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PEÇA 3: AGRAVO EM EXECUÇÃO

EXMO. JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DA


COMARCA DA _________

CES:

APENADO:

RG:

MINISTÉRIO PÚBLICO, por seu Promotor de Justiça, inconformado


com a decisão indeferiu o pedido ministerial de interrupção do prazo para
progressão ao regime semiaberto, em relação à falta grave praticada no
dia 20/02/2018, vem, tempestivamente, perante V. Exa., interpor o presente

RECURSO DE AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL

Com fulcro no art.68, III e art. 197, da Lei de Execução Penal.

Requer, ainda, caso não reconsiderado a decisão agravada, sejam


os autos do recurso encaminhados a uma das Câmaras Criminais deste
Egrégio Tribunal, para devido processamento.

Acompanham o presente recurso as razões de inconformismo bem


como as peças indicadas por lei.

PROMOTOR DE JUSTIÇA
AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO

AGRAVADO:

RAZÕES DE AGRAVANTE

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara Criminal,

Douta Procuradoria de Justiça:

I - DOS FATOS

O apenado em questão cumpre pena em regime fechado na [nome


da unidade prisional] do Estado. No dia 20/02/2018, o custodiando foi punido
administrativamente por suposta entrada no cubículo durante procedimento de
geral, sendo-lhe imputada a falta grave prevista no artigo 50, inciso VI, da Lei
de Execução Penal (LEP).

Durante o procedimento administrativo, o apenado prestou


declarações, admitindo a veracidade dos fatos descritos no procedimento
disciplinar. Em suas declarações, ele afirmou que, na ocasião da realização da
geral, os guardas trancaram os cubículos, houve alvoroço e vários
companheiros adentraram os cubículos para buscar seus pertences. O
apenado alega que também entrou no cubículo para pegar seus materiais de
higiene, remédios e toalha de banho, afirmando que não desrespeitou o
inspetor e tentou explicar que não havia nada errado em suas coisas, mas o
guarda se recusou a ouvi-lo.
II - DA DECISÃO AGRAVADA

O Juízo de Execuções Penais, ao analisar o caso, entendeu que não


seria adequado interromper o prazo para progressão de regime,
fundamentando sua decisão no argumento de que as sanções administrativas
já foram impostas ao apenado. O magistrado considerou que a conduta do
apenado, embora não adequada, não geraria as mesmas consequências
judiciais de comportamentos mais nocivos, como evasões, agressões e posse
de objetos ilícitos.

Diante disso, o Juízo de Execuções Penais indeferiu o pedido


ministerial de interrupção do prazo para progressão de regime em relação à
falta grave praticada, entendendo que as sanções administrativas impostas ao
apenado, como o isolamento por 30 dias, suspensão de direitos e
rebaixamento de índice carcerário para o "negativo" por 180 dias, além da
ausência de benefícios extramuros por 12 meses, seriam suficientes como
punição e para evitar a repetição da conduta faltosa.

III - DO DIREITO

O Ministério Público, como defensor da ordem jurídica, da


integridade do sistema penal e da correta aplicação da Lei de Execução Penal,
entende que a decisão proferida pelo Juízo de Execuções Penais merece
reforma, uma vez que não observa os princípios constitucionais da
razoabilidade e da individualização da pena.

Consoante o Enunciado 534 da Súmula do Superior Tribunal de


Justiça, a prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a
progressão de regime de cumprimento de pena, reiniciando-se a partir do
cometimento dessa infração. Tal entendimento encontra respaldo na
jurisprudência consolidada, que reconhece a necessidade de aplicação
rigorosa das sanções em casos de cometimento de faltas graves.

IV - DO PEDIDO

Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência que:

1. Receba e processe o presente Agravo em Execução, determinando a


intimação do juízo a quo para prestar informações no prazo legal;

2. Determine a remessa dos autos ao Tribunal competente para julgamento


do recurso;

3. Ao final, dê provimento ao presente recurso, reformando a decisão


agravada, a fim de que seja reconhecida a interrupção do prazo para
progressão de regime, conforme o disposto no artigo 127 da Lei de
Execução Penal e no Enunciado 534 da Súmula do Superior Tribunal de
Justiça.

PROMOTOR DE JUSTIÇA

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