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ALUNOS: 1.

Felipe Capela Lopes (Líder do Grupo) 16105453-1


2. Vicente Scheeren Mattos 17201232-0
3. Felipe Zyngier da Silva 17200362-6
4. Daniella Isabel Ortiz Pires 18180706-6
5. Ana Paula Melo Fernandes 19280321

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA


DA COMARCA DO RS.

Pedro, pessoa física, domiciliado na Rua..., nº..., Bairro..., Município de ...,


Estado de ..., inscrita no CPF sob o n. ..., por meio de seu advogado (instrumento em
anexo) vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no
artigo 38, da Lei 6.830/80 e demais disposições legais aplicáveis, ajuizar a presente   

Ação Anulatória de Débito Fiscal com Pedido de Tutela Antecipada

em face do Estado Do RS, pessoa jurídica de direito público, com sede na


Rua..., nº..., Bairro..., Cidade de..., pelos motivos de fato e fundamentos jurídicos a
seguir aduzidos.

Dos Fatos:

O Autor elaborou sua declaração de imposto de renda exercício 2016, ano


base 2015, apurando um saldo de imposto a pagar no valor de R$ 37.978,15 o qual foi
quitado em parcela única através do DARF no dia 29 de abril de 2016, último dia para
entrega da DIRPF/2016 e para o pagamento do saldo do IRPF.

Desta forma, quitado o saldo de IRPF relativo ao período de apuração de


2015, Pedro extinguiu sua obrigação tributária deste período estando em dia com o
pagamento de seus tributos para com a Receita Federal.

Todavia, no dia 28 de setembro deste ano, o Autor recebeu o extrato


referente ao processamento de sua DIRPF/2016, no qual, para sua surpresa, continha a
informação "não consta entrega de declaração" para o exercício 2015. No próprio
extrato era informado que os demais exercícios, quais sejam: 2012, 2013 e 2014
estavam normalmente processados, faltando apenas o exercício 2015.
Investigando a aludida informação junto aos seus documentos, Pedro
constatou que havia preenchido e impresso a DIRPF/2016, bem como efetuado o
pagamento do saldo devedor em quota única dentro do prazo legal, mas não a tinha
transmitido via internet, pois não tinha o recibo de entrega.

Ou seja, por algum motivo, que não se sabe qual é ao certo, o Autor
preencheu sua declaração de imposto de renda, apurando o saldo do imposto a pagar,
efetuou o pagamento no prazo legal, mas deixou de enviar a DIRPF/99 via internet.

Deste modo o Autor decidiu, alguns dias depois (15/05/2016), enviar sua
DIRPF/2016 pela internet, a fim de regularizar sua situação perante a Receita Federal.

Dos Fundamentos Jurídicos:

O Autor possui a consciência de que a entrega em atraso resultaria na


imposição de uma penalidade, com o que não se opõe, no entanto, entende que a
multa que lhe foi imposta é injusta, irrazoável, desproporcional e por conseguinte,
inconstitucional, uma vez que lhe multaram com a mesma intensidade com que seria
multado um "contribuinte" que não pagou seus impostos.

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da
intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.

Como corrobora o Professor Luciano Amaro (1996, p. 25-42):

"Quando cometo uma infração por engano, um erro material que não dependeu da minha vontade, que pode ter
decorrido da minha imperícia, da minha negligência, mas não decorreu da minha intenção, a coisa parece que muda
um pouco de figura. O Código não está aqui dizendo que todos podem ser punidos independentemente de culpa.
Ele está dizendo que a aplicação penal independe de intenção, o que libera o Fisco de obter a prova diabólica de
que, em cada situação de infração fiscal, o indivíduo queria mesmo descumprir a lei. O Fisco não precisa fazer essa
prova."

Nesse caso, o Autor evidencia que não teve culpa, que o eventual
descumprimento decorreu de razões que escaparam ao seu controle, devendo que a
sanção lhe seja retirada. O CTN refere a aplicação da equidade para solucionar esse
tipo de questão, a equidade não pode ser aplicada para dispensar o pagamento do
tributo, mas, pode, para não se aplicar uma penalidade. É nesse sentido que se fala na
admissão da prova de não-culpa, por parte do contribuinte, para eximir a cobrança da
multa.

art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma
desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação
anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do débito,
monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos.
Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia
ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto.

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim
entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo
e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:

I - moratória;

II - o depósito do seu montante integral;

III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;

IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de
2001)

VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação
principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes.

Da Tutela Antecipada:

 Segundo o artigo 273, do Código de Processo Civil, são pressupostos


autorizadores da tutela antecipatória: a verossimilhança da alegação, em face da prova
inequívoca da alegação e o fundado receio de dano irreparável.

A verossimilhança da alegação encontra-se evidente com a violação dos


artigo 136 e 142 da CTN, demonstrando a prova inequívoca da alegação do Autor.   

O perigo de dano irreparável restou provado que a cobrança onera em


demasia o Autor, acarretando prejuízos pois já realizou o pagamento devido.         

Posto isso, uma vez evidente a presença dos requisitos autorizadores da


tutela, espera-se a concessão da mesma, evitando assim que o Autor sofra prejuízos
irreparáveis e arque com a carga tributária superior à realmente devida.

Dos Pedidos:

Em face do exposto, o Autor requer a Vossa Excelência:


a)      A concessão da tutela antecipada inaudita altera parte, de acordo com o artigo
273, do Código de Processo Civil, para suspender a exigibilidade do crédito tributário,
consoante o artigo 151, V, do Código Tributário Nacional;
b)      A procedência dos pedidos, para anular o lançamento tributário fiscal, nos
termos dos artigos, 136, 142, 151 do CTN, e, art.38 da Lei 6.830/80;
c)      A citação do ente público para, se quiser, apresentar contestação nos termos do
artigo 12 do Código de Processo Civil;
d)     A Condenação da Ré ao pagamento de custas, despesas processuais e honorários
advocatícios;
e)      A juntada de documentos que instruem a inicial;
f)       Provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, inclusive
documental;

 Dá-se-á causa o valor de R$ 37.978,15.


 

Nestes termos, 
Pede deferimento.         

Local e data          
  Advogado          
  OAB/RS n.º...

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