar um atestado médico como se laudo fosse.
O atestado médico é uma afirmação simples e por escrito de um fato médico, por sua
vez, o Laudo é o parecer escrito e fundamentado do perito sobre a matéria submetida
à sua apreciação, contendo exposição das objeções e ocorrências, apresentando
suas conclusões.
2) No mérito, requer:
b) que seja descaracterizado o vínculo empregatício por força do contrato pactuado e sua
função social, bem como, em razão dos princípios que norteiam a boa-fé objetiva, se, assim
não entender Vossa Excelência, requer a prescrição bienal, nos parâmetros do art. 11, da
CLT;
c) que seja aplicada a prescrição bienal nos parâmetros do art. 11, da CLT, dada a data do
contrato e a protocolização da primeira petição inicial em 10/10/2018, o direito encontra-se
prescrito desde 30 de março de 2018;
d) que seja refutado o pedido de danos morais em razão de ausência de elementos que
comprovam a veracidade dos fatos, bem como a divergência dos fatos narrados com o que
se apresenta no atestado médico sem força de prova;
e) que seja reconhecida a inépcia da inicial com a aplicação do art. 330, inciso III, do CPC;
f) requer a condenação do Demandante para pagamento da multa com fixação de um a dez
por cento do valor da causa por litigância de má-fé, nos moldes do artigo 81 caput, do NCPC,
com fundamento no art. 80, inciso II, III e V, do NCPC, por alterar a verdade dos fatos, usar
do processo para obter objetivo ilegal e, proceder de modo temerário no processo;