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Processo nº 

0010866-08.2016.8.14.0401
LINK: https://youtu.be/y0Eui4RNJ5c

Informações
Data do julgamento 20/08/2018

Tribunal de Origem
TJPA

Crime
Feminicídio (Artigo 121, § 2°, IV e VI).

Início do Processo
2016

Natureza
- Ação Penal De Competência Do Júri

Área do Direito
CRIMINAL

Vítima
Camila Sarmento Pereira

Réu
Alexandre Rodrigo Trindade Ferreira

RELATÓRIO
TRIBUNAL DO JÚRI

O presente Júri teve como objetivo absolver ou condenar o réu preso, acima
citado, pelo crime de Feminicídio (Artigo 121, § 2°, IV e VI), contra a vítima Camila.
Apresenta-se em polo ativo a Promotoria de Justiça representado por Franklin Lobato
Prado e em polo passivo Alexandre Rodrigo Trindade Ferreira sob defesa técnica da
Defensoria Pública representado por Rafael Sardes, e o juízo, representado pela juíza
Ângela Alice Alves Tuma.
Na fase testemunhal, não foram arroladas nenhuma testemunha por parte da
defesa, já a acusação por sua vez, arrolou o numero máximo de 5 (cinco),
testemunhas, das quais 4 (quatro) se ausentaram em juízo, sendo uma substituída.
A primeira testemunha ouvida foi o policial civil João Gildo Paes Martins que
trabalhou na investigação. Ao descrever o crime de homicídio cometido dentro de um
motel, citou que o acusado deixou a cena do crime em fuga e o réu, ao ser encontrado
em sua casa, confessou a autoria quando foi contraditado com imagens da câmera e
vestimentas encontradas no local, e que o mesmo confessara também na delegacia o
cometimento do crime.
A segunda testemunha ouvida foi chefe da polícia civil Manoel Maria Amaral,
que afirmou a claridade na investigação de inquérito, acusando o Alexandre de cometer
o crime por meio de um golpe chamado “mata leão” e que a vítima havia lutado com o
agressor pela sua vida, deixando-o com arranhões, e que no momento da sua prisão
se encontrava com marcas.
No seu depoimento, o réu alegou não ter nenhum relacionamento anterior com a
vítima e suas amigas, ressaltando que se conheceram numa festa, antes do ocorrido,
onde ingeriram bebida alcoólica e fizeram o uso de entorpecente (cocaína) até que
decidiram sair em sentido ao motel onde tiveram relação sexual de maneira
consensual. O acusado relatou que a vítima veio a passar mal devido ao uso de
cocaína e que ficou assustado ao ver a mesma naquela situação, pois já respondia por
crimes anteriormente. Alegou também não ter praticado violência contra a vítima.
A Defensoria Pública alega que em um primeiro momento o fato descrito pelo
policial não havia ordem judicial expressa para adentrar no imóvel do acusado. Além
disso, se dirigiu com perguntas ao indivíduo em fase de depoimento para esclarecer
possíveis dúvidas, em que o réu reforça não ter realizado qualquer tipo de exame de
corpo de delito ao chegar à delegacia.
Nas alegações finais, a Promotoria Pública expõe conjunto probatório do
acusado, com isso, contesta versão de depoimento, alerta o crescimento do
Feminicídio no Brasil e, afirma que a morte se deu por estrangulamento, embasado
pelo laudo pericial. No entanto, busca-se consumar a pena pelo crime de feminicídio
pelo agravante crime de gênero e relevante dano moral da vítima.
Já nas alegações finais da Defensoria Pública, o defensor reafirma ilicitude
probatória, e que a prisão foi realizada sem fundamento legal, pois não foi expedido
alvará de prisão, contesta ainda a não realização de exame toxicológico na vítima.
Ademais, reitera que, a sufocação nem sempre se dar por estrangulamento e sustenta
uma possível sufocação química, alegando que a vítima teve uma sufocação por
overdose, em decorrência do uso de cocaína. Pretende-se uma possível absolvição por
denúncia imprópria de crime cometido, devido a morte ter se dado por motivo de
overdose e não asfixia.
Em fase de leitura de sentença, os jurados apontaram a materialidade do crime,
contendo autoria por parte do réu, chegando à conclusão que o réu não deveria ser
absolvido. Ressaltando que, a vítima teve seu poder de defesa diminuído, e que o
crime ocorreu em face da vítima ser do gênero feminino e por estar em uma relação
íntima afetiva. Por fim, foi decretada a pena de reclusão de 25 anos, inicialmente, em
regime fechado.

Anthony Oliveira Lima / 2020002213426


Cinthia
Suene
Wilson Cerqueira dos Santos Junior / 20200924305

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