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TANATOLOGIA FORENSE

Prof. Dr. Geraldo Romanello


MACKENZIE – 09.03.2.018
TANATOLOGIA FORENSE

DEFINIÇÃO: É o capítulo da Medicina Legal


que estuda a morte e as consequências
jurídicas a ela inerentes.

IMPORTÂNCIA PARA O DIREITO: Com a


morte, cessa a personalidade civil.
TANATOLOGIA FORENSE

CLASSIFICAÇÃO:

MORTE ANATÔMICA:
É o cessar total e permanente de todas as funções
MORTE HISTOLÓGICA
É a morte dos tecidos e orgãos paulatinamente
MORTE APARENTE
Estado em que o indivíduo parece estar morto
MORTE RELATIVA
É a que o indivíduo jaz como morto por parada cardíaca
MORTE INTERMÉDIA
Precede a real e sucede a relativa
MORTE REAL
É a morte absoluta, a que não admite retorno
TANATOLOGIA FORENSE
MODALIDADE DE MORTE

MORTE CEREBRAL – É o cessar da atividade elétrica do cérebro,


persistindo um traçado isoelétrico plano ou nulo
MORTE CIRCULATÓRIA – É a parada cardíaca irreversível à
massagem do coração ou tentativas de reanimação

MORTE AGÔNICA – É a extinção desarmônica das funções vitais,


produzindo estertores]
MORTE SÚBITA – É a que ocorre de forma imprevista, em segundos
ou, no máximo, de alguns minutos, precedida ou não de fugaz agonia
(Ex. Ruptura de vísceras, choque hemorrágico, choque anafilático, etc.).
TANATOLOGIA FORENSE
TANATOGNOSE

DEFINIÇÃO: É a parte da Tanatologia Forense que


estuda o diagnóstico da realidade da morte

SINAIS DUVIDOSOS DE MORTE: 1. Sinais Avitais


– Perda da consciência
– Imobilidade
– Insensibilidade
– Relaxamento de esfíncteres
– Cessação da respiração
– Parada cardíaca e ausência de pulso
– Pálpebras parcialmente fechadas
– Facies hipocrática
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TANATOGNOSE

SINAIS DUVIDOSOS DE MORTE: 2. Sinais Imediatos

– Ausculta Cardíaca
– Eletrocardiograma
– Prova de Fluoresceína de Icard – Injeção desta substância pela
veia ou artéria. Se vivo ocorre coloração amarelada na pele e
mucosas e alaranjado nas conjuntivas.
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TANATOGNOSE

SINAIS PROVÁVEIS DE MORTE:

– Resfriamento progressivo do corpo


– Rigidez cadavérica
– Espasmo cadavérico
– Hipóstase cadavérico
– Dessecamento
– Decréscimo do peso
– Pergaminhamento da pele, das mucosas e lábios
– Turvação da córnea transparente
– Perda da tensão do globo ocular
TANATOLOGIA FORENSE
TANATOGNOSE

Provas para constatar a morte:

– Magnus – Garrote na extremidade de dedo - violácea


– Halluin – Gota de éter na conjuntiva ocular
– Ott – Chama de vela à pele
– Fluoresceína – Cor alaranjada da conjuntiva
– Hilário Veiga de Carvalho – Injeção adrenalina coração
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TANATOGNOSE

SINAIS TRANSFORMATIVOS DO CADÁVER:


– DESTRUTIVOS
Autólise – Diminuição do pH, aumento H2 = acidificação
Putrefação – Ação de germes sobre o ceco
Maceração – Pele enrugada e facilmente destacável,
achatamento do abdomen e liberação dos
ossos das partes de sustentação.

– CONSERVADORES
Mumificação – Embalsamento (dessecação do corpo).
Peso se reduz em 50 a 70 %.
Saponificação (adipocera) – Corpo parece cera, queijo.
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SINAIS DESTRUTIVOS : AUTÓLISE

LABORD – Agulha polida no tecido – não altera brilho


BRISSEMORET E AMBARD – Trocater no fígado. Se morto reação
ácida pelo papel tornassol
DE-DOMINICIS – Tornassol em área escarificada do abdomen
SILVIO REBELO – Fio com azul de bromo-timol em dobra de pele.
Cor muda para amarela se autólise
ICARD
– Forcipressão física – Dobra da pele persiste no morto
– Forcipressão química – Papel tornassol sobre serosidade
emergente

REAÇÃO SULFÍDRICA – Solução de acetato neutro de chumbo


diluída a 50% em narina e boca adquire cor negra por ação ácido
sulfúrico originado pela morte.
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SINAIS DESTRUTIVOS : PUTREFAÇÃO

DEFINIÇÃO: É uma forma de transforamação cadavérica,


após a autólise, pela ação de micróbios aeróbios e
anaeróbios sobre o ceco.

MANCHA VERDE ABDOMINAL: É o sinal mais precoce de


putrefação. A fossa ilíaca direita do cadáver (não afogado)
adquire cor verde-enegrecida. Se afogado ocorre por
primeiro na metade superior e anterior do tórax e depois
cabeça. Dura 7 dias

PUTREFAÇÃO NOS FETOS E RECÉM-NASCIDOS: Inicia-


se pelos pulmões.
TANATOLOGIA FORENSE
SINAIS DESTRUTIVOS : PUTREFAÇÃO

PERÍODO GASOSO (2 semanas):


– Os gases internos migram do interior para a periferia do corpo
(enfisema putrefativo) – Cadáver fica com postura de boxeador
e aspecto gigantesco (face, tronco, pênis, bolsas escrotais)

CIRCULAÇÃO PÓSTUMA DE BROUARDEL:


– É o sangue migrado para a periferia pela compressão dos vasos
provocado pelos gases.

PARTO DE PUTREFAÇÃO:
– É a eversão do útero gravídico com a expulsão do feto.
TANATOLOGIA FORENSE
SINAIS DESTRUTIVOS : PUTREFAÇÃO

PERÍODO COLIQUATIVO (1 a vários meses)– Ocorre


a dissolução pútrida (odor fétido) das partes moles do
cadáver por bactérias e fauna necrófaga.

PERÍODO DE ESQUELETIZAÇÃO – Destruição dos


resíduos tissulares, expondo-se os ossos, pela ação do
meio ambiente e fauna cadavérica.
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SINAIS DESTRUTIVOS : MACERAÇÃO

DEFINIÇÃO: A pele do cadáver torna-se enrugada


e amolecida e facilmente destacável em grandes
retalhos. Há achatamento do ventre e liberação dos
ossos de suas partes de sustentação
TANATOLOGIA FORENSE
PROCESSO CONSERVADOR : MUMIFICAÇÃO

DEFINIÇÃO: É o processo transformativo de


conservação pela dessecação, natural ou artificial
do cadáver.
TANATOLOGIA FORENSE
PROCESSO CONSERVADOR: SAPONIFICAÇÃO

DEFINIÇÃO: É um processo transformativo de


conservação em que o cadáver adquire consistência
untosa, mole, como o sabão ou cera, às vezes
quebradiça, e tonalidade amarelo-escura, exalando odor
de queijo rançoso.

CONDIÇÕES DE EXIGIBILIDADE: Solo argiloso e


úmido ou meio líquido.
TANATOLOGIA FORENSE
CRONOTANATOGNOSE
DEFINIÇÃO: É a parte da Tanatologia que estuda a data
aproximada da morte.

FENÔMENOS CADAVÁRICOS:
– Resfriamento do cadáver – 0,5 C (3h) e 1 C por hora
– Rigidez cadavérica – Devido acidificação (face -> pés) – 36-48 h
– Livor e hipóstase – Manchas cutâneas (2-3h) / manchas viscerais (8-
12h)
– Mancha verde abdominal
– Decréscimo de peso
– Cristais do sangue putrefato – ocorre no sangue putrefato
– Fauna cadavérica – Importância para determinar data morte
FIM
PARTE I
FIM
PARTE II

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