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com fundamento no artigo 50, LXV, da Constituição Federal, e art 310, I, Código de Processo Penal,
pelos motivos de fato e direito a seguir expostos:
1. DOS FATOS
Fulano de tal, foi flagrado dentro de uma cafeteria aplicando um suposto golpe por meio de seu
computador pessoal que conseguia invadir outros dispositivos informáticos e fazer com que as mais
variadas vítimas depositassem quantias em seu nome, achando que algum parente ou amigo estava
solicitando.
A investigação partiu por parte da Polícia Civil, que estava atrás do agente há bastante tempo, pois,
várias pessoas estavam caindo no citado golpe do PIX. O golpe era feito pela invasão de um
dispositivo informático e após o agente se passar pela suposta pessoa que estava conversando com
a vítima, muitas vezes parente ou amigo necessitado de uma quantia para pagamento de alguma
conta, ela fazia o depósito, conforme solicitado. A Polícia Civil monitorou o agente e antes que
aplicasse novamente o suposto golpe, foi preso em flagrante, obtendo todas as informações que
estavam dentro de seu computador pessoal.
Com sua prisão em flagrante, “fulano de tal” fora encaminhado para a audiência de custódia que
fora realizada dois meses depois do fato.
2 DA ILEGALIDADE DA PRISÃO
Excelência, conforme relatado acima, a audiencia de custódio ocorreu após dois meses do
acontecido, sendo assim ilegal a prisão em flagrante do agente, visto que em caso positivo, violará o
artigo que segue:
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro)
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do
acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
É manifestamente ilegal que a prisão seja efetivada, visto sua ilegalidade comprovada, devendo ser
imediatamente relaxada.
É incorreto a aplicação do mesmo pois não tem pressupostos para a existência de fatos e
elementos concretos que mostrem que o acusado solto poderá voltar a delinquir, fugir para outro
país, ameaçar testemunhas ou que a liberdade do agente colocará em risco a efetividade do
processo. Sendo assim, é completamente improcedente o pedido de prisão preventiva. Visto que se
baseia no seguinte artigo:
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal,
quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo
estado de liberdade do imputado.
Sendo assim, observado que não é cabível a prisão preventiva, pois o acusado não demonstra
nenhum risco, fica claro que não tem-se a necessidade dele permanecer preso, podendo assim ser
aplicadas as medidas cautelares diversas, dispostas no art. 319, são elas: o comparecimento
periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;
proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas
ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas
infrações, proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou
necessária para a investigação ou instrução ou recolhimento domiciliar no período noturno e nos
dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos.
3. DOS PEDIDOS
1. O relaxamento da prisão, haja vista que a audiência de custódia não fora realizada dentro do
prazo máximo de 24 horas, na forma do art. 310, caput, CPP;
2. Caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, o que se admite apenas em cautela, requer
que seja aplicada as medidas cautelares diversas da prisão, em especial o art. 319, inc. I, II, IV e V;
3. Requer, ainda, a imediata expedição de alvará ́ de soltura em nome do acusado, para que ele
possa, em liberdade, defender-se no curso da ação penal, comprometendo-se a comparecer a todos
os atos processuais;
Assinatura do advogado
OAB XXX