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em face de:
MUNICIPIO DE TERESINA, Estado dO PIAUI, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no
CNPJ sob o nº XXX, com sede na XXX , representado pelo Prefeito Municipal, o Sr. XXX, brasileiro,
solteiro, incrito no CPF sob o nº *, residente e domiciliado em XXX, pelos fatos e fundamentos que se
seguem:
1. DOS FATOS
A Autora é proprietária de grande imóvel urbano que herdou de seus pais, em janeiro de 2021 o
prefeito de Teresina sancionou uma lei municipal que aumentou a alíquota do Imposto de
Propriedade Territorial Urbana (IPTU) de 3% para 15% do valor venal do imóvel, surpreendida pela
despesa, a autora não conseguiu efetivar os pagamentos, tendo assim os impostos inscritos na
Dívida Ativa do município a qual foi citada para cobrança dos atrasados com multas e honorários
advocatícios.
2. DO DIREITO
A cobrança do imposto é determinada pelo Artigo ART. 150, III, B e C da CF da Constituição Federal.
Todo o dinheiro que é arrecadado com a cobrança vai para os cofres da Prefeitura, que o usa para
custear despesas municipais, que versa:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
(Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
IPTU só pode ser alterado por lei. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as prefeituras
municipais não podem alterar a base de cálculo e elevar o Imposto Predial e Territorial Urbano
(IPTU) por decreto, mas apenas por lei, aprovada pelo Legislativo. A decisão do STF foi unânime.
O IPTU é calculado através da multiplicação do valor venal do imóvel pela respectiva alíquota, que é
definida por Lei Municipal. Alíquota é um percentual definido em lei, que aplicado sobre a base de
cálculo, no caso o valor venal, chega-se ao valor do imposto. Para calcular esse imposto, verifica-se o
valor venal do imóvel, através de critérios estabelecidos em lei municipal. Estes são alguns dos
critérios que determinam o valor de um imóvel.
Conforme narrado acima e com os documentos acostados aos autos, ficou demonstrado que a ré
deixou de observar os artigos 81, 82 e incisos do CTN combinados com o artigo 146 da CF .
Percebe-se, pois, que a ré, na verdade, deixou de aplicar ao caso concreto o princípio constitucional
da legalidade, previsto no artigo 37 da Constituição Federal, o qual dispõe que:"A Administração
Pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios da legalidade".
Vale dizer que todo ato praticado pela Administração Pública tem que ser previsto em lei, de tal
forma que podemos afirmar que a legislação municipal da ré vem a complementar o Código
Tributário Nacional, cujas disposições não poderiam ser inobservadas por parte da ré que veio a
infringir o artigo ART. 150, IV CF, que veda o imposto como forma de confisco, como segue:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
Dito isto, mostra-se a ilegalidade da cobrança e aumento do IPTU para não só a autora, como todos
os moradores de Teresina.
3. DO PEDIDO DE LIMINAR
Baseado na letra da lei, pede que seja concedida a tutela de urgência, visto que a autora se
encontra entre os dividendos ativos do seu município, culminando em multas e honorários
advocatícios que cada dia crescem mais.
Com a inegável verossimilhança das alegações, que se vislumbra cabalmente, nesta lide, que
confronta a própria Constituição federal no que tange a cobrança de impostos.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
O "fumus boni iuris" demonstra-se na medida em que os lançamentos tributários das contribuições
de melhoria infringiram os artigos 81 a 82 e incisos do Código Tributário Nacional combinados com a
Lei Municipal n. 104 e os artigos 37 e 146 da Constituição Federal, e por todos os argumentos
demonstrados acima, e principalmente pelo fato de que não se configuram "verdadeiras" e "puras"
contribuições de melhoria.
Por sua vez, o "periculum in mora" encontra-se patente no receio do autor de ser autuado pela ré,
com inscrição do débito em dívida ativa, o que impossibilitará ao autor a obtenção de certidões
negativas de débito fiscal municipal, por estarem deixando de recolher as "contribuições de
melhoria" flagrantemente ilegais e inconstitucionais, na medida em que as mesmas se tornaram
exigíveis a partir do lançamento tributário.
Ademais, dano grave e de difícil reparação sofrerá o autor se tiver de pagar o tributo, que é de valor
expressivo, para depois repeti-lo em demorada demanda judicial. Ou, se optarem por não pagar,
haverá a inscrição da dívida e o ajuizamento de execução fiscal, com todos os gravames daí
resultantes, além de se sujeitarem a multa e juros de mora.
Por tais razões, estando presentes o "fumus boni júris" e o "periculum in mora", os autores
requerem a concessão de medida liminar inaudita altera pars para suspender a exigibilidade do
crédito tributário, nos termos do artigo 151, inciso V, do Código Tributário Nacional, e a impedir a ré
de lançar o nome dos autores no rol de dívida ativa e ou em quaisquer cadastros administrativos de
inadimplentes.
3. DOS PEDIDOS
a. Após concedida a liminar pleiteada, requerem os autores a procedência total da ação para
declarar nulo o lançamento tributário da contribuição de melhoria em tela, desobrigando o autor do
seu pagamento, por ser a cobrança ilegal e inconstitucional, bem como a citação da ré para que
conteste, querendo, os termos da presente, sob pena de revelia;
Dá-se à causa o valor de R$110.000,00 (cento e dez mil reais) ( CPC, art. 259, I).
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ADVOGADO
OAB/