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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA CÍVEL FEDERAL DA SUBSEÇÃO DE..

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE…

EMPRESA CORREIOS SE CORREIOS E TELÉGRAFOS, empresa pública, inscrita no CNPJ sob nº, com
endereço eletrônico e com endereço na rua, nº, bairro, cidade, Estado, CEP, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência por intermédio de seu advogado abaixo assinado
(procuração anexa), com escritório na rua, nº, bairro, cidade, Estado, CEP, onde recebe
intimações, propor, com fulcro nos artigos 19 l CPC, 300 CPC, 319 CPC, 165 l CTN, a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA C/C TUTELA


PROVISÓRIA DE URGÊNCIA E RESTITUIÇÃO

em face do MUNÍCIPIO, pessoa jurídica de direito público, com endereço eletrônico e com
endereço na rua, nº, pelos motivos de fato e de direito abaixo aduzidos

I- SÍNTESE DOS FATOS

A autora recebeu notificação de lançamento para o pagamento do ISS referente aos


anos de 2016 a 2019, mas por entender que é indevido o pagamento não lhe restou outra
alternativa senão buscar esta tutela jurisdicional, uma vez que já foi pago.

Il- CABIMENTO

Nos termos do artigo 165 l CTN, toda vez que o sujeito passivo pagar um tributo
indevidamente cabe a ele requerer a restituição. O prazo para restituir previsto no artigo 168 l
CTN é de 5 anos a contar do pagamento indevido.
No presente caso, foi feito pagamento indevido do tributo, uma vez que a autora goza
de imunidade tributária e mesmo assim pagou o ISS.
Logo, é cabível ação de restituição e é tempestiva. Aproveita-se para cumular com a
ação declaratória do artigo 19 l CPC uma vez que também se busca deste Poder Judiciário a
declaração sobre a inexistência da relação jurídica tributária para que o Município não cobre
mais o ISS. É possível essa cumulação de pedidos em razão do artigo 327 § único CPC. Logo, é
cabível a presente ação declaratória cumulada com restituição.

Ill- DO DIREITO

Nos termos do artigo 150 Vl “a” CF, é vedado aos entes federativos cobrar impostos uns
dos outros. Segundo entendimento do STF, essa imunidade recíproca é extensiva para empresas
públicas e sociedades de economia mista desde que prestem serviço público de caráter
obrigatório em forma de monopólio.
No presente caso, a autora é empresa pública, presta serviço público de caráter
obrigatório, em forma de monopólio e não visa lucro.
Assim sendo, a autora faz jus a imunidade tributária e portanto não deve pagar ISS,
mesmo das atividades não postais, pois não há concorrência privada e napolitano visa lucro.

IV- SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO , DA TUTELA PROVISÓRIA DE


URGÊNCIA

Nos termos do artigo 300 CPC é possível ser concedida tutela provisória desde que haja
fundamento relevante e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
No presente caso, há probabilidade do direito como dito acima, uma vez que há
imunidade tributária da autora com base no artigo 150 Vl “a” CF, e o perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo se justifica dada as consequências fiscais que o contribuinte pode vir
a sofrer.
Assim sendo, a autora faz jus a concessão da tutela provisória de urgência uma vez
presentes os requisitos do artigo 300 CPC, quais sejam, fundamento relevante e perigo de dano
ou risco ao resultado útil do processo, afim de suspender a exigibilidade do crédito tributário
nos termos do artigo 151 V CTN.

V- DOS PEDIDOS

Diante de todo exposto, requer-se

a) concessão da tutela provisória de urgência uma vez presentes os requisitos do artigo 300 CPC,
quais sejam, probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo
afim de suspender a exigibilidade do crédito tributário nos termos do artigo 151 V CTN;
b) citação da outra parte na pessoa de seus representantes legais, informando desde já o
desinteresse na realização de audiência de conciliação ou mediação nos termos do artigo 319
Vll CPC;
c) julgada procedente a ação afim de declarar a inexistência de relação jurídica tributária uma
vez há imunidade tributária e condenar a outra parte a restituir tudo que foi pago indevidamente
ou a maior com juros e correção monetária nos termos do artigo 167 § único e Súmulas 162 e
188 STJ;
d) produção de todas as provas admitidas em direito em especial a prova documental nos
termos do artigo 319 Vl CPC;
e) a condenação da outra parte ao pagamento de custas e honorários de sucumbência nos
termos do artigo 85 §3º CPC.

Vl- VALOR DA CAUSA

Dar-se a causa o valor de R$…

Nestes termos, pede-se deferimento

Local, data

Advogado
OAB nº

Questão 1- Quando o período a que se refere a cobrança for anterior à aquisição do imóvel as
cobranças serão devidas, pois o entendimento do STF é a aplicação do artigo 9 §1º CTN, pois a
imunidade recíproca do artigo 150 Vl “a” CF não exclui a responsabilidade tributária.
Pela imunidade recíproca as entidades políticas não podem cobrar impostos uma das
outras em homenagem ao pacto federativo e isso se dá com o IPTU, não podendo exigir IPTU de
um prédio que pertença a União. Isso não ocorreria com a taxa, que será devida, pois a
imunidade só serve para impostos.
Por outro lado, o artigo 130 CTN prevê que o adquirente será o responsável tributário
quando adquire um bem imóvel e sobre este pendem débitos de impostos, taxas de serviço e
contribuição de melhoria.
No caso concreto, quem adquiriu bem imóvel de pessoa natural é Estado, membro da
federação.
A imunidade tributária recíproca não se aplica a responsável tributário por sucessão
imobiliária. (art. 130 CTN)
Questão 2- A adesão ao programa de parcelamento tem eficácia de reconhecimento do débito
pelo devedor nos termos do artigo 12 da Lei 10.522/02.

Questão 3- Não há majoração de tributo quando se tratar de mera atualização de índices oficiais
de correção monetária, não ferindo o princípio da legalidade.
A mera correção monetária não é considerada majoração de tributo conforme prevê o artigo 97
§2º CTN, e por isso não precisa estar prevista me lei conforme artigo 150 l CF
A atualização monetária do tributo, de índices oficiais de correção, será considerada atualização,
e não majoração de tributo. Mas se na atualização forem utilizados índices acima da correção
monetária, se trata de aumento de tributo.
Quando houver atualização, não há majoração do tributo, portanto, permite-se o uso de atos
normativos infralegais, no caso, o decreto. Pois quando se tratar de majoração de tributo, há de
se ter a lei, sob pena de afronta a legalidade tributária.
Se alterou e utilizou índice oficial não é aumento, portanto, trata-se de atualização que pode ser
feita por meio de decreto

Se a alteração da base de cálculo for feita por decreto e se refere a uma atualização, não se
considera aumento, podendo ser feito por decreto, conforme artigo 97 §1º e 2º CTN e Súmula
160 STJ. A alteração de base de cálculo do IPVA não respeita a anterioridade nonagesimal mas
respeita a anterioridade anual, conforme artigo 150 §1º CF.
Aplica-se os princípios das anterioridades apenas nas hipóteses de instituição e majoração de
tributo, nos termos do art. 150 lll “b” e “c” CF
150 §1º CF prevê que é exceção à anterioridade nonagesimal a alteração na base de cálculo do
IPVA. Portanto, é possível que se proceda à fixação legal do valor venal de um veículo automotor,
no fim de ano, e que tal modificação possa ser aplicada no 1º dia do exercício financeiro seguinte
Alteração da base de cálculo do IPTU e do IPVA foge da anterioridade nonagesimal e respeita a
anterioridade anual, portanto, vale a partir de 1º de janeiro do ano seguinte conforme artigo
150 §1º CF

Questão 4- Será abrangido pela imunidade tributária, norma constitucional de exoneração


tributária que, justificada em um conjunto de caros valores proclamados na carta magna, inibe
negativamente a competência impositiva e credita ao beneficiário um direito subjetivo de não
incomodação perante o ente tributante.

A prestação de serviços de comunicação não é tributável, pois há imunidade tributária nos


termos do artigo 155 §2º X “d” CF
A radiodifusão sonora e de sons e imagens recebeu imunidade tributária do ICMS, conforme
dispõe a alínea “d” do inciso X do §2º do art. 155 CF
A radiodifusão sonora e de sons e de imagens de recepção livre e gratuita é imune ao ICMS, ou
seja, não será alcançada pela tributação, desde que mantenha a característica da recepção livre
e gratuita para os ouvintes e telespectadores. Só é possível a tributação nos casos de TVs de
canais fechados, uma vez que, nesse caso, a prestação de serviço de comunicação não importa
em recepção livre e gratuita. A Tv fechada é de recepção restrita e de acesso oneroso, por isso
a incidência do ICMS

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