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Nestes termos,
Pede deferimento.
OAB/MG 198.647
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Processo nº 0008234-16.2018.8.13.0191
I – Dos fatos
II – Do direito
Em que pese as razões expendidas pelo agravante, a referida decisão merece ser
mantida por seus próprios fundamentos.
Vivemos em uma situação praticamente única, é uma exceção, um vírus que causa
doenças infecciosas, causando problemas respiratórios graves e gerando morte de milhões de
pessoas ao redor do globo.
O membro do Parquet aponta que o TJMG e o CNJ não possuem respaldo para
realizar tal ato. Ora, percebe-se o descaso do Ministério Público com a população carcerária,
ao assim declarar.
Data vênia, o Conselho Nacional de Justiça foi consagrado pelo STF, na ADI
3.367/DF, como órgão integrante do Poder Judiciário. A Constituição Federal estabeleceu em
seu art. 103-B, § 4º, I a seguinte atribuição para o CNJ: “zelar pela autonomia do Poder
Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências”.
Neste mesmo sentido, a ADC 12/DF considerou que “Se o Conselho Nacional de
Justiça, como proclamado pelos integrantes da Corte me antecederam, legislou [...] ele o fez
totalmente à margem das atribuições previstas de forma exaustiva, na Constituição Federal”.
Não podemos esquecer que o ambiente prisional que não tem condições
adequadas de higiene, como é o caso do Presídio de Curvelo, se tornando um local apto a
rápida propagação de doenças infecciosas. Os presos do regime semiaberto, em sua maioria,
possuem trabalho externo e podem contrair a doença enquanto laboram e transmiti-la aos
demais acautelados quando se recolhem dentro do estabelecimento prisional. Não podemos
esquecer também dos agentes penitenciários, que possuem um trafego intenso ao entrar e sair
do presidio. Devemos ressaltar que o presídio de Curvelo atualmente sequer conta com
médico para atendimento dentro daquele estabelecimento e que está superlotado. O presídio,
que possui capacidade de lotação de 104 detentos, estava abrigando, na data da inspeção, mais
de 300 presos. Além do mais o Presídio de Curvelo ainda se encontra parcialmente interditado
pelo juízo de Execução Penal.
Assim, para se evitar o contágio de uma doença grave e que atingiu patamar de
pandemia, vem requerer a concessão de prisão domiciliar aos presos do regime semiaberto
por tempo indeterminado até que se tenha o mínimo de segurança em relação ao contágio do
Corona vírus.
III – Do pedido
Nestes termos,
Pede deferimento.
OAB/MG 198.647