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( I ) afirma ser parte ilegítima na formalização da relação jurídica entre a parte autora
e terceiros;
( II ) impugna a justiça gratuita requerida pela parte autora;
II - Dos Fatos
DA IRREGULARIDADE NA CONTRATAÇÃO
Está claro que não houve contratação, o contrato foi produzido de forma
unilateral, sem o consentimento da parte autora, que por ligação telefônica, foi
informado pela ré que a foto que estava sendo retirada da autora era devida para
cancelamento do contrato bancário, feito indevidamente.
Outro ponto que merece destaque, é que a ré tem que esclarecer como
apossou-se dos documentos da autora bem como seus dados pessoais, bancários e
previdenciários, pois aqui deveria ter obedecido a Lei Geral de Proteção de Dados,
tendo em vista que a autora jamais realizou qualquer autorização para o banco
requerido consultar seus dados. Dessa forma sofreu invasão ilícita dos dados
pessoais, bancários e previdenciários e o banco réu cometeu ilícito penal com fraude
praticada.
Mesmo assim quer a ré fazer crer válida a contratação ora discutida e que
agiu dentro do exercício regular do direito. Excelência a autora não realizou a
contratação do empréstimo consignado em discussão junto a ré.
Ora, a autora nunca se utilizou de aplicativos até mesmo porque não tem
conhecimentos técnicos, além do mais foi enganada ao tirar a foto para o
cancelamento do contrato que a ré utilizou para montar uma proposta de adesão ao
empréstimo fraudulento.
E ainda mais, como teria contato com o Banco PAN, situado no Estado de
São Paulo?
Ora Excelência não seria muito mais fácil a autora solicitar um empréstimo
para o Banco onde recebe seu benefício e possui um ótimo relacionamento, com sede
no mesmo Município?
Dessa forma, em razão dos vícios apontados, requer seja acolhida a tese
inicial, declarando-se a violação dos dados pessoais, bancários e previdenciários,
bem como a fraude praticada pela Instituição Financeira ré na realização do suposto
contrato, condenando a reparação civil pretendida na inicial.
Lê-se na contestação nas fls. 102/126, que teria a autora manifestado sua
vontade de contratar de forma livre e consciente. Portanto, afirma a ré, que não há
nos autos hipótese de indícios de vícios do consentimento.
* contrato assinado pela autora de forma escrita, de acordo com seus documentos e
ainda assim constatada sua autenticidade mediante perícia grafotécnica;
* ligações telefônicas gravadas na qual a autora solicita e autoriza o empréstimo junto
a ré.
Pelo grande número de ações distribuídas contra o banco réu, para resolver
problemas de contratações inautênticas, tudo leva a crer que esta Instituição
estimulou seus correspondentes bancários a praticar fraude contra aposentados e
pensionistas de maneira generalizada.
DO VALOR LIBERADO
DA INEXIGIBILIDADE DO DÉBITO
Não se pode perder de vista que no caso em tela trata-se de uma relação
de consumo, autora consumidora (art. 2º) e a ré fornecedora de serviços bancários
(art. 3º) do CDC, portanto a ré atuou em flagrante desrespeito aos art. 39, inciso III,
enviando produto/serviço não solicitado e art. 46 do mesmo diploma legal, pois a
autora sequer sabia da existência do contrato, portanto, não lhe foi dado oportunidade
de ter conhecimento prévio do contrato. Assim a consequente inversão do ônus
probatório em favor da autora é o que se espera.
DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO
Como exposto o banco réu agiu com conduta contrária a boa-fé objetiva,
devendo devolver a autora os valores indevidamente descontados em benefício
previdenciário, inclusive de forma dobrada conforme o § único do art. 42 do CDC.
DO DANO MORAL
Sustenta a ré que não teria lugar qualquer indenização por dano moral,
porquanto tenha agido dentro da licitude, que os débitos são oriundos de contrato
firmado com o BANCO PAN, e estaria ele resguardado pelo exercício regular do direito
de cobrança.
Nesse caso, a autora teve sua intimidade agredida, invadiram seu benefício
previdenciário, retiveram indevidamente verba alimentar, não se pode atribuir isso aos
incômodos contratuais corriqueiros, até porque não partem de qualquer contrato, não
tem base em fato jurídico, mas em imposições disparadas, exigências
despropositadas.
Além disso, não parece mero dissabor, mera contrariedade rotineira, ver-
se alvo de contratações inautênticas, ser compelido por alguém e a algo que nunca
teve notícia, procurar de todas as maneiras possíveis libertar-se daquilo a que não se
obrigou, ver-se às cegas, sem saber como e a quem reclamar. Ser vítima de fato
inexplicável, como esse aqui debatido, abala o estado de espírito, incendeia o dia e
acalora os ânimos negativamente.
DOS PEDIDOS
3. Seja declarada cessada a fé dos documentos de fls. 129/148, nos termos do art.
428, inciso I do CPC, resolvendo incidentalmente a arguição de falsidade
documental, em virtude da assinatura biométrica facial aposta no documento no
qual a autora não consentiu e tampouco autorizou.
5. Reitera todos os termos expostos na inicial bem como, requer o provimento total
dos demais pedidos da exordial, incluindo a condenação da parte ré em honorários
advocatícios e outras verbas sucumbenciais.
Nestes termos,
P. deferimento.