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AÇÃO DECLARATORIA

F – Nunes EFEITOS

I – Nunes ESTRUTURA DA PEÇA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA … VARA CÍVEL (OU


VARA FEDERAL) DA SEÇÃO (OU DA SUBSEÇÃO) JUDICIÁRIA DE …

(espaço de cinco linhas)

EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, regularmente inscrita no Cadastro


Nacional de Pessoas Jurídicas sob o n. …, possuindo sede na …, n. …, bairro …, cidade
…, por seu advogado e bastante procurador que esta subscreve (instrumento de mandato
incluso) com escritório na …, bairro, …, cidade …, onde receberá as devidas
intimações, nos termos do art. 103 do Código de Processo Civil de 2015, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 19, I, 319 e 300
do Código de Processo Civil de 2015, opor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO-


TRIBUTÁRIA COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA ANTECIPADA DE
URGÊNCIA em face da União, pessoa jurídica de direito público interno, com endereço
na …, bairro …, cidade …, Estado …, na pessoa de seu representante legal (procurador
ou representante judicial), pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:

I – DOS FATOS

A Autora vem recolhendo regularmente os débitos tributários referentes ao


IRPJ de acordo com a legislação vigente. No entanto, o Decreto regulamentar …
majorou as alíquotas do IRPJ e determinou seu pagamento a partir da data da publicação
do mencionado ato normativo. Esta exigência surpreendeu a Autora, não restando
alternativa senão a propositura da presente Ação.

II – DO DIREITO

O IR é um tributo de competência da União Federal, conforme preleciona a


Constituição Federal nos termos do art. 153, III. De acordo com o art. 150, I, da
Constituição Federal, o qual consagra o princípio da legalidade, nenhum tributo pode
ser criado ou aumentado sem lei que o estabeleça. O art. 150, III, “b”, da Constituição
Federal estabelece que nenhum tributo poderá ser cobrado no mesmo exercício
financeiro em que foi publicada a lei que o aumentou ou instituiu. Esse é o denominado
princípio da anterioridade, sendo que, atualmente, por motivos da segurança jurídica,
além de respeitar o exercício seguinte, entre determinado exercício e o próximo
observar uma lapso temporal de 90 (noventa) dias, apesar de não enquadráveis ao IRPJ,
por se constituir exceção expressa no art. 150, § 1.º, da Constituição Federal. Com
efeito, todos os tributos devem atender tais princípios, ressalvadas as exceções previstas
no próprio texto da Constituição, sob pena de violarem o princípio da supremacia
constitucional. O IRPJ não está incluído entre as exceções aos princípios da legalidade e
anterioridade, estatuídas nos arts. 150, § 1.º, e 153, § 1.º, da Constituição Federal.
Assim, fica evidenciado que o Decreto regulamentar, ao majorar a alíquota do IRPJ,
exigindo, ainda, seu pagamento, a partir dessa publicação, contraria dois princípios
fundamentais: o da legalidade, que é genérico para todo o decreto, e o da anterioridade,
que é específico do direito tributário, revestindo-se de manifesta inconstitucionalidade.
a) Da concessão de Tutela Provisória Antecipada de Urgência Segundo o art. 300 do
Código de Processo Civil de 2015 são pressupostos autorizadores da tutela
antecipatória: a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo. A concessão da tutela provisória antecipada de urgência justifica-se, pois a
violação dos princípios da legalidade e da anterioridade é uma prova cristalina da
probabilidade do direito do pedido da Autora. Por sua vez, como o IRPJ é lançado por
homologação, e a data do recolhimento apresenta-se iminente, a Autora está sujeita
imediatamente a um crédito tributário maior que o devido. Tal fato demonstra perigo de
dano. Ao final, requer-se a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos
do art. 151, V, do Código Tributário Nacional.
III – DO PEDIDO

Pelo exposto, a Autora requer à Vossa Excelência: a) a concessão da tutela


jurisdicional antecipada de urgência, de acordo com o art. 300 do Código de Processo
Civil de 2015, afastando, assim, a exigência quanto à majoração de alíquota do IRPJ,
pois a probabilidade do direito e o perigo de dano foram demonstrados, suspendendo-se
a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, V, do Código Tributário
Nacional; b) o julgamento procedente do pedido, declarando-se a inexistência de relação
jurídicotributária com a União, em relação à majoração da alíquota de IRPJ, em face da
violação dos princípios da legalidade e da anterioridade e, por fim, confirmando-se a
tutela anteriormente concedida; c) a citação da União, no endereço já declinado e na
pessoa de seu representante legal para, querendo, apresentar contestação e acompanhá-
la até o seu final; d) a condenação da Ré ao pagamento das custas processuais e dos
honorários advocatícios;

IV – DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,


especialmente a documental já acostada e outras que se fizerem necessárias ao
esclarecimento do D. Juízo. V – DA CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO Opção pela não
realização da audiência de conciliação e mediação, nos termos do art. 319, VII, do
Código de Processo Civil de 2015. VI – DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor
de R$ … (valor por extenso).

Termos em que, pede deferimento.

Local, data.

Advogado(a) OAB/ … n.º …t


a) bloqueia o ajuizamento da ação fiscal;

b) suspende a contagem do prazo prescricional para o ajuizamento da ação fiscal se ela já tiver
tido início (efeito suspensivo), ou impede a iniciação da contagem (efeito impeditivo);

c) não importa em dispensa do cumprimento de obrigação acessória ou principal, como


preceitua o parágrafo único do mesmo artigo.

Se, entretanto, advém causa suspensiva antes do lançamento, o prazo será devolvido para a
fazenda pública para lançar, motivo pela qual a causa foi cessada. A hipótese não é descabida
se o contribuinte obtém liminar em mandado de segurança preventivo ou se a lei outorga a
moratória expressamente abrange créditos já nascidos, mas ainda não formalizados pelo
lançamento, como autoriza o art. 154, do CTN [23]. Havendo sentença desfavorável ao
impetrante na ação ou cancelamento da moratória, cessa a causa suspensiva, devendo a
fazenda pública proceder o lançamento[24].

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