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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE XXXXXXXXX

Autos de nº: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Os advogados XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX,
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o nº XXXXX e XXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob
o nº XXXXXX, ambos com endereço profissional na XXXXXXXXX, nº XXX,
Sala XXXX, Bairro XXXXXXXXX, XXXXXXXX/XX, CEP nº XXXXXXX, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência impetrar:

HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR

com base no artigo 5º, inciso LXVIII, da CF/88,combinado com o artigo 647 do
Código de Processo Penal, contra ato do JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA DE
XXXXXXXXXXXXXXXXX DA COMARCA DE XXXXXXXXXXXXXXXXX/XX em
favor de XXXXXXXXXXXXXXX, (nacionalidade), RG sob o nº XX. XXXXXXXX,
filho de XXXXXXXXXXX e XXXXXXXX, pelos fatos e fundamentos jurídicos a
seguir expostos:

I – DA SÍNTESE DOS FATOS OBJETO DO PRESENTE WRIT

O Paciente fora condenado a uma pena de XX (XXXX anos) e XX


(XXX) meses de reclusão, em regime XXXXX, estando atualmente com
previsão para o alcance da progressão de regime datada para o dia
XX/XX/XXXX. (DOC 1- ATESTADO DE PENA).
Posteriormente, esta d. defesa apresentou pedido de progressão
de regime antecipada, bem como de prisão domiciliar, haja vista o
preenchimento dos requisitos para o alcance de ambos os benefícios.

Salienta-se que a defesa apresentou três pedidos com a mesma


causa de pedir, estando eles em momento distintos, sendo necessário em um
deles, opor Embargos de Declaração, haja vista a omissão ocorrida em uma
das decisões proferidas pelo Juízo de primeiro grau.

Apesar dos pleitos, o Douto Juízo a quo indeferiu ambos os


pedidos, sob tais fundamentos: (DOC 2 – ATO COATOR).

“ (...)

Ante o exposto, considerando o regime de cumprimento de penas (fechado) e que o


sentenciado não se enquadra no grupo de risco, assim definidos pelo Ministério da Saúde,
reputo ausente o requisito objetivo, razão pela qual indefiro o pedido de prisão domiciliar,
nos termos dos arts. 3º e 6º, ambos da Portaria Conjunta nº 19/PR-TJMG/2020.” (evento
146.1)

“ (...)

Verifico que a Portaria do TJMG não sugere a progressão antecipada de regime aos
sentenciados do regime fechado, mas apenas a ocupação dos espaços disponibilizados pelo
semiaberto(vagas na UP/celas) , mantendoo rigor do regime fechado. Ademais,a
transferência de presos estáa cargo da SGVC (Superintendência de Gestão de Vagas e
Custódias Alternativas), na SEAP (Secretaria de Administração Prisional). Ante o
exposto,indefiroo pedido defensivo, por ausência de previsão normativa.” (evento 161.1)

“ (...)

Considerando que o pedido defensivo já foi devidamente analisado em seq. 161.1, nada a
prover”. (evento 172.1)

“ (...)

Considerando que o pedido defensivo já foi devidamente analisado nos seq. 161.1 e 146.1,
nada a prover.” (evento 172.1)
Em que pese o notável respeito a decisão do Juízo a quo, a
fundamentação utilizada pela Autoridade Coatora para fins de indeferir o
pedido de progressão de regime e prisão domiciliar encontra-se totalmente
irregular, uma vez que foram utilizados argumentos genéricos e superficiais,
não havendo análise afunda dos quesitos objetivos e subjetivos do Paciente.

Salienta-se que esta d. defesa apresentou novos pedidos, em


momentos distintos, uma vez que a data para o alcance do benefício executório
de progressão de regime se aproxima, tratando-se pois, de NOVA SITUAÇÃO
FÁTICA/JURÍDICA. Entretanto, apesar da situação acima, o d. Juízo de
primeira instância sequer analisou os pedidos, aduzindo tratar-se de “mera
reiteração”, O QUE NÃO É O CASO DOS AUTOS.

Logo, dar fim ao constrangimento ilegal ocasionado pela


decisão que negou o pedido de progressão de regime e prisão domiciliar é o
objeto do presente writ.

II – DA AFRONTA A RECOMENDAÇÃO DE Nº 62 DO CNJ E DO


PRÓPRIO OFÍCIO DE Nº 35654/2018 ORIUNDO DA EG. PRESIDÊNCIA
DO TJMG

Prima Facie, verifica-se que estamos tratando de Paciente que


cumpre pena em regime fechado, estando com previsão de alcance para a
devida progressão de regime datada para o dia XX/XX/XXXX.

Pois bem!

Segundo o Ofício 35654/2018, oriundo da Eg. Presidência do


TJMG/Programa Novos Rumos), criado a partir do Programa SE, que decorre
de uma política criminal em virtude da situação alarmante que se encontra o
sistema prisional de Minas Gerais, corroborando com o entendimento do STJ
no RESp 1710674/MG, cria a possibilidade para que os sentenciados que
estejam no mínimo 03 (três) meses de alcançar a progressão para o regime
aberto, possam aguardar o restante da pena em prisão domiciliar.
Além disso, é de conhecimento público e notório que
atravessamos uma grave crise de saúde pública, em razão do surto pandêmico
de doença respiratória provocado pelo COVID-19, à vista do que o Ministério
da Saúde, por via da Portaria nº 188/2020, declarou “Emergência de Saúde
Pública de Importância Nacional”, opção esta também adotada pelo Estado de
Minas Gerais com o objetivo de conter a propagação do vírus.

Por outro lado e de forma mais específica, o Conselho Nacional


de Justiça, editou um ato normativo (RECOMENDAÇÃO DE Nº 62), que prevê
a possibilidade da concessão antecipada da progressão, em razão da situação
excepcional que estamos vivendo em virtude do (COVID-19). Vejamos:

Art. 5o Recomendar aos magistrados com competência sobre a execução penal


que, com vistas à redução dos riscos epidemiológicos e em observância ao
contexto local de disseminação do vírus, considerem as seguintes medidas:

I – concessão de saída antecipada dos regimes fechado e semiaberto, nos


termos das diretrizes fixadas pela Súmula Vinculante no 56 do Supremo
Tribunal Federal, sobretudo em relação às:

b) pessoas presas em estabelecimentos penais com ocupação superior à


capacidade, que não disponham de equipe de saúde lotada no
estabelecimento, sob ordem de interdição, com medidas cautelares
determinadas por órgão de sistema de jurisdição internacional, ou que
disponham de instalações que favoreçam a propagação do novo
coronavírus; (grifei)

Nobre Julgador, diante do atual cenário que estamos vivendo


necessário se faz a concessão da antecipação do regime de cumprimento de
pena do Paciente. Além disso, conforme se extrai dos autos de execução o
mesmo mantêm regularmente boa conduta carcerária, bem como vem
demonstrando excelentes condições de ressocialização e reinserção na
sociedade, o que pode se comprovar através da sua inscrição no Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM), anexado aos autos.

Vale mencionar que desde o início do mês de XXXX o Paciente


recebeu uma proposta de emprego, estando pendente tão somente pelo fato
deste ainda permanecer no regime de cumprimento de pena fechado.
Por conseguinte, impõe-se destacar, inicialmente, que o Paciente
em questão tem serviço externo garantido, na Empresa
XXXXXXXXXXXXXXXXX nome fantasia XXXXXXXXXXXXXXXXXX, com
inscrição no CNPJ de nº XXXXXXXX, na função de XXXXXXXXX, conforme
declaração em anexo.

Salienta-se que um dos objetivos do trabalho é a promoção da


educação do preso, visando à sua futura inserção ou reinserção ao mercado de
trabalho, e que o judiciário deverá buscar alternativas mais eficazes para a
consecução deste objetivo, viabilizando o exercício da atividade laborativa ao
preso.

Vale mencionar que a oferta de trabalho oferecida a pessoa do


Paciente é algo que muitos almejam, diante da crise econômica que o País
enfrenta, razão pela qual, este não pode se ver prejudicado de alcançar a sua
reinserção/ressocialização, bem como a independência financeira pelo simples
fato do d. Magistrado de primeira instância não compactuar com as orientações
e recomendações advindas do CNJ e TJMG.

ORA, VERIFICA-SE QUE ESTAMOS TRATANDO DE


PACIENTE QUE PREENCHE TODOS OS REQUISITOS OBJETIVOS E
SUBJETIVOS, A FIM DE ALCANÇAR A PROGRESSÃO DE REGIME, NÃO
HAVENDO MOTIVO JUSTO E PLAUSÍVEL PARA A MANUTENÇÃO DO
REGIME FECHADO, HAJA VISTA ORIENTAÇÕES/RECOMENDAÇÕES
ADVINDAS DO CNJ E TJMG.

Excelência, apesar do notável respeito empreendido por esta


defesa, o que se vê nos autos é a ausência de análise afunda das petições
anteriormente protocoladas por esta defesa, uma vez que não há amparo
jurídico cabível para a não concessão do benefício ao Paciente. Além disso,
vale mencionar que o d. Juízo a quo já decidiu favoravelmente diversos outros
casos correlacionados a este, o que por ora, torna-se a situação mais
intrigante.
VEJA-SE: O PACIENTE VIVE CONSTANTEMENTE EM BUSCA
DA SUA TÃO SONHADA REINSERÇÃO E RESSOCIALIZAÇÃO, ESTANDO
TAL SITUAÇÃO PENDENTE PELO SIMPLES FATO DESTE NÃO TER
ALCANÇADO UM BENEFÍCIO QUE LHE É DE DIREITO.

Assim sendo, considerando o entendimento legal, a jurisprudência


pátria, bem como a situação excepcional e emergencial que assola o nosso
país, REQUER seja concedida ao Paciente a progressão do regime fechado
para o regime semiaberto, nos termos do art. 112 da Lei de Execução Penal,
bem como com base na Recomendação de nº 62 do CNJ e Ofício 35654/2018,
oriundo da Eg. Presidência do TJMG/Programa Novos Rumos. Além disso, por
se tratar da preservação da dignidade da pessoa humana, aqui tratada como
sendo direito individual do Paciente, bem como da manutenção da saúde
coletiva, o que ambos são deveres do Estado.

III – DA AFRONTA A PORTARIA CONJUNTA Nº 19/PR-TJMG/2020 E


DEMAIS ORIENTAÇÕES ADVINDAS DA PANDEMIA MUNDIAL

Compulsando aos autos, verifica-se que este tópico trata-se de


ato acessório, razão pela, esta d. defesa entendeu por bem separar tais
situações da presente forma, acreditando fielmente no dever/direito do
Paciente em alcançar o benefício executório da progressão de regime.

Pois bem!

Apesar da adoção de algumas medidas por parte do TJMG e


CNJ, o tão indesejado vírus (COVID-19) se instalou nas dependências dos
estabelecimentos prisionais e já vem causando mortes contínuas, uma vez que
o local é insalubre e com alto índice de aglomeração, infelizmente.

Assim, o governo do Estado de Minas Gerais, de forma conjunta


com o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, editaram ato normativo
(PORTARIA CONJUNTA Nº 19/PR-TJMG/2020) em que recomendam
expressamente que todos os presos condenados em regime aberto e
semiaberto devam seguir para prisão domiciliar, mediante condições a serem
definidas pelo
Juiz da Execução.

Em virtude das decisões exaradas em caráter excepcional, na


data de 13/05/2020, o d. Ministro Sebastião Reis Junior, em sede de liminar,
deferiu o pedido formulado pela Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais,
nos autos do HC nº 57495 – MG (2020/0093487-0), concedendo efeitos
extensivos da decisão de ff. 304/309, “ a fim de impor o regime domiciliar,
especificamente aos reeducandos do sistema prisional de Minas Gerais que
cumprem pena em regime semiaberto e aberto, que tiveram suspenso o
trabalho externo, como medida preventiva de combate à pandemia”.

Por conseguinte e em atendimento ao disposto, outrora nas


diretrizes constantes da PORTARIA CONJUNTA Nº 19/PR-TJMG/2020, na
própria Recomendação nº 62/2020 do CNJ e atendendo aos atinentes à
recente decisão do Superior Tribunal de Justiça, efeitos extensivos nos autos
do HC nº 57495-MG, e com foco permanente no contingenciamento da
pandemia do Coronavírus, os juízos estão ampliando as hipóteses, de modo
absolutamente excepcional, da concessão da prisão domiciliar para presos que
estejam em cumprimento de pena no regime semiaberto, com trabalho externo
autorizado e que não tenham sido condenados por falta grave há menos de um
ano ou respondendo a processo administrativo disciplinar pela suposta prática
de falta grave, O QUE É O CASO DOS PRESENTES AUTOS.

Portaria Conjunta Nº 19/PR-TJMG/2020

Art. 3º Recomenda-se que todos os presos condenados em regime aberto


e semiaberto devem seguir para prisão domiciliar, mediante condições a
serem definidas pelo Juiz da execução.

Parágrafo único: Não se aplica a recomendação contida no "caput" aos


presos que estão respondendo a processo disciplinar por suposta falta
grave. (GRIFEI)

Outrossim, fora trazido ao conhecimento deste d. Procurador que


no presídio (XXXXXXXXXXX), local em que o Reeducando cumpre fielmente a
sua reprimenda está com a defasta proliferação do vírus (COVID-19), em
especial, na cela em que o mesmo está instalado – descrição: ala XX, cela XX,
o que torna a situação ainda mais delicada.
ORA, VERIFICA-SE QUE ESTAMOS TRATANDO DE
PACIENTE QUE ATUALMENTE PREENCHE TODOS OS REQUISITOS
AUTORIZATIVOS PARA FINS DE PRISÃO DOMICILIAR, HAJA VISTA AS
SEGUINTES CONDIÇÕES: FASE EXECUTÓRIA (VAI PROGREDIR PARA O
SEMIABERTO), BEM COMO BOM COMPORTAMENTO CARCERÁRIO, NÃO
HAVENDO PRÁTICA DE FALTA GRAVE.

E por fim, sendo o mais preocupante para o caso em questão, a


unidade prisional em que o Paciente cumpre pena está tomada pela
proliferação do vírus, tendo alguns colegas de cela do Paciente sido acometido
pela drástica doença.

Nobre Julgador, estamos tratando de doença (COVID-19)


altamente contagiosa, em especial em locais com alta concentração de
pessoas e com baixo índice de higiene, como é o caso das unidades prisionais
do Estado, que carecem de estrutura mínima de salubridade.

Além disso, é notório conhecimento de que as unidades do


Estado não possuem estrutura adequada para atendimento médico e a
eventuais casos suspeitos/confirmados, nem tampouco instalações próprias
para isolar estes casos, evitando assim a disseminação da doença.

ASSIM, VERIFICA-SE QUE EM CASO DE MANUTENÇÃO DA


PRISÃO DO PACIENTE TORNA-SE EXTREMAMENTE VISÍVEL O ALTO
RISCO DE CONTÁGIO E PROPAGAÇÃO DO VÍRUS NESTES AMBIENTES,
O QUE POR ORA, ELEVA-SE O RISCO DE ÓBITO DECORRENTE DA
CONTAMINAÇÃO, DADA A FALTA DE ESTRUTURA PARA TRATAMENTO,
INCLUSIVE EM RELAÇÃO AO PRÓPRIO PACIENTE, UMA VEZ QUE ESTE
JÁ TEVE/TEM CONTATO DIRETO COM O TEMIDO VÍRUS.

Excelência, o controle da pandemia e contenção da propagação


do vírus em locais de alto risco é de interesse coletivo, e não beneficia
apenas aqueles que se encontram privados de sua liberdade, mas também
toda a sociedade, servidores/funcionários das unidades e familiares, eis que
estando em contato com eventual foco da doença, seriam estes os vetores
principais da transmissão do vírus para o ambiente extramuros.
ASSIM, PERMANECER COM A SEGREGAÇÃO CAUTELAR DO
PACIENTE É O MESMO QUE IGNORAR TODOS OS PROTOCOLOS
SANITÁRIOS RECOMENDADOS/EMPENHADOS PARA EVITAR A
PROPAGAÇÃO DO VÍRUS NAS UNIDADES PRISIONAIS. ALÉM DE EXPOR
O PACIENTE DE FORMA DIRETA AO VÍRUS, PODENDO ESTE SER
ACOMETIDO PELA DOENÇA, CORRENDO O RISCO DE VIR A ÓBITO POR
ALGO QUE PODERIA SER EVITADO PELO ESTADO.

Assim sendo, por tudo que lhe foi posto, diante do preenchimento
dos requisitos autorizativos apontado na portaria acima e por se tratar de
medida emergencial e excepcional, REQUER seja deferida a prisão domiciliar
como forma de solidariedade judicial em face da pandemia que vivemos,
evitando assim, situação catastrófica obituária em nosso sistema prisional que
já é degradante e desumano.

IV – DO PEDIDO DE LIMINAR

Não há necessidade da manutenção da prisão do Paciente em


unidade prisional. Ao contrário, a situação fática/jurídica a afasta, pois, como
demonstrado, o Paciente faz jus a progressão de regime antecipada para o
aberto, haja vista o lapso temporal inferior a XX (XXXX) meses para o devido
alcance, além de possuir bom comportamento carcerário.

Como ato acessório, a concessão da prisão domiciliar é a medida


que se impõe, uma vez que estando em regime semiaberto, com alto índice de
contaminação na unidade prisional em que o Paciente cumpre pena, em
especial, na própria cela que divide com os demais colegas.

Insta salientar que o Paciente possuí bom comportamento


carcerário, possui residência e domicílio próprio na Comarca de XXXXXXXXX,
é genitor de XXXX criança(s) menor de 12 anos que necessita de seus
cuidados fraternal/financeiro e por fim, possui proposta de emprego em aberto,
o que por ora demonstra que a manutenção da sua prisão em estabelecimento
prisional é inadequada e de antemão irregular diante do caso concreto.
Sobretudo quando considerada as recomendações/orientações e
portarias advindas do Ministério da Saúde, CNJ e do próprio TJMG, que prevê
medidas paliativas, a fim de se evitar a propagação do vírus nas unidades
prisionais.

Noutro giro, o periculum in mora decorre do fato que o Paciente


encontra-se acautelado em unidade prisional em virtude de decisão
manifestamente ilegal, vez que o Paciente faz jus a progressão de regime, bem
como que há possibilidade concreta da substituição da prisão em unidade
prisional por prisão domiciliar, a fim de resguardar a saúde individual e coletiva,
conforme já argumentado.

Além do mais, verifica-se que o Paciente preenche todos os


requisitos necessários, a fim de alcançar a prisão domiciliar, não se
mostrando bastante, em juízo de proporcionalidade, para manter o
mesmo sob o rigor do cumprimento de pena em unidade prisional.

Desse modo, REQUER seja, com a devida urgência,


CONCEDIDA A ORDEM DE HABEAS CORPUS para substituir a prisão do
Paciente pela prisão domiciliar, sem prejuízo do restabelecimento da constrição
provisória, se houver violação das medidas cautelares ou sobrevier situação
que configure a exigência da cautelar mais gravosa.

V – DOS PEDIDOS

Por todas estas razões elecandas, REQUER:

a) Seja concedida a medida liminar, ante a existência de


fumus boni iuris e periculum in mora, bem como da
pandemia (COVID-19), determinando a progressão de
regime antecipada do Paciente, bem como a substituição
da sua prisão pela prisão domiciliar, sem prejuízo do
restabelecimento da constrição provisória, se houver
violação das medidas cautelares ou sobrevier situação
que configure a exigência da cautelar mais gravosa;
b) Seja concedida a Ordem de Habeas Corpus, ratificando-se
a liminar para reconhecer o direito do Paciente de
progredir de regime, bem como cumprir a sua reprimenda
estando em PRISÃO DOMICILIAR, com fulcro na situação
fatica e de direito acima listada, no entendimento dos
Tribunais Superiores, RECOMENDAÇÃO DE Nº 62 DO CNJ
e PORTARIA CONJUNTA Nº 19/PR-TJMG/2020, tendo em
vista a pandemia mundial (COVID-19) e as condições
pessoais do Paciente, conforme já demonstrado.

Como ato acessório, requer seja concedido o direito de


exercer atividade laborativa remunerada, de acordo com a
proposta de emprego que lhe fora ofertada, estando esta
anexada a presente peça, por ser fator de extrema
relevância para a reinserção e ressocialização do Paciente.

Termos em que, Pede e espera deferimento

(Local), (Dia) de (Mês) de (Ano).

P.p
(Nome do Advogado)
OAB/XX XXX.XXX
(Assinado eletronicamente)

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