Você está na página 1de 14

MEDICINA LEGAL

CONCEITO GERAL

Identidade não é um elemento que cada um de nós possua ao nascer; ela é algo
adquirido aos poucos, ao longo de nossa infância, de nossa educação, da nossa história
pessoal. Ela se situa no ponto de cruzamento entre algo que vem de nós (o equipamento
psíquico com o qual nascemos) e algo que nos vem de fora, isto é, da realidade externa. E,
como dizia Freud em Totem e Tabu, “o que existe na realidade externa é a sociedade humana,
com as suas instituições e as suas normas.
Ao procurarmos definir brevemente o que quer dizer a palavra identidade, o primeiro
sentido é o de ser idêntico, como duas folhas de papel são idênticas quando não existe
diferença perceptível entre uma e outra. Outro sentido é aquele em que empregamos a
expressão “carteira de identidade”, que neste caso trata-se de um conjunto de sinais que
permitem que outros digam quem nós somos, isto é, nos identificam e nos distinguem em
meio a um conjunto. No caso da carteira de identidade, tais sinais são o número do R. G., a
filiação, etc. Já percebemos, ao justapor estas duas acepções da palavra, que a identidade
remete aos temas da diferença e da alteridade, isto é, remete aos seus opostos. Identificar
significa “separar, designar”, mas também significa “tornar igual a” e é neste campo semântico
que se insere o sentido propriamente psicológico do termo.
Portanto, podemos definir identidade como a soma de várias características que
individualizam uma pessoa de outra ou uma coisa de um objeto, distinguindo-a e que a torna
única perante as demais. Isso significa que há uma série de atributos que torna alguém ou
alguma coisa igual apenas a si próprio. Desta forma divide-se Identidade em duas categorias:
Identidade objetiva - é aquela que nos permite afirmar tecnicamente que uma
determinada pessoa é ela mesma (e que a faz distinta das demais) por apresentar um elenco
de elementos que são positivos e perenes.
Identidade subjetiva - diz respeito às sensações que cada indivíduo tem de que foi; é e
será ele mesmo. Isso significa a consciência de sua própria identidade (seu “eu ou seu self”)
que é uma questão ligada à estrutura de personalidade.
Ela advém de alguns processos sempre comparativos pelos quais se determina a
identidade de uma pessoa ou coisa. Esses conjuntos de diligências visam levantar efetivamente
o reconhecimento e identificação de uma pessoa viva, morta ou de um esqueleto. Entenda-se
o reconhecimento versus identificação da seguinte forma:
Reconhecimento - é a uma maneira de se certificar empiricamente algo, identificando-
o por sinais, marcas ou alguma outra característica que o objeto em questão tenha adquirido
ao longo da sua existência.
Identificação - é o reconhecimento científico, por meio de tipos de técnicas
específicas, a saber:
TIPOS DE IDENTIFICAÇÃO:

1) Médica e odonto-legal são procedimentos tanto médicos como antropológicos.


2) Judiciária ou policial que são procedimentos técnicos de identificação, os quais
independem de conhecimentos médicos. Sua fundamentação reside no uso de dados
antropométricos e antropológicos para a identidade civil e caracterização de criminosos. Assim
como a identificação médico-legal, deve preencher os critérios de unicidade, imutabilidade,
perenidade, praticabilidade e classificabilidade.

IDENTIFICAÇÃO

A identificação médico-legal é realizada por meio físico e é chamada de


Identificação Física, levando-se em consideração os seguintes itens:
1.º ESPÉCIE - que é caracterizado pelo estudo dos ossos, por meio da análise
da disposição dos canais de Havers; do sangue, primeiramente para se saber se é
sangue mesmo pelos testes de cristais de Teichmann, técnica de Adler e Kastle-Mayer
e, posteriormente, se esse sangue é humano pelo método de Uhlenhuth e Vacher-
Sulton. Todos esses testes se fundamentam em reações bioquímicas por meio da
utilização de reagentes específicos.
2.º RAÇA (Humana) e 2.1 - COR (Etnia) - Aqui dividimos em dois itens, pelo
fato de se confundir-se raça com cor, o que na minha percepção é um equívoco, pois a
cor se refere a etnia do indivíduo em questão e a raça, obviamente humana. Portanto,
temos os seguintes tipos de etnias classificadas como
Caucasiana, Mongólica, Negróide, Indiana e Australóide.
Os elementos de definição e identificação étnico-racial
são a forma do crânio, os índices de massa encefálica,
tíbio-femural e rádio-umeral, além do ângulo facial
(Jacquart, Cloquet e Curvier). Perceba a forma de
identificação pelo ângulo facial, pois são importantes
também os ângulos de Curvier (uma linha que passa pela
parte mais saliente da fronte até o ângulo dentário
superior, e por outra linha que vai do ângulo dentário
superior até o conduto auditivo externo) e de Cloquet
(uma linha que vai da parte mais saliente da fronte até o
ponto alveolar, e outra linha que vai do ponto alveolar
até o conduto auditivo externo). Quadro de identificação
pelo ângulo facial
Quadro de identificação pelo ângulo facial

Variantes Raça-Etnia
Caucásica Mongolóide Negra

Jacquart 76,5° 72° 70,3°


Cloquet 62° 59,4° 58°
Curvier 54° 53° 48°

3.º SEXO - existem oito tipos:


a) Sexo cromossomial (XX e XY) - define-se pela avaliação dos cromossomas sexuais e
pelo corpúsculo fluorescente. É masculino aquele que apresentar 46 XY e tiver corpos
fluorescentes, e feminino quando apresentar uma constituição cromossômica de 46 XX e não
conter corpos fluorescentes;
b) Sexo gonadal - se caracteriza pelo portador de testículos ou de ovários;
c) Sexo cromatínico - é determinado pelos corpúsculos de Barr que são pequenos
corpos de cromatina que se encontram no núcleo das células dos organismos femininos, daí a
classificação em cromatínicos positivos (femininos) e cromatínicos negativos (masculinos);
d) Sexo de genitália - interna o qual se caracteriza pelo desenvolvimento da estrutura
embrionária que após estar completada definirá o masculino entre o feminino. No caso do
homem, se caracteriza quando houve o desenvolvimento dos ductos de Wolff, e da mulher
quando foram desenvolvidos os ductos de Müller;
e) Sexo de genitália externa - no caso do masculino (pênis e escroto) e do feminino
(vulva, vagina e mamas desenvolvidas);
f) Sexo jurídico - é designado no e pelo registro civil ou quando a autoridade legal
determina que se registre uma pessoa num ou noutro sexo, após suas convicções médico-
legais, morais ou doutrinárias;
g) Sexo de identificação psíquico ou comportamental - é a identificação que o
indivíduo faz de si próprio e que se reflete no seu comportamento, também chamada de sexo
moral;
h) Sexo médico-legal - constatado através de uma perícia médica em uma pessoa ou
em um esqueleto através do estudo da bacia pélvica. É constatado por meio de uma perícia
médica nos portadores de genitália dúbia ou sexo aparentemente duvidoso, como, por
exemplo, um portador de uma grande hipospádia, facilmente confundível com uma cavidade
vaginal (Figura na página seguinte).
Em um indivíduo normal, vivo ou
morto, a determinação do sexo não é uma
atribuição complexa. Na verdade existem
algumas situações complicadas, como em um
cadáver em estado avançado de putrefação,
com destruição da genitália externa, ou no
esqueleto e ainda em situações como nos
estados intersexuais e no pseudo-
hermafroditismo, nas quais são empregadas
técnicas mais sofisticadas, entre elas a pesquisa
da cromatina sexual ou do corpúsculo de Barr.
No cadáver mutilado ou em fase de
putrefação avançada, a técnica mais comum é a de abrir a cavidade abdominal para se
verificar a presença de útero e ovários ou da próstata. No esqueleto, a separação sexual faz-se
pela discriminação dos ossos, principalmente os do crânio, do tórax e da pelve. O esqueleto
humano pode apresentar ao antropólogo alguns aspectos singulares no que se fará o
diagnóstico diferencial do sexo. O esqueleto do homem é, em geral, maior, mais resistente e
com as extremidades articulares maiores.
4.º IDADE - por meio do estudo e análise do arco senil, freqüente nos idosos, se
apresenta numa faixa periférica branca ou acinzentada que circunda a córnea e está presente
em 20% dos quadragenários e em 100% nos octagenários. Também a aparência da pele, dos
pêlos e a análise dos dentes nos possibilitam saber a faixa etária de um indivíduo. A fórmula
dentária de 16/16 presume a idade superior a 18 anos; 14/14 maior de 14 anos e menor de 18
e de 12/12, menor de 14 anos. Também pela radiografia dos ossos, preferencialmente do
metacarpo (punho) e de pontos de calcificação podem esclarecer dados sobre a faixa etária
em questão.
5.º ESTATURA - quando dispomos apenas de ossos longos dos membros podemos
alcançar a estatura baseada na tábua osteométrica de Broca ou nas tabelas de Lacas-sagne e
Martin. Essa avaliação pode ser feita por meio da medição direta no vivo ou no cadáver Pelo
exame do esqueleto de um indivíduo, o médico-legista não pode verificar ou estimar o peso do
corpo em questão.
6.º MALFORMAÇÕES - alguns exemplos como o lábio leporino, genus valgo e genus
varus (joelhos, pernas ou coxas projetadas para fora da linha média do corpo, causada
geralmente pela hipertrofia da musculatura medial da coxa u a hipotonia da musculatura
lateral da coxa, pé torto, consolidação viciosa de uma fratura, mama supra numerária, desvio
de coluna entre outras.
7.º CICATRIZES - adquiridas por cirurgias e acidentes. Possíveis quelóides dizem muito
a respeito do tempo em que foram adquiridas.
8.º TATUAGENS - determinadas pessoas sinalizam no corpo determinados desenhos
que identificam comportamentos, hábitos, ideologias e afins que se traduzem em algum
aspecto de identificação de atividades, perfil psicológico, profissão e atividades pessoal ou de
grupos específicos.
9.º SINAIS PROFISSIONAIS - algumas patologias ou cicatrizes resultam de
determinadas profissões como calosidades (músicos, sapateiros, alfaiates) e também podem
identificar um indivíduo.
10.º SINAIS INDIVIDUAIS - todo e qualquer sinal útil para identificação, entre eles o
nevo (manchas); verrugas ou sinais escuros (salientes ou não).
IDENTIFICAÇÃO FUNCIONAL

Compreende os traços de caráter e modo de agir atribuídos a um indivíduo a partir dos


sinais que estabelece nas relações interpessoais. Nossa identificação funcional se dá por meio
do outro que nos vê e identifica certas marcas ou sinais que servem como referência. Ela
repousa no pressuposto de que um indivíduo pode ser distinguido dos outros por esses meios
de diferenciação que se associam a uma história contínua, única e pessoal diante dos eventos
sociais. Identidades sociais e pessoais estão entrelaçadas, diferentemente da auto-identidade
referente às opiniões e avaliações que o próprio indivíduo tem sobre si mesmo.
1.º ATITUDE - identifica um indivíduo perante situações e é formada por três
componentes específicos: cognição, afeto e comportamento. Atitudes são constatações,
favoráveis ou desfavoráveis, em relação à maneira como os indivíduos agem em relação aos
objetos, às pessoas ou eventos. No plano cognitivo está relacionada ao conhecimento
consciente sobre determinado fato. O componente afetivo corresponde ao segmento
emocional ou sentimental de uma atitude e, por final, a vertente comportamental que está
relaciona-se à intenção de comportar-se de determinada maneira com relação a alguém,
alguma coisa ou evento.
2.º MÍMICA - é um sistema de comunicação por gestos e expressões em que estão
catalogados 135 gestos da face, cabeça e corpo os quais possuem significados para qualquer
atitude humana, seja ela ou não acompanhada da comunicação verbal. O aprendizado
consciente levaria a maior comunicação e entendimento entre as pessoas, não só na
transmissão de mensagens que poderiam ser mais claras e concisas.
3.º GESTOS - eles conduzem formas de relacionamentos mais diretos, pois são atos
não verbais que substituem o ato verbal completamente. Nesse processo de comunicação
humana, temos os gestos codificados e não-codificados. Os primeiros (codificados) são os
gestos deliberados, feitos intencionalmente com um significado no ato comunicativo,
empregados independentemente da fala pelos surdos, pelos monges trapistas, pelos índios
dos Plains norte-americanos, pelos aborígenes australianos. Os segundos (gestos não-
codificados) são aqueles que acompanham a fala e são deliberados quando empregados para
substituir ou reforçar o uso da palavra, variam de cultura para cultura e que devem ser
aprendidos juntamente com o idioma.
4.º ANDAR - sua forma, ritmo, postura transmitem mensagens subliminares que de
certa forma diz algo sobre alguém, identificando-a em algum padrão ou qualidade.
5.º FUNÇÕES SENSORIAIS - tratam do amplo funcionamento da visão, tato, paladar,
audição e olfato e ainda que os seres humanos dividam a mesma arquitetura biológica e
genética, o que um indivíduo percebe como cor ou cheiro, não é exatamente igual ao que o
outro percebe. Damos o nome a isso de percepções, porém não sabemos se elas relacionam à
realidade do mundo externo exatamente da mesma maneira que a realidade percebida por
nosso semelhante. Trata-se da apreensão de uma situação objetiva baseada em sensações,
acompanhada de representações e freqüentemente de juízos.
6.º VOZ - timbre, ritmo, volume identificam determinadas características emocinais de
um indivíduo.
7.º ESCRITA - quem escreve, traça instintivamente, sinais particulares que podem
traduzir aspectos de personalidade que podem identificar o modo de agir, características
pessoais e particularidades do indivíduo.
IDENTIFICAÇÃO PSÍQUICA

Está baseada nas atividades psíquicas que vão desde a infância até a velhice e inclui a
formação da personalidade do indivíduo, seus traços mais marcantes, temperamento e níveis
de inteligência.

CRITÉRIOS BÁSICOS PARA IDENTIFICAÇÃO

Biológicos:
1 º - Variabilidade (a característica escolhida é única); Unicidade (distinção precisa) e
Irreprodutibilidade;
2º - Imutabilidade (sem alterações com o passar do tempo) e;
3º - Perenidade (característica escolhida não é transitória - perdura pela vida toda).
Técnicos:
1º - Classificabilidade (permite a comparação entre dados de forma precisa);
2º - Praticabilidade (método seguro, prático e rápido).

IDENTIFICAÇÃO POLICIAL OU JUDICIÁRIA

Nos processos antigos havia a estigmatização dos criminosos por meio do ferro em
brasa, tatuagens e amputações. A identificação judiciária ou policial independe de
conhecimento médico, sua fundamentação reside no uso de dados antropométricos e
antropológicos para a identidade civil e caracterização dos criminosos. Assim com a
identificação médico-legal, hoje ela deve preencher os critérios de unicidade, imutabilidade,
perenidade, praticabilidade e classificabilidade.
Assinalamento sucinto: é a anotação das principais características dos criminosos
como compleição física, cor dos olhos e dos cabelos e alterações mais apelativas da atenção
feita pelos próprios carcereiros;
Fotografia: que pode ser a Ordinária ou a Sinaléptica (de frente e de perfil esquerdo,
sempre do mesmo tamanho, para posterior comparação). O processo de Bertillon ou
Bertillonagem é o que toma sinais particulares e de algumas medidas que são classificados e
arquivados para posterior comparação.
Retrato falado:é feito pelos desenhos dos traços fisionômicos usados por várias
organizações policiais no mundo todo. A desvantagem é que podem haver modificações as
quais o indivíduo pode apresentar de forma natural ou dolosa, ou seja não preenche o critério
da imutabilidade;
DATILOSCOPIA (PAPILOSCOPIA)

Daktylos significa dedos e Skopein se traduz pelo verbo examinar. Nos primórdios dos
tempos, antes de era Cristã o homem já buscava sua unicidade por meio de alguns tipos de
identificação em comparação a outro. Na Bíblia, Jó 37,7: “Ele põe um selo na mão de todos os
homens para que cada um conheça as suas obras”.
Quanto a Legislação, no C.P.P. Art. 6º, VII: “Logo que tiver conhecimento da infração
penal a autoridade deverá:(...) VII - Ordenar a identificação do indiciado pelo processo
dactiloscópico.(*)
C.F. Art. 5º LVIII: “O civilmente identificado não será submetido à identificação
criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”.É um método de identificação reconhecido,
aceito e adotado pelas polícias de todo o mundo. A polpa dos dedos, a palma das mãos e as
plantas dos pés têm linhas e saliências papilares de disposição variável. Estes desenhos
aparecem em torno do 6º mês de gestação e permanecem durante toda a vida do indivíduo e
até algum tempo após a morte (são eliminadas pelo fenômeno putrefativo). Elas diferem de
um indivíduo a outro (mesmo em gêmeos univitelinos).

IDENTIFICAÇÃO POLICIAL OU JUDICIÁRIA

Um breve resumo histórico:


a) O período pré-científico se deu no século VII E VIII: Japoneses e Chineses
b) O período científico tem início em 1664, com Marcelo Malpighi, o qual escreveu a
“Epistola sobre órgão externo do tato” e em 1823 – Purkinge havia descrito os desenhos
papilares
c) No período judiciário, em 1877 Herschel o “Direito de compra e venda”; em 1880,
Fauds notou a individualidade das cristas papilares. Já em 1888, Galton idealizou um sistema
dactiloscópico e em 1891 foi a vez de Vucetich classificar a originalidade dos desenhos
papilares. Agora no Brasil o sistema foi adotado em 1905 , por Félix Pacheco no Rio de Janeiro
e, em 1907, foi a vez de Evaristo da Veiga, em São Paulo.
Em resumo prático a papiloscopia é o processo de identificação humana baseado no
estudo dos desenhos das cristas papilares dos dedos, impressos em um suporte qualquer. Seu
histórico advém do período pré-científico. Os japoneses já utilizavam a impressão digital em
documentos como símbolo de autenticidade.
Já no período científico, o método Malpighi faz a análise das linhas, o Purkinje é o
estudo dos desenhos, enquanto no período judiciário houve a plicação da papiloscopia na
identificação humana com o sistema de Francis Galton que foi aplicado na França a partir de
1888; na Índia desde 1897, na Inglaterra e EUA desde 1901. O sistema de Juan Vucetich foi
criado em 1891 e adotado no Brasil desde 1903 e na Argentina desde 1905.
O sistema dactiloscópico de Vucetich baseia-se nas características dos 10 dedos
(decadactilar), cujos principais elementos das impressões digitais envolvem as cristas papilares
(linhas pretas); os sulcos papilares (linhas brancas); os deltas (utilizados para a classificação dos
vários desenhos) e os pontos característicos (ponto, ilhota, cortada etc).
DEFINIÇÃO

É o processo de identificação humana, baseado no estudo das cristas papilares dos


dedos, impressos num suporte qualquer. Seus fundamentos biológicos possuem os critérios da
Perenidade Imutabilidade Unicidade. E os técnicos propõem a praticabilidade e
classificabilidade.

DESENHOS

Impressão digital trata-se do ajuntamento de linhas (pretas e brancas). As linhas


brancas são paralelas as anteriores (sulcos), os pontos brancos ficam sobre as linhas pretas e
correspondem às aberturas dos ductos excretores das glândulas sudoríparas.
Disposição das linhas:
Sistema basal- conjunto de linhas paralelas ao sulco que separa a segunda da terceira
Falange;.
Sistema marginal - conjunto de linhas das bordas e extremidades da terceira falange.
Ao redor do núcleo há o:
Sistema nuclear - Entre os sistemas anteriores.
Delta: Ponto de encontro dos três sistemas.
As linhas diretrizes: as quais prolongam e dos braços dos deltas até as margens da
impressão.

TIPOS FUNDAMENTAIS

Arco - Presilha Externa - Presilha Interna e Verticilo


CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE LINHAS

Esse sistema dactiloscópio de Vucetich se propõe a identificar as pessoas, fisicamente


consideradas, por meio das impressões ou reprodução física dos desenhos formados pelas
cristas papilares das extremidades digitais. São verificados os sinais ao centro, das laterais e
das extremidades dos dedos. Um dos desenhos mais importante do desenho digital é o delta:
um pequeno ângulo ou triângulo formado pelo encontro dos três sistemas de linhas. Os
sistemas lineares são: nuclear, basilar e marginal. O sistema nuclear é representado por linhas
colocadas entre as basilares e as marginais. O sistema marginal é constituído pelas linhas
superiores que se sobrepõem ao núcleo. E o sistema basilar é composto pelas linhas que ficam
na base da impressão digital.
Chama-se de desenho digital, ao conjunto de cristas e sulcos existentes nas polpas dos
dedos, apresentando muitas variedades; e de impressão digital ao reverso do desenho de
linhas brancas e pretas sobre um suporte. A presença de um, dois ou nenhum delta numa
impressão digital estabelece os quatro tipos fundamentais do sistema de Vucetich.

O verticilo é composto por dois deltas e um núcleo central. A presilha externa possui
um delta à esquerda do observador e de núcleo voltado em sentido contrário ao delta. A
presilha interna tem um delta à direita do observador e o núcleo voltado à esquerda. O arco é
ausência de deltas e apenas com sistemas de linhas basilares e marginais. Não tem núcleo.
FASES DE UM PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO

1ª etapa é o registro dos dados prévios, onde consta a planilha dactiloscópica


(Instituto de Identificação);
2ª etapa é a planilha dactiloscópica obtida quando do levantamento pericial ou
impressão digital deixada em local de crime (exame de local de crime, necroscópico).
3ª etapa é a comparação e a busca de pontos característicos que correspondam à
planilha do Instituto de Identificação com as impressões digitais deixadas no local dos fatos ou
coletada do cadáver.
Tipos de impressão digital
Três são os tipos, a Moldada, cuja impressão se faz sobre superfícies plásticas,
tornando a impressão em relevo; as Latentes que ficam evidentes a partir da impressão
precisa a ser revelada com reveladores próprios (carbonato de chumbo, negro de fumo e
outros métodos mais modernos) e; as Reveladas ou Normais que é a impressão impregnada de
qualquer sujidade (gordura, sangue, tinta, graxa, carvão etc.) marca a superfície de contato. Na
aula 5 vamos abordar o capítulo de Sexologia forense.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RECOMENDADAS:

BONNET, E.F.P. Medicina legal. 2ª ed. Lopez Libreros Editores, Buenos Aires, 1980.
CALABUIG, J.A. Gisbert. Medicina Legal e Toxicologia. 5ª ed. Ed. Masson S.A. Barcelona,
1998.
CARVALHO, VH. Compendio de medicina legal . São Paulo, Ed. Saraiva; 1997.
CARVALHO, VH. Manual de técnica tanatológica. São Paulo, Ed. Tipografia Rossolillo; 1950.
FÁVERO, Flamínio. Medicina legal: introdução ao estudo da medicina legal, 11a ed. Belo
Horizonte, Editora Itataia Ltda, 1980.
FÁVERO F. Medicina Legal: introdução ao estudo da medicina legal, identidade,
traumatologia. 12ª ed. Belo Horizonte, Ed. Villa Rica Martins, 1991.
FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina legal. 6ª ed., Editora Guanabara Koogan, Rio de
Janeiro, 2001.
GOMES, Hélio. Medicina legal, 10a ed. Rio de Janeiro, Livraria Freitas Bastos, 1968.
ARBENZ, Go. Compêndio medicina legal. Rio de Janeiro, Ed. Atheneu, 1983.

Você também pode gostar