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Introdução

Conceitos de Tanatologia

Tanatologia Forense

Antropologia

Medicina Legal

Tipos de Morte

Traumatologia Forense

Tipos de Armas e
Características dos
Ferimentos

Causas Básicas de Óbito e


Hemorragia

TANATOLOGIA E
TANATOLOGIA FORENSE
Introdução

No mundo moderno, a morte está escondida como algo sujo e vergonhoso,

sinônimo de absurdo, horror e sofrimento; algo escandaloso e insuportável. As

sociedades modernas tendem a escamotear a morte. Apesar de termos

consciência de nossa finitude, falar sobre ela é, normalmente, considerado um

ato mórbido, uma tentativa de mau gosto. A finitude da vida possui sempre

duas representatividades: uma física e outra social, a morte de um corpo

(biológica) e a morte de uma pessoa. A morte de uma pessoa adulta significa,

normalmente, dor e solidão para os que ficam. Portanto, sob este prisma é

apenas a destruição de um estado físico e biológico que ela traz, mas é

também o fim de um ser em correlação com um outro. Este vazio por ela

deixado não atinge somente as pessoas que conviviam com quem morreu, mas

também a toda rede social.

A difícil aceitação da morte de um ente querido é natural e muito comum,

porém, o prolongamento desta dor pode trazer consequências drásticas para

qualquer indivíduo que vive o luto.

Alguns comportamentos frequentes diante da iminência da morte são:

Choque – Acontece quando a pessoa fica sabendo da doença e sofre um

abalo de desespero, atordoamento, entorpecimento, confusão. As reações

podem variar desde uma apatia completa até a superatividade. Muitas vezes a

pessoa se sente como se estivesse no ar, como se tudo não passasse de um

sonho, ou, mais precisamente, de um pesadelo que a qualquer momento vai

terminar.
Negação – Acontece quando a pessoa demonstra não saber lidar com a

situação e se protege por meio de uma tentativa de continuar a viver como se

nada tivesse mudado na sua vida. É própria da incapacidade de aceitar uma

realidade iminente. A pessoa pode reagir com isolamento – quando fica

ensimesmada – ficar calada, reflexiva, apática. Trata-se de um mecanismo de

defesa usado para poder lidar com as responsabilidades diárias da vida e para

poder ganhar tempo, assimilando aos poucos o que aconteceu.

Ambivalência – Acontece quando a pessoa flutua, em um movimento

pendular, entre a aceitação de uma perda iminente e sentimentos e reações de

negação. Reflete sobre o estado, por exemplo, mas faz planos de longo prazo.

Muitas vezes este mecanismo de defesa usado pelo paciente tem um efeito

altamente positivo. O fato de fazer planos e ir à luta para vê-los realizados é um

poderoso motor para se manter vivo e lúcido. O fato de ter objetivos ainda para

cumprir pode ser uma medida positiva de se aferrar à vida.

Revolta – Acontece muito comumente. A pessoa se sente castigada, com

muita raiva, ressentida, e esses afetos provocam, muitas vezes, protestos

contra si mesma ou contra o destino, Deus, etc. É interessante ver com que

frequência se vincula a doença a um castigo pela vida levada ou a um castigo

que não tem uma lógica que o possa explicar. A relação de causa–efeito

muitas vezes aparece no discurso do doente e de seus familiares.


Negociação – Aparece o sentimento religioso ou a procura por alguma força

superior (que pode adquirir os matizes mais diversos) para que possa ser feito

um acordo de prolongar a vida, isto é, adiar a morte ou curar. Nesse momento,

intensificam-se as manifestações de crença e se realizam ritos com a finalidade

de obter esse resultado. Com frequência, tanto o paciente quanto seus

familiares tentam todo tipo de recursos de cura, fazendo uma verdadeira

peregrinação por inúmeros cultos, religiões, crenças e ritos.

Depressão – Uma tristeza profunda se apodera do doente ou de seus

familiares, ou ambos. A grande dificuldade de um enfermo melhorar ou

prolongar a vida se for vítima de depressão. Pacientes que manifestam uma

firme vontade de sarar, de viver, obtêm uma sobrevida muito significativa.

Entretanto, os que sofrem de depressão resistem muito menos ao calvário do

tratamento e morrem muito antes.

Assim como o nascer, o morrer faz parte da natureza de todos os seres.

Mesmo sem obedecer a regras ou a qualquer período de tempo, esta lei da

natureza se encarrega de garantir uma constante recolocação e reestruturação

social. À medida em que se observa o mundo, é possível perceber que tudo

está em mutação e nada é para sempre, inclusive a dádiva de viver. Todos os

dias, novas vidas chegam às maternidades e os mais jovens acabam por

ocupar o espaço daqueles que se ausentam do convívio.

Obviamente, cada ser é único e ímpar em todos os aspectos da vida e, por

mais que sejam substituídos em certas ações operacionais, jamais serão

substituídos em suas realizações e empreendimentos. Homens e mulheres,

todos os dias, de formas distintas, relacionam-se uns com os outros e com tudo

que há no mundo – fazem assim porque são seres dotados de inteligência,


sentimentos e outras capacidades. E, nestes aspectos da vida, o ser humano

deixa a simples posição de ser um alguém para passar a ser o sujeito de ações

e pensamentos singulares. Desta forma, todos constroem a história da

humanidade e são lembrados pelas pessoas. Diante de todos esses fatos e

argumentos, é impossível não pensar que é um certo “egoísmo” humano

querer ser imortal. A grande maioria deseja a vida eterna para si e para os

seus. Sem analisar o quão prejudicial isso poderia ser para o funcionamento

normal da sociedade, por exemplo. “A morte é necessária também no âmbito

familiar, pois quem hoje é filha em uma família, amanhã será mãe e

posteriormente avó e assim por diante. Isso significa que os lugares na família

também devem ser preenchidos, permitindo assim que todos tenham a mesma

experiência de vida. Na vida humana, sempre haverá a consideração do fato

de que mesmo quando um ser humano deixa de viver entre os demais, ainda

assim ele continuará eterno nas lembranças, na lição transmitida, no exemplo

de pessoa e nas obras construídas em vida. A morte também educa para uma

vida mais intensa, com sentimentos profundos. Enfim, ela ensina que o

importante é construir uma história mais cheia de ações que poderão ser

lembradas, pois em algum momento do futuro ela aguarda aqueles que ainda

vivem. E, daqueles que se foram, ela nunca levará os bons sentimentos e as

boas lembranças que ficaram.


Conceitos de Tanatologia

Tanatologia é o nome que recebe uma modalidade relacionada com os efeitos

que provoca a morte no organismo. Trata-se de uma série de conhecimentos

da medicina e de outras ciências que analisam diversos aspectos do

falecimento.

Geralmente, associa-se a tanatologia à medicina forense, cuja finalidade é

demonstrar cientificamente porque teve lugar a morte. Para esse fim, o médico

forense realiza diversos estudos sobre o cadáver que lhe permitem determinar

as causas do falecimento.

A tanatologia também está associada à tanatopraxia, isto é, as práticas levadas

a cabo sobre um corpo sem vida para o restaurar e conservar. Neste caso, o

especialista aplica os seus conhecimentos para satisfazer a vontade do defunto

ou os pedidos dos seus entes queridos.

Os ritos relacionados com os cadáveres foram evoluindo ao longo da história.

Atualmente, a tanatologia tem presença nas sociedades ocidentais para a

higienização (limpeza e desinfecção) e a estética dos restos mortais para fins

fúnebres. Muitas vezes, a pessoa morta fica exposta durante horas ou dias

para que os seus familiares e amigos se possam despedir dela. A tanatologia

implica maquilhar o corpo para minimizar os efeitos visuais da morte.

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