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-SEÇÃO
JUDICIÁRIA DE .....
AUTOS Nº .....
....., Empresa Pública, com sede na Rua....., n.º ....., Bairro ....., Cidade .....,
Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a)
(procuração em anexo - doc. 01), vem mui respeitosamente à presença de
Vossa Excelência apresentar
CONTESTAÇÃO
à ação proposta por ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos
PRELIMINARMENTE
Assim, a pretensão do Autor de ver seu nome fora dos bancos de dados de
inadimplentes está destituída de amparo legal e/ou contratual, uma vez que o
FCVS não faz parte do seu contrato, conseqüentemente, é devedor da cifra de
R$ ...., e não realizando o pagamento das prestações devidas, o seu nome
deve ser inscrito em órgãos de proteção ao crédito.
DO MÉRITO
1. Dos Fatos
Diz que o saldo devedor residual existente após o pagamento de .... prestação
é ilíquido diante da discussão judicial.
O Autor postula adiante sob tutela do fumus boni iuris e periculum in mora, que
a inscrição do seu nome nos bancos de dados de inadimplentes é ilegal, pois o
contrato está pendente de decisão judicial.
Juntam documentos
Diante das provas o Juízo concedeu a liminar para retirar o nome do autor dos
órgãos de proteção ao credito.
2. Do Objeto da Cautelar
"11.(...) E por maior que seja a extensão que se possa dar aos vocábulos
consumo e consumidor a eles não se podem assimilar os contratos bancários.
12. Aplicar a Lei de Defesa do Consumidor a quem celebra contratos bancários
soaria tão estranho como a aplicação do Código Penal a criança. (...)
30. Ora, o crédito não se consome e não é destruído; usado, deve ser
restituído. A operação bancária não é objeto de consumo; é intermediária na
produção de bens, bens que serão produzidos para, após, virem a ser
consumidos. (...)
31. O consumidor que a lei protege é o que se serve de bens e serviços para a
satisfação de suas necessidades pessoais e não profissionais, não os
vendendo nem os empregando na produção de outros bens. (...)"
4. Litigância de má-fé
EMENTA
Processual civil e civil. Ação Cautelar. Cadastro de inadimplentes (SERASA,
SPC e outros). Inscrição. Vedação. Requisitos. Não preenchimento. Recurso
especial provido.
DECISÃO
Alega a CEF que o acórdão atacado negou vigência ao disposto no art. 798 do
CPC, além de ter ensejado divergência jurisprudencial.
Sustenta que, estando o mutuário inadimplente, embora o débito esteja sendo
discutido judicialmente, inexiste impedimento para que seu nome seja inscrito
nos cadastros de proteção ao crédito.
Decido.
Com relação à vedação à inscrição nos cadastros de proteção ao crédito, a
recente orientação da Segunda Seção desta Corte (ver Resp 527.618-RS)
recomenda que, para se impor o impedimento pleiteado, se observe a
presença dos seguintes elementos: que o devedor tenha ajuizado pleito
contestando a existência total ou parcial do débito; que demonstre a
plausibilidade jurídica da sua ação; que, versando a controvérsia sobre parte
do débito, seja a parte incontroversa depositada ou garantida por caução
idônea.
Na presente hipótese, não se tem notícia de que todos os requisitos foram
atendidos, razão pela qual o recurso merece provimento.
Posto isso, com apoio no art. 557, do CPC, conheço do recurso e lhe dou
provimento para afastar a vedação à inscrição dos recorridos nos cadastros de
proteção ao crédito, com inversão dos ônus de sucumbência.
Publique-se e intimem-se.
Brasília, 31 de maio de 2004.
Ministro Antônio de Pádua Ribeiro
Relator
EMENTA
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
CABIMENTO DO REGISTRO DO NOME DO MUTUÁRIO INADIMPLENTE DO
SFH NO SPC. AUSÊNCIA DE CLÁUSULA CONTRATUAL PREVENDO A
HIPÓTESE. INDEFERIMENTO DE TUTELA ANTECIPADA.
1. Não se reveste de abusividade ou de desnecessidade a conduta do agente
financeiro do SFH que aponta o nome de mutuário inadimplente aos arquivos
de consumo, sendo esses legítimos alçados à qualidade de serviço público (Lei
8.078/90, art. 43, § 4º). O mesmo apontamento não é impedido pela ausência
de cláusula contratual que o preveja, inaplicável, no caso o art. 54, § 4º do
Código de Defesa do Consumidor.
2. Mantém-se a decisão recorrida, indeferitória da tutela antecipada pedida em
ação pública, com vista ao cancelamento dos registros feitos ou ao
impedimentos de novas inserções, reservado ao interessado pessoal pleitear
em ação individual, sob as cautelas devidas, demonstrando o acerto de sua
resistência contra a exigência que lhe é feita." (Acórdão proferido em 09 de
fevereiro de 1998).
Diante do exposto e por tudo mais que com certeza será suprido com a
inteligência de Vossa Excelência, a instituição financeira, requer que seja
reconsiderado o pedido de liminar e conseqüentemente, indeferido,
possibilitando o registro do nome do Autor nos bancos de dados de
inadimplentes, e, ao final, seja julgada improcedente a presente ação cautelar,
condenando o Autor em litigância de má-fé, ônus de sucumbência e despesas
processuais.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]