Você está na página 1de 128

LIDIANE DE BRITO CURTO

Tanatologia Forense

Tanatologia Forense é o ramo das ciências forenses que partindo do


exame do local, da informação acerca das circunstâncias da morte, e
atendendo aos dados do exame necroscópico, procura estabelecer:

-a identificação do cadáver

-o mecanismo da morte

-a causa da morte

- o diagnóstico diferencial médico-legal (acidente, suicídio, homicídio ou


morte de causa natural).
Tanatologia Forense
Tipos de Morte

A) Natural: É a que resulta da alteração orgânica ou perturbação funcional


provocada por agentes naturais, inclusive os patogênicos sem a interviniência
de fatores mecânicos em sua produção.

B) Súbita: Morte imprevista, que sobrevém instantaneamente e sem causa


manifesta, atingindo pessoas em aparente estado de boa saúde.

C) Violenta: É aquela que tem como causa determinante a ação abrupta e


intensa, ou continuada e persistente de um agente biológico, físico ou químico
sobre o organismo. Ex.: Homicídio, suicídio ou acidente.

D) Fetal: Morte de um produto da concepção antes da expulsão ou da extração


completa do corpo da mãe independente da duração da gravidez.
Tanatologia Forense
Tipos de Morte

E) Materna: Morte de uma mulher durante uma gestação ou dentro de um período


de 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou localização
da gravidez.

F) Catastrófica: É toda morte violenta ou de origem natural ou de ação dolosa do


homem em que por um mesmo motivo, ocorre um grande número de vítimas
fatais.

G) Presumida: É a morte que se verifica pela ausência ou desaparecimento de


uma pessoa, depois de transcorrido um prazo determinado pela Lei.
Tanatologia Forense
Conteúdo

A) TANATOSEMIOLOGIA (MORTE+SINAL+ESTUDO): Parte da Tanatologia que estuda os


sinais (fenômenos) cadavéricos.

B) TANATODIAGNÓSTICO (MORTE+DIAGNOSE): Estuda o conjunto de sinais biológicos e


propedêuticos que permitem afirmar o estado de morte real.

C) CRONOTANATOGNOSE (TEMPO+MORTE+CONHECIMENTO): Estuda os meios de


determinação do tempo decorrido entre a morte e o exame cadavérico.

D) TANATOSCOPIA = TANATOPSIA = NECRÓPSIA (MORTE + VER = OBSERVAR): É o


exame do cadáver para verificação da realidade e da causa da morte.

E) TANATOCONSERVAÇÃO (MORTE+CONSERVAÇÃO): É o conjunto de técnicas


empregadas para conservação do cadáver com suas características gerais.

F) TANATOLEGISLAÇÃO (MORTE+LEGISLAÇÃO): É o conjunto de dispositivos legais


concernentes à morte e ao cadáver.
Tanatologia Forense
Importância Médica da Morte

- É um fenômeno comum na vida do médico.

- Envolve aspectos éticos em relação a doações de órgãos e transplantes,


pesquisa médica, eutanásia etc.

- Maioria das vezes é de fácil diagnóstico, mas exige critérios técnicos


rigorosos.

- Os critérios para o diagnóstico devem ser avaliados juntamente com as


excludentes de erro como: Intoxicação metabólica ou por drogas,
hipotermia, crianças e choque.
Tanatologia Forense
Importância Jurídica da Morte

-É um fenômeno intimamente ligado ao direito.

-Cessa a personalidade civil adquirida com o nascimento e advém as


conseqüências jurídicas.

-Põe a termo a capacidade jurídica.

-Termina a aptidão de ser titular de direitos.

-Seus bens se transmitem desde logo para seus herdeiros.

-Com a morte do réu extingue-se a punibilidade.

- Extingue-se o poder familiar etc.


Tanatologia Forense
Definições

“Diante da necessidade e impossibilidade de definir a vida,


torna-se impossível a definição de
morte.”
Tanatologia Forense
Definições

MORTE:

Hipócrates 460 a.C.:

Testa enrugada e árida, olhos, cavas, nariz saliente cercado de


coloração escura, têmporas endurecida, epiderme seca e lívida, pêlos
das narinas e cílios encoberto por uma espécie de poeira, de um branco
fosco (córnea) pálpebras semi-cerradas e fisionomia nitidamente
“irreconhecível”.

Constituiu-se por muito tempo como a "cessação total e permanente de


todas as funções vitais“ destacando-se a RESPIRAÇÃO e
CIRCULAÇÃO.
Tanatologia Forense
Definições

OMS (WHO): Cessação dos sinais vitais a qualquer tempo


após o nascimento sem possibilidade de ressuscitação.

Nota: Com o surgimento dos modernos processos de transplantes de


órgãos e os avanços da Medicina, por exemplo: respiração artificial,
medidas eficientes de ressuscitação e as máquinas de circulação extra
corpórea tornou-se controvertido a determinação do exato momento da
morte de um indivíduo.
Tanatologia Forense
Definições

CONCEITO ATUAL:

Hoje o critério é o cérebro, ou seja, pela


condição mórbida orgânica caracterizada pela
abolição total e definitiva das funções da vida
em relação (vida x utilidade).
Tanatologia Forense
Definições

ESCOLA DE MEDICINA DE HARVARD:

a. Inconsciência total e falta de resposta aos estímulos


externos;

b. Ausência de respiração ou parada dos movimentos


respiratórios por três minutos;

c. Ausência de reflexos;

d. Eletroencefalograma plano.
Tanatologia Forense
Definições
UNIVERSIDADES DE MINNESOTA E PRITTISBURGO
CONFERÊNCIA DE ROYAL COLLEGE
FACULDADE DE MEDICINA DO REINO UNIDO

a. Coma profundo indiferente aos estímulos externos;

b. Ausência de reflexos;

c. Hipotonia muscular;

d. Rigidez de descerebração;

e. Ausência de respiração espontânea;

f. Eletroencefalograma plano;
Tanatologia Forense
Definições

GENIVAL VELOSO

a. Coma irreversível com E.E.G. plano por 30 min., com intervalo de


24 h. Não deve prevalecer para crianças, hipotermia, uso de drogas
depressoras do S.N.C. e distúrbios metabólicos ou endócrinos;

b. Abolição dos reflexos cefálicos (Hipotonia, Midríase);

c. Ausência de respiração espontânea;

d. Causa da lesão cerebral conhecida;

e. Estruturas vitais do encéfalo lesados irreversivelmente.


Tanatologia Forense
Tanatognose

É a parte da Tanatologia que estuda o


diagnóstico da constatação da morte através dos
chamados “fenômenos cadavéricos”.

1 – Abióticos, avitais ou vitais negativos

2 – Transformativos
Tanatologia Forense
Fenômenos abióticos
Abióticos imediatos
correspondem à morte clínica, caracterizam-se por
serem sugestivos de morte, não têm valor absoluto.

Abióticos consecutivos
traduzem a instalação dos fenômenos cadavéricos,
dão certeza da morte, além de servirem de
indicadores para o tempo decorrido desde a
mesma.
Tanatologia Forense
Fenômenos abióticos

Abióticos imediatos
Perda da consciência
Perda da sensibilidade
Imobilidade e perda do tônus muscular
Ausência de respiração
Ausência de circulação

Abióticos consecutivos
Evaporação tegumentar
Resfriamento corporal
Rigidez cadavérica
Livores de hipóstase
Tanatologia Forense
Fenômenos transformativos
Destrutivos
Autólise
Putrefação

• Organismos
- aeróbios
- aeróbios facultativos
- anaeróbios
Tanatologia Forense
Fenômenos transformativos
Destrutivos

• Fases de evolução
- coloração
- produção de gás
- liquefação
- esqueletização
Tanatologia Forense
Fenômenos transformativos

Conservadores

Mumificação

Saponificação

Calcificação

Congelação
Tanatologia Forense
Tanatologia Forense
Tanatolegislação

Código Penal

Art. 108 - Extingue-se a punibilidade. I - Pela morte do


agente.

Art. 121 - Matar alguém.

Art. 211 - Destruir ou subtrair ou ocultar cadáver.

Art. 212 - Vilipendiar cadáver.


TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS IMEDIATOS

 Aqueles que se seguem à morte, também chamados de


presunção:
 Parada cardio-respiratória
 Imobilidade
 Abolição do tônus muscular
 Ausência de circulação
 Midríase
 Inconsciência
 Insensibilidade
 Palidez
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS IMEDIATOS
• Midríase
No vivo, muitas
drogas podem
causar
midríase, tais
como
anfetaminas,
maconha,
cocaína,
clorofórmio e
outras, além de
lesões do
sistema
nervoso.
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS

• Evaporação tegumentar (desidratação)


• Perda de peso (8g/Kg de peso/dia em fetos e RN, e
de 10 a 18g/Kg de peso/dia em adultos);
• Apergaminhamento cutâneo;
• Queda da tensão do globo ocular;
• Mancha de Sommer-Larcher;
• Opacidade da córnea.
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS
• Mancha de Sommer-Larcher
Mancha azul-enegrecida da esclerótica, que
aparece primeiro no ângulo externo do globo
ocular e depois, também, no ângulo interno, nos
cadáveres que permaneceram com os olhos
abertos depois da morte.
É conseqüência da desidratação da escleró-tica.
O processo tem início 2 a 3 h tornando-se negra
em 6 horas.
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS
• Mancha de Sommer-Larcher e opacidade da córnea
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS

• Opacidade da córnea
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS
 Resfriamento do corpo (Algor mortis)
• Tendência ao equilíbrio com o meio ambiente,
progressivo e não uniforme.
• Velocidade média do resfriamento: 1,5º/h.
• Mais lenta nos obesos, nos envoltos em rou-pas,
ambientes fechados ou sem circulação de ar, vítimas
de insolação, intermação, envene-namento e doenças
infecciosas agudas.
• Mais rápida em crianças e velhos, doenças crônicas e
grandes hemorragias.
• A temperatura do cadáver se iguala à do meio
ambiente na 24ª hora depois da morte.
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS

• Rigidez cadavérica (Rigor mortis)


• Após a morte há um relaxamento muscular
generalizado
• A rigidez se inicia 1 a 2 h após a morte, atin-gindo o
máximo em 8 h e desfazendo-se 24 h após a morte.
• Ordem de aparecimento: face  mandíbula 
pescoço  membros superiores e tronco 
membros inferiores.
• Desaparecimento na mesma ordem.
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS
• Rigidez cadavérica (Rigor mortis)
• Está ligada à incapacidade de ressíntese de ATP,
parcialmente suprida pela reserva existente e pelo teor de
glicogênio muscular que se converte em ácido lático.
• O início do processo é bem variável, na dependência
principalmente da reserva de glicogênio do músculo.
• Na verdade, rigidez cadavérica se instala simulta-
neamente em toda a musculatura.
• O que sugere a ordem seqüencial alegada, é a óbvia
percepção do fenômeno em primeiro lugar nos gru-pos
musculares de menor porte, os de maior volume
requerendo inevitavelmente, maior margem de tempo
para serem englobados por completo pelo processo.
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS

• Livores hipostáticos (Livor mortis)


• Sem circulação, sob a ação da gravidade, o sangue
deposita-se nos pontos de maior de-clive, ou seja,
nas regiões inferiores do cadá-ver, exceto nas
regiões de pressão.
• Constantes, exceto nas grandes hemorragias.
• Manchas em forma de placas na pele ou livo-res
viscerais nos pulmões, fígado, rins, baço,
intestinos, encéfalo.
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS
• Livores hipostáticos (Livor mortis)
• Coloração violácea(vermelha, rósea ou carmim) e
no envenenamento por metahemoglobinizantes
(marrom).
• Aparecem 2 a 3 h após a morte. Fixam-se em 8 a
12 h.
• Permite diagnóstico de alteração da cena do
crime.
• Nos negros, podem não ser evidenciados.
• Diagnóstico diferencial com equimose (ao incisar,
o livor flui).
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS

• Livores de hipostase no dorso


TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS

• Livores de hipostase no dorso


TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS

• Livores hipostáticos
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS

• Livores hipostáticos
Manchas vinhosas
que constituem
sinal de certeza da
morte. Com a
parada da
circulação, o
sangue se
deposita na luz
dos vasos, nas
regiões mais
inferiores.
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS

• Livores hipostáticos
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS

• Livores hipostáticos
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS

• Livores hipostáticos
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS
• Espasmo cadavérico ou rigidez cataléptica
• Fenômeno controverso e raro.
• Manutenção da última posição antes de morrer.
Afeta p. ex., a mão que empunhava um revólver.
Mas pode afetar o corpo todo.
• Se instaura no momento da morte. Mantém-se
até a instalação da rigidez muscular.
• Aparece nos casos de feridas por arma de fogo,
grandes hemorragias cerebrais, fulguração,
doenças convulsivantes e asfixias mecânicas,
sobretudo na submersão.
TANATOGNOSE
FENÔMENOS ABIÓTICOS TRANSFORMATIVOS

• Destrutivos
• Autólise
• Putrefação
• Maceração
• Conservadores
• Mumificação
• Saponificação
• Calcificação
• Corificação
FENÔMENOS ABIÓTICOS
TRANSFORMATIVOS
DESTRUTIVOS
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
AUTÓLISE

• Fenômeno putrefativo anaeróbico intracelular.


• Há diminuição da oxigenação e nutrição celular,
metabolismo anaeróbico, acúmulo de ac. lático,
rompimento de lisossomos e liberação de enzimas
proteolíticas.
• Processo sem participação bacteriana.
• As células mais afetadas são as que possuem mais
enzimas (mucosa gástrica, mucosa intestinal e
pâncreas).
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO

• É o prosseguimento da autólise.
• Ação dos microorganismos e suas toxinas.
• As fases da putrefação:
– Fase de coloração
– Fase gasosa
– Fase coliquativa
– Fase de esqueletização
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE DE COLORAÇÃO)

• Mancha verde abdominal


– Esverdeada, na pele da fossa ilíaca direita. Nos RN e
afogados, a mancha verde é torácica.
– Aparece em 18 a 24h no verão e em 36 a 48h no
inverno.
– Atividade bacteriana forma o gás sulfídrico que,
combinado com a hemoglobina, forma a sulfo-
hemoglobina ou sulfometahemoglobina de cor verde.
• Esta fase se prolonga por uma semana, quando toda a
pele fica verde-enegrecido a negro. A cabeça fica muito
negra.
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE DE COLORAÇÃO)

• Pigmentação intra-abdominal
– Causada por pigmento biliar.
– Enegrecimento de parte das vísceras maciças em
contato com o intestino grosso.
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE DE COLORAÇÃO)

• Mancha verde abdominal


FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE DE COLORAÇÃO)

• Mancha verde abdominal


FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE DE COLORAÇÃO)

• Fase de coloração em evolução


FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)

• Inicia-se na primeira semana e se estende,


aproximadamente, por 30 dias.
• Ação de bactérias saprófitas.
• Os gases produzidos pela putrefação (gás sulfídrico,
hidrogênio fosforado e amônia) se infiltram o tecido
celular subcutâneo modificando a fisionomia e a
forma externa do corpo.
• Esta distensão gasosa é mais evidente no abdome e
nas regiões dotadas de tecidos areolares como face,
pescoço, mamas e genitais externos.
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)
• Os próprios gases destacam a epiderme do có-rion,
formando extensas flictenas putrefativas, cheias de
líquido transudado.
• Perda de fâneros.
• Há decomposição protéica e liberação de com-
postos nitrogenados, as ptomaínas (odor desa-
gradavel).
• Aumento da pressão abdominal, com prolapso do
útero (parto post-mortem), prolapso do reto,
elevação do diafragma (compressão pulmonar - saída
de sangue pela boca e narinas).
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)

• Aspecto gigantesco: protusão ocular, protusão da


língua, distensão dos órgãos genitais mascu-linos,
posição de lutador.
• Vísceras maciças com amolecimento, superfície de
corte com pequenas cavidades (queijo suíço).
• Coração amolecido e pardo.
• Pulmões colabados, pardos escuros ou cinza-
enegrecido, cavidades pleurais com até 200 ml de
líquido pardo-escuro.
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)

• Flictenas putrefativas
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)

• Flictenas putrefativas
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)

• Circulação Póstuma de Brouardel


FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)

• Circulação Póstuma de Brouardel


Vasos subcutâneos,
dilatados pela
decomposição do
sangue e formação
de sulfahemoglobina
e hematina.
Surge geralmente
entre 36 e 48 horas
da morte.
Observam-se ainda
bolhas na epiderme.
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)

• Circulação Póstuma
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)

• Circulação Póstuma
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)

• Fase inicial da Circulação Póstuma


FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)

• Descolamento epidérmico com gás em seu interior.


FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)

• Destacamento da epiderme

Destacamento da
epiderme, sem
apresentar reação
vital (não ocorreu o
extravasamento de
serosidade e sangue
proveniente da
derme).
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)

• Protusão ocular e da língua


As alterações
decorrentes da
putrefação
dependem da
temperatura
ambiente e das
condições
anteriores de
saúde do indivíduo.
No ar é mais rápida
que na água e
nesta é mais rápida
que no solo.
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE GASOSA)

• Fase gasosa em estado avançado


FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE COLIQUATIVA)

 Inicia-se no fim do primeiro mês e pode esten-der-se por


meses ou até 2 ou 3 anos.
 Amolecimento e desintegração dos tecidos, que se
transformam em uma massa pastosa, semilí-quida,
escura e de intensa fetidez, que recebe o nome de
putrilagem.
 A atividade das larvas da fauna cadavérica (mií-ase
cadavérica), auxilia grandemente na des-truição total
dos restos de matéria.
 A larvas podem destruir a matéria orgânica do cadáver
em 4 a 8 semanas.
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE COLIQUATIVA)

• Fase coliquativa
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE COLIQUATIVA)
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE COLIQUATIVA)
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE DE ESQUELETIZAÇÃO)

• Fase que se mescla à coliquativa.


• Final do processo destrutivo cadavérico.
• O resultado final é o esqueleto livre de partes moles.
• Início entre a 3ª e a 4ª semana.
• Término: 6 meses.
• Fatores que interferem: clima, ambiente (+ fauna
cadavérica), ar livre, inumação, submersão.
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE DE ESQUELETIZAÇÃO)
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
PUTREFAÇÃO (FASE DE ESQUELETIZAÇÃO)

• Esqueletização
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
MACERAÇÃO

 Só se observa em feto morto intra-uterinamente.


 Asséptica, pois o feto, morre numa cavidade
asséptica (sem bactérias) e cheia de líquido.
 Início: Poucas horas após a morte fetal
 Menor aderência epidérmica: Em 3 a 5 dias,
formação de bolhas epidérmicas com líquido
avermelhado, coalescência das bolhas,
destacamento cutâneo, derme avermelhada
exposta, destacamento do couro cabeludo.
FENÔM. TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS
MACERAÇÃO

• Maceração fetal intra-uterina


FENÔMENOS ABIÓTICOS
TRANSFORMATIVOS
CONSERVADORES
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
ADIPOCERA OU SAPONIFICAÇÃO

• Fenômeno raro.
• Há transformação da gordura em cera.
• Depende de condições especiais do corpo, da
umidade ambiental e de algumas enzimas mi-
crobianas que facilitam a reação química.
• Aspecto de cera, consistência untuosa, mole e
quebradiça, cheiro rançoso adocicado, colora-ção
amarelado, róseo ou acinzentado.
• Pode surgir após a 1ª semana.
• Perceptível aos 3 meses.
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
ADIPOCERA OU SAPONIFICAÇÃO

• Necessidade ação bacteriana (principalmente do


gênero Clostridium).
• Geralmente limitado a algumas partes do cadáver.
• Predisponentes: obesos, água estagnada e pouco
corrente, solo argiloso e úmido, difícil acesso ao ar
atmosférico, freqüentemente encontrado em valas
comuns.
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
ADIPOCERA OU SAPONIFICAÇÃO
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
ADIPOCERA OU SAPONIFICAÇÃO
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
MUMIFICAÇÃO

• Há uma desidratação tão intensa, que nem as


bactérias que produzem a putrefação resistem.
• Meio quente, arejado e seco facilita o fenômeno.
• Mais comum nos magros e crianças.
• Peso e volume reduzidos, pele ondulada, endu-
recida, aspecto de couro (soa como cartão ao toque),
com coloração parda.
• Pode possibilitar exame de lesões e identifica-ção.
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
MUMIFICAÇÃO

• Múmia Guanches de Santo André (Museo Arqueológico


del Cabido Insular de Tenerife)
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
MUMIFICAÇÃO
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
MUMIFICAÇÃO

É um tipo de alteração
pós morte que detém,
em parte, o processo
da destruição tissular
pela decomposição.
O ressecamento dos
tecidos ocorre em
condições ambientais
de alta temperatura,
baixa umidade e boa
ventilação.
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
MUMIFICAÇÃO
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
MUMIFICAÇÃO

• Endoscopia da “Dama de Kemet”, múmia egípcia do


período romano (Museu Egípcio de Barcelona)
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
MUMIFICAÇÃO

• Radiografia convencional realizada na múmia de Dna. Inês


Ruiz de Otarola, Reino de Navarra, século XVI.
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
CORIFICAÇÃO

• Em cadáveres conservados em urnas metálicas (de


zinco galvanizado) hermeticamente seladas.
• O ambiente dentro da urna inibe parcialmente os
fenômenos de decomposição.
• A pele do cadáver assume o aspecto, a cor e a
consistência uniforme de couro recentemente
curtido.
• Começa a observar-se no 1º ano de colocação do
cadáver na urna, atingindo o seu máximo no 2º ano.
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
CALCIFICAÇÃO

• Fenômeno muito raro.


• Petrificação ou calcificação corporal.
• A forma intra-uterina é a forma mais comum. Ocorre
na morte fetal retida (litopédio - criança de pedra).
• Putrefação muito rápida.
• Assimilação de sais calcários pelo esqueleto.
• Resultado de aparência pétrea e grande peso (fóssil).
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES
CALCIFICAÇÃO

• Litopédio
Lesões animais post-mortem

• Vários animais podem produzir alterações post-


mortem.
• Animais de médio e grande porte são respon-sáveis
por espalhar fragmentos por uma área considerável.
Lesões animais post-mortem

• Lesões palpebrais produzidas por formigas


Lesões animais post-mortem

• A Entomologia Forense estuda os insetos e


respectivas larvas necrofágicas.

Cadáver
com
cerca de
48 a 72 h
do óbito.
CRONOTANATOGNOSE
CRONOTANATOGNOSE
DEFINIÇÃO

• Capítulo da Tanatologia que estuda os meios de


determinação do tempo transcorrido entre a morte e
o exame necroscópico.
• Serve-se de muitos sinais e métodos.
• Baseia-se nos prazos em que se processam os
diversos fenômenos transformativos, destrutivos ou
conservadores que podem ser encontrados no
cadáver.
• Assim é fácil compreender que a maioria das
avaliações apenas possuem valor aproximativo.
CRONOTANATOGNOSE
TÉCNICAS
 Resfriamento do corpo
 É um bom sinal para a determinação da hora da
morte.
 Sofre influência da temperatura e do arejamen-to
do ambiente, assim como da temperatura e do
estado nutricional do corpo e das vestes que o
cobrem.
 Em ambientes com temperatura entre 5° e 15°, nas
primeiras 12 h depois da morte, há uma diminuição
de 0,8 a 1°/ h; nas 12 h seguintes o resfriamento é
de 0,3 a 0,5° / h.
CRONOTANATOGNOSE
TÉCNICAS

 Rigidez cadavérica
• Instala-se de cima para baixo e desaparece na
mesma ordem.
• Depende da causa mortis, da temperatura do
cadáver, das vestes, da idade, do estado nutri-
cional, da temperatura ambiente, etc.
• O frio acelera a rigidez.
• O calor a retarda.
CRONOTANATOGNOSE
TÉCNICAS
 Rigidez cadavérica (algumas regras)
 Regra de Bonnet: Inicia-se logo após a morte,
atingindo o total desenvolvimento até a 15ª h e
depois desaparece lentamente.
 Regra de Fávero: Inicia-se na 1ªh e se genera-liza
entre 2 e 3 h, atingindo o seu máximo após 5 a 8
horas.
 Regra de Niderkorn: Precoce a rigidez que o-corre
até a 3ª h; normal entre a 3ª e 6ª h; tardia quando
sobrevém entre a 6ª e 9ª h; e muito tardia, quando
ocorre depois da 9ª h.
CRONOTANATOGNOSE
TÉCNICAS

 Livores cadavéricos
• Surgem entre a 2ª e a 3ª h, tornam-se fixos entre a
12ª e a 14ª h.
• Desaparecem pela compressão inclusive digi-tal,
elemento este que serve para diferenciá-las das
equimoses, que são constantes.
CRONOTANATOGNOSE
TÉCNICAS

 Nível de potássio no humor vítreo


• A quantidade de K aumenta progressivamente, à
medida que transcorre o tempo de morte.
• Os valores são confiáveis, nos climas quentes,
apenas nas primeiras 12 h após o óbito.
• Em climas frios, a precisão pode estender-se por 24
horas.
CRONOTANATOGNOSE
TÉCNICAS

 Cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde no sangue


• Resultam da decomposição das hemácias.
• Aparecem por volta do 3º dia da morte.
• Desaparecem após o 35º dia após o óbito.
 Crescimento do pêlo
• Pelos e unhas continuam a crescer.
• Os pelos crescem 21 micra/h.
CRONOTANATOGNOSE
TÉCNICAS

 As fases da putrefação
a) Período cromático
Início com a mancha verde, entre a 18ª e 24ªh.
A sulfometahemoglobina dá cor verde enegre-cida
ao corpo todo até o fim da 1ª semana.
b) Período enfisematoso
Inicia-se por volta da 24ª h.
O edema de face, genitália e Circulação Póstu-ma
de Brouardel, aparecem entre 48 e 72 h.
CRONOTANATOGNOSE
TÉCNICAS

 As fases da putrefação
c) Período coliquativo
Inicia-se no fim da 1ª semana e se prolonga de
maneira diversa, conforme o local.
d) Período de esqueletização
Começa entre a 3ª e 4ª semanas.
Mais rápida nos cadáveres expostos.
CRONOTANATOGNOSE
TÉCNICAS

 Fauna Entomológica
• O estágio da metamorfose dos dípteros, cujas
larvas têm atividade necrofágica, permite
estabelecer uma cronologia da morte.
• Existem estudos adaptando as observações dos
autores europeus para o Brasil mas são pouco
usados.
CRONOTANATOGNOSE
TÉCNICAS

 Estimativa da sobrevivência fetal


• No encontro de cadáver de recém-nato, a
estimativa do tempo de sobrevivência fetal até o
óbito pode ter interesse.
• Salientar dificuldades práticas, tendo em vista
fatores mesológicos, variabilidade individual e
condições do local e do corpo (e.g. vestes).
CRONOTANATOGNOSE
TÉCNICAS

 Estimativa da sobrevivência fetal


• Minutos ou poucas horas no post-parto
Tumor do parto acentuado, sangue materno sobre
o corpo, pele avermelhada coberta por vérnix
caseoso, cordão umbilical branco azula-do com
perda progressiva do brilho e turgên-cia, estômago
com ar, saliva e muco, pulmões com áreas de
expansão e atelectasia.
CRONOTANATOGNOSE
TÉCNICAS

 Estimativa da sobrevivência fetal


• 48 a 72 horas
Tumor do parto quase desaparecido, cordão
umbilical coriáceo, aumento da descamação
epidérmica, inocorrência de mecônio.
• 4º a 5º dias
Sem tumor do parto, cordão umbilical mumifi-cado,
intensa descamação epidérmica; mielini-zação
completa do nervo óptico.
CRONOTANATOGNOSE
TÉCNICAS

 Estimativa da sobrevivência fetal


• 6º dia
Queda do cordão umbilical, redução da desca-
mação epidérmica, início da obliteração e fi-brose
dos vasos umbilicais intra-abdominais.
• Acima de 8 dias
Diminuição maior da descamação epidérmica,
obliteração completa dos vasos umbilicais intra-
abdominais e fechamento da CIA (foramen Botalis).
CRONOTANATOGNOSE
PROVAS DE VIDA EXTRA-UTERINA

• Nos casos de suspeita de infanticídio, torna-se


necessário verificar se estamos em presença de
uma figura delituosa possível ou de um crime
impossível.
• Faz-se necessário saber se a vítima do supos-to
infanticídio teria vivido antes do cometimen-to do
ilícito ou se, apenas, se tratava de um natimorto,
cuja condição não chegou a ser constatada pela
mãe antes da prática de seu ato.
CRONOTANATOGNOSE
PROVAS DE VIDA EXTRA-UTERINA
• No âmbito jurídico, se a pessoa vem à luz viva ou
morta, as conseqüências jurídicas serão diferentes
em cada caso.
• Exemplos:
• Quando um homem, ao morrer, deixa a mulher
grávida e a criança vêm à luz morta, o patrimônio do
de cujus transmitir-se-á aos herdeiros deste, que
poderão ser seus genitores.
• Se, por outro lado, a criança nascer viva e morrer
imediatamente após o nascimento, o patrimônio do
pai passará aos seus herdeiros, no caso, a mãe da
criança.
CRONOTANATOGNOSE
DOCIMASIAS

• São provas destinadas à verificação da vida fetal


"extra útero“.
• Podem ser divididas em três modalidades:
– Respiratórias diretas e indiretas;
– Não respiratórias, e
– Ocasionais.
CRONOTANATOGNOSE
DOCIMASIAS RESPIRATÓRIAS DIRETAS
1. Prova hidrostática de Galeno
Realizada em quatro tempos, iniciando-se pela
ligadura da traquéia logo após a abertura do cor-po e
preparando-se um recipiente grande conten-do água
abundante:
1º tempo: Mergulha-se o bloco das vísceras torá-cicas
na água: havendo flutuação houve respira-ção, logo,
houve vida.
2º tempo: Sem retirar o bloco da água, separam-se os
pulmões e após secionar os hilos dos ór-gãos
observa-se se há flutuação: a interpretação é a
mesma do primeiro tempo.
CRONOTANATOGNOSE
DOCIMASIAS RESPIRATÓRIAS DIRETAS
3º tempo: Ainda sob a água, separam-se os lobos
pulmonares, e se cortam em pequenos fragmentos
para verificar o comportamento de cada um deles:
se afundam, o pulmão não respirou; caso flutuem,
houve respiração.
4º tempo: Os fragmentos secionados no tempo
anterior são espremidos, sempre sob a água, contra
a parede do recipiente observando-se a saída de
pequenas bolhas de ar junto com sangue;
abandonados os fragmentos, estes também vêm à
superfície quando, então, a prova se considera
positiva.
CRONOTANATOGNOSE
DOCIMASIAS RESPIRATÓRIAS DIRETAS
• Causas de erro na realização desta prova:
– Putrefação (discutível)
– Insuflação
– Respiração "intra útero“
– Congelação
– Cocção (ação de cozinhar)
– Hepatização
– Atelectasia secundária (expansão incompleta de
um pulmão ou parte dele)
– Asfixias mecânicas internas etc.
CRONOTANATOGNOSE
DOCIMASIAS RESPIRATÓRIAS DIRETAS

• Nestes casos, o exame histológico do órgão pode


esclarecer eventuais dúvidas, ao verificar o aspecto
histológico do pulmão cujo epitélio de
monoestratificado cúbico, quando o órgão não
respirou, passará a monoestratificado plano após as
primeiras inspirações.
CRONOTANATOGNOSE
DOCIMASIAS RESPIRATÓRIAS DIRETAS

2. Tátil de Rojas
Na palpação interdigital, o parênquima pulmonar dá a
sensação de fofura e crepitação, se houve respiração.
3. Óptica de Bouchut & Casper
Observado a superfície do pulmão, tem um as-pecto
parenquimatoso quando não houve respi-ração e de
mosaico quando houve.
CRONOTANATOGNOSE
DOCIMASIAS RESPIRATÓRIAS INDIRETAS
Verificam se houve respiração, usando para tan-to
outros órgãos que não os pulmões.
1. Docimasia gastrintestinal de Breslau
Baseia-se na existência de ar no tubo digestivo,
ingressado por deglutição toda vez que o feto tenha
respirado.
Após forte ligadura acima do cárdia e na ampola íleo-
cecal, secciona-se o tubo digestivo que é, então,
retirado e colocado em um recipiente com água. Se
flutuar, o feto respirou; se afundar, não houve vida
extra-uterina.
CRONOTANATOGNOSE
DOCIMASIAS RESPIRATÓRIAS INDIRETAS
Nos casos em que durante as manobras de res-
suscitação houve insuflação de ar no estômago do
feto, apenas este órgão flutuará, enquanto que o
resto do tubo digestivo afundará na água.
2. Docimásia auricular de Wreden-Wendt-Gelé
Baseia-se na ocorrência de ar dentro do ouvido médio
que lá ingressara através da Trompa de Eustáquio
desde que o RN tenha respirado. Consiste na punção
da membrana timpânica, com a cabeça do feto
mergulhada na água. Caso o mesmo tivesse respirado,
surgirá uma bolha de ar que sobe até a superfície da
água.
CRONOTANATOGNOSE
DOCIMASIAS NÃO RESPIRATÓRIAS
 São provas que não se baseiam na respiração fetal,
mas em outras atividades vitais desenvol-vidas pelo
RN, como a deglutição.
1. Docimasia siálica de Dinitz-Souza
Consiste na pesquisa de saliva no estômago do feto.
A reação positiva é um indicativo de que existiu vida
extra-uterina.
2. Docimasia alimentar de Bothy
Consiste na pesquisa de leite ou outros alimen-tos
no estômago do feto. Referidos elementos não
existem no natimorto.
CRONOTANATOGNOSE
DOCIMASIAS NÃO RESPIRATÓRIAS

3. Docimasia bacteriana de Malvoz


Os fenômenos putrefativos, no feto natimorto,
começam pelos orifícios da boca, nariz e ânus. Nos
casos em que o feto teve vida extra-uterina, a
putrefação se inicia pelo tubo digestivo e pelo
sistema respiratório.
CRONOTANATOGNOSE
DOCIMASIAS OCASIONAIS

• Não são provas técnicas, mas observações para cuja


ocorrência se torna necessário que o feto tenha tido
vida extra-uterina.
1. Corpos estranhos
Sua presença vias respiratórias implica que o feto
tenha feito a sua inspiração.
2. Sinais de sobrevivência
Como descamação cutânea, orla de eliminação peri-
umbilical, dessecamento e mumificação do cordão
umbilical etc.
CRONOTANATOGNOSE
DOCIMASIAS OCASIONAIS

3. Lesões traumáticas
Quando o feto apresenta lesões traumáticas com
características inequívocas de terem sido produzidas
"intra vitam", é irretorquível que o mesmo teve vida
extra-uterina.
CRONOTANATOGNOSE
LESÕES POST-MORTEM

• Esquartejamento

Inumados apenas a cabeça e as mãos, na tentativa


(frustrada) de evitar a identificação.
CRONOTANATOGNOSE
LESÕES POST-MORTEM

• Esquartejamento
CRONOTANATOGNOSE
LESÕES POST-MORTEM

• Esquartejamento
CRONOTANATOGNOSE
LESÕES POST-MORTEM

• Esquartejamento
CRONOTANATOGNOSE
LESÕES POST-MORTEM

• Perda post-mortem dos dentes

Cadáver em
adiantado estado
de putrefação,
com larvas de
moscas.
Nota-se a perda
post-mortem de
dentes (alvéolos
íntegros).
CRONOTANATOGNOSE
LESÕES POST-MORTEM

• Perda post-mortem dos dentes


Alvéolos
carbonizados e
parcialmente
destruídos
guardam as
formas radicula-
res e indicam
que as perdas
dentárias
ocorreram
provavelmente
post-mortem.
CRONOTANATOGNOSE
LESÕES POST-MORTEM

• Perda post-mortem dos dentes


À direita,
alvéolos com
margens
afiladas
e persistência
da lâmina
cribiforme
alveolar,
indicando
perda dentária
provavelmente
post-mortem.

À esquerda, remodelação óssea alveolar completa significando perda


dentária bem antes da morte.

Você também pode gostar