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AO DOUTO JUIZA DA 2ª VARA CRIMINAL DE VITORIA/ESPIRITO SANTO

Proc. n. º: ...
Matheus, qualificação e endereço completos, por intermédio de seu
advogado infra-assinado (procuração em anexo) com escritório onde recebe intimações
e notificações, vem respeitosamente perante vossa Excelência apresentar RESPOSTA
A ACUSAÇÃO, com fulcro nos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal,
pelos fatos e fundamento a seguir expostos:
I - FATOS
Matheus que tem intolerância a álcool, estava presente em uma festa, porem
em nenhum momento havia ingerido bebida alcoólica e que por erro do funcionário do
bar, deu a ele um drink que possuía uma dose de gin, uma bebida com grande teor
alcoólico, na qual o já colocou em situação de embriaguez.
O acusado então, é surpreendido pela presença de Caio, um desafeto, que
em diversas oportunidades em jogos de futebol se desentenderam. Em sua total
embriaguez, Caio começou a rir da situação de Matheus, momento em que Matheus usa
a garrafa de refrigerante, de vidro, que estava em suas mãos, para desferir um golpe na
cabeça de Caio.
Caio foi encaminhado para o hospital e, após atendimento médico,
compareceu à Delegacia, e informou que teve de levar 15 pontos na cabeça, razão pela
qual ficaria (ficou) incapacitado de trabalhar por 45 dias, e em razão da dor que sentia
na cabeça, deixou de comparecer, para a realização de exame de corpo de delito,
informando, ainda, que não teve acesso ao Boletim de Atendimento Médico (BAM) no
hospital, não sabendo se ele foi, efetivamente, realizado.
Desta forma o Ministério Publicou ofereceu denúncia imputando-lhe a
prática do crime do Art. 129, § 1º, inciso I, do Código Penal.
II - TEMPESTIVIDADE
De acordo com o art. 396 do CPP o prazo para a apresentar a resposta a
acusação é de 10 (dez) dias contados da citação do acusado. Matheus foi pessoalmente
citado e intimado, em 16 de novembro de 2022, assim o prazo processual termina no dia
28 de novembro de 2022. Desta forma ver se que a presente peça processual se encontra
tempestiva e dentro do prazo estabelecido em nosso ordenamento.
III – PRELIMINARES
1. DA NULIDADE

Cabe arguir em cede de defesa as nulidades e vícios que constem no


processo, desta forma pede-se pela rejeição da denúncia oferecida pela Ministério
Público, por falta de materiais essenciais para a comprobação do fato e estabelecida em
sede de ordenamento jurídico.
De acordo com o art. 395, III e Art. 564, III, b, do CPP, estabelece que
ocorrerá nulidades nos casos em que pela falta do exame de corpo e delito nos crimes
que deixam vestígios, configuram vícios.

Ou seja, tal imputação quando deixar vestígios, é indispensável a realização


do corpo de delito, não podendo ser suprida por confissão do acusado, como dispõe o
art. 158 do CPP, e tais documentos como a prova pericial ou até mesmo o boletim
médico não constam nos autos do processo. Desta forma proceda a extinção do feito.
IV - MÉRITO
1. DO CABIMENTO DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
O Ministério Público, ao realizar a denúncia, descartou a possibilidade de
oferecer a proposta da suspensão condicional do processo firmando que o dispositivo
culmina em pena máxima prevista para o delito ser cinco anos de reclusão e nos termos
do Art. 89 da Lei nº 9.099/95 é cabível tal proposta, desde que a infração tenha a pena
mínima seja fixada em até um ano, e não a pena máxima
Outro argumento trago foi por ter uma condenação transitada em julgado
sob os termos do Art. 42 do Decreto-lei no 3.688/41, conduto a lei de que se trata é
sobre contravenções penais.
Desta forma, o Ministério Público se equivocou em suas razões em não
apresentar a suspensão condicional do processo. Então percebe-se o preenchimento dos
requisitos do art. 89 da lei n° 9.099/95.
2. CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR
Estabelecido no art. 28, II, § 1º do Código Penal, é isento de pena a pessoa
que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Diante dos fatos e fundamento podemos perceber que a conduta de Matheus
é ausente de culpabilidade e por fim não configurando crime.
Gerando a causa de absolvição prevista no artigo 397, II do CPP.
V – PEDIDOS
Diante do exposto requer:
a) O acolhimento das alegações e reconheça o vício processual da Denúncia
oferecida pelo Parquet;
b) Que seja oferecido a proposta de suspensão condicional do processo;
c) Que Matheus seja absolvido sumariamente sob fundamento do art. 397, II do
CPP.
ROL DE TESTEMUNHAS
1) Carlos, qualificação e endereços completos;
2) José, qualificação e endereços completos;
3) Antônio, qualificação e endereços completos.

Nestes termos, pede deferimento


Local, 28/11/2022
Advogado... OAB...

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