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MEDICINA LEGAL
ÍNDICE
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MEDICINA LEGAL
1. MEDICINA LEGAL: CONCEITOS
A Medicina Legal não possui conceituação estanque visto se tratar de ciência
deveras importante para a coletividade, bem como pelo fato de se ocupar de estreitar
as relações entre conhecimento biológico e conhecimento jurídico. Além disso, a
disposto do que se acredita, a Medicina Legal não é propriamente uma especialidade
médica a julgar por utilizar inúmeros campos da Medicina tradicional para explicar e
atender ao campo do Direito.
De acordo com Genival Veloso de França: “(...) é Ciência, Técnica e Arte ao
mesmo tempo”. Sendo considerada ciência por servir-se de conhecimentos, teorias e
doutrinas adstritas à Medicina de acordo com a metodologia científica estabelecida
por Aristóteles, quando da Filosofia da Ciência. Em tempo, para Aristóteles, as
ciências são maneiras de busca pelo aperfeiçoamento do raciocínio e da alma, sem
estabelecer um único objetivo ou em razão de uma utilidade, sendo uma busca do
universal a partir de um conhecimento demonstrativo dedutivo.
Deve ser considerada ainda como técnica, pois se vale de metodologias
tecnológicas para a produção de conhecimento e, consequente, atingindo ou se
aproximando da verdade. Ademais, a Medicina Legal também é arte em virtude da
produção dos resultados de forma visíveis aos interessados, ou seja, “a arte que serve
a uma perícia é, portanto, aquela em que a dialética está a serviço exclusivo de uma
realidade, sem quaisquer artifícios emergidos das divagações estéticas” (Alves de
Menezes), é a demonstração do resultado através de fotos, desenhos e esboços de
forma objetiva e coerente à realidade dos fatos questionados.
França, porquanto, delibera que “(...) a Medicina Legal é uma disciplina
eminentemente jurídica, mesmo que ela tenha muitos dos seus subsídios trazidos da
Medicina e das outras ciências biológicas e da tecnologia. Ela é uma disciplina
jurídica porque foi criada e subsiste em face da existência e das necessidades do
Direito”.
Assim, subscrevem-se inúmeros autores acerca das definições de Medicina
Legal:
− "É a disciplina que utiliza a totalidade das ciências médicas para dar
respostas às questões jurídicas". (Bonnet)
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MEDICINA LEGAL
− “Medicina legal é o conjunto de conhecimentos médicos e
paramédicos destinados a servir ao Direito, cooperando na execução
dos dispositivos legais atinentes ao seu campo de ação de medicina
aplicada”. (Hélio Gomes)
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CAIU EM PROVA:
(CEBRASPE/2018) Medicina legal é definida como:
b) um conjunto de conhecimentos médicos destinados a servir ao direito e que
cooperam na elaboração, interpretação e execução de dispositivos legais, no
seu campo de ação de medicina aplicada.
Medicina legal
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− Direito Civil: paternidade, impedimentos matrimoniais, testamento,
erro essencial, limitadores e modificadores da capacidade civil,
personalidade civil e direitos do nascituro, etc.
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Além dos diversos ramos do Direito, a Medicina Legal ainda se estreita à
Filosofia, Sociologia, Biologia, Química, Física dentre outras Ciências.
CAIU EM PROVA:
(ACESSO/2019) Enquanto área de estudo e aplicação de conhecimentos
científicos, a Medicina Legal está alicerçada em um conjunto de
conhecimentos destinados a defender os direitos e os interesses dos homens
e da sociedade. Assinale a seguir a alternativa que descreve corretamente a
Medicina Legal:
d) É um conhecimento médico e paramédico que, no âmbito do direito,
concorre para a elaboração, interpretação e execução de leis existentes. Por
meio de pesquisa científica realiza seu aperfeiçoamento, estando a medicina
a serviço das ciências jurídicas e sociais.
ANOTAÇÕES:
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Bons estudos!
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2. PERÍCIA E PERITO: CONCEITOS
A perícia médico-legal tem por objetivo a elaboração de provas para elucidar
e documentar a materialidade do crime, sendo passível de interferência nas decisões
judiciais que lhe cabe. Assenta-se que provas são os elementos demonstrativos do
fato, que revelam ou não as circunstâncias, contribuindo para a acepção da verdade
por parte do magistrado que formará sua convicção. Sendo, para tal, definida a prova
como a soma dos fatos produtores da convicção dentro do processo.
Porquanto, existem provas que porventura se tornam imprestáveis ou são
proibidas por nosso ordenamento jurídico: as provas ilícitas (contrariam Direito
material) ou provas ilegítimas (contrariam Direito Processual). Além disso, a
avaliação das provas segue três sistemas:
1. Sistema tarifado ou legal: o juiz limita-se a comprovar o resultado
da prova e cada prova tem um valor certo e preestabelecido.
2. Sistema da livre convicção: decisão do juiz é soberana, ele julga de
acordo com sua consciência e não está obrigado a explicar suas
razões.
3. Sistema da persuasão racional: Sistema adotado pelo Brasil, onde o
juiz baseia sua decisão em razões justificadas ainda que não esteja
adstrito às provas, tendo que justificar sua rejeição por elas. O juiz
formará sua convicção pela livre apreciação das provas (artigo 157
do Código de Processo Penal).
§ 5º - O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não
poderá proferir a sentença ou acórdão.
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poderá levar a nulidade do processo, sendo imprescindível na prática forense.
Art. 158 (CPP): “Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o
exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a
confissão do acusado”.
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Ainda acerca do artigo 158, houveram importantes alterações também no ano
de 2019 no que tange a cadeia de custódia, sendo essa definida como:
o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar
a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de
crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento
até o descarte (artigo 158-A).
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Art. 159 (CPP):
§ 1º - Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a
natureza do exame.
§ 2o - Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo.
CAIU EM PROVA:
(CEBRASPE/2018) Enquanto Havendo necessidade de perícia em processo de
reparação de danos relativos à colocação de implante dentário, o juiz nomeará,
preferencialmente, profissional graduado em odontologia para exercer a função
de perito
a) oficial de juízo.
ANOTAÇÕES:
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Bons estudos!
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3. DA NECESSIDADE DA PERÍCIA NO DIREITO; DA ATUAÇÃO DO
PERITO NOS DIVERSOS RAMOS DO DIREITO; DA
MANIFESTAÇÃO DOS PERITOS
Segundo Gerson Odilon Pereira: "O poder judiciário não pode apreciar todos
os fatos ou negócios jurídicos sem a colaboração de técnicos ou de pessoas doutoras
em determinados assuntos, razão pela qual torna-se necessária a perícia". Assim, não
só em matéria criminal, a perícia se faz necessária quando da demonstração de
conhecimento técnico ou científico que exorbite as questões oriundas do magistrado.
− Foro Penal ou criminal (perícia obrigatória): corpo de delito,
insanidade mental, necropsia, etc.
− Foro Civil (perícia facultativa): ações anulatórias de casamento,
investigação da paternidade, capacidade civil, etc.
− Foro Trabalhista: acidente do trabalho, doença profissional,
condições de insalubridade e/ou periculosidade, etc.
− Foro Administrativo: securitária, estatutária e previdenciária.
A manifestação da perícia não está adstrita ao “visum et repertum” (ver e
relatar), se faz necessária discussão, a fundamentação e a dedução para a busca do
estabelecimento da verdade dos fatos. De acordo com o autor Genival Veloso de
França: “é imperioso que o laudo pericial não se afaste de sua verdade objetiva ou
material representada pela correta descrição do que é visto e se aproxime também da
verdade subjetiva ou processual retratada pelas conclusões oriundas do conjunto dos
elementos materiais”.
O laudo pericial é o produto da perícia. É o instrumento que formaliza a
atuação do perito, apresentando ao juiz a percepção técnica do objeto periciado. Vale
dizer que laudo pericial é um instrumento produzido, necessariamente, por um agente
oficial do estado. Quanto ao assistente técnico, vale lembrar: ele não emite laudo, mas
um parecer. O prazo para entrega do laudo pericial é de 10 (dez) dias (prorrogáveis a
requerimento do perito e por deliberação da autoridade judicial).
TOME NOTA Para melhor elaboração dos laudos, admite-se ao perito
acesso aos autos do Inquérito Policial ou do Processo.
Quesitos são as perguntas que podem ser formuladas pelo MP, pelo assistente
de acusação, ofendido, querelante, acusado e, também, pelo juiz, e que serão
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respondidas pelos peritos. De acordo com o CPP, poderão ser determinados os
quesitos até o ato de diligência. Todavia, existe um problema lógico nesta elaboração
de quesitos. Geralmente, as perícias são elaboradas durante o Inquérito Policial, a
qualquer hora ou dia. Como se trata de um procedimento inquisitivo, não se admite
atuação das partes durante esta fase preliminar. Neste sentido, o mais lógico seria
idealizar que somente se aplica o previsto no art. 159, § 3° do CPP às perícias
elaboradas durante a fase processual.
Art. 159 (CPP):
§ 3° - Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação
de assistente técnico.
Art. 176 (CPP): A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o
ato da diligência.
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autoridade providenciará, imediatamente, que não se altere o estado das coisas até a
chegada dos peritos (art. 6°, CPP), que poderão instruir seus laudos com fotografias,
desenhos ou esquemas elucidativos. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do
estado das coisas e discutirão, no relatório, as consequências destas alterações na
dinâmica dos fatos.
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4. DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS
Os documentos médico-judiciários são instrumentos escritos, ou simples
exposições verbais mediante os quais o médico fornece esclarecimentos à justiça. Ou,
ainda: “qualquer base do conhecimento fixada materialmente e disposta de maneira
que se possa utilizar para consulta, de estudo, prova, etc." (A. B. de Holanda).
As espécies de documentos médico-legais que atendem à justiça são: as
notificações, os atestados, os prontuários, os relatórios, os pareceres e os depoimentos
orais.
1. Notificações:
"São comunicações compulsórias feitas pelos médicos às autoridades
competentes de um fato profissional, por necessidade social ou sanitária, como
acidente do trabalho, doenças infectocontagiosas, uso habitual de substâncias
entorpecentes ou crime de ação pública que tiverem conhecimento e não exponham o
cliente a procedimento criminal" (Genival Veloso de França).
2. Atestados:
É a afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas consequências.
Trata-se de um documento particular, sem formalidades legais. Sua classificação se
divide em:
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b) Quanto ao “Modus Faciendi” ou Conteúdo:
− Idôneo – É aquele expedido pelo profissional habilitado na função do
cargo e seu conteúdo expressa a veracidade do ato
− Gracioso – Também chamado complacente ou “de favor”, é aquele
fornecido sem a prática do ato profissional que o justifique, não
importando se gratuitamente ou pago É tido como de “caridade,
humanidade, amizade, político”. É sempre antiético e pode se
transformar em imprudente ou falso.
− Imprudente – É aquele fornecido de modo inconsequente, insensata
e intempestiva, quase sempre em favor de terceiros, tendo apenas o
crédito da palavra de quem o solicita
− Falso – É o que na sua expressão falta com a verdade, dolosamente.
É redigido por médico e o conteúdo contido pode ser uma afirmação
errônea, patologia, ou inexistência de um fato médico, etc.
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Art. 304 (CP): Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados,
a que se referem os arts. 297 a 302:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.
CAIU EM PROVA:
(IESES/2017) Com relação aos documentos médico-legais:
b) Atestado médico oficioso é aquele usado para justificar situações menos
formais, dado sob o interesse de uma pessoa física ou jurídica de direito
privado; exemplo prático é o atestado para justificar ausência a atividades de
educação física.
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3. Prontuários:
É o registro feito pelo médico dos comemorativos do paciente. O médico
incorre em falta ética grave se deixar de elaborá-lo. (Art. 69 do Código de Ética
Médica). O prontuário médico constitui-se não apenas no registro ou histórico da
anamnese do paciente, mas em todo o acervo documental padronizado, organizado e
conciso, referente ao registro dos cuidados médicos prestados (logo, trata-se de um
documento histórico), assim como dos documentos pertinentes a essa assistência.
Mesmo sendo um documento criado para interesses médicos, o prontuário pode
produzir efeitos jurídicos de grande significação médico-legal.
Consta de exame clínico do paciente, suas fichas de ocorrências e de
prescrições terapêuticas, os relatórios da enfermagem, da anestesia e da cirurgia, a
ficha do registro dos resultados de exames complementares e, até mesmo, cópias de
solicitação e de resultado de exames complementares. Constituem um verdadeiro
dossiê que tanto serve para a análise da evolução da doença, como para fins
estatísticos que alimentam a memória do serviço e como defesa do profissional, caso
ele venha ser responsabilizado por algum resultado atípico ou indesejado.
4. Relatórios:
É a descrição minuciosa de um fato médico e de suas consequências, feita por
autoridade competente, o perito criminal ou o médico-legista. O relatório recebe o
nome de auto quando é ditado pelo perito ao escrivão, durante ou logo após a perícia,
e denominado de laudo quando é redigido pelo (s) próprio (s) perito (s),
posteriormente ao exame.
Sistematização de um relatório:
A) Preâmbulo:
− hora, data, local exatos onde o exame é realizado e sua finalidade;
− nome da autoridade que requereu ou determinou a perícia (ou número
da requisição);
− qualificação do perito (nome, títulos e residências dos peritos) e
− qualificação do examinado.
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B) quesitos:
Em ações penais, os quesitos oficiais são formulados previamente, podendo
a autoridade elaborar e requerer outros quesitos acessórios. Na área da Psiquiatria
Médico-Legal ou na esfera cível, não constam quesitos oficiais, restando ao juiz e às
partes a formulação dos quesitos conforme o caso requer.
C) histórico:
Informações colhidas de pessoas envolvidas no caso, através do registro dos
fatos mais significativos que motivam o pedido da perícia ou que possam esclarecer
e orientar a ação dos peritos. Ademais, vale ressaltar, que essa parte advém do
periciado, logo não se deve imputar responsabilidade ao perito sobre as informações
apresentadas no histórico.
O autor Genival Veloso de França defende a tese de que o histórico seja fase
imprescindível, necessária e importante, onde, de forma simples e objetiva, apresenta
subsídios para a perícia. Além disso, o relato da vítima aos peritos, mesmo que não de
maneira investigativa ou inquisitiva, remete à proteção aos direitos fundamentais e dignidade
da pessoa humana. Ao que o autor denomina criminodinâmica, o histórico pode auxiliar a
esclarecer fatos de modo a se aproximar da verdade real e também se tornar útil à
fundamentação do raciocínio e das conclusões do perito.
E) Discussão (Hipóteses):
Procura-se por explicações lógicas acerca dos fatos e buscar a lógica de um
diagnóstico a partir das justificativas racionais e baseadas nas circunstâncias do fato
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descrito e analisado.
CAIU EM PROVA:
(CEBRASPE/2013) A medicina legal é o campo da ciência médica que faz a
interface entre a medicina e o direito, razão por que é necessária a observância
de protocolos rígidos tanto na realização de perícias quanto na confecção dos
respectivos laudos, pois estes são utilizados nas áreas penal, cível, trabalhista,
administrativa e securitária, e informalidades poderiam levar o laudo à perda
de confiabilidade e serventia. Com relação a esse assunto, julgue o item que
se segue.
O laudo pericial, na classificação de documentos médico-legais, se enquadra
como atestado.
ERRADO – se enquadra como relatório.
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CAIU EM PROVA:
(FCC/2017) No seu campo de atuação, o Perito Médico Legista está
diretamente envolvido na elaboração e análise de documentos médico-
legais, sendo que:
a) a descrição é a parte mais eloquente e importante do laudo médico-
legal.
5. Pareceres:
“É a resposta escrita de autoridade médica, de comissão de profissionais ou
de sociedade científica, a consulta formulada com o intuito de esclarecer questões de
interesse jurídico” (Gerson Odilon Pereira). Pode ser considerada como uma consulta
médico-legal acerca de quesitos elaborados pelas partes e respondidos por assistentes
técnicos (pericia deducendi), o qual pode reforçar ou contradizer um laudo. É
constituído de todas as partes do relatório, exceto pela descrição. O ponto mais
relevante é a discussão e a conclusão.
CAIU EM PROVA:
(INSITUTO AOCP/2019) Assinale a alternativa correta em relação aos
documentos médico-legais:
e) O parecer técnico tem uma abrangência mais restrita que o laudo.
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6. Depoimentos orais:
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c) Morte por moléstia e causa mortis indeterminada:
S.V.O. / ANÁTOMO PATOLOGISTA.
ANOTAÇÕES:
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Bons estudos!
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5. TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL
A Traumatologia forense ou médico-legal é o ramo da Medicina Legal
responsável pelos estudos dos estados patológicos, imediatos ou tardios, e traumas,
ou seja, refere-se às lesões corporais resultantes de qualquer ação ou alteração de
ordem física ou psíquica que afete a integridade do ser humano, voltadas para as
causas penais, trabalhistas e civis. As lesões corporais são alvos do dispositivo legal
presente no Capítulo II do Código Penal, definindo as lesões no art. 129: “Ofender a
integridade corporal ou a saúde de outrem”.
As classificações das lesões em leve, grave e gravíssima são de ordem
jurisprudencial e doutrinária, haja visto que o Código Penal explicita apenas o termo
“lesão de natureza grave” no §1º do art. 129. A classificação de lesão de natureza
gravíssima passou a integrar o ordenamento jurídico quando do advento da Lei
13.142/2015, que altera a lei de Crimes Hediondos (Lei 8072/90):
Art. 1º: São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados
no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
consumados ou tentados:
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão
corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra
autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública,
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição.
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CAIU EM PROVA:
(CEBRASPE/2020) Julgue o próximo item, acerca da aplicação pericial.
Situação hipotética: Vítima de lesão corporal dolosa apresentou, como
resultado da agressão, somente uma fratura mandibular alinhada,
perfeitamente recuperada após seis semanas de bloqueio
intermaxilar. Assertiva: Segundo o art. 129 do Código Penal, nesse caso
ocorreu lesão corporal grave.
CORRETA
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5.1) Energias de ordem mecânica:
As lesões físicas resultantes de ação mecânica ao corpo humano podem ser
resultantes do emprego de instrumentos e objetos que causem danos à incolumidade
física. Quando uma forma de energia entra em contato com o corpo (ou o corpo entra
em contato com a energia), no ponto em que ocorre a transferência de energia para o
corpo são produzidas alterações das estruturas superficiais, cutâneas (pele) ou
profundas, internas (músculos, ossos) ou, ainda, modificações das atividades ou
funções fisiológicas. Desta forma, é preciso diferenciar:
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A classificação dos instrumentos é referente à forma como esses instrumentos
são utilizados em uma ação mecânica:
INSTRUMENTOS/AÇÃO FERIDAS
Perfurantes Puntiformes
Cortantes Cortantes
Contundentes Contusas
Perfurocortantes Perfurocortantes
Perfurocontundentes Perfurocontusas
Cortocontundentes Cortocontusas
CAIU EM PROVA:
(INSTITUTO AOCP/2018) São exemplos de instrumentos perfurantes:
c) agulha e furador de gelo.
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São empregados mediante pressão, afastando as fibras do tecido causando
sua perfuração e levando a uma lesão alongada com raro extravasamento sanguíneo,
chamadas feridas em acordeão (Sinal de Lacassagne). A perfuração causada apresenta
profundidade maior que o próprio instrumento causador da lesão, com orifício de
saída menor que o de entrada, quando houver, devido à característica de elasticidade
e retratilidade dos tecidos e o fato desse orifício ser resultante da atuação da face mais
afilada do instrumento.
Quando os instrumentos são de médio calibre, a forma das lesões assume
aspecto diferente. Para tanto, tem-se as Leis de Filhos & Langer:
− 1ª Lei de Filhos (Edouard Filhos) – Semelhança: as feridas
produzidas por instrumentos perfurantes de médio calibre são
semelhantes às feridas produzidas por perfuro-cortantes de 2 gumes
ou tomam a forma de lesão em casa de botão;
− 2ª Lei de Filhos – Paralelismo: as feridas perfurantes de médio calibre
na mesma região são paralelas entre si;
− Lei de Langer – Polimorfismo: a ferida produzida por instrumentos
perfurantes de médio calibre em regiões de entrecruzamento de linhas
de força (fibras elásticas) apresenta polimorfismo.
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As feridas na zona de confluência das linhas de força tomam a forma de
triângulo. A importância desses instrumentos perfurantes na Medicina Legal localiza-
se no fato de serem instrumentos inoculares de infecção, pois as feridas produzidas,
embora aparentemente pequenas, são profundas. Esses instrumentos também têm uma
propriedade do sinal do acordeão, ou sinal de Lacassagne, cuja ferida, em virtude de
ser comprimida, apresenta uma extensão maior do que o instrumento que a produziu.
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ESGORJAMENTO
FONTE:criminal.mppr.mp.br/arquivos/
File/Apostila_Traumatologia.pdf
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DECAPITAÇÃO
FONTE: divulgado pelo Estado Islâmico.
ESQUARTEJAMENTO
FONTE: Genival Veloso – encarte
DEGOLAMENTO
FONTE: Prof. Reginaldo Franklin.
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ESPOSTEJAMENTO
FONTE: Malthus
CAIU EM PROVA:
(VUNESP/2018) Com relação à traumatologia médico-legal, a diferença
conceitual entre degola (decapitação) e esgorjamento reside
d) na localização da lesão, sendo a degola posterior ao pescoço e o
esgorjamento anterior ou lateral.
CAIU EM PROVA:
(FUNIVERSA/2015) Assinale a alternativa que apresenta a ferida profunda
localizada nas faces lateral e anterior do pescoço, causada pela ação de um
instrumento cortante.
d) Esgorjamento.
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MEDICINA LEGAL
CAIU EM PROVA:
(FUNCAB/2012) Quais as características encontradas em feridas provocadas
por ação cortante que ajudam a diferenciá-las daquelas provocadas por ação
contundente?
b) Regularidade das bordas, fundo regular, formato linear, presença de cauda
de escoriação.
ANOTAÇÕES:
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Bons estudos!
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CAIU EM PROVA:
(FUNIVERSA/2015) Quanto às lesões provocadas pela ação de
instrumentos contundentes, assinale a alternativa correta.
d) A escoriação não deixa marcas definitivas na grande maioria dos casos.
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são superficiais, mas, segundo Thoinot, indicam reação vital.
Apresentam-se de forma irregular ou característico conforme o objeto
utilizado na ação e são de coloração variável ao longo do tempo
(Espectro Equimótico de Legrand du Saulle).
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TEMPO COLORAÇÃO da MEDICINA LEGAL
EQUIMOSE
Até 2º dia VERMELHO
2º ao 3º dia VIOLETA
4º ao 6º dia AZUL
7º ao 10º dia VERDE ESCURO
11º ao 12º dia VERDE AMARELADO
12º ao 17º dia AMARELADO
A partir do 20º Desaparecem
dia
CAIU EM PROVA:
(FUNCAB/2016) As equimoses representam o extravasamento e dispersão do
sangue nas malhas dos tecidos e podem surgir em diversas partes do corpo, bem
como assumir certos tipos de coloração. De acordo com o espectro equimótico
de Legrand Du Saulle, uma equimose de coloração amarela indica ter sido
causada há, aproximadamente:
d) doze dias.
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MEDICINA LEGAL
CAIU EM PROVA:
(FUNIVERSA/2012) A tonalidade da equimose é um aspecto de grande
interesse pericial. De início, é sempre avermelhada; depois, com o passar do
tempo, ocorrem mudanças cromáticas que têm o nome de espectro equimótico
de Legrand Du Saulle. Essas alterações cromáticas ocorrem da seguinte
forma:
a) vermelha no 1.º dia, violácea no 2.º e no 3.º dias, azul do 4.º ao 6.º dia,
esverdeada do 7.º ao 10.º dia e amarelada por volta do 12.º dia, desaparecendo
por volta do 15.º ao 20.º dia.
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− Bossa sanguínea: Diferente do hematoma, a bossa sanguínea
apresenta-se sobre um plano ósseo e de maior saliência na superfície
cutânea. Popularmente chamada de “galo”.
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MEDICINA LEGAL
• Entorses: torção de uma articulação, com lesão nos ligamentos
ou tendões devido à uma flexão intensa. Não existem
complicações mais sérias, exceto quando, raramente, ocasiona
ruptura de ligamentos, tendões ou músculos.
CAIU EM PROVA:
(IADES/2017) Acerca das lesões corporais contusas, assinale a alternativa
correta.
e) Uma ferida contusa é a lesão produzida por instrumento contundente com
rotura completa da pele, com exposição do subcutâneo.
ANOTAÇÕES:
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Bons estudos!
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d) Lesões por ação perfurocortante:
Os instrumentos perfurocortantes apresentam ponta e gume e são empregados
mediante pressão e secção, com deslizamento para o interior de uma área,
provocando uma lesão perfuro-incisa alongada em forma de linha. Os instrumentos
podem apresentar um ou dois gumes, por exemplo, faca e punhal, respectivamente.
Além disso, é característico desse tipo de ação um mecanismo misto, onde
há perfuração com a ponta e corte com as bordas afiadas do instrumento. A ferida
causada por instrumento de um só gume se apresenta em forma de botoeira com fenda
regular, ferida linear, um ângulo agudo e outro arredondado. Enquanto a ferida
causada pelo instrumento de dois gumes possui fenda de bordas iguais e ângulos
agudos.
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MEDICINA LEGAL
corpo, o projétil desenvolve um trajeto, irregular e normalmente com diâmetro maior
que o orifício de entrada.
O trajeto de um projétil no interior de um corpo pode apresentar sentido em
linha reta, quando transfixante, ou pode terminar em fundo cego ou perder-se em uma
cavidade. Em geral, são as estruturas ósseas responsáveis pelos desvios mais
acentuados do projétil. Diante de um plano elástico e móvel, ou sobre a superfície
curva de determinados ossos, como, por exemplo, as costelas e a calvária, pode o
projétil fazer um semicírculo, entrando na parte anterior do corpo e saindo
lateralmente, sem penetrar em uma das cavidades.
A luz do canal formado pelo trajeto sempre apresenta sangue coagulado (de
reação vital), tecidos lacerados, desorganizados e infiltrados por sangue e corpos
estranhos provenientes de outras regiões, como esquírolas ósseas (lascas ou pequenos
segmentos de ossos).
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MEDICINA LEGAL
− - Balística Terminal: estuda os efeitos sobre o projétil e sobre o alvo
após o impacto.
CAIU EM PROVA:
(CEBRASPE/2020) Uma pessoa foi atingida por um projétil de 7,62 mm × 51
mm, disparado por fuzil, que transpassou das costas para o peito, percorrendo
uma trajetória de mais de 200 metros, entre a saída do cano e o alvo.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos a ela relacionados, julgue o
item a seguir.
O estudo da trajetória do projétil especificado na situação em tela, desde o
momento em que saiu do cano da arma até o repouso final, bem como a
determinação de parâmetros como velocidade, alcance útil e velocidade inicial,
são atribuições da balística terminal.
ERRADO – são atribuições da balística externa.
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MEDICINA LEGAL
Classificações da distância do tiro e suas características:
− Tiro encostado: há ação do projétil, da boca do cano da arma e dos
gases provenientes do disparo da arma de fogo, que rompem os
tecidos e ocasionam lesões externas. Sinais presentes nos disparos de
arma de fogo encostados:
• Câmara de Mina de Hoffmann: Ferida estrelada com bordas
evertidas, devido à pressurização dos gases durante o tiro,
quando em região próxima à ossos.
• Sinal de Benassi: Halo fuliginoso escuro onde há um plano
ósseo.
• Sinal de Werkgaertner: Queimadura na pele provocada pela
boca do cano encostado resultado do superaquecimento.
Sinal de Benassi
Sinal de Werkgaertner
CAIU EM PROVA:
(IADES/2019) A respeito das lesões corporais produzidas por disparos de
arma de fogo, assinale a alternativa que apresenta o significado da
expressão “sinal de Benassi”.
c) Esfumaçamento/queimadura óssea, especialmente no crânio, em
disparos encostados.
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MEDICINA LEGAL
• Sinal de Shusskanol: queimadura e pólvora nas paredes do túnel
causado pelo tiro.
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MEDICINA LEGAL
• Aréola equimótica: Zona superficial e relativamente difusa de
leve hemorragia proveniente do rompimento de pequenos vasos
sanguíneos, de tonalidade violácea que pode ser encoberta por
outros elementos.
CAIU EM PROVA:
(VUNESP/2018) Com relação aos ferimentos de entrada em lesões produzidas
por projéteis de arma de fogo, é correto afirmar:
a) a aréola equimótica é representada por uma zona superficial e relativamente
difusa, decorrente da sufusão hemorrágica oriunda da ruptura de pequenos
vasos localizados nas vizinhanças do ferimento, geralmente de tonalidade
violácea.
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MEDICINA LEGAL
A – Orla de contusão
B – Orla de enxugo
C – Zona de tatuagem
D – Zona de esfumaçamento
−
−
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MEDICINA LEGAL
CAIU EM PROVA:
(IADES/2019) Quanto aos efeitos e resíduos secundários do tiro, assinale a
alternativa correta.
c) Quando uma pessoa encontra-se atrás de uma vidraça que é atingida por um
projétil expelido por arma de fogo e que a transfixou, pequenos fragmentos de
vidro projetados podem atingir essa pessoa, causando a lesão denominada
“falsa tatuagem”, deixando um aspecto semelhante àquele verificado na zona
de tatuagem causada por tiro direto.
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MEDICINA LEGAL
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MEDICINA LEGAL
Quando a mordida não é aplicada com grave violência, resta representada equimoses
ou escoriações, permanecendo apenas as marcas da arcada dentária, com ênfase para
os dentes incisivos humanos, de grande interesse para a perícia forense.
ANOTAÇÕES:
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Bons estudos!
a) Temperatura:
Geralmente as lesões causadas por temperatura são as queimaduras. Os seres
humanos são homeotérmicos (temperatura constante) e resistem a uma variação de
temperatura pequena (abaixo de 42ºC e acima de 32ºC de seu próprio corpo). Para
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MEDICINA LEGAL
tanto, há mecanismos termorreguladores no sistema nervoso central que mantêm a
temperatura estável em aproximadamente 36,5ºC.
São modalidades:
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MEDICINA LEGAL
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MEDICINA LEGAL
− 2º grau: além do eritema, a pele apresenta vesículas e flictenas com
líquido amarelado (sais e proteínas) e seroso, que podem infeccionar,
produzindo manchas (Sinal de Chambert – produzido em vida).
Importante mencionar que a queimadura de 2º grau atinge a derme.
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MEDICINA LEGAL
CAIU EM PROVA:
(IBFC/2017) A temperatura é classificada em traumatologia como uma
energia de ordem física que merece destaque no estudo médico legal. Em
relação a lesões produzidas por temperatura, analise as afirmativas abaixo
e assinale a alternativa correta.
I. A ação localizada do frio é conhecida como geladura e produz lesões
muito parecidas com as queimaduras pelo calor.
II. O calor direto tem por consequência queimaduras advindas somente
pela ação da chama.
III. Queimadura de segundo grau, de acordo com a classificação de
Hofmann, além do eritema, apresenta vesículas e fictenas, existindo em
seu interior líquido amarelo-claro (Sinal de Chambert).
IV. A insolação é proveniente do calor ambiental em locais fechados ou
ao ar livre, concorrendo para tanto, além da temperatura, os raios solares,
a ausência da renovação do ar, a fadiga e o excesso de vapor d’água.
Estão corretas as afirmativas:
b) I, III e IV, apenas.
53
MEDICINA LEGAL
b) Pressão atmosférica:
De maior interesse ao ramo da Medicina Legal denominado Infortunística
(acidentes de trabalho), as alterações da pressão atmosférica podem causar diversas
lesões ou até mesmo a morte do indivíduo.
A diminuição da pressão atmosférica promove a diminuição de oxigênio e de
gás carbônico, levando ao chamado mal das montanhas. É comum em altitudes
acima de 2.500m e é agravado com o esforço físico, tendo como sintomas: cefaleia,
dispneia, anorexia, fadiga, tonturas e vômito. Acima de 7.600m é comum perda do
controle motor, inconsciência e morte. A diminuição da pressão atmosférica brusca é
a responsável pela patogenia de descompressão.
Sofrem aumento da pressão atmosférica os mergulhadores, escafandristas e
outros profissionais que trabalham debaixo d’água ou em túneis subterrâneos. Não
correm só o perigo do aumento da pressão atmosférica, mas especialmente o da
descompressão brusca, que pode causar lesões graves. Essa síndrome é conhecida
como mal dos caixões. Esse aumento da pressão atmosférica poderá determinar uma
patologia de compressão, por intoxicação pelo oxigênio, nitrogênio e gás carbônico.
O mecanismo patológico envolve uma diferença abrupta de pressão entre o
meio interno e externo, o qual promove uma vasodilatação e desligamento de gases
da molécula de hemoglobina, gerando êmbolos. Esses corpos, ao atingirem capilares,
rompem-os causando hemorragia em diversas regiões. Os distúrbios mais comuns são
ruptura do tímpano, vertigens, Síndrome de Meniére, otorragia, epistaxe, dispneia,
perturbações passageiras da visão, epigastralgia intensa, hemorragia interna, edema
pulmonar, parestesias e até a morte por embolias gasosas formadas pelo nitrogênio
anteriormente dissolvido sob pressão no soro sanguíneo.
c) Eletricidade:
Para entender os fenômenos físicos da eletricidade que causam lesões, é
necessário diferenciar voltagem e carga (corrente) elétrica. A voltagem é a resistência
x carga, sendo que a voltagem indica a força necessária para movimentar elétrons. A
partir disso, é interessante saber que o que de fato causa lesão é a amperagem, ou seja,
a corrente elétrica que passa pelo corpo. No entanto, a voltagem pode intensificar a
amperagem.
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MEDICINA LEGAL
A eletricidade pode causar danos aos indivíduos, seja ela natural ou
artificial.
− Eletricidade natural (ou cósmica): causadas por descargas elétricas
resultantes de tempestades (raios) que determinam a gravidade e a
intensidade das lesões de acordo com o local atingido, a corrente
contínua da eletricidade atmosférica, trajeto da corrente no corpo da
vítima. Os efeitos se dão por inibição direta dos centros nervosos,
causando paralisia respiratória e asfixia, ou ainda, fibrilação
ventricular (efeito cardíaco).
Outros tipos de lesões incluem hemorragias musculares, rupturas de
vasos sanguíneos, fraturas ósseas, congestão dos globos oculares,
fluidez do sangue, distensão dos pulmões, etc. As lesões mais
intensas são encontradas nos locais de entrada e saída da corrente
elétrica (cabeça, tórax e pés). Podem ser classificadas como:
• Fulminação: quando causam a morte.
• Fulguração: quando resultam em lesões corporais.
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MEDICINA LEGAL
− Eletricidade artificial (ou industrial): pode resultar em lesão
denominada eletroplessão, com ou sem letalidade, ou eletrocussão
(morte por cadeira elétrica). As lesões variam conforma a corrente
elétrica de baixa ou alta tensão.
CAIU EM PROVA:
(NUCEPE/2012) A respeito das lesões corporais produzidas por energia de
ordem física, assinale a alternativa correta.
a) A marca elétrica de Jellinek é caracterizada por presença de uma lesão em
forma de bolha íntegra ou rota, ou pelo destacamento da pele com a forma do
condutor, com aderência de partículas metálicas e fundo escarificado.
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MEDICINA LEGAL
d) Radioatividade:
Os efeitos da radioatividade, como energia causadora do dano são
exemplificados pelos raios X, rádio e energia atômica. Os raios X são implicações
médico-legais mais comuns e podem perpetrar lesões locais ou gerais. As lesões gerais
afetam órgãos profundos (principalmente as gônadas), enquanto as locais são
conhecidas como radiodermites, sendo classificadas como:
− Agudas:
− 1º grau: são temporárias e se apresentam na forma depilatória e
eritematosa. Essa fase dura cerca de 60 dias e deixa uma mancha
escura que desaparece muito lentamente.
− 2º grau (pápulo-eritematosa): são representadas, geralmente, por
ulceração muito dolorosa e recoberta por crosta seropurulenta. Têm
cicatrização difícil, deixando em seu lugar uma placa esbranquiçada
de pele rugosa, frágil e de características atípicas.
− 3º grau (ulcerosa): representadas por zonas de necrose, de aspecto
grosseiro e grave. São conhecidas por úlceras de Röentgen
(recorrentes em profissionais que atuam com Raio-X e que não
desenvolvem os devidos cuidados).
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MEDICINA LEGAL
e) Luz e som:
A luz e o som interessam à Medicina Legal porque podem acarretar
perturbações neurossensoriais ópticas ou auditivas, vagossimpáticas, neuroses,
respectivamente nos que têm aplicado diretamente sobre os olhos feixe de luz intensa
e nos que permanecem por período prolongado em ambientes de grande poluição
sonora, como os obreiros.
Os órgãos que mais sofrem os efeitos fotoquímicos e fototérmicos de
radiações não ionizantes (infravermelho, ultravioleta, raio laser) são a córnea, o
cristalino e a pele. Estão presentes aqui lesões do tipo neurossensoriais nos globos
oculares, como defeitos de refração, dificuldade ou impossibilidade de mudar a forma
do cristalino para convergir na retina raios luminosos provenientes de objetos que
estão a uma distância grande ou pequena (inacomodação), ou na própria retina — que
é a parte sensível do olho onde ocorre a conversão da imagem luminosa em impulsos
elétricos nervosos, os quais são endereçados ao cérebro para serem processados — e
perda irreparável da visão.
Quanto ao som, é possível acarretar danos auditivos e perturbações psíquicas
quando acima de 85 decibéis, além de labirintite nos casos de infrassom (abaixo de
20Hertz) e destruição celular nos casos das ultrassons (acima de 20.000Hertz). Quanto
às lesões, o som geralmente está envolvido em medicina legal com atividades
ocupacionais, sendo relatada também a epilepsia acustogênica, que consiste na
permanência e intensidade elevada de ruídos, não muito rara em telefonistas. De
maneira geral, o ruído pode provocar zumbidos, e perda auditiva parcial ou total.
ANOTAÇÕES:
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_______________________________________________________
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Bons estudos!
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MEDICINA LEGAL
5.3) Energias de ordem química – toxicologia:
As energias de ordem química são responsáveis pelas lesões causadas por
substâncias físicas, químicas e biológicas capazes de reagirem com os tecidos vivos,
provocando danos à saúde ou à vida. Quando a ação é de ordem externa, as substâncias
recebem o nome de cáusticos, causando desorganização e destruição de tecidos.
Quando a ação é de ordem interna, as substâncias recebem o nome de venenos,
afetando o metabolismo celular, causando degeneração.
− Cáusticos:
− Coagulantes: cáusticos ácidos desidratam os tecidos e produzem
lesão grave, afetando a pele violentamente. Produzem escaras que
devem ser retiradas para que ocorra a cicatrização (ex.: nitrato de
prata).
− Liquefacientes: a substância química básica atua desfazendo os
tecidos, apresentando escaras moles e úmidas (ex.: soda, amônia).
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MEDICINA LEGAL
São classificados:
• Quanto ao estado físico: sólido, líquido ou gasoso.
• Quanto à origem: animal, vegetal, mineral e sintético.
• Quanto às funções químicas: óxidos, sais, bases e ácidos
(funções inorgânicas); hidrocarbonetos, alcoóis, acetonas e
aldeídos, ácidos orgânicos, ésteres, aminas, aminoácidos,
carboidratos e alcaloides (funções orgânicas).
• Quanto ao uso: doméstico, agrícola, industrial, medicinal,
cosmético e venenos propriamente ditos.
CAIU EM PROVA:
(FUNCAB/2012) Ao estudar as energias de ordem química, deve-se conhecer a
ação dos cáusticos e venenos. Assinale a alternativa correta.
a) São fases do percurso do veneno no organismo: penetração, absorção,
distribuição, fixação, transformação, eliminação.
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MEDICINA LEGAL
principalmente os carbamatos, podem ser causadores de envenenamento por contato
com a pele, ingestão e inalação. A morte ocorre por parada respiratória e edema
pulmonar. O indivíduo fica cianótico, indicando que está havendo má oxigenação dos
tecidos.
A intoxicação por arsênio também é comum em tentativa de homicídio, dado
que a sua morfologia se parece muito com o açúcar. Esse metal ataca proteínas da
cadeia respiratória afetando a síntese de ATP. Já o gás cianeto (CN-) é conhecido pela
inibição da cadeia respiratória ao se ligar no citocromo e não permitir a correta
transmissão de elétrons.
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MEDICINA LEGAL
TOME NOTA Toda e qualquer situação que interfira nas vias
respiratórias, na caixa torácica, nos pulmões, com hipercapneia (aumento do teor de
CO2 no sangue) caracteriza asfixia. Sendo assim, asfixias são todas as formas de
carência (hipóxia ou hipoxemia) ou ausência de oxigênio (anóxia ou anoxemia).
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MEDICINA LEGAL
face, além de relaxamento dos esfíncteres, com bradicardia (duração
de 1 a 2 minutos);
− 3ª Fase: essa é a fase respiratória caracterizada pela lentidão e
superficialidade de movimentos respiratórios (duração de 1 a 2
minutos);
− 4ª Fase: por fim, a fase cardíaca é caracterizada pelo sofrimento do
miocárdio, arritmias, batimentos lentos e parada (duração de 3 a 5
minutos).
As asfixias em geral apresentam características peculiares e podem ser
identificadas através dos sinais externos e internos, a saber:
− Sinais externos:
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MEDICINA LEGAL
rígida e prolongada e a putrefação é mais acelerada que em outros
tipos de morte.
• Cogumelo de espuma: O mecanismo envolve a mistura de muco
das vias aéreas, o qual é rico em proteínas, formando uma
espuma que sai pela boca e pelas narinas. É bastante comum em
afogados.
• Projeção da língua e exoftalmia: São achados comuns em
asfixias mecânicas, mas deve-se tomar cuidado para não
confundir com a fase gasosa da putrefação.
− Sinais internos:
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MEDICINA LEGAL
alvéolos. Por isso é comum a secreção sanguinolenta nos casos
de asfixia. Logo, há aumento dos pulmões (sinal de Valentim) e
contração do baço (sinal de Etienne-Martin). Por fim, o sangue
permanece em um estado mais fluido que o normal devido à
dificuldade de coagulação do sangue, principalmente na
intoxicação por monóxido de carbono.
• Congestão polivisceral: baço, fígado e mesentério são os órgãos
mais afetados com as asfixias, mostrando-se bastante congestos.
• Distensão e edema dos pulmões: pulmões com acentuada
distensão e com sangue líquido finamente espumoso.
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MEDICINA LEGAL
− Asfixias complexas:
− Asfixias mistas:
Confinamento:
Ocorre diante da presença de um ou mais indivíduos em ambiente restrito ou
fechado, sem renovação do ar ambiente. Conforme o oxigênio é consumido, haverá
acúmulo Ed gás carbônico, podendo ocorrer também aumento da temperatura e
saturação do ambiente por vapores de água. É possível encontrar sinais que vão além
dos sinais clássicos das asfixias, tais como escoriações, ferimentos na face, desgaste
das unhas, todas caracterizando lesões de defesa em razão do desespero da vítima.
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MEDICINA LEGAL
Sufocação direta e indireta:
Direta: Dá-se pela obstrução direta das narinas e/ou da boca, através do uso
das mãos, sacos plásticos, travesseiros, papel molhado, etc. Pode ocorrer, ainda, em
casos de acidente, a oclusão por objetos estranhos nas vias aéreas, como alimentos,
gomas de mascar, brinquedos, vômitos, prótese dentária, etc.
Os sinais encontrados mais comuns vão desde os sinais locais (marcas
ungueais, em torno dos orifícios nasais e boca ou traumatismo labial por ação dos
dentes), sinais clássicos de asfixias até sinais específicos (bifuração brônquica,
aspirações de vômito ou o próprio corpo estranho causador da sufocação obstruindo
a glote).
Indireta: Ocorre diante da compressão do tórax e abdome, como em casos de
pisoteamento em grandes multidões, peso do corpo adulto sobre bebês que dormem
no mesmo leito, sufocação posicional (em crucificação ou de cabeça para baixo) em
que há dificuldade na ventilação pulmonar ou qualquer estrutura física sobre o corpo
que impeça tal ventilação. A característica mais marcante é a Máscara Equimótica de
Morestin (congestão cefalocervical), produzida pelo refluxo sanguíneo da veia cava
superior.
Soterramento:
Trata-se de uma forma de asfixia mecânica motivada por obstrução das vias
respiratórias por substâncias sólidas (terra, areia) em casos de desmoronamento ou
desabamento. É, na maioria das vezes, acidental. Vale ressaltar que nessa modalidade
de asfixia é comum a presença de lesões secundárias em decorrência da própria
situação do desabamento, por exemplo.
Afogamento:
Produzido pela penetração de um meio líquido ou semilíquido que impede a
passagem do ar aos pulmões. A forma mais comum é o afogamento acidental. Pode
ser dividido em:
Afogados brancos de Parrot (ou afogados secos): não há presença de água nos
pulmões, pois o afogamento se dá por uma predisposição cardiovascular agravada
pela ação térmica (hidrocussão - síncope brutal ou choque térmico).
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MEDICINA LEGAL
Afogados azuis (ou afogados úmidos): penetração de água nas vias
respiratórias com consequente asfixia. Surgem, nesses casos, as Manchas de Paltauf
(pulmões de afogados), maceração epidérmica, pele anserina (“pele de galinha” em
razão da contração de músculos piloeretores), retração do mamilo, saco escrotal e
pênis, cogumelo de espuma.
Coexistem outros sinais externos no afogado, tais como: tonalidade mais clara
dos livores, erosão dos dedos, lesões pós-morte (animais aquáticos), dentes e unhas
róseos. Além disso, os afogados apresentam também sinais internos, como: presença
de líquido nas vias respiratórias, no sistema digestivo, no ouvido médio, nas cavidades
pleurais, além de corpos estranhos e lesões clássicas nos pulmões e no sangue.
Experimentos realizados por Tourdes, descrevem 3 (três) fases no
afogamento: a primeira fase de defesa consiste na surpresa e dispneia; a segunda fase,
chamada de resistência, se exterioriza com parada dos movimentos respiratórios como
mecanismo de defesa; por fim, a terceira fase apresenta exaustão e começa uma
inspiração profunda, com perda de consciência, convulsões e morte. Enquanto nos
humanos, as fases descritas são:
1) Surpresa – profunda inspiração fora da água.
2) Apneia – para evitar a penetração de água nas vias respiratórias.
3) Dispneia – inalação de água seguida de expiração por estimulação
da água sobre a mucosa laríngea.
4) Convulsões asfíxicas – água segue penetrando descontinuamente nas
vias respiratórias.
5) Estágio terminal – inspirações profundas precedidas de pausa
respiratória pré-terminal.
Enforcamento:
O enforcamento se dá pela constrição do pescoço, diferenciando-se das
demais modalidades por ser executada mediante uso de laço acionado com o peso do
corpo da própria vítima. A consistência do laço permite classificá-los como
duro/rígido (arame, cordas, cadarço), moles/flexível (lençóis, cortinas, gravatas) ou
semirrígidos (cinto de couro). É utilizado um nó corrediço ou fixo, posterior ou lateral
(anterior é enforcamento atípico), com o peso do agente funcionando como força ou
processo ativo, podendo até estar ausente, tomando o instrumento a forma de alças. É
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MEDICINA LEGAL
mais comum nos suicídios, podendo, no entanto, ter como etiologia o acidente, o
homicídio ou a execução judicial (não no Brasil).
O enforcamento pode ser classificado como suspensão completa ou típica,
quando o corpo está totalmente suspenso, ou incompleta ou atípica, quando está
apoiado parcialmente pelos pés, joelhos ou outra parte do corpo. O sulco apresentado
nos enforcamentos se localiza acima da cartilagem tireóidea e possui a espessura do
objeto causador da asfixia, além de se mostrar de forma oblíqua ascendente
descontínua (na maioria dos casos), com interrupção à altura do nó e de profundidade
variável.
Outros sinais externos típicos dos enforcamentos é a face cianótica,
procidência da língua, petéquias conjuntivais, sinal de Thoinot (zona violácea ao nível
das bordas do sulco), rigidez cadavérica tardia, etc. Com relação aos sinais internos,
o enforcado apresenta fraturas nas cartilagens tireóidea e cricóidea, rupturas
musculares do pescoço e da tireóide (Sinal de Hoffmann), equimoses subcutâneas
cervicais, hemorragias musculares, etc.
Segundo os autores, o enforcamento se desenvolve em 3 (três) fases:
− 1ª fase: constrição dos vasos do pescoço, zumbidos, calor, perda
rápida de consciência ;
− 2ª fase: respiratória, com pressão sob o feixe vásculo-nervoso e
obstrução das vias aéreas, causando convulsões e paralisia;
− 3ª fase: apneia, parada cardiorrespiratória e morte.
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MEDICINA LEGAL
Estrangulamento:
No estrangulamento, a morte também se dá mediante o uso de laço, porém
nesses casos a força empregada não é do peso da vítima e sim força ativa externa de
outras fontes, como uso de força muscular de um terceiro. Para tanto, o
estrangulamento é recorrente em ações homicidas e muito raramente em suicídios
(quando utilizado “torniquete”).
O sulco presente nos estrangulamentos é horizontal ou transversal completo
(contínuo) e situado abaixo da cartilagem tireóidea (enquanto no enforcamento é
acima da cartilagem). Apresenta fratura do osso hioide (ou lesão da cartilagem
tireóidea), ausência de escoriação, sufusões nas conjuntivas e congestão da face. Os
sinais internos mais comuns são infiltrações hemorrágicas adjacentes ao sulco, lesões
da laringe, etc.
Enforcamento Estrangulamento
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MEDICINA LEGAL
Esganadura:
Na esganadura, sempre homicida, utiliza-se de partes físicas do agressor
(mãos, pernas, braços) e não um laço, estando sempre acompanhada de outras marcas,
como marcas ungueais, escoriações, hematomas, que caracterizam estigmas de defesa
da vítima. Os sinais internos existentes vão desde as infiltrações sanguíneas das partes
moles subjacentes aos estigmas, até equimose retrofaríngea (Sinal de Brouardel),
fraturas no aparelho laríngeo e sangue fluido e escuro.
CAIU EM PROVA:
(INSTITUTO AOCP/2019) Em relação às asfixias, é correto afirmar que
e) sufocação indireta é causada pela compressão do tórax.
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MEDICINA LEGAL
CAIU EM PROVA:
(CEBRASPE/2018) Em relação às asfixias por obstrução das vias aéreas por
constrição cervical, julgue os itens seguintes.
I - Em casos de enforcamento, a cabeça fica voltada para o lado do nó, e
formam-se manchas hipostáticas na parte superior do corpo.
II - Nas situações de estrangulamento, o sulco no pescoço é horizontal e fica
situado abaixo da cartilagem tireoide, podendo haver vários sulcos.
III - Em casos de esganadura, ficam marcas ungueais do agressor.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
ANOTAÇÕES:
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Bons estudos!
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MEDICINA LEGAL
5.5) Energias de ordem bioquímica:
As lesões de ordem bioquímica são resultadas de condições orgânicas e de
defesa de cada organismo, através dos distúrbios e perturbações alimentares,
autointoxicações, infecções e castração química.
As situações de maiores importâncias médico-legais dizem respeito às ações
criminosas, quando das omissões de alimentos nos casos de infanticídios. Ademais,
as intoxicações ou infecções criminosas se tornam raras e são caracterizadas pela
origem preestabelecida da vítima, por exemplo em caso de alergias alimentares,
ingestão de medicamentos perturbadores renais em indivíduos com nefropatias
crônicas, etc.
No que tange a castração química, trata-se de inibição temporária do desejo
sexual através da aplicação de medicamentos à base de hormônios femininos,
principalmente. A utilização de tal metodologia se justificaria como pena ou medida
de segurança em casos de pedofilia ou demais crimes contra a dignidade sexual.
Porém, inúmeros autores condenam tal hormonioterapia devido a violação de
preceitos básicos e inerentes à dignidade da pessoa humana, defendido pelos diversos
documentos em Direitos Humanos.
73
MEDICINA LEGAL
5.7) Energias de ordem mista:
Também conhecidas como energias de ordem bioquímica e biodinâmica, as
energias de ordem mista compreendem grupos de ações causadores de lesões
corporais o de morte analisados na causalidade do dano. Além de interessar à
infortunística na análise da fadiga e doenças parasitárias, tais energias buscam atender
às demandas civis e criminais, principalmente no que tange os estudos das sevícias.
As sevícias incorporam várias manifestações, como de ordem mecânica
(lesões corporais), biodinâmica (choque) e bioquímica (inanição). A perícia nesses
casos visa avaliar as alterações físicas e psíquicas das ações dolosas presentes:
- Abandono familiar inverso: trata-se do abandono dos pais po9r parte dos
filhos, denominado também de abandono às avessas, seja por desamparo afetivo ou
por privação material. Tal conduta pode gerar aos idosos o abatimento, sofrimento
moral, humilhação, depressão, entre outros, passível de punição conforme prevê o
Estatuto do Idoso.
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MEDICINA LEGAL
- Síndrome de Munchausen: geralmente apresentada pela mãe que cria
artificialmente doenças para os filhos, para chamar atenção do marido ou familiares.
Desta forma, contínua e deliberada, causa, provoca ou simula sintomas de doenças
para menores sob sua guarda.
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MEDICINA LEGAL
não representam o mínimo da realidade, mas devem ser cuidadosamente avaliadas de
forma a garantir efetiva reparação, repreensão e recorrência dos fatos. Em muitos
casos, o acompanhamento psicológico é fundamental para compreensão da violência,
onde muitas mulheres são vítimas em função da dependência financeira, física e
afetiva de seus agressores. Não é rara a ocorrência, também, de simulações de
agressões, cabendo à esfera policial e pericial um cuidado especial na distinção das
denúncias através de entrevista, avaliação de antecedentes, histórico familiar,
relacionamento com agressor, nexo causal entre ação e dano, entre outros.
ANOTAÇÕES:
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Bons estudos!
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MEDICINA LEGAL
6. TANATOLOGIA FORENSE
A Tanatologia se aplica aos estudos dos mecanismos da morte, sua causa e os
problemas a ela relacionados, envolvendo, inclusive os fenômenos cadavéricos. No
que tange a conceituação de morte, considera-se a cessação total e permanente
(irreversível) dos fenômenos vitais pela parada das funções respiratória, circulatória e
encefálica de causa conhecida e constatada de modo indiscutível, caracterizada por
coma aperceptivo, com ausência de resposta motora supraespinhal e apneia. Ainda,
para fim de transplante de tecidos e órgãos humanos, não basta constatar morte
cerebral, deve-se ainda registrar morte encefálica permanente irreversível.
De acordo com atual resolução do Conselho Federal de Medicina nº
2.173/2017, a morte encefálica (ME) é de certeza absoluta e é estabelecida pela perda
definitiva e irreversível das funções do encéfalo por causa conhecida, comprovada e
capaz de provocar o quadro clínico. A ME deve ser estabelecida por 2 (dois) médicos
especificamente qualificados, sendo que um deles deve, obrigatoriamente, possuir
uma das seguintes especialidades: medicina intensiva adulta ou pediátrica, neurologia
adulta ou pediátrica, neurocirurgia ou medicina de emergência. O outro deve ter, no
mínimo, um ano de experiência no atendimento a pacientes em coma, tenha
acompanhado ou realizado pelo menos 10 (dez) determinações de morte encefálica
ou tenha realizado curso de capacitação. Nenhum dos dois médicos deve fazer parte
da equipe de transplantes. Os critérios para detecção de morte encefálica:
− coma não perceptivo e
− ausência de reatividade supraespinhal manifestada pela ausência:
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MEDICINA LEGAL
O diagnóstico de morte encefálica não pode ser utilizado como único critério
(devido a possibilidade de reversibilidade) em casos de:
− Menores de 2 anos,
− Morte por hipotermia,
− Drogas depressoras do SNC,
− Encefalites,
− Distúrbios metabólicos ou endócrinos.
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MEDICINA LEGAL
- Mínimo de 6 horas. Quando a causa fora
encefalopatia hipóxico-isquêmica, a
observação deve ser de 24 horas.
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MEDICINA LEGAL
− Morte natural - resultante de causa interna, resultante de um estado
mórbido ou condição congênita, onde não há a quem se atribuir a
responsabilidade. Poderá ocorrer com ou sem assistência médica.
Opõe-se à morte violenta.
− Morte violenta - resultante de causa externa, em decorrência de
acidente, por ação ou omissão de outra pessoa (homicídio ou indução
ao suicídio) ou por ação própria (suicídio). Nesse caso, apresenta
indícios de criminalidade, sendo necessário se determinar a causa
jurídica da morte para apurar responsabilidades.
CAIU EM PROVA:
(CEBRASPE/2016) Com referência à morte aparente, assinale a opção
correta
e) Na tríade de Thoinot, o estado de morte aparente é caracterizado pela
imobilidade, ausência aparente de respiração e circulação.
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MEDICINA LEGAL
− Morte agônica - leva à sobrevivência por dias, semanas após o
surgimento da causa, ocorrendo de forma lenta e esperada como
resultado de uma doença ou condição. Opõe-se à morte súbita.
− Morte súbita - apresenta efeito imediato, não podendo determinar
com clareza e segurança a causa da morte, ocorrendo em estado de
aparente saúde. Não se pode instituir um tratamento adequado e,
muitas vezes, sequer eludir se houve ou não violência. Assim sendo,
portanto, uma morte suspeita, imprevisível e de necessária
investigação aprofundada.
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MEDICINA LEGAL
CAIU EM PROVA:
(INSTITUTO AOCP/2019) A necropsia é um procedimento médico que visa
analisar a anatomia, o motivo da morte e as sucessivas alterações orgânicas
que acontecem após a morte do corpo. Os dispositivos legais que
regulamentam a obrigatoriedade da necropsia são elencados no Código de
Processo Penal Brasileiro. A necropsia deverá ser indispensável na ocorrência
dos seguintes casos, EXCETO
b) morte natural assistida.
Perinecroscopia:
A perinecroscopia se vale da observação do exame do local de crime suspeito
ou violento, buscando por sinais que auxiliem no estabelecimento da dinâmica dos
fatos. Logo, faz-se necessário aos pêros criminais observar detalhes tais como
respingos e direção de sangue, marcas de arrastamento do corpo, posição de possível
autor, direção de projéteis, etc. Enquanto ao médico legista cabe a avaliação dos
indícios intrínsecos ao cadáver, como ferimentos ao longo do corpo, presença de
espermatozoides em possíveis crimes sexuais, corpos estranhos, substâncias químicas
e/ou alimentos no estômago do periciando (mediante necropsia), etc.
82
MEDICINA LEGAL
Lesões relacionadas à morte:
É de suma importância estabelecer o momento da ocorrência das lesões por
parte da perícia a fim de auxiliar questões judiciais e, consequente, enquadramento
jurídico. Tal elucidação possibilita identificar se as lesões foram as causas da morte,
se foram realizadas para dissuadir a perícia ou se foram realizadas como forma de
vilipêndio, por exemplo.
− Lesões in vita: para caracterizar tais lesões, é necessária a verificação
de reação vital enquanto mecanismo de defesa do próprio organismo
contra a agressão:
− processo inflamatório
− coagulação sanguínea
− retração de bordas
− regeneração (crosta, calo)
− infiltração hemorrágica
− queimaduras com flictenas rico em albumina e leucócitos
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MEDICINA LEGAL
aderência dos coágulos às bordas das lesões. Sabe-se, hoje, que isso se deve à ação de
uma glicoproteína chamada fibronectina. Nas lesões vitais, a lavagem com água não
consegue retirar o sangue aderido aos tecidos.
CAIU EM PROVA:
(INSTITUTO AOCP/2019) O diagnóstico diferencial entre as lesões
produzidas em vida ou depois da morte pode ser realizado por meios
tradicionais e meios subsidiários (exames de laboratório). Como
característica(s) de lesões intravitam, pode-se ter
d) equimose e presença de crosta na escoriação.
Cronotanatognose:
O diagnóstico cronológico se faz importante para determinação da causa
jurídica da morte e, ainda, essencial no auxílio à investigação sobre circunstâncias da
morte. Vale relembrar que a morte não é um resultado simples, instantâneo e
simultâneo, mas sim um processo gradativo que não se sabe quando inicia e quando
termina. Assevera França que as “funções não cessam todas de uma vez, resultando
daí uma certa dificuldade pra se determinar com precisão o exato momento da morte”.
A morte é caracterizada pela presença dos sinais abióticos (sinais que indicam
ausência de vida) seguido de sinais transformativos.
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MEDICINA LEGAL
1. Fenômenos abióticos (ou avitais ou vitais negativos):
a) Imediatos (ou precoces): resultantes da cessação das funções vitais.
Indicam a possibilidade de morte e são denominados por alguns autores como período
de morte aparente, por outros são chamados de morte intermediária.
− Perda da consciência
− Perda da sensibilidade – ausência de sensações táteis, térmicas e
dolorosas
− Imobilidade
− Midríase bilateral – dilatação das pupilas
− Cessação da respiração e circulação – Sinal ou Teste de Rebouillat: a
injeção de éter no tecido subcutâneo reflui pela mesma ferida
punctória da pele, caso não haja circulação; caso contrário, é
absorvido e desperta reação inflamatória.
85
MEDICINA LEGAL
TOME NOTA Sinal de Ripault: Depressão do globo ocular e deformação
da íris e da pupila após realizar um ponto de pressão (8h após o óbito).
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MEDICINA LEGAL
desse fenômeno também não é igual ao rendimento aeróbio, o que
prejudica a permeabilidade da membrana celular. Com isso, as
células musculares deixam de armazenar cálcio corretamente,
fazendo com que a concentração desses íons aumente no citoplasma,
predispondo a contração muscular. Após algum tempo, a actina e a
miosina se desligam, favorecendo a flacidez muscular.
(Livores hipostáticos)
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MEDICINA LEGAL
a) Destrutivos:
− Autólise - Início da decomposição resultante da ação ácida das
enzimas celulares. Microscopicamente, assim que ocorre a
parada circulatória, cessa o aporte de oxigênio aos tecidos,
levando a um acúmulo de radicais ácidos e lise dos lisossomos,
com baixa do pH do sangue e liberação das enzimas até então
contidas nessas organelas (hidrolases). Tudo isso faz com que a
célula seja destruída.
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MEDICINA LEGAL
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MEDICINA LEGAL
TOME NOTA Circulação Póstuma de Brouardel: ocorre entre 18-24h
no verão e 36 a 48h no inverno, podendo se estender por 5 dias, onde os vasos são
empurrados pelos gases e tornam-se visíveis.
90
MEDICINA LEGAL
CAIU EM PROVA:
(CEBRASPE/2018) Julgue o item que se segue, relativo a
fenômenos cadavéricos.
O intestino delgado é a primeira porção do corpo humano a atingir
a fase coliquativa da putrefação, devido à grande presença de bactérias.
ERRADO – a fase cromática da putrefação se inicia pelo ceco,
enquanto a fase coliquativa é marcada pela liquefação tecidual.
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MEDICINA LEGAL
CAIU EM PROVA:
(NUCEPE/2018) O estudo da morte na medicina legal é realizado pela
Tanatologia forense; Dentro do estudo dos fenômenos cadavéricos,
é CORRETO afirmar que:
c) A maceração é o fenômeno destrutivo concomitante à putrefação,
resultante da umidade ou excesso de água sobre o cadáver.
b) Conservadores:
− Mumificação - geralmente em corpos magros, ocorrendo
conservação provocada por locais secos e quentes (desidratação). Há
interrupção das reações químicas, conservando o tegumento,
determinando a conservação parcial. Não pode ser confundida com
os processos de conservação artificial, como os embalsamamentos,
que consiste na injeção de conteúdo conservador (como formol) nos
vasos sanguíneos, junto com outros adjuvantes.
92
MEDICINA LEGAL
− Corificação - fenômeno raro causado por isolamento hermético,
principalmente em caixões ou urnas fabricadas com zinco.
Apresentam pele com aspecto curtido em couro.
− Outros fenômenos conservadores –
− CALCIFICAÇÃO ou PETRIFICAÇÃO: substituição progressiva
das estruturas biológicas por minerais, dando um aspecto de pedra
(feto litopédio – “de pedra”) com manutenção da morfologia dos
restos mortais.
− REFRIGERAÇÃO: conservação em ambientes muito frios.
− FOSSILIZAÇÃO: conservativo de longa duração.
CAIU EM PROVA:
(FCC/2018) Dentre os fenômenos cadavéricos transformativos, tem-se a
e) saponificação, na qual o cadáver é transformado em uma substância untuosa
após um certo estágio da putrefação.
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MEDICINA LEGAL
Resumindo...
IMEDIATOS
- Perda de consciência
- Imobilidade
- Relaxamento Muscular
- Parada Cardíorrespiratória
- Midríase Paralítica Bilateral
Abióticos
CONSECUTIVOS
- Livor
- Algor
- Rigor
- Opacificação da Córnea
Fenômenos Cadavéricos
- Espasmos cadavéricos
- Desidratação
DESTRUTIVOS
1) Autólise
2) Putrefação
- Cromática
- Gasosa
- Coliquativa
- Esqueletização
Transformativos 3) Maceração
CONSERVATIVOS
- Mumificação
- Saponificação
- Petrificação
- Corificação
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MEDICINA LEGAL
7. SEXOLOGIA MÉDICO-LEGAL
A sexologia forense ou criminal ou médico-legal se incumbe de responder
aos quesitos e identificar condutas relacionadas aos crimes contra a dignidade sexual,
que não se trata unicamente das agressões ao corpo físico ou à sexualidade, mas
principalmente à violação psicológica.
Para tanto, a legislação brasileira aponta os crimes a serem punidos no Título
VI do Código Penal. Aqui abordaremos os crimes de maior interesse à perícia:
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MEDICINA LEGAL
Estupro de vulnerável
Art . 217-A (CP): Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso
com menor de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1º - Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com
alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência.
§ 2º - Vetado
§ 3º - Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4º - Se da conduta resulta morte:
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
§ 5º - As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-
se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter
mantido relações sexuais anteriormente ao crime.
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MEDICINA LEGAL
Para a perícia, importa a análise sobre da himenologia para configurações de
crimes sexuais. Para tanto, considera-se mulher virgem toda aquela em relação à qual
não se prova experiência sexual anterior. Enquanto inexperiência quer dizer
alheamento, falta de conhecimento do que seja conjunção carnal.
Conjunção carnal, como já dito, é a cópula vagínica, a contactação
pênis/vagina (intromissio penis). O que envolve aspectos da libido não faz parte do
crime de sedução, configurando os atos libidinosos, que são diferentes da conjunção
carnal. A prova da conjunção carnal é definitiva para a tipificação do crime, sendo
que em virgens é feita por meio da observação de ruptura do hímen. Em mulheres
com vida sexual pregressa, utiliza-se a gravidez, contágio de moléstia venérea, exame
de esperma e exames bioquímicos.
97
MEDICINA LEGAL
gravidez sem conjunção carnal, pois o espermatozoide depende do
meio ácido para sobreviver, e isso só existe no ambiente vaginal.
É possível a pesquisa, também, de substâncias lubrificantes de alguns
preservativos, possibilitando o diagnóstico de conjunção carnal, mesmo quando o
homem utiliza preservativo. Podem ser encontradas algumas tabelas sobre até quanto
tempo após a conjunção se pode pesquisar a presença de espermatozoides na vagina.
Geralmente, as vítimas de agressão sexual têm uma enorme tendência de, finda a
agressão, limpar-se exageradamente, como se limpassem também quaisquer vestígios
de agressão, inclusive com o uso de ducha vaginal. Para a Medicina Legal, tal fato
pode destruir a possibilidade da prova. Segundo alguns autores, existe a possibilidade
de se encontrarem vestígios de espermatozoides na vagina até 22 dias após a
conjunção. Na prática, porém, após cinco ou seis dias já ficará mais difícil encontrá-
los.
CAIU EM PROVA:
(CEBRASPE/2018) O exame necroscópico do cadáver referido no texto
1A9AAA evidenciou equimoses violáceas e escoriações na vulva, hímen roto,
dilatação do ânus, sem escoriações ou fissuras, e o exame citológico da secreção
vaginal detectou espermatozoides e PSA.
a) A presença do PSA na secreção vaginal é considerada um vestígio de
ocorrência de conjunção carnal.
98
MEDICINA LEGAL
côncavo, rugoso e irregular e com duas bordas, uma aderente (ou de inserção) e outra
livre (que limita o óstio). A borda livre do hímen, pode ser regular, irregular ou
recortada, apresentado reentrâncias denominadas entalhes (se avançam quase à borda
da inserção e são simétricas) ou chanfraduras (se superficiais e em extensão de 2 a
3mm). Os entalhes não devem ser confundidos com rupturas, devendo receber certa
atenção médico-legal, onde:
− Os entalhes não se estendem até as bordas da vagina, as rupturas, sim;
− As bordas da ruptura se coaptam (se encaixam). As bordas do entalhe
não se coaptam porque jamais pertenceram a um mesmo plano;
− As bordas da ruptura apresentam uma cicatriz; as bordas dos entalhes
são do mesmo tecido do hímen. Sob luz ultravioleta, as que forem
bordas cicatriciais (ruptura) apresentar-se-ão pálidas; as que forem
bordas de entalhes apresentar-se-ão mais vermelhas, tendo em vista
a maior irrigação.
As dimensões do orifício dependem da largura do óstio e, relativamente, da
membrana mais ou menos larga que o fecha. O diâmetro, pela ruptura, torna-se
suficientemente largo, permitindo o acesso do pênis no interior da vagina. Face às
características da irrigação sanguínea do hímen, ele se rompe e permanece roto,
cicatrizando-se a borda da ruptura, mas não se refazendo. Até o 20º dia da conjunção,
as bordas sangram. Após esse tempo, as bordas tendem a se cicatrizar. O tecido vai se
atrofiando até que, após algum tempo, os fragmentos são reduzidos a meros nódulos
na parede vaginal, que recebem o nome de carúnculas mirtiformes. As rupturas
estendem-se da borda ostial até a borda vaginal. Em alguns livros podemos encontrar
a terminologia “ruptura incompleta”, que significa que o hímen rompeu, mas a ruptura
não foi até a borda vaginal.
99
MEDICINA LEGAL
Diferente tipos e classificações de hímen (segundo Genival Veloso de
França):
100
MEDICINA LEGAL
CAIU EM PROVA:
(INSTITUTO AOCP/2018) Assinale a alternativa que corresponda a
descrição de um hímen complacente.
c) Hímen com propriedade elástica.
Local de ruptura
Antigamente, adotava-se a nomenclatura do mostrador de relógio (ex:
ruptura a doze horas) chamado Método Cronométrico de Lacassagne. Hoje, divide-
se a vulva de acordo com o método de Oscar Freire em quatro quadrantes – superior
direito, superior esquerdo, inferior direito e inferior esquerdo. Pelos quadrantes, tem-
se oito pontos para descrever o local da ruptura no laudo (quatro quadrantes e quatro
101
MEDICINA LEGAL
junções).
A preocupação em descrever o local da ruptura é importante, pois, em 97%
dos casos, quando os parceiros se encontram em posição mulher sobre o homem, as
rupturas ocorrem nos quadrantes inferiores ou na junção dos dois quadrantes
inferiores. As rupturas em quadrantes superiores, em princípio, podem ser produto de
manipulação, de trauma ou de coitos com o parceiro em posição vertical. Rupturas
por manobras masturbatórias só ocorrem nos quadrantes superiores.
Tempo da Ruptura
− Recentíssima: ocorreu há poucas horas, as bordas estão sangrantes
− Recente: em cicatrização, ocorreu até 20 dias atrás
− Não recente: ocorreu há mais de 20 dias
102
MEDICINA LEGAL
causada, não havendo lubrificação, ocorre a ruptura. O que leva à
ruptura não é a violência em si, mas a ausência de lubrificação
− Pênis pequeno.
CAIU EM PROVA:
(IBFC/2017) As perícias de casos de estupro têm como objetivo a constatação
da prática de conjunção carnal ou de outro ato libidinoso. Em relação ao
estupro, analise as afirmativas.
I. A presença de esperma na cavidade vaginal é um sinal que indica certeza de
prática de conjunção carnal, até que se prove o contrário.
II. Nos casos do coito em pé, há maior incidência de rotura do hímen, nos
quadrantes inferiores.
III. O exame de presença de fosfatase ácida é utilizado nos casos de estupro
para se constatar gravidez.
Assinale a alternativa correta.
b) Está correta apenas a afirmativa I
103
MEDICINA LEGAL
2. Violação sexual mediante fraude – art. 215:
Art. 215 (CP): Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com
alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre
manifestação de vontade da vítima:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem
econômica, aplica-se também multa.
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MEDICINA LEGAL
ANOTAÇÕES:
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Bons estudos!
7.1. Abortamento
A doutrina médico-legal entende que aborto é a expulsão do feto morto ou
vivo do ambiente intrauterino em qualquer idade gestacional. Já para a Organização
Mundial da Saúde, aborto é a eliminação do produto da concepção com menos de
500g e menos de 25cm de comprimento, o que equivale aproximadamente a idade
gestacional de 22 semanas.
A gravidez deve ser considerada a partir da nidação, segunda a doutrina penal,
e não da fecundação. No entanto, a doutrina médico-legal, considera a mulher grávida
desde o momento da fecundação. Sendo assim, será considerado crime de aborto se a
manobra abortiva ocorrer antes ou depois da nidação, pois há vida desde a fecundação.
O Código Penal aponta 3 (três) possibilidades de abortos:
− Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento:
Art. 124 (CP): Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho
provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
105
MEDICINA LEGAL
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é
maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o
consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
106
MEDICINA LEGAL
TOME NOTA Jurisprudência STF: permitido também o aborto eugênico
em casos de anencefalia (ADPF 54).
CAIU EM PROVA:
(INSTITUTO AOCP/2018) Para efeito de diagnóstico médico-legal,
conforme o artigo 128 do Código Penal brasileiro, o aborto
d) é crime em qualquer modalidade, embora não punível se praticado por
médico, se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de
consentimento da gestante ou quando não houver outra maneira de salvar
a vida da gestante.
Provas de aborto
Aborto pode ser espontâneo ou provocado, sendo resultante da morte do
produto da concepção. Logo, os seguintes sinais indicam que houve apenas aborto,
não se identificando a causa:
− Maceração fetal: Feto que morre dentro do saco amniótico e sua
permanência dentro do líquido amniótico acarreta a destruição dos
tecidos moles. Ocorre nas mortes fetais a partir do 5º ou 6º mês de
gestação. Indicam que o feto está morto há mais de 24h.
107
MEDICINA LEGAL
− Mola hidatiforme: É uma degeneração da placenta. Não há um ser
humano em desenvolvimento dentro do útero.
108
MEDICINA LEGAL
− Metatrexato é um agente citostático capaz de inibir o crescimento do
trofoblasto.
CAIU EM PROVA:
(FCC/2017) O aborto criminoso no Brasil é subnotificado, visto que os fatos
nem sempre chegam ao conhecimento dos órgãos responsáveis. De acordo com
a legislação brasileira, o aborto é considerado criminoso quando
b) a gestante faz uso de comprimidos de misoprostol fornecidos pelo marido.
Infanticídio
No Código Penal, o crime de infanticídio é caracterizado pela morte do
próprio filho, estando a mãe sob influência do estado puerperal, sendo tratado como
uma forma privilegiada de homicídio.
Art. 123 (CP): Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho,
durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
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MEDICINA LEGAL
da placenta (dequitação) até a involução total das características da gravidez, variando
entre 8 dias a 8 semanas, de acordo com a doutrina.
Durante o parto é o período que se configura a partir do momento da rotura
das membranas até a expulsão do feto e da placenta. Entende-se por logo após o parto
imediatamente após esse ato. Compreende os primeiros cuidados do infante nascido.
Caso saia da esfera de logo após o parto, classificar-se-á o crime de homicídio comum.
CAIU EM PROVA:
(CEBRASPE/2016) Acerca do crime de infanticídio, é correto afirmar que
e) dores do parto, estresse do período expulsivo, solidão do parto causada pela
gravidez desonrosa ou indesejada, além da pouca irrigação cerebral associada à
hemorragia no puerpério são fatores que explicam a perturbação da afetividade
no infanticídio.
110
MEDICINA LEGAL
A morte natural afasta o infanticídio, sendo necessário identificar a causa
jurídica da morte (acidental ou criminosa). As causas acidentais geralmente advêm de
traumatismos. Pode haver asfixia por descolamento prematura da placenta, penetração
de líquidos na via respiratória e compressão na pelve materna. Já as criminosas podem
advir de uma série de energias, desde as mais sutis até as mais violentas.
Além disso, cabe também à perícia a diferenciação das características do feto
para o enquadramento em aborto ou infanticídio. Para tanto, a perícia médico-legal se
vale do estudo de docimásias, a citar algumas dessas técnicas:
− Docimásia Gastrointestinal de Breslau: o princípio é a análise de
ingestão de gases, consistindo na retirada de uma porção do trato
gastrintestinal para análise de flutuação.
111
MEDICINA LEGAL
coloca-se em bloco a árvore traqueobrônquica, a língua, os
pulmões, o timo e o coração, e observa-se se flutua por inteiro
ou a meia água, ou se afunda.
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MEDICINA LEGAL
− Docimásia óptica ou visual de Bouchut: simples observação visual
do pulmão. O que não respirou tem aparência mais compacta, sólida,
e o que respirou apresenta o desenho alveolar mais evidente.
CAIU EM PROVA:
(FCC/2018) As docimásias são realizadas para verificar a existência de vida
extrauterina em casos de aborto e infanticídio. Entre as técnicas possíveis, a
docimásia
d) histológica de Balthazard consiste na análise histológica de um fragmento
de pulmão. O pulmão que respirou terá estrutura igual ao pulmão de um adulto.
O pulmão que não respirou tem as cavidades alveolares colabadas.
Distúrbios sexuais
Os distúrbios de sexualidade, ou parafilias, devem ser exclusivos e
duradouros. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos
Mentais, são classificados 3 (três) tipos de transtornos:
1) Transtornos Sexuais: encerram as disfunções sexuais, como as alterações
de desejo, mudança na resposta sexual, mal-estar e conflitos. São eles:
− Transtornos de desejo sexual
− Transtornos devido à dor
− Transtornos decorrentes de enfermidade, provocada por
medicamentos ou não especificada
113
MEDICINA LEGAL
− Transtornos orgásmicos
− Transtornos de excitação sexual
2) Transtornos de Identidade Sexual: consiste na identificação interna do
sexo oposto ou mal-estar com seu próprio sexo. Em síntese, são distúrbios sexuais:
− Anafrodisia: diminuição ou deteriorização do instinto sexual de
homens devido a uma doença de natureza glandular ou nervosa
− Anorgasmia: disfunção sexual rara e se constitui na incapacidade de
o homem ejacular
− Bestialismo ou zoofilia: desejo sexual por animais
− Clismafilia: preferência pelo prazer obtido pela introdução de
líquidos no reto
− Coprofilia: prazer em comer fezes
− Coprolalia: satisfação em ouvir palavras obscenas
− Cromoinversão: atração por pessoas de outra cor
− Dollismo: prazer sexual por bonecas
− Erotomania: forma de erotismo extremamente mórbida em que o
indivíduo é levado pela ideia de hiperbólica de amor
− Etnoinversão: atração por pessoas de outra etnia
− Exibicionismo: desejo em mostrar sua genitália para outras pessoas
− Fetichismo: desejo sexual por partes do corpo ou objetos do outro
− Frigidez: pouco vigor sexual da parte feminina devido a vaginismo
ou doenças
− Frotteurismo: prazer em encostar ou friccionar pessoas
− Gerontofilia ou Cronoinversão: desejo sexual por pessoas idosas
− Impotência: pouco vigor sexual da parte masculina
− Lubricidade Senil: grande desejo sexual em idosos
− Masoquismo: pessoa busca prazer ao sentir dor ou imaginar que a
sente
− Mixoscopia ou Voyerismo: prazer em espiar ou assistir outras
pessoas em relação sexual
− Narcisismo: admiração anormal pela sua própria imagem
− Ninfomania: muito vigor sexual da parte feminina
− Onanismo: Interrupção do ato sexual antes da ejaculação
− Pigmalianismo ou agalmatofilia: prazer sexual por estátuas
114
MEDICINA LEGAL
− Pluralismo: prática sexual com 3 ou mais pessoas
− Riparofilia: Desejo sexual por pessoas sujas
− Sadismo: pessoa busca prazer ao fazer outras pessoas sentirem dor ou
imaginarem que a sente
− Satiríase: muito vigor sexual da parte masculina
− Swapping: prática heterossexual em que casais consentem com a
prática de sexo entre parceiros
− Tribadismo: prática sexual entre mulheres (fricção entre genitálias)
− Troillismo: é a satisfação sexual ao imaginar ou observar o parceiro
se relacionar com outra pessoa, geralmente um desconhecido
− Uranismo ou Pederastia: Homossexualismo masculino
− Urolagnia: prazer sexual em ver, ouvir ou sentir a urina ou ato de
urinar
− Vampirismo: desejo sexual por sangue na relação
CAIU EM PROVA:
(CEBRASPE/2016) Para o estudo da sexualidade anômala, quando se adota
o Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais da Sociedade Norte-
Americana de Psiquiatria, pode-se observar que os transtornos da sexualidade
são divididos em disfunções sexuais, transtornos de identidade de gênero e
parafilias. Acerca desse assunto, assinale a opção correta.
c) As disfunções sexuais caracterizam-se por perturbação do desejo sexual e por
alterações psicofisiológicas que comprometem o ciclo da resposta sexual
normal, causando, concomitantemente, sofrimento acentuado e dificuldade
interpessoal.
115
MEDICINA LEGAL
CAIU EM PROVA:
(FCC/2017) Os transtornos da sexualidade são distúrbios do instinto
sexual, fantasias ou comportamento recorrente e intenso que ocorrem
de forma inabitual, também designados de parafilias. Em relação às
parafilias, é correto afirmar:
d) Riparofilia: perversão sexual em que há atração sexual por pessoas
desasseadas, sujas, de baixa condição social e com pouca (ou nenhuma)
higiene.
ANOTAÇÕES:
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Bons estudos!
116
MEDICINA LEGAL
8. ANTROPOLOGIA FORENSE – IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO
Cabe à Antropologia Forense estabelecer as definições quanto à identidade e
identificação dos indivíduos. Para tanto, faz-se necessário diferenciar os dois termos:
− IDENTIDADE: é o conjunto de caracteres físicos, funcionais e
psíquicos, natos ou adquiridos, porém permanentes, que torna uma
pessoa diferente das demais e idêntica a si mesma. Trata-se do
conjunto de elementos positivos e estáveis que definem a pessoa
física de alguém.
− IDENTIFICAÇÃO: ato ou efeito de obter identidade, evidenciando
as propriedades exclusivamente individuais. Trata-se da descrição de
uma pessoa que se quer fazer reconhecer.
A identificação policial ou judicial consiste no emprego de técnicas de
identificação baseadas em dados antropométricos e antropológicos para a
identificação e caracterização de criminosos. Alphonso Bertillon foi um dos primeiros
a se valer de técnicas científicas para identificação e buscou identificar os pontos
comuns aos seres, com base na antropometria, que tem como método a associação de
várias medidas do esqueleto com sinais particulares, servindo para identificar
crianças, jovens e adultos.
Conhecida como Bertiolagem (Bertilhonagem - Alphonse Bertillon), a
identificação antropológica é um método de identificação baseado em medidas
antropológicas, visando estabelecer essas “sinalizações” como forma de identificação
dos indivíduos. Eram analisadas medições, retrato falado, fotografia sinalética e
marcas particulares. Esse Sistema era dividido em duas etapas:
− Sinalização Antropométrica: se fundamenta na fixidez do esqueleto
humano, entre 20 e 65 anos, analisando-se 11 (onze) medidas da
estrutura óssea:
• Diâmetro anteroposterior da cabeça
• Diâmetro transversal da cabeça
• Comprimento da orelha direita
• Diâmetro bizigomático
• Comprimento do pé esquerdo
• Comprimento do dedo médio esquerdo
• Comprimento do dedo mínimo
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MEDICINA LEGAL
• Comprimento do antebraço
• Estatura
• Envergadura (comprimento dos braços abertos)
• Altura do busto
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MEDICINA LEGAL
− Cicatrizes: têm interesse não apenas quanto à identificação, mas
também no que se refere a fatos ocorridos anteriormente. Podem
ser traumáticas, por ação de agentes mecânicos, por queimaduras
ou por ação de cáusticos, patológicas, como as da vacina ou da
varíola, ou cirúrgicas.
− Tatuagens
1) identificação genética:
O diagnóstico molecular trata de método bastante específico e sensível,
permitindo identificar indivíduo que não foi identificado através de outras técnicas.
Utiliza-se pequena amostra de DNA presente em tecido remanescente em
carbonizados, por exemplo, ou em casos de estupro seguido de morte para a
identificação de um possível responsável pelo delito através da comparação.
O método inicial de identificação por DNA foi o RFLP (Polimorfismo de
comprimento de fragmentos de restrição), que, resumidamente, utiliza enzimas de
transcrição que cortam o DNA em porções específicas (sítio de restrição), gerando
fragmentos de variados tamanhos. Esses fragmentos são submetidos a um campo
elétrico por eletroforese em gel, o qual faz migrar o DNA (carregado negativamente)
para o polo positivo. De acordo com o tamanho do fragmento, os mais pesados
migram pouco e os mais leves migram mais, a ponto de criar um padrão de bandas.
Essas bandas são avaliadas e comparadas com o material de suspeitos.
Atualmente o método mais utilizado é a realização de Multiplex PCR
(técnica que transforma uma cópia de DNA em bilhões) utilizando microssatélites,
que consiste na expressão de várias regiões repetitivas simultaneamente. Existem kits
com regiões específicas a serem amplificadas, de forma que a reação se torna bastante
facilitada.
Banco de dados de perfis genéticos – Lei 12.654/12 (gerenciado por unidade
oficial de perícia criminal):
− não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das
pessoas, somente para determinação de gênero
− caráter sigiloso
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MEDICINA LEGAL
− as informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos
deverão ser consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial
devidamente habilitado
a. Identificação do sexo:
− Útero e órgãos genitais: Para a identificação do sexo da vítima, uma
das coisas mais interessantes é a presença do útero, o qual apresenta
relativa resistência durante a carbonização e putrefação. Além
disso, as características externas obviamente contribuem para a
determinação do sexo como a presença de saco escrotal ou vagina.
− Mandíbula: esse osso apresenta elementos importantes para se
determinar o sexo. Os índices de acerto giram em torno de 81,7%.
− A largura condilar, espessura mandibular anterior, distância
interforamen mentoniano, entre outros índices, auxiliam da
diferenciação do sexo. O peso da mandíbula em homens também
tende a ser maior que das mulheres, com cerca de 80 a 100g. A
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MEDICINA LEGAL
protuberância mentoniana (queixo), junto à espessura e densidade
óssea são alguns parâmetros também avaliados por médicos-legistas.
− Crânio: Capacidade craniana (1.400cm³ ou mais para os homens e
1.300cm³ para as mulheres), ângulo dos arcos superciliares (salientes
para os homens e suaves para as mulheres), mento arredondado em
mulheres e quadrado em homens, processo mastoide pequeno e liso
em mulheres, e grande e rugoso em homens, etc.
121
MEDICINA LEGAL
− Ossos da pelve: dentre todos os métodos citados, depois do crânio, é
a “bacia” (pelve) que diferencia definitivamente um homem de uma
mulher. A partir da puberdade, o ângulo formado pela diáfise femoral
e o plano dos côndilos é de 80º para o homem e de 76º para
a mulher, conforme Sterwart e Washington. A cavidade superior é
o local que permite a passagem da cabeça da criança na hora do
parto, por isso em mulheres, a pelve é mais “aberta”, enquanto
em homens assume a forma mais fechada.
− Ossos do tórax: em homens, o tórax costuma ser mais largo na porção
superior na distância entre os ombros (forma de cone invertido)
enquanto nas mulheres aparece uma estrutura mais afunilada.
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MEDICINA LEGAL
Identificação étnica pela face:
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MEDICINA LEGAL
c. Identificação da idade:
A melhor forma de determinar a idade do indivíduo é a análise dos seus dentes
e mandíbula. Quando estes elementos não são encontrados, são utilizadas técnicas
comparativas entre as suturas do crânio e a fusão das epífises.
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MEDICINA LEGAL
trapezoide é aquele que apresenta melhor índice de segurança.
A estimativa de idade baseada em métodos dentais é mais confiável que a
análise do esqueleto porque tendem a ser menos influenciados por fatores raciais e
ambientais. Como os dentes têm uma época própria para o surgimento, eles exercem
grande influência sobre a classificação da idade. Dessa forma, levando-se em conta a
primeira e a segunda dentições há, embora de maneira não tão rigorosa, condições de
se ter uma aproximação da idade de um indivíduo, a partir de 5 meses de nascido,
tomando por base a cronologia da erupção dentária.
A identificação pela arcada dentária é fundamental em se tratando de
carbonizados e também através da palatoscopia, visto que as impressões das
rugosidades palatinas são imutáveis.
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MEDICINA LEGAL
TOME NOTA Dentição decídua (até 6 anos) = 20 dentes
Dentição permanente (6 aos 12 anos) = 28 dentes
+ 4 sisos = 32 dentes
d. Identificação da estatura:
A estatura é obtida com o indivíduo em pé, em perfeita posição de
verticalidade ou com uma régua especial, nos casos de cadáver, cujas hastes tocam no
ponto mais alto da cabeça e na face inferior do calcanhar. Porém, quando se dispõe
apenas dos ossos longos dos membros, pode-se alcançar a estatura baseada na
tábua osteométrica de Broca ou nas tabelas de Étienne-Rollet, de Trotter e
Gleser, de Mendonça ou de Lacassagne e Martin. Basta multiplicar o comprimento de
um dos ossos longos pelos seus índices, para se aproximar da sua altura quando vivo.
CAIU EM PROVA:
(FUNCAB/2016) Um bom método de identificação deve atender a quatro
características ou exigências: duas de caráter biológico e duas de caráter
técnico. Assim, aponte dentre as opções abaixo, aquela que apresenta as quatro
características corretas.
a) Unicidade, imutabilidade, classificabilidade e praticabilidade
CAIU EM PROVA:
(VUNESP/2014) Em um cadáver em fase de esqueletização, os ossos que
permitem a identificação do sexo são:
b) crânio e pelve.
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MEDICINA LEGAL
3) Identificação papiloscópica:
A identificação datiloscópica deve ser a primeira a ser realizada, quando
possível, visto se tratar de método mais acessível. Para tanto, para aplicação da
Necropapiloscopia e elaboração da fórmula datiloscópica, é preciso saber identificar:
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MEDICINA LEGAL
− Entintamento: uso de tinta
− Microadesão: por meio de pós especiais
− Fotografia
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Arco - é o datilograma, geralmente adéltico, formado por linhas que
atravessam o campo digital, apresentando em sua trajetória formas mais ou menos
paralelas e abauladas ou alterações características.
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Presilha externa – é formada por linhas que partem da direita, indo até ao
centro e retornado ao mesmo lado. Forma o delta a esquerda do observador.
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MEDICINA LEGAL
A I E V
1 2 3 4
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Mão esquerda: Polegar = presilha externa
Indicador = arco
Médio = cicatriz ou defeito
Anelar = verticilo
Mínimo = presilha externa
CAIU EM PROVA:
(CEBRASPE/2016) Acerca dos que
(POLITEC/2017) Considerando tiposháfundamentais
no arquivo adeseguinte
datilograma
fórmula
descritos por Juan
dactiloscópica: Vucetich,
A2131 assinale
/ E1423, a opção
assinale correta.
em qual dedo estará presente o tipo
fundamental identificado como verticilo, de acordo com a classificação de
c) O verticilo se caracteriza pela presença de dois deltas.
Vucetich.
d) Dedo médio esquerdo
ANOTAÇÕES:
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Bons estudos!
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9. INFORTUNÍSTICA
Os acidentes do trabalho, doenças profissionais e doenças do trabalho são
atribuições de estudo da infortunística, cabendo sua caracterização e nexo de causa e
efeito entre a doença e a lesão pelo setor técnico de Perícia do INSS. Para tanto,
considera-se acidente do trabalho aquele que ocorre pelo exercício de uma atividade,
a serviço da empresa, que provoque lesão corporal ou perturbação funcional que cause
a morte, a perda ou redução da capacidade de trabalhar permanente ou
temporariamente.
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MEDICINA LEGAL
Convém mencionar que a culpa do acidentado ou de terceiros, seja por
negligência, imprudência ou imperícia, não descaracteriza o acidente do trabalho, pois
há o ônus da tutela legal ao risco profissional. Bem como se caracteriza acidente do
trabalho as concausas preexistentes conforme prevê a doutrina: “Será considerado
como do trabalho o acidente que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte ou perda ou redução da capacidade para o
trabalho”. Por exemplo, uma hérnia estrangulada durante a realização de um trabalho
ou, conforme cita Genival Veloso, um acidentado portador de diabetes, que agrava e
complica seu estado por interferência da condição anterior.
Vale citar algumas doenças ou síndromes recorrentes no ambiente de
trabalho:
− Síndrome do burn-out ou do esgotamento profissional: onde surge
em função do desajuste da relação conflituosa e desmotivada de seu
trabalho, onde o afetado apresenta quadros de depressão, afastamento
social, apatia, cansaço emocional, perda de motivação, atitude
negativa em relação a si mesmo, incapacidade, sentimento de
fracasso, etc. Bastante observada em profissões com maior contato
interpessoal, como professores, médicos, enfermeiros, policiais, etc.
− Síndrome do túnel do carpo: alterações funcionais sensitivas ou
motoras causadas pela compressão do nervo mediano do local de sua
passagem pelo canal osteofibroso da região ventral do punho,
provocando dormência, dor contínua, formigamento, queimação,
diminuição da força e destreza, etc. Os fatores que desencadeiam tal
síndrome são de causa ergonômica, devido ao uso da mão e do punho,
posturas inadequadas, repetição de movimentos, etc. Pode ser
agravada por fatores individuais (gravidez, menopausa, obesidade,
artrite) ou fatores extrínsecos (ambientais, ocupacionais, lazer).
− Lesão por esforço repetitivo (L.E.R.): pode ser causado por técnica
inadequada ou uso excessivo, afetando músculos, nervos, ligamentos
e tendões. Os sintomas incluem fraqueza, rigidez ou formigamento
na área afetada. O tratamento pode incluir medicamentos anti-
inflamatórios, fisioterapia, avaliação ergonômica e, em casos raros,
cirurgia.
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MEDICINA LEGAL
− Doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (D.O.R.T.):
são afecções causadas pelos movimentos repetitivos de qualquer
parte do corpo que podem provocar lesões em tendões, músculos e
articulações, principalmente dos membros superiores, ombros e
pescoço devido ao uso repetitivo ou a manutenção de posturas
inadequadas, assim com a LER. Porém, diferencia-se em razão de
lesões ou doenças causadas por uma atividade laborativa. As vítimas
mais comuns são digitadores, datilógrafos, bancários, telefonistas,
secretárias, escrivães, etc.
CAIU EM PROVA:
(IBFC/2017) Sobre Acidente de Trabalho, analise os elementos apresentados
abaixo.
I. Existência de uma lesão pessoal.
II. Incapacidade para o trabalho.
III. Nexo de causalidade.
IV. Dolo do empregador ou do empregado.
São elementos que caracterizam o acidente de trabalho:
a) I, II e III, apenas
ANOTAÇÕES:
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_____________________________________________________
Bons estudos!
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MEDICINA LEGAL
APÊNDICE - SINAIS EM MEDICINA LEGAL
Sinal de Azevedo Neves: livores punctiformes por cima e por baixo das bordas do
sulco.
Sinal de Berg: determinação das fosfatases = 77,1 mg. VN= 12,1 mg.
Sinal de Bernt: contração delicada dos músculos eretores dos pelos, tornando os
folículos desses pelos salientes (“pele de galinha”).
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MEDICINA LEGAL
Sinal de Lesser: vesículas sanguinolentas no fundo do sulco; ruptura da túnica íntima
da artéria carótida interna ou externa; ruptura transversal e hemorragia do músculo
tino hióideo.
Sinal de Ponsold: livores cadavéricos, em placas, por cima e por baixo das bordas do
sulco.
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MEDICINA LEGAL
Sinal de Mac Donal: Flexibilidade do istmo uterino.
Docimásia Hidrostática de Galeno: Teste de imersão dos pulmões para ver se o feto
respirou ou não, sendo positivo na flutuação em água, considerando-se a flutuação do
bloco respiratório, de cubos de pulmão e de um cubo após a compressão submersa.
Marcas de França: Marca ungueal na túnica interna da carótida que aparece, com
freqüência muito baixa, nos cadáveres vítimas de esganadura.
Pia Pascal: sinal das quatro fraturas = fratura dos terços inferiores das pernas, dos
terços médios dos braços.
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MEDICINA LEGAL
Prova do Acetato de Chumbo: Um papel molhado de Acetato de Chumbo fica
escuro em contato com a emanação do gás sulfídrico do cadáver.
Sinal de Stenon Louis: fino véu (poeira) que recobre a superfície da córnea.
Sinal da forcipressão química de Icard: Pinça-se a pele, flui uma serosidade que no
vivo é alcalina (neutra) e no morto é ácida.
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Sinal de Chistinson: Eritema que aparece nas áreas de queimaduras de 1º grau.
Sinal de Janezic-Jelacic: Diferencia as queimaduras pós morte e vital, por esta última
apresentar exsudato leucocitário na zona atingida.
Sinal de Labord: Introduz-se uma agulha de aço bem polida no tecido e após 30 min.,
retira-se a agulha. No caso de morte, permanece o brilho metálico.
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MEDICINA LEGAL
Sinal de Mankof: Contagem prévia do pulso radial, compressão no ponto doloroso,
e nova contagem do pulso. Na existência de dor há aumento dos batimentos.
Sinal de Müller: Marca-se a região onde a dor é referida. Comprime com o dedo o
ponto que não seja sensível, a dor rapidamente passa ao comprimir o ponto doloroso.
Quando há simulação o paciente não percebe a mudança.
Sinal de Nerio Rojas: Também conhecido como sinal do dilaceramento crucial, que
se caracteriza pelo rasgão em forma de cruz, no orifício de entrada de projétil de arma-
de-fogo causado no tecido da roupa.
Sinal de Niles: Hemorragia petrosa do temporal (rochedo) que aparece com certa
freqüência no afogamento.
Sinal de Sílvio Rebelo: Introduz-se um fio corado pelo azul de tornassol, através de
uma agulha, numa dobra de pele e o fio fica amarelado se há acidez (morte).
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Prova de Iturrioz: moldagem de parafina pastosa nas mãos do suspeito de
apresentarem impregnações de microvestígios de pólvora.
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