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Direito Processo Penal

Teoria e Questões comentadas


Prof. Enilson Rocha

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Matéria: Direito Penal
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Professor: Rodrigo Gonçalves
Direito Penal - Teoria
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Crimes contra a pessoa

Sumário
Crimes contra a vida ................................................................ 4
1.1 Homicídio ................................................................................ 4
Induzimento, Instigação ou Auxílio a Suicídio ou a
Automutilação ............................................................................... 14
Infanticídio ............................................................................ 16
Aborto ................................................................................... 17
Lesões corporais ................................................................... 21
2.1 Lesão Corporal Leve .............................................................. 22
2.2 Lesão Corporal Grave ............................................................ 22
2.3 Lesão Corporal Gravíssima .................................................... 22
2.4 Lesão Corporal Seguida de Morte .......................................... 23
2.5 Lesão Corporal Culposa ......................................................... 24
2.6 Lesão Corporal Privilegiada ................................................... 24
Periclitação da vida e da saúde ............................................. 27
3.1 Perigo de Contágio Venéreo ..................................................... 27
3.2 Perigo de Contágio de Moléstia Grave ...................................... 28
3.3 Abandono de Incapaz .............................................................. 29
3.4 Exposição ou Abandono de Recém-Nascido ............................ 31
3.5 Omissão de Socorro ................................................................ 31
Rixa ....................................................................................... 33
Crimes contra a honra ........................................................... 34
5.1 Calúnia..................................................................................... 35
5.2 Difamação ............................................................................... 36
5.3 Injuria .................................................................................... 37
5.4 Disposições comuns ................................................................ 40
Crimes contra a liberdade individual ..................................... 43
6.1 Crimes contra a liberdade individual ....................................... 44
6.2 Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio ........................... 51
RISCO EXPONENCIAL..................................................................... 54

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Referencial bibliográfico ................................................................ 64

Para facilitar sua referência, abaixo listamos as esquematizações desta aula:


Esquema 1 – Crimes contra a vida. ............................................................................... 4
Esquema 2 – Formas de homicídio. ............................................................................... 5
Esquema 3 – Relevante valor social e relevante valor moral. ............................................ 6
Esquema 4 – Conexão instrumental. ............................................................................. 9
Esquema 5 – Feminicídio. .......................................................................................... 10
Esquema 6 – Aumento de pena no homicídio culposo. ................................................... 13
Esquema 7 – Aumento de pena no homicídio doloso. ..................................................... 14
Esquema 8 – Aumento de pena no induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. ............. 15
Esquema 9 – Aborto. ................................................................................................. 17
Esquema 10 – Aborto: aumento de pena. .................................................................... 18
Esquema 11 – Comparativos: crimes contra a vida. ...................................................... 19
Esquema 12 – Ação penal na lesão corporal. ................................................................ 21
Esquema 13 – Lesão corporal: grave e gravíssima. ....................................................... 23
Esquema 14 – Lesão corporal privilegiada. ................................................................... 24
Esquema 15 – Perigo de contágio venéreo e perigo de contágio de moléstia grave. ........... 29
Esquema 16 – Abandono de incapaz: causas de aumento de pena. ................................. 30
Esquema 17 – Formas do crime de omissão de socorro. ................................................ 32
Esquema 18 – Causas de aumento de pena do crime de omissão de socorro. ................... 32
Esquema 19 – Calúnia, difamação e injúria: honra objetiva e subjetiva. .......................... 35
Esquema 20 – Exceção da verdade. ............................................................................ 36
Esquema 21 – Exceção da verdade no crime de difamação. ............................................ 37
Esquema 22 – Admissibilidade da exceção da verdade................................................... 38
Esquema 23 – Ação penal nos crimes contra a honra..................................................... 41
Esquema 24 – Crimes contra a liberdade individual. ...................................................... 44
Esquema 25 – Não se enquadra no crime de constrangimento ilegal. .............................. 45
Esquema 26 – Redução à condição análoga a de escravo. .............................................. 48
Esquema 27 – Aumento de pena. ................................................................................ 49
Esquema 28 – Tráfico de pessoas. .............................................................................. 50
Esquema 29 – Violação de domicílio. ........................................................................... 51

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Crimes contra a vida


Os crimes contra a vida são divididos da seguinte forma:

Crimes contra a vida

Induzimento,
instigação ou Aborto
Homicídio Infanticídio
auxílio a (Arts. 124 a
(Art. 121) suicídio (Art. 123)
128)
(Art. 122)

Esquema 1 – Crimes contra a vida.

Os crimes contra a vida tutelam o bem jurídico mais relevante que


temos: a vida, nas suas modalidades intrauterina ou extrauterina.
A vida intrauterina é aquela que ocorre dentro do útero. Já a vida
extrauterina, fora do útero.
O crime de aborto protege a vida intrauterina; já o homicídio, o
induzimento, instigação ou auxílio a suicídio e o infanticídio protegem a vida
extrauterina.

1.1 Homicídio
O crime de homicídio tem como ação a seguinte conduta: Matar
Alguém.
O verbo descrito no tipo penal é matar, que fica configurado quando
se faz interromper ou cessar a vida.
O alguém, previsto na conduta, necessariamente, deve ser a pessoa
humana.
É um crime classificado de diversas modalidades. As principais classificações
são:
➢ É crime comum: pode ser praticado por qualquer pessoa, sem
que necessite de quaisquer condições especiais;
➢ É crime material: para sua consumação, é exigida a ocorrência
do resultado morte;

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➢ É crime de forma livre: pode ser praticado com qualquer modo


de execução (a tiros, facadas, pauladas, por meio de veneno, entre
outros);
➢ É crime instantâneo de efeitos permanentes: a conduta
delituosa não se prolonga no tempo e, após a consumação, os efeitos
são irreversíveis;
➢ É crime plurissubsistente: pode ser praticado por meio de um
ou mais atos de execução;
➢ É crime unissubjetivo: pode ser praticado por um ou mais
agentes.

É importante que você saiba as classificações descritas acima, já que


elas são bastante cobradas em provas.

O crime de Homicídio pode ser


dividido da seguinte forma

Homicídio Homicídio Homicídio Homicídio


Simples Privilegiado Qualificado Culposo

Esquema 2 – Formas de homicídio.

1.1.1 Homicídio Simples


O Homicídio simples está previsto no caput do Artigo 121.
Ele é bastante difícil de ser configurado, já que dificilmente ocorre
este crime sem que alguma qualificadora (que veremos a seguir) seja
aplicada.
Podemos entender, então, que o homicídio simples é residual.
Será simples o homicídio quando ele não for qualificado.
Sobre o homicídio simples, a informação mais importante é que, em
regra, ele não é crime hediondo, entretanto, se for praticado em atividade
típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, será,
sim, crime hediondo.

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O homicídio simples só será crime hediondo quando


praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
cometido por um só agente.

1.1.2 Homicídio Privilegiado


Segundo Nucci, privilégios são circunstância legais específicas,
vinculadas ao tipo penal incriminador, provocadoras da diminuição da
faixa de aplicação da pena, em patamares prévia e abstratamente
estabelecidas pelo legislador, alterando o mínimo e o máximo previstos para
o crime.
Para fins do nosso estudo, vamos entender o homicídio privilegiado
como uma modalidade mais branda do crime de homicídio.
O homicídio privilegiado está previsto no Artigo 121, § 1º, e se
configura em uma das seguintes situações:
✓ Relevante valor social;
✓ Relevante valor moral;
✓ Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima.

Relevante Valor Social Relevante Valor Moral

É um valor considerável para


É um valor considerável para
determinado grupo de pessoas
aquele que comete o delito
(sociedade)

Indivíduo que mata o conhecido


estuprador do bairro, que vem Indivíduo que mata por
praticando o crime com eutanásia
frequência

Esquema 3 – Relevante valor social e relevante valor moral.

Quando reconhecido o privilégio, no crime de homicídio, quais as


consequências? O juiz pode reduzir a pena do agente de 1/6 (um sexto) a
1/3 (um terço). Muita atenção com o patamar de redução.

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Sobre o homicídio privilegiado, algumas considerações são muito


importantes para a sua prova:
✓ Não é considerado crime hediondo;
✓ Não se comunica para coautores ou partícipes. Como assim?
O crime de homicídio é cometido por 2 (dois) agentes (Vicente e
Gabriel). Gabriel o pratica sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida
a injusta provocação da vítima; Vicente, não. Nesta hipótese, Gabriel
responderá por homicídio privilegiado e Vicente por Homicídio.

1.1.3 Homicídio Qualificado


No homicídio qualificado, o agente estará submetido a uma pena
maior, mais grave. As qualificadoras são fatores que tornam a conduta
praticada pelo agente, de alguma forma, mais reprováveis por parte da
sociedade. A pena do homicídio qualificado vai de 12 (doze) a 30 (trinta)
anos.
O Código Penal, em seu Artigo 121, § 2º, estabelece as seguintes
qualificadoras.
Se o homicídio é cometido:
I.Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo
torpe;

O que é motivo torpe?


Motivo torpe é algo repugnante, nojento, abjeto.

O Código Penal nos exemplifica o que vem a ser motivo torpe:


mediante paga ou promessa de recompensa. Os demais casos de torpeza
serão interpretados analogicamente pela autoridade judicial.
O homicídio praticado mediante paga ou promessa de recompensa é
conhecido doutrinariamente como homicídio mercenário.
Ele fica configurado quando o agente pratica o crime motivado por
alguma recompensa (segundo a doutrina, deve ser de natureza
econômica), que pode ser anterior (na modalidade paga) ou posterior
(na modalidade promessa de recompensa).

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Recentemente, entendeu o STJ que a comunicabilidade da


qualificadora “mediante paga ou promessa de recompensa” não é
automática, tratando-se de qualificadora de natureza pessoal, que não irá se
comunicar automaticamente ao mandante do crime, respondendo este, na
modalidade qualificada se torpe for o motivo que o levou a pagar pela morte
da vítima.
Assim, por exemplo, se Alessandro, que tem a intenção de matar um
desafeto, chamado Antoniel, pagar R$ 1.000,00 (mil reais) a Fabrício, para
que este mate Antoniel, a qualificadora será aplicada a Fabrício, já para
Alessandro, o mandante, o homicídio não será necessariamente qualificado.

II.Por motivo fútil;


Motivo fútil é o motivo pequeno, desproporcional, banal. Há
desproporcionalidade entre a conduta praticado e a motivação.
O homicídio será qualificado por motivo fútil quando, por
exemplo, for motivado por um dívida de uma carteira de cigarro.

III.Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro


meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo
comum;
Temos aqui qualificadoras relacionadas aos meios empregados pelo
agente para praticar o crime, que podem estar relacionadas a meios
insidiosos (emprego de veneno) ou cruéis (asfixia, tortura) ou que possam
resultar em perigo comum (fogo, explosivo).
Em relação ao emprego de veneno, segundo a doutrina majoritária, tal
qualificadora só irá se configurar se ficar comprovado que a vítima ingeriu o
veneno sem saber que o fazia. Caso a vítima saiba que está ingerindo veneno,
outra qualificadora poderá ser aplicada, a de meio cruel.

É muito importante que você compreende que, no Direito Penal, o


agente é punido, em regra, pelo crime que queria praticar. Assim, caso o
agente queira torturar, mas se exceda e acabe matando a vítima, irá
responder por tortura qualificada pelo resultado morte. Se o agente queria
matar e usa a tortura como meio para atingir a sua finalidade, irá responder
por homicídio qualificado pela tortura.

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IV.À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro


recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do
ofendido;
As qualificadoras acima também estão relacionadas aos meios
empregados pelo agente. Quando o agente comete um homicídio, praticando-
o de forma que a defesa da vítima seja dificultada ou se torne impossível, ele
responderá na modalidade qualificada.

V.Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a


vantagem de outro crime;
Nesta forma qualificada, o agente pratica o homicídio para, de alguma
forma, garantir uma vantagem relacionado a um outro crime. A doutrina
chama esta qualificadora de conexão instrumental, que pode ser teleológica
ou consequencial.

Assegurar a execução futura de


Teleológica
um outro crime

Conexão
Instrumental
Assegurar a ocultação, a
umpunidade ou vantagem de
Consequencial
outro crime, praticado
anteriormente

Esquema 4 – Conexão instrumental.

Segundo a doutrina majoritária, não é necessário que o crime anterior


ou posterior pode ter sido praticado por uma outra pessoa, não existindo a
obrigatoriedade de que seja o próprio autor do homicídio.

VI.Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino.


Este dispositivo tem sido exaustivamente cobrado em provas de
concursos públicos.
Estamos falando do feminicídio.

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Você acertará todos os itens correspondentes quando entender que


nem toda morte de mulher será considerada feminicídio, mas tão somente a
morte de mulher, praticada devido a sua condição de sexo feminino.
O Código Penal estabelece que se considera que há razões de condição
de sexo feminino quando a morte da mulher envolver violência doméstica ou
familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Violência doméstica ou familiar

Considera-se que há razões de


condição de sexo feminino
quando o crime envolve
Menosprezo ou discriminação à
condição de mulher

Esquema 5 – Feminicídio.

O feminicídio ficará configurado com a morte da mulher devido


à violência de gênero e não quando ocorrer a morte da mulher em
qualquer situação.

VII.Contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da


Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
O homicídio será qualificado quando praticado contra os
seguintes agentes ou autoridades:
✓ Integrantes das Forças Armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica)
✓ Integrantes dos órgãos de segurança pública: Polícia federal; Polícia
Rodoviária Federal; Polícia Ferroviária Federal; Policias Civis; Policiais
Militares; Corpo de Bombeiros Militares
✓ Integrantes do Sistema Penitenciário
✓ Integrantes da Força Nacional.

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Mais uma vez, você deve ficar atento e levar para a sua prova que não
é a morte de qualquer dos agentes ou autoridades descritas acima que irá
qualificar o homicídio, mas tão somente se a morte deles for praticada no
exercício da função (enquanto eles trabalham) ou em razão da função (devido
ao cargo que eles ocupam ou função que eles exercem).

A qualificadora também será aplicada se o homicídio for praticado


contra o cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até o 3º (terceiro)
grau dos agentes ou autoridades que vimos acima, também motivado pela
função que os agentes ou autoridades exercem.
Agora, que estudamos todas as qualificadoras do crime de homicídio.
Pode ter surgido a seguinte dúvida para você: é possível que o homicídio
seja privilegiado e qualificado ao mesmo tempo?
A resposta é positiva. É possível, porém, é necessário que a
qualificadora seja de natureza objetiva (relacionada aos meios
empregados pelo agente para executar o crime).

Segundo doutrina majoritária, o homicídio privilegiado-qualificado


não será considerado hediondo, porque o privilégio (motivo) afasta a
hediondez.

1.1.4 Homicídio Culposo


O homicídio culposo é aquele que o agente não quer o resultado
morte, nem assume o risco de assumi-lo, mas acaba causando a morte
de alguém por imprudência, negligência ou imperícia.
A imprudência fica configurada quando o agente é afoito, praticando
conduta que não recomendada pela vida em sociedade. Exemplo: Josivaldo
está mudando alguns móveis em apartamento, que fica no 4º andar. Ele
decide que não quer mais um jarro de plantas e, para se livrar do objeto,
joga-o pela janela. O jarro cai na cabeça de Silvio, que morre imediatamente.
Observe que Josivaldo não queria a morte de Silvio, nem assumiu o
risco de matá-lo, mas, por ter sido imprudente (praticado uma ação não
recomendável), acabou causando a morte da vítima.

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A negligência fica configurada quando o agente é omisso ou relapso.


Ele não faz algo que a vida em sociedade recomenda.
A imperícia é a falta de aptidão técnica para o desempenho de
determinada atividade.
Nos exemplos a seguir, que a doutrina apresenta com mais frequência,
poderemos ver a diferença entre a negligência e a imperícia.

Exemplo 1: Adolfo é médico cirurgião. Certo dia, ao fazer uma cirurgia


renal, ele deixa um bisturi dentro do paciente, que vem a óbito.
Exemplo 2: Teobaldo é médico clínico geral em período de residência.
Ele vai fazer uma cirurgia renal, erra no procedimento e a vítima morre.
No primeiro exemplo: Adolfo irá responder por homicídio culposo por
negligência. Observe que ele é médico cirurgião, logo, tem perícia para a
realização de cirurgias, mas foi omisso ao esquecer o equipamento dentro do
paciente.
No segundo exemplo: Teobaldo irá responder por homicídio culposo
por imperícia, já que faltava a ele aptidão necessária para realizar perícias.

No caso do homicídio culposo, é possível a aplicação do instituto do


perdão judicial, previsto no Artigo 121, § 5° do Código Penal: o juiz poderá
deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio
agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
Você pode entender a aplicação do perdão judicial ao seguinte caso:
pai que, por imprudência, provoca um acidente de trânsito e mata o próprio
filho. Neste caso, as consequências da infração penal (homicídio) atingem o
pai de forma tão grave (o seu filho morreu) que é desnecessária a aplicação
de sanção penal, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.

O instituto do perdão judicial se aplica apenas aos casos de homicídio


culposo.

Vamos falar agora das causas de aumento de pena aplicadas ao


homicídio.

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A doutrina chama essas hipóteses de homicídio majorado.


Para facilitar nosso estudo, veremos as causas de aumento de pena
aplicadas ao homicídio doloso e, em seguida, as aplicadas ao homicídio
culposo.

Causas de aumento de pena aplicáveis ao homicídio


doloso:
➢ Se praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) anos ou maior
de 60 (sessenta) anos – aumento de 1/3 (um terço);
➢ Se praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de
serviço de segurança ou por grupo de extermínio – aumento de 1/3
(um terço) até a metade.
➢ Nos casos de feminicídio, se o crime for praticado durante a gestação
ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; se praticado contra pessoa
menor de 14 (quatorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, ou com
deficiência, ou se praticado na presença de descendente ou ascendente
da vítima – aumento de 1/3 (um terço) até a metade.

Causas de aumento de pena aplicáveis ao homicídio


culposo:
➢ Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão,
arte ou ofício – aumento de 1/3 (um terço);
➢ Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura
diminuir as consequências do seu ato ou foge para evitar prisão em
flagrante – aumento de 1/3 (um terço).

Se o crime resulta de
inobservância de regra técnica
de profissão, arte ou ofício

Se o agente deixa de prestar


Aumento
Aumento de imediato socorro à vítima
de Pena no
1/3 (um
Homicídio
terço) Se o agente não procura
Culposo
diminuir as consequências do
seu ato

Se o agente foge para evitar


prisão em flagrante

Esquema 6 – Aumento de pena no homicídio culposo.

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Aumento de Se praticado contra pessoa


1/3 (um menor de 14 ou maior de 60
terço) anos

Se praticado por milícia


Aumento de
privada, sob o pretexto de
1/3 (um
prestação de serviço de
terço) até a
segurança ou por grupo de
Aumento de metade
extermínio
pena no
Homicídio
Doloso Se o crime for praticado durante
a gestação ou nos 3 meses
posteriores ao parto
Aumento de
1/3 (um Se praticado contra pessoa
terço) até a menor de 14 (quatorze) anos,
metade, nos maior de 60 (sessenta) anos,
casos de ou com deficiência
feminicídio
Se praticado na presença de
descendente ou ascendente
da vítima

Esquema 7 – Aumento de pena no homicídio doloso.

Induzimento, Instigação ou Auxílio a Suicídio ou


a Automutilação
No Direito Penal Brasileiro, não se pune a autolesão, ou seja, uma
pessoa não será punida penalmente caso provoque mal somente a si próprio.
O tipo penal que iremos estudar não pune o suicídio, que consiste na
eliminação da própria vida, mas sim a conduta daquele que induz, instiga ou
auxilia a prática de um suicídio ou a automutilação.

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação


ou prestar-lhe auxílio material para que o faça:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

Inicialmente, devemos entender o que significa cada um dos verbos


que configuram o tipo penal:
➢ Induzir: é criar uma ideia que não existe. A vítima nunca pensou
em se suicidar e o agente faz surgir esta ideia na cabeça dela;

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➢ Instigar: é reforçar uma ideia que já existe. A vítima pensa ou já


pensou em se suicidar e o agente reforça essa ideia;
➢ Auxiliar: o agente presta auxílio material à vítima. Por exemplo,
emprestando uma arma, uma corda, entre outras formas de auxílio.

A doutrina majoritária exige, para configuração deste tipo penal, que


a vítima tenha algum discernimento para a prática do suicídio. Caso a conduta
seja praticada contra alguém sem qualquer discernimento, não estaremos
diante do crime de induzir, instigar ou auxiliar a prática de suicídio, mas sim
diante do crime de homicídio.
Sempre houve muita discussão doutrinária sobre a possibilidade de
caber tentativa a este tipo penal.
Hoje, prevalece o entendimento de que o crime de induzimento,
instigação ou auxílio ao suicídio não admite tentativa, podendo ocorrer 3
(três) possibilidades:
I. Se o suicídio se consuma (crime consumado), pena de reclusão
de dois a seis anos;
II. Se da tentativa de suicídio não ocorre a morte, mas resulta em
lesão corporal de natureza grave (crime consumado), pena de
reclusão de um a três anos;
III. Se da tentativa de suicídio, não ocorre a morte, não ocorre lesão
corporal de natureza grave (indiferente penal), não haverá
conduta típica.

Se da tentativa de suicídio resultar apenas lesão corporal de natureza


leve, aquele que induziu, instigou ou auxiliou não será responsabilizado
penalmente. O fato será atípico.

Se o crime é praticado por motivo


Aumento de egoístico
Pena no
A pena será
Induzimento,
duplicada
Instigação ou Se a vítima é menor ou tem
Auxílio ao Suicídio diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência

Esquema 8 – Aumento de pena no induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio.

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Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal


de natureza grave ou gravíssima, a pena cominada é de reclusão, de 1 (um)
a 3 (três) anos.
Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte,
sanção prevista de reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
A pena é duplicada:
se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;
se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência.
A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da
rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real.
Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de
grupo ou de rede virtual.
Se o crime de automutilação ou tentativa de suicídio resulta em lesão
corporal de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze)
anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o
necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime lesão
corporal gravíssima.
Se consuma o crime de suicídio ou da automutilação resulta a morte e
é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o
necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de
homicídio simples.

Infanticídio
O infanticídio é classificado pela doutrina como crime bi próprio, já
que ele exige qualidades especiais tanto do sujeito ativo quanto do
sujeito passivo.
É necessário que o sujeito ativo seja a própria mãe e que o sujeito
passivo seja o próprio filho, para que este tipo penal fique configurado.
São outros requisitos que devem estar presentes para configuração do
crime de infanticídio:
➢ Que a mãe esteja sob a influência do estado puerperal;
O estado puerperal é uma alteração emocional pela qual passam
algumas mães durante o período correspondente ao parto.

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Não existe prazo definido em lei, na doutrina ou na jurisprudência,


sobre quanto tempo dura este estado puerperal. Logo, qualquer alternativa
que tente definir um prazo estará incorreta.
➢ Que a conduta seja praticada durante ou logo após o parto.
O infanticídio admite tentativa.

Aborto
O Código Penal estabelece três modalidades de aborto, previstos nos
artigos 124, 125 e 126.

Aborto Aborto Aborto


praticado pela praticado por praticado por
gestante ou terceiro sem o terceiro com o
com o seu consentimento consentimento
consentimento da gestante da gestante

Esquema 9 – Aborto.

O crime de aborto tem como sujeito passivo o feto. Quando praticado


sem o consentimento da gestante, esta também será o sujeito passivo.
No primeiro caso, aborto praticado pela gestante ou com o seu
consentimento, temos uma hipótese de crime próprio, já que só pode ser
praticado pela gestante.
No segundo caso, aborto praticado por terceiro sem o consentimento
da gestante, temos um crime comum, que pode ser praticado por qualquer
pessoa. É um crime de mão livre, que pode ser praticado de qualquer forma,
desde que o agente saiba que a vítima está grávida e destine sua conduta a
atingir a finalidade aborto.

É importante mencionar que se a gestante não é maior de 14


(quatorze) anos, é alienada ou débil mental ou se o consentimento
for obtido mediante fraude grave ameaça ou violência, o agente irá

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responder pela segunda modalidade de aborto – praticado por terceiro


sem o consentimento da gestante.

No terceiro caso, aborto praticado por terceiro com o consentimento


da gestante, também temos um crime comum, praticável por qualquer
pessoa, que pratica o fato, mas a gestante consente.
É importante mencionar que, neste caso, o terceiro responde pelo
artigo 126, ao passo que a mãe responde pelo artigo 124, constituindo,
assim, uma exceção pluralística à teoria monista aplicada como regra aos
casos de concurso de pessoas.
É importante que a gestante tenha a capacidade necessária para
prestar o seu consentimento, caso não a tenha, o agente responderá pelo
crime de aborto praticado sem o consentimento da gestante.
As penas serão aumentadas no caso de aborto praticado por terceiro
com ou sem o consentimento da gestante (Artigo 125 e Artigo 126).

A pena será Se em consequência do aborto ou


dos meios empregados para provocá-
aumentada de lo, a gestante sofre lesão corporal
1/3 (um terço) de natureza grave

Se em consequência do aborto ou
A pena será dos meios empregados para provocá-
duplicada lo, a gestante morre

Esquema 10 – Aborto: aumento de pena.

O assunto a seguir, é sempre muito cobrado em provas de concursos


públicos.
Não será punido o aborto, segundo o Código Penal, caso praticado por
médico, nos seguintes casos:
1. Se não há outro meio de salvar a vida da gestante (a doutrina chama de
aborto necessário);
2. Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento
da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal (a doutrina
chama de aborto humanitário).

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Para finalizar os crimes contra a vida, é importante que você saiba que
todos são processados mediante ação penal pública incondicionada, e que
você fique atentos às seguintes informações:

Crime Modalidade Culposa Tentativa

Homicídio SIM SIM

Induzimento,
Instigação ou NÃO NÃO
Auxílio a Suicídio

Infanticídio NÃO SIM

Aborto NÃO SIM

Esquema 11 – Comparativos: crimes contra a vida.

1. (FCC/2018/Câmara Legislativa do Distrito Federal/Técnico


Legislativo)
De acordo com o que dispõe o Código Penal acerca dos crimes contra a vida
e a integridade física, considere
I. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o
faça somente será crime, em tese, se o suicídio se consumar ou, ainda, se da
tentativa de suicídio resultar lesão corporal de natureza grave.
II. Se o agente comete o crime de homicídio impelido por motivo de relevante
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida
a injusta provocação da vítima, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que
a sanção penal se torne desnecessária.
III. É qualificado o homicídio se cometido para assegurar a execução, a
ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.

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IV. Não se pune o aborto praticado por médico se não há outro meio de salvar
a vida da gestante.
V. Provocar aborto em si mesma é tipificado na lei como crime de infanticídio.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I, II e V.
c) I, III e IV.
d) II, IV e V.
e) I, III e V.
Resolução:
Item I. Correto. Artigo 122 do Código Penal. É isso mesmo, amigos.
Segundo doutrina majoritária, o crime de induzimento, instigação ou auxílio
ao suicídio não admite tentativa.
Caso da tentativa de suicídio resulte a morte ou lesão corporal de natureza
grave, o crime irá se consumar.
Caso resulte lesão leve, o fato será indiferente penal.
Item II. Incorreto. Artigo 121, §§ 1º e 5º do Código Penal. A alternativa
misturou os institutos do homicídio privilegiado e do perdão judicial. No caso
do homicídio privilegiado, o juiz poderá reduzir a pena de 1/6 a 1/3.
O perdão judicial não se aplica ao homicídio privilegiado, que se constitui de
crime doloso, mas tão somente ao crime de homicídio culposo.
Item III. Correto. Artigo 121, § 2º, V, do Código Penal. O item fala da
qualificadora por conexão instrumental, dividida em teleológica, no caso de
homicídio praticado para assegurar a execução de um outro crime; e
consequencial, no caso de homicídio praticado para assegurar a ocultação, a
impunidade ou vantagem de outro crime.
Item IV. Correto. Artigo 128, I, do Código Penal. Caso o médico pratique o
aborto para salvar a vida da gestante, desde que não haja outro meio, ele
não será punido por expressa previsão legal. A doutrina chama esta hipótese
de aborto necessário.
Item V. Incorreto. Artigo 123 e 124 do Código Penal. A gestante que
provoca aborto em si mesma ou consenti que outro o provoque praticará o
crime de aborto.
Comete infanticídio a mãe que mata o próprio filho, sob influência do estado
puerperal, durante ou logo após o parto.
Os itens I, III e IV estão corretos. Os itens II e V estão incorretos.
E

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Lesões corporais
Você pode entender lesão corporal como qualquer alteração provocada
na integridade corporal ou na saúde de uma pessoa.
A lesão corporal é comum, material, instantâneo e de forma livre,
portanto, pode ser praticado por qualquer pessoa, exige a ocorrência do
resultado para fins de consumação, a conduta não se prolonga no tempo e
pode ser praticada de qualquer maneira (pedradas, pauladas, tiros, socos,
chutes, arranhões etc).
As lesões corporais estão previstas no Artigo 129 do Código Penal e
podem ser divididas da seguinte forma:
➢ Lesão corporal simples
➢ Lesão corporal grave;
➢ Lesão corporal gravíssima;
➢ Lesão corporal seguida de morte;
➢ Lesão corporal culposa;
➢ Lesão corporal privilegiada.
As lesões corporais graves, gravíssimas e seguida de morte compõem
o grupo lesões corporais qualificadas, segundo a doutrina penalista.
Antes de analisarmos cada uma das lesões, vamos falar da ação
penal.

Salvo no caso de
aplicação de Lei
Lesão Leve Maria da Penha,
quando será
incondicionada
Condicionada

Lesão
Ação Penal Culposa
na Lesão
Corporal

Lesão
Incondicionada
Qualificada

Esquema 12 – Ação penal na lesão corporal.

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O crime de lesão corporal é classificado como delito não-


transeunte, que é aquele que deixa vestígios, sendo necessário a
realização de exame de corpo de delito.

2.1 Lesão Corporal Leve


A lesão leve, também chamada de simples, prevista no Caput do Artigo
129, é residual. Teremos configurada tal modalidade de lesão, caso não se
configure nenhuma das outras.
A lesão corporal qualificada está prevista nos parágrafos 1º, 2º e 3º do
Artigo 129.

2.2 Lesão Corporal Grave


A lesão corporal grave irá se configurar se resultar:
1. Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30
(trinta) dias;
É necessário que a incapacidade dure mais de 30 (trinta) dias, ou seja,
a partir do 31º dia, caso contrário, a lesão corporal não será grave.
A incapacidade está relacionada a qualquer ocupação habitual, como
estudo, treinos, rotinas domésticas, e não somente ao trabalho;

1. Perigo de vida;
2. Debilidade permanente de membro, sentido ou função;
3. Aceleração do parto;

2.3 Lesão Corporal Gravíssima


A lesão corporal gravíssima irá se configurar se resultar:
1. Incapacidade permanente para o trabalho;
2. Enfermidade incurável;
3. Perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
4. Deformidade permanente;

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5. Aborto.
Tome cuidado para não se confundir

Lesão Grave Lesão Gravíssima

Debilidade permanente
Perda ou inutilização do
de membro, sentido ou
membro sentido ou função.
função

Exemplo: Devido às
Exemplo: Devido às lesões
lesões sofridas, a vítima
sofridas, a vítima perde a
perde 1 (um) dos olhos,
visão.
mas ainda enxerga.

Esquema 13 – Lesão corporal: grave e gravíssima.

O Código Penal não divide as lesões em graves ou gravíssimas. Para o


CPB, todas elas são graves. Esta divisão é uma construção doutrinária.
Cuidado.

2.4 Lesão Corporal Seguida de Morte


A lesão corporal seguida de morte irá ficar configurada quando ficar
configurado que o agente não queria o resultado morte (dolo direto no
resultado morte) ou assumiu o risco de produzi-lo (dolo eventual no resultado
morte).

Se o agente quer matar, ele responderá pelo homicídio. Porém, caso o


agente queira apenas causar lesões corporais, mas, por algum motivo, acabe
se excedendo, provocando a morte da vítima, ele irá responder por lesão
corporal seguida de morte, desde que fique evidenciado que ele não quis nem
assumiu o risco de produzir o resultado morte.

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O crime de lesão corporal seguida de morte é um crime


preterdoloso, ou seja, é um crime qualificado pelo resultado, em que
temos dolo na conduta inicial e culpa no resultado produzido.

2.5 Lesão Corporal Culposa


A lesão corporal culposa é aquela que o agente não quer causar lesão
corporal na vítima, mas a produz por ter sido imprudente, negligente ou
imperito.
É importante que você compreende que não há gradações na lesão
corporal culposa, ou seja, ela não se divide em leve, grave ou gravíssima,
mas tão somente irá ser lesão corporal culposa.
No caso de lesão corporal culposa, é aplicável o instituto do perdão
judicial, podendo o juiz deixar de aplicar a pena se as consequências da
infração penal atingirem o agente de forma que a aplicação de sanção penal
se torne desnecessária.
Aplica-se o perdão judicial ao crime de lesão corporal culposa

2.6 Lesão Corporal Privilegiada


Os motivos que levam o agente a praticar a lesão corporal privilegiada
são os mesmos do homicídio privilegiado.
Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor
social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida
a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 (um sexto)
a 1/3 (um terço).

Relevante valor social

Lesão Corporal
Relevante valor moral
Privilegiada

Sob o domínio de violenta emoção, logo em


seguida a injusta provocação da vítima

Esquema 14 – Lesão corporal privilegiada.

É aplicável o instituto da substituição de pena nos casos de lesão


corporal.

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Não sendo graves as lesões, nos casos de lesão privilegiada ou nos


casos de lesão recíproca (duas pessoas se lesionam umas às outras), o juiz
poderá ainda substituir a pena de detenção pela de multa.
O Código Penal traz disposições específicas para os casos de lesão
corporal praticada no âmbito de violência doméstica. Neste caso, a pena do
agente será mais grave, estando ele submetido a auto de prisão em flagrante
e não somente a mero termo circunstanciado (salvo nos casos de lesão grave,
gravíssima ou seguida de morte).
Considera-se lesão corporal no âmbito de violência doméstica se
praticada contra as seguintes pessoas ou nos seguintes casos:
1. Ascendente;
2. Descendente;
3. Cônjuge ou companheiro;
4. Quem conviva ou tenha convivido;
É importante mencionar que, caso a vítima seja mulher, teremos a
aplicação da Lei Maria da Penha e, mesmo que seja caso de lesão corporal
leve, a ação penal será pública incondicionada.
Agora, veremos as hipóteses majoradas do crime de lesões corporais.
Há diversas causas de aumento de pena para este crime, portanto, leia-as
com bastante atenção.

Nos casos de lesão corporal culposa:


A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se:
➢ Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou
ofício;
➢ Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima;
➢ Se o autor não procura diminuir as consequências do seu ato;
➢ Se o agente foge para evitar prisão em flagrante.

Nos casos de lesão corporal dolosa:


A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se:
➢ A vítima é menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos;
➢ For hipótese de lesão corporal grave, gravíssima ou seguida de morte,
praticada em quaisquer dos casos de violência doméstica vistas acima;
➢ Se a vítima, enquadrada em um dos casos de violência doméstica vistas
logo acima, for pessoa portadora de deficiência.

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A pena será aumentada de 1/3 (um terço) até a metade:


➢ Se a lesão corporal for praticada por milícia privada, sob o pretexto de
prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio;

A pena será aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços):


➢ Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente das forças
armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica), das forças de segurança
pública (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária
Federal, Policiais Civis, Policias Militares ou Corpo de Bombeiros Militares),
integrantes do sistema prisional (agentes penitenciários) e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em razão dela,
ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até o
terceiro grau, em razão dessa condição.

2. (FEPESE/PC-SC/2017/Escrivão de Polícia Civil)


De acordo com o Código Penal, a incapacidade para as ocupações habituais,
por mais de trinta dias, caracteriza o crime de:
a) Lesão corporal simples.
b) Lesão corporal leve.
c) Lesão corporal grave.
d) Lesão corporal gravíssima.
e) Lesão corporal seguida de morte.
Resolução:
A lesão corporal é dividida em:
✓ Leve ou simples;
✓ Grave;
✓ Gravíssima;
✓ Seguida de morte;
✓ Privilegiada;
✓ Culposa.

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Incapacidade para as ocupações


habituais por mais de 30 dias

A lesão
corporal Perigo de vida
será de
natureza
grave se Debilidade permanente de membro,
resultar sentido ou função

Aceleração de parto

Previsão Legal: Artigo 129, § 1º, I, do Código Penal.


C

Periclitação da vida e da saúde


A periclitação da vida e da saúde são considerados crimes de perigo, sendo
criada, pelo autor do fato, uma situação de perigo a que é exposta a vítima.
Crimes de perigo são aqueles que não exigem a efetiva ocorrência de
dano, apesar de poder acontecer, para que se configurem.
Os crimes de perigo são divididos em:
➢ Crimes de perigo concreto: é exigida uma comprovação de que
realmente aconteceu um risco de perigo ou lesão ao bem jurídico
protegido pela norma penal.
➢ Crimes de perigo abstrato: Não se exige nenhuma comprovação, já
que o perigo é presumido.
Iremos analisar os seguintes crimes: perigo de contágeo venéreo,
perigo de contágio de moléstia grave; abandono de incapaz; exposição ou
abandono de recém-nascido e omissão de socorro.
Vamos lá:

3.1 Perigo de Contágio Venéreo


Este crime fica configurado quando o agente expõe alguém, por meio
de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia
venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado.
A forma qualificada deste crime se dá se o agente tem a intenção de
transmitir a moléstia venérea.

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Este crime somente se procede mediante representação, ou seja,


trata-se de crime promovido mediante ação penal pública condicionada.
O que é moléstia venérea: Segundo a doutrina, é o nome genérico
dado a qualquer doença que possa ser transmitida por meio de relação
sexual, como sifilis.
O crime se consuma com a prática do ato sexual, capaz de transmitir
a moléstia venérea. Caso a vítima seja contaminada, tal fato será mero
exaurimento do crime.
É importante mencionar, pela própria natureza do tipo penal, que não
se exige, para a sua configuração simples, dolo específico do agente em
transmitir a doença venérea (caso ocorra esta hipótese, o crime será
qualificado), bastando que ele tenha a intenção de ter a relação sexual,
sabendo ou devendo saber que está contaminado.
Segundo a doutrina majoritária, é crime comum, que pode ser
praticado por qualquer pessoa.

3.2 Perigo de Contágio de Moléstia Grave


Este crime se configura quando o agente praticar, com o fim de
transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato
capaz de transmitir o contágio.

É necessário que o sujeito passivo, que pode ser qualquer pessoa,


não seja contaminado pela moléstia grave que o sujeito ativo pretende
transmitir

A moléstia grave, neste caso, não precisa, necessariamente, ser


transmitida por meio de relação sexual, podendo, entretanto, ser transmitida
por qualquer outro meio.
Temos como exemplo o agente que, de qualquer forma ou por qualquer
meio, intencionalmente (exige-se o dolo específico de transmitir a doença)
transmite à vítima a tuberculose (moléstia grave).
Trata-se de norma penal em branco, complementada por meio dos atos
praticados por órgãos administrativos da área de saúde.
Mais uma vez, reitero: exige-se para a configuração deste tipo
penal o dolo específico, que consiste na intenção do agente de transmitir
a moléstia grave.

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A doutrina não admite, para este crime, o dolo eventual, quando o


agente não quer diretamente transmitir a doença, mas assume o risco de
transmiti-la.
Trata-se de crime formal, que se consuma com a prática do ato
destinado a transmitir a moléstia grave, não se exigindo, para fins de
consumação, a efetiva transmissão da moléstia.
Ao contrário do crime de Perigo de Contágeo Venéreo, procede-se
mediante ação penal pública incondicionada.
Antes de passarmos para a análise de outros tipos penais, é importante
que façamos uma distinção entre os dois tipos penais que acabamos de ver:

Perigo de Contágio Perigo de Contágio de


Venéreo Moléstia Grave

A transmissão deve se dar por meio A transmissão se dá por qualquer


de relação sexual meio

Transmite-se moléstia venérea Transmite-se moléstia grave

É norma penal em branco É norma penal em branco

Não se exige dolo específico Exige-se dolo específico

Ação penal pública


Ação penal pública condicionada
incondicionada

Esquema 15 – Perigo de contágio venéreo e perigo de contágio de moléstia grave.

3.3 Abandono de Incapaz


O crime de abandono de incapaz se configura quando o agente
abandona pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade,
e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do
abandono.
São formas qualificadas do crime de abandono de incapaz:
1. Se do abandono, resulta lesão corporal de natureza grave;
2. Se do abandono, resulta a morte.

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Quem é o incapaz: Entenda incapaz como qualquer pessoa que não


tenha condições de se proteger sozinha, podendo ficar exposta, em razão do
abandono, a situação de perigo. Tenha como exemplo o pai que deixa o filho,
de apenas 2 (dois) anos de idade, sozinha em casa. Esta criança não tem
capacidade de se defender sozinha, configurando, assim, o tipo penal de
abandono de incapaz.

Para que o crime de abandono de incapaz seja qualificado, é


necessário que o resultado seja lesão corporal grave ou a morte. Caso
resulte apenas lesão corporal de natureza leve (bastante explorado
pelas bancas), o crime será configurado em sua modalidade simples.
Analise com bastante cuidado as causas de aumento de pena.

Se o abandono ocorre
em lugar ermo

Se o agente é
Causas de ascendente ou
aumento de 1/3 (um terço) descendente,
pena cônjuge, irmão, tutor
ou curador da vítima

Se a vítima é maior de
60 (sessenta) anos

Esquema 16 – Abandono de incapaz: causas de aumento de pena.

Veja características do crime de abandono de incapaz:


➢ É crime próprio, já que se exige uma condição especial do agente:
ser pessoa que tem o cuidado, guarda, vigilância ou autoridade sobre
a vítima;
➢ É crime formal, que não exige que ocorra qualquer coisa com o
abandonado (vítima) para fins de consumação do crime.

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3.4 Exposição ou Abandono de Recém-Nascido


O crime de exposição ou abandono de recém-nascido se configura
quando o agente expõe ou abandona recém-nascido, para ocultar desonra
própria.
Este crime será praticado na modalidade qualificada se do fato
resultar:
➢ Lesão corporal de natureza grave;
➢ Morte.
Este crime exige dolo específico, ou seja, um especial fim de agir,
que consiste na prática da conduta para ocultar desonra própria.
Segundo a doutrina majoritária, é exigido que o recém-nascido
fique exposto à situação concreta de perigo para que o crime se
consume.
Ainda, conforme doutrina majoritária, trata-se de crime próprio, que
somente poderá ser praticado pela pai e a mãe que buscam ocultar desonra
própria. Leve como exemplo a mãe que expõe ou abandono o filho recém-
nascido numa lata de lixo para ocultar uma desonra (sua infidelidade).
O crime será promovido mediante ação penal pública incondicionada.

3.5 Omissão de Socorro


O crime de omissão de socorro está previsto no artigo 135 do Código
Penal. Irá se configurar quando o agente deixar de prestar assitência,
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade
competente.

Quando o agente
não presta O tipo penal não
socorro imediato confere opção ao
à vítima agente.
O crime de
omissão de Quando não Caso ele possa
socorro pode ser podendo prestar prestar socorro à
praticado de duas socorro imediato, vítima, ele terá de
formas por haver risco
fazê-lo, não
pessoal, o agente
deixa de podendo optar por
comunicar o fato apenas comunicar
à autoridade o fato à
autoridade.

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Esquema 17 – Formas do crime de omissão de socorro.

Não se aplica este tipo penal ao agente que causou o perigo.


Assim, se um indivíduo, com a intenção de causar lesões corporais,
arremessa uma pedra na vítima e foge, não poderá ele ser
responsabilizado por omissão de socorro por não ter prestado
socorro à vítima ou por não ter comunicado o fato à autoridade.

Fique atento às seguintes informações sobre a omissão de socorro:


➢ Não admite tentativa (é crime omissivo próprio);
➢ Não admite a modalidade culposa.

Fique bastante atento às causas de aumento de pena do crime de


omissão de socorro.

Pena Aumenta de metade Pena Triplicada

• Se da omissão resulta • Se da omissão resulta a


lesão corporal de morte
natureza grave

Esquema 18 – Causas de aumento de pena do crime de omissão de socorro.

Em 2012, foi inserido no Código Penal um novo tipo penal, chamado


de condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial, que irá
se configurar quando o agente exigir cheque-caução, nota promissória ou
qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários
administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar
emergencial.

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Suponha que um indivíduo ingresse em um hospital necessitando de


atendimento médico emergencial. O funcionário do hospital exige que ele
deixe um cheque-caução para que o atendimento médico seja realizado.
Pronto, configurou-se o tipo penal de condicionamento de atendimento
médico-hospitalar emergencial.

É necessário que o atendimento médico seja emergencial. Assim, este


crime não ira se configurar caso o atendimento médico seja algo rotineiro,
com uma simples consulta, por exemplo.

Este tipo penal também apresenta causas de aumento de pena.


A pena será aumentada até o dobro se da negativa de atendimento
resulta:
✓ Lesão corporal grave.
A pena será aumentada até o triplo se da negativa de atendimento resulta:
✓ Morte.

Rixa
A rixa está prevista no artigo 137 do Código Penal.
O crime irá ocorrer quando o agente participar de rixa, salvo para
separar os contendores.
Estamos diante de crime de concurso necessário, que só irá existir
caso presente no mínimo 3 (três) pessoas, umas contra as outras. Caso seja
possível definir dois grupos específicos (grupo A x grupo B), este tipo penal
não irá existir.
Para que a rixa se configure, exige-se que haja no mínimo três grupos
distintos (independentemente da quantidade de pessoas que integre cada
grupo) se agredindo mutuamente.

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No caso de ocorrer uma briga entre a torcida do Corinthians e a torcida


do Palmeiras, não há que se falar no crime de rixa, já que temos 2 (dois)
grupos bem definidos.

Aquele que participa da rixa, apenas com a finalidade de


separar os contendores não irá responder por este tipo penal.

O crime de rixa não admite a forma culposa.


Sobre este crime, é importante que você fique atento aos
posicionamentos da doutrina dominante.
✓ Não admite tentativa;
✓ Consuma-se quando se inicia a rixa ou, caso já iniciada, quando o
agente entra na rixa;
✓ Pode ser praticado à distância, não se exigindo que necessariamente
ocorre contato físico. Por exemplo: rixa em que os agentes jogam
pedras, garrafas ou mesas uns nos outros;
A rixa será qualificada quando ocorrer, devido à rixa, lesão
corporal de natureza grave ou a morte. Segundo a doutrina majoritária,
salvo no caso de ser possível se identificar corretamente o autor da lesão
grave ou da morte, todos os agentes que participaram da rixa irão responder
pela modalidade qualificada, exceto, também, se tiverem ingressado na rixa
após a ocorrência da lesão grave ou da morte.

Crimes contra a honra


Os crimes contra a honra estão entre aqueles que mais são cobrados
em provas de concurso público. Estão previstos entre os artigos 138 e 145
do Código Penal.
Eles se dividem em 3 (três) crimes diferentes:
1. Calúnia;
2. Difamação;
3. Injúria.
Antes de analisarmos cada um dos tipos penais, é importante que você
compreenda que se protege a honra da pessoa, na sua modalidade objetiva
e subjetiva.

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Honra objetiva é aquilo que as pessoas (grupo social) pensam sobre


o indivíduo;
Honra subjetiva é aquilo que o indivíduo pensa sobre si mesmo.

Calúnia e Difamação Protegem a honra objetiva

Protege a honra subjetiva Injúria

Esquema 19 – Calúnia, difamação e injúria: honra objetiva e subjetiva.

5.1 Calúnia
A calúnia, que protege a honra objetiva, está prevista no artigo 138 do
Código Pena, configura-se quando o agente caluniar alguém, imputando-lhe
falsamente fato definido como crime.
Exige-se que o fato imputado falsamente seja definido com um
crime, não podendo ser uma mera contravenção penal. O crime pode
ter acontecido ou não, para fins de consumação deste tipo penal.

Mévio diz que Tício praticou um roubo a padaria da esquina de onde


moram, sabendo ser falso. Pronto, Mévio praticou o crime de calúnia.

O crime de calúnia não admite a modalidade culposa e, segundo


doutrina majoritária, pode ser praticada, além do dolo direto, por dolo
eventual.
Não é exigido que o crime seja praticado na modalidade verbal,
podendo ser praticado por outros meios, a exemplo da modalidade
escrita.
Em regra, a calúnia é crime unissubsistente, que se perfaz com a
prática de um único ato, não sendo possível o fracionamento do seu iter
criminis, entretanto, caberá tentativa quando for possível promover este
fracionamento, a exemplo de calúnia praticada por meio de uma carta.
Em se tratando de intenção de brincar (animus ludendi) por parte do
agente, não há que se falar no crime de calúnia.

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Pune-se a calúnia praticada contra os mortos (neste caso, o sujeito passivo


será a família do morto);
✓ Segundo parte da doutrina, é possível que a calúnia seja praticada contra
pessoa jurídica, se o fato falsamente imputado for referente a crime
ambiental;
✓ Equipara-se à calúnia, incorrendo nas mesmas penas, a conduta daquele
que, sabendo falsa a imputação, a propala (espalha) ou divulga.

O crime de calúnia se consuma quando o fato chega ao conhecimento


de um terceiro, distinto do autor e da vítima, já que o crime tutela a honra
objetiva.
A calúnia admite, como regra, a exceção da verdade (prova da
verdade), que é a possibilidade que tem o agente de demonstrar que o fato
que ele imputou realmente aconteceu. Porém, em algumas hipóteses não
será admitida a exceção da verdade.

Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o


ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível
Admite-se a
prova da Se o fato é imputado ao Presidente da República ou a
verdade, chefe de governo estrangeiro
exceto
Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido
foi absolvido por sentença irrecorrível

Esquema 20 – Exceção da verdade.

Por fim, é importante destacar que a calúnia é crime formal, que se


consuma com a prática da conduta, independentemente de o agente
conseguir macular a honra objetiva da vítima.

5.2 Difamação
A difamação que, assim como a calúnia, tutela a honra objetiva da
pessoa, está prevista no Artigo 139 do CPB.

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A difamação se configura quando o agente difamar alguém,


imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação, Exemplo: Suponha que Tício
diga para um grupo de vizinhos que Sandra, também vizinha, é garota de
programa e atende aos clientes no período noturno em sua residência.
A conduta praticada por Tício configura o crime de difamação.
Observe que o fato imputado não constitui um crime, podendo,
inclusive, constituir uma contravenção penal. Entretanto, caso constitua
crime, será calúnia.

A difamação irá ocorrer, independentemente do fato imputado ser verdadeiro


ou não

A difamação, assim como a calúnia, também se consuma quando o fato


chega ao conhecimento de um terceiro, distinto do autor e da vítima, já que
também protege a honra objetiva. Trata-se de crime formal e irá se configurar
ainda que a conduta não desonre objetivamente a vítima.
Não há difamação praticada na modalidade culposa.
É possível a tentativa da difamação, quando for possível fracionar o
iter criminis, a exemplo da difamação cometida por meio de carta.
A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo do crime de
difamação.
Na difamação, a exceção da verdade não pode ser aplicada, salvo se o
ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício da função.

Somente será aplicada se a ofensa for


Exceção da verdade praticada contra funcionário público
na Difamação e o fato se relaciona com o exercício
de suas funções

Esquema 21 – Exceção da verdade no crime de difamação.

5.3 Injuria
A injuria, que tutela a honra subjetiva do agente, está prevista no
Artigo 140 do Código Penal, e se configura quando o agente injuriar alguém,
ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.

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Na injuria, o agente ofende a dignidade e o decoro da vítima, emitindo


ofensa depreciativa, mas sem imputar a ele fato definido como crime ou
ofensivo a sua reputação. Exemplo: Mévio xinga Tício, chamando o de burro
e idiota.
A conduta de Mévio configura o crime de injúria.
A injuria se consuma quando o fato chega ao conhecimento da vítima,
já que se tutela a honra subjetiva, que se constitui da visão que a vítima tem
sobre ela mesma.
Não é necessário que o fato chegue ao conhecimento de um
terceiro.
A injuria também é crime formal, consumando-se com a prática da
conduta, independentemente de a vítima sentir lesada ou não a sua honra
subjetiva.
A injuria só pode ser praticada dolosamente, não sendo
admitida a modalidade culposa.
É admitida a tentativa de injuria, quando o iter criminis puder ser
fracionado. Lembre-se que a injuria, assim como os demais crimes contra a
honra, podem ser praticados por outros meios e não somente de forma
verbal.

A injúria não admite exceção da verdade.

Sendo assim, é importante que você leve em consideração o


seguinte:

Exceção da Verdade

Calunia É admitida como regra

Difamação É admitida excepcionalmente

Injuria Não é admitida

Esquema 22 – Admissibilidade da exceção da verdade.

Na injuria, o juiz pode deixar de aplicar a pena nos seguintes casos:

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✓ Quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a


injúria;
✓ No caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
Conheça a injúria real, ela se configura quando a injúria consiste em
violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem aviltantes. Assim, guerreiros, caso o agente desfira um tapa no
rosto da vítima, com a intenção de ofendê-la (humilhá-la), irá praticar uma
injúria real.
É possível que a injuria seja racial, quando consistir na utilização de
elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de
pessoa idosa ou portadora de deficiência.

Você deve levar para sua prova os elementos que podem caracterizar
a injuria racial, já que isto foi objeto de prova diversas vezes.

Raça Cor Etnia Religião

Condição de
Condição de pessoa
Origem
pessoa Idosa Portadora de
Deficiência

Sendo assim, caso o agente ofenda a vítima, fazendo uso de um dos


elementos acima, a exemplo do agente que chama a vítima de macaco
(lembra do caso do ex-goleiro do Santos Futebol Clube, o Aranha), irá
cometer o crime de injúria racial.
De forma alguma, você poderá confundir a injúria racial com o crime
de racismo.
Na injúria racial, o animus do agente é ofender; no racismo, o
animus é segregar.

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O STJ entendeu, na análise do AREsp (agravo em recurso especial),


que a injúria racial é crime imprescritível.

5.4 Disposições comuns


Vejamos as causas de aumento de pena aplicáveis aos crimes contra a
honra em geral (calúnia, difamação e injúria).
A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se o crime contra a honra
for praticado:
➢ Contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo
estrangeiro;
➢ Contra funcionário público, em razão de suas funções;
➢ Na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria;
➢ Contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de
deficiência, exceto no caso da injúria (a pena não irá aumentar de
1/3 no caso de injúria praticada contra pessoa maior de 60 anos ou
portadora de deficiência)

A pena será aplicada em dobro se o crime contra a honra for praticado:


➢ Mediante paga ou promessa de recompensa.
Veja as hipóteses de exclusão dos crimes contra a honra.

Não constituem injúria ou difamação punível:


1. A ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte
ou por seu procurados;
2. A opinião desfavorável da crítica literária, artística ou
científica, exceto quando inequívoca a intenção de injuriar ou
difamar – responderá pela injúria ou pela difamação quem der
publicidade;
3. O conceito desfavorável emitido por funcionário público, em
apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever de
ofício – responderá pela injúria ou pela difamação quem der
publicidade.

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Para encerrarmos o assunto referente aos crimes contra a honra,


iremos tratar da retratação e da ação penal.
Segundo o Código Penal, a retratação, quando admitida, constitui
excludente de punibilidade.
O que é a retratação? É a possibilidade que tem o agente de retirar
aquilo que disse, ou seja, de manifestar que se equivocou em suas
declarações, manifestando-se contrariamente ao que disse inicialmente.
A injuria não admite retratação.
O querelado que, antes da sentença (segundo doutrina majoritária:
sentença de 1º grau), se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica
isento de pena.
Caso o querelado tenha praticado a calúnia ou difamação, fazendo uso
de meios de comunicação, a retratação se dará, caso assim deseje o ofendido,
pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.
Suponha que o agente tenha praticado o crime de calúnia ou difamação
pelo Facebook. Neste caso, a retratação se dará também pelo Facebook, se
assim desejar a vítima.
Caso alguém faça uso de referências, alusões ou frases, sendo possível
inferir calúnia, difamação ou injúria, aquele que se julgar ofendido, poderá
pedir explicações em juízo. Caso seja recusado o pedido de explicações ou, a
critério da autoridade judicial, não as dá de maneira satisfatória, responderá
pela ofensa.
Por fim, sobre a ação penal nos crimes contra a honra, é importante
que você saiba:

ação será privada, procedendo-se


Regra mediante queixa

Ação penal Injúria real


nos crimes
contra a
honra Injúria racial
ação será
pública Se os crimes
Exceções condicionada, contra a honra
nos casos de forem
praticados
contra
funcionário
público, em
razão de suas
funções

Esquema 23 – Ação penal nos crimes contra a honra.

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Súmula 714 do STF, é concorrente a legitimidade do ofendido,


mediante queixa e do Ministério Público, condicionada à representação do
ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em
razão do exercício de suas funções.

Logo, fiquem atentos a esta informação: nos casos de crimes contra a


honra de funcionário público em razão de suas funções, a ação penal será
privada ou condicionada à representação do ofendido. A doutrina dominante
também entende desta forma.

A ação será pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça


caso a conduta que configura crime contra a honra seja praticada contra o
Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro.

3. IBADE/2017/PC-AC/Escrivão de Polícia Civil)


Encaminhar uma mensagem de texto a um policial civil que se encontra em
outro município, xingando-o de ladrão configura crime de:
a) Calúnia.
b) Desacato.
c) Injúria.
d) Difamação.
e) Denunciação caluniosa.
Resolução:
A conduta apresentada pela alternativa configura o crime de injúria.
A ofensa “ladrão”, ofende a dignidade ou decoro do policial civil, violando sua
honra subjetiva.

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Você pode ter ficado com dúvida em relação ao desacato, entretanto, o item
não relatou se a ofensa foi praticada no exercício da função ou em razão da
função, logo, não temos elementos para afirmar que houve desacato.
Previsão Legal: Artigo 140 do Código Penal.
Analise as diferenças entre os crimes de calúnia e de denunciação caluniosa.
Você não pode confundi-los.

Denunciação Caluniosa (Art.


Calúnia (Art. 138)
339)

Crime contra a administração da


Crime contra a honra
justiça

Dar causa à instauração de


investigação policial, de
processo judicial, instauração
Caluniar alguém, imputando-
de investigação administrativa,
lhe falsamente fato definido
inquérito civil ou ação de
como crime.
improbidade administrativa
contra alguém, imputando-lhe
crime de que o sabe inocente.

Crimes contra a liberdade individual


Os crimes contra a liberdade individual são divididos em 4 (quatro)
categorias:

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Crimes Contra a Liberdade Individual

Crimes Crimes contra a


contra inviolabilidade

a liberdade do das dos


pessoal domicílio correspondências segredos

Esquema 24 – Crimes contra a liberdade individual.

6.1 Crimes contra a liberdade individual

6.1.1 Constrangimento Ilegal


Irá se configurar o constrangimento ilegal quando o agente
constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não
fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda.
O crime de constrangimento ilegal irá ocorrer quando o agente,
fazendo uso de violência ou grave ameaça, fizer com que a vítima faça algo
que a lei não manda ou que a vítima deixe de fazer algo que a lei lhe permite.

Tício e Mévio são vizinhos. Tício é um valentão que se sente dono do


bairro. Certo dia, Mévio passava pela rua, quando Tício o aborda. Este,
portando uma arma de fogo, saca a arma e a aponta para Mévio e diz que,
sob pena de levar um tiro na cara, é para este dar meia volta e passar por
outro lugar, já que não o quer mais passando por sua rua. Mévio, temendo
por sua vida, dá meia volta e retorna.
A conduta de Tício se enquadra no constrangimento ilegal. Ele, fazendo
uso de grave ameaça, constrangeu Mévio para que ele deixasse de fazer algo
que a lei lhe permite (liberdade de locomoção).

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A doutrina entende corretamente que o crime de constrangimento


ilegal é subsidiário, o agente por ele irá responder, caso não seja
enquadrado em uma outra conduta um tanto mais grave. Assim, caso o
agente constranja a vítima, por meio de violência, para que ela deixa de fazer
alguma coisa, com o fim de obter para si vantagem econômica, não irá
cometer constrangimento ilegal, mas sim o crime de extorsão.

O constrangimento ilegal admite tentativa, já que é crime


plurissubsistente, é crime comum, que pode ser praticado por qualquer
pessoa.
Além das penas previstas para o constrangimento ilegal, o agente irá
responder pelas penas correspondentes à violência, assim, caso o agente
pratique o crime por meio de violência, provocando lesões corporais na
vítima, ele responderá por constrangimento ilegal em concurso material com
o crime de lesões corporais.
A pena será aplicada cumulativamente e em dobro quando, para a
execução do crime:
1. Reúnem-se mais de 3 (três pessoas) – deve haver no mínimo 4
(quatro) pessoas, já que o tipo penal fala em “mais de 3”;
2. Há emprego de arma – segundo a doutrina dominante, pode ser
qualquer arma e não necessariamente arma de fogo.
Muita atenção com as seguintes informações:

A intervenção médica ou cirúrgica, sem


o consentimento do paciente ou de seu
representante legal, caso justificada por
Não irão ser iminente perigo de vida
enquadrados como
constragimento
ilegal
A coação exercida para impedir o
suicídio

Esquema 25 – Não se enquadra no crime de constrangimento ilegal.

6.1.2 Ameaça

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O crime de ameaça, previsto no Artigo 147 do Código Penal, irá se


configurar quando o agente ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto,
ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave.
É possível se verificar que o crime de ameaça e de ação livre, podendo
ser praticado de qualquer forma pelo agente: verbalmente, por escrita,
gestualmente, entre outras formas.
Assim, caso um indivíduo olhe para um desafeto e faça o gesto de uma
arma com a mão e aponte para este, o crime de ameaça poderá se configurar.
É muito importante que você compreenda que a ameaça está
relacionada a um mal “injusto” e “grave”, contrário ao direito. Caso o
agente ameace, por exemplo, de entrar na justiça para cobrar uma dívida
(mal justo), ele não irá cometer o crime de ameaça previsto no artigo 147 do
CPB.
Trata-se de crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa.
Em regra, não cabe tentativa, já que se trata de crime unissubsistente, que
se consuma com a prática de um único ato, porém, a doutrina majoritária
admite a tentativa se a ameaça for praticada na modalidade escrita (por meio
de uma carta, por exemplo).

A doutrina admite a ameaça condicionada, que ocorrerá quando o


agente colocar uma condição para a prática do mal injusto e grave.
Exemplo: Mévio diz a Tício: se você não fizer pelo menos um gol na final do
campeonato, eu irei te matar.

O crime de ameaça se procede mediante ação penal pública


condicionada à representação.

6.1.3 Sequestro e Cárcere Privado


Antes de iniciarmos o estudo deste crime, é importante que você
compreenda a diferença entre o sequestro e o cárcere privado.
No sequestro, ocorre restrição de liberdade da vítima, mas ela não fica
necessariamente mantida em recinto fechado. Já no cárcere privado,
necessariamente a vítima terá sua liberdade restringida, sendo mantida em
recinto fechado.
O crime de sequestro e cárcere privado se configura quando o agente
privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado.

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Este crime apresenta formas que o qualificam, vejamos elas.

Será qualificado o crime de sequestro e cárcere privado:


1. Se a vítima for ascendente, descendente, cônjuge ou
companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;
2. Se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa
de saúde ou hospital;
3. Se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias;
4. Se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;
5. Se o crime é praticado com fins libidinosos.

Também será qualificado o crime de sequestro e cárcere privado se da


conduta resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da
detenção, grave sofrimento físico ou moral.
Por fim, saiba que este crime é comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa e permanente (muito importante que você fique atento à
Súmula 711 do STF – A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado
ou ao crime permanente se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência).

6.1.4 Redução à Condição Análoga à de Escravo


Este crime irá se configurar quando o agente reduzir alguém a condição
análoga (similar) à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou
a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho,
quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida
contraída com o empregador ou preposto.
Como você pôde observar, a vítima pode ser reduzida à condição
análoga à de escravo de 3 (três) maneiras diferentes, por esse motivo, a
doutrina o classifica como crime de ação múltipla.

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Submetendo-a a trabalhos forçados ou a


jornada exaustiva

Sujeitando-a a condições degradantes de


trabalho

Restringindo, por qualquer meio, sua


locomoção em razão de dívida contraída com
o empregador ou preposto.

Esquema 26 – Redução à condição análoga a de escravo.

O tipo penal apresenta duas hipóteses equiparadas, respondendo o


agente com as mesmas penas do tipo penal principal.
Observe.
Incorrerá nas mesmas penas aquele que cerceia o uso de qualquer
meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no
local de trabalho e aquele que mantém vigilância ostensiva no local de
trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.

Silvio, fazendeiro conhecido no interior de Goiás, coloca como jornada


de trabalho para os funcionários de sua fazenda a carga horária de 15
(quinze) horas diárias, pagando a eles um valor muito pequeno como
contraprestação. Silvio se recusa a fornecer transporte para os trabalhadores
irem embora, já que, segundo ele, eles o devem valores referentes à moradia
fornecida pela fazenda, não dispondo eles de outra maneira de ir para casa
senão pelo transporte da fazenda.
Silvio está cometendo o tipo penal que estamos estudando.

O crime de redução à condição análoga à de escravo não admite a


modalidade culposa, podendo ser praticado apenas dolosamente.

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É também crime permanente, portanto, sua conduta se prolonga no


tempo.
Vamos analisar as causas de aumento de pena.

Contra criança ou adolescente


A pena é aumentada de
metade, se o crime é
cometido
Por motivo de preconceito de raça, cor,
etnia, religião ou origem

Esquema 27 – Aumento de pena.

6.1.5 Tráfico de Pessoas


Irá praticar o crime de tráfico de pessoas o agente que agenciar, aliciar,
recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante
grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de
remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo, submetê-la a trabalhos em
condições análogas à de escravo; submetê-la a qualquer tipo de servidão;
adoção ilegal ou exploração sexual.
O tipo penal de tráfico de pessoas é mito alternativo, podendo ser
praticado mediante a execução de qualquer um dos seus 8 (oito) verbos.
Importante que você leve em consideração que, para compreender
este tipo penal, é importante que você conheça os verbos, os meios
empregados para a prática do crime e as finalidades. Vamos esquematizar
cada uma delas.

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Verbos:
Agenciar, Aliciar, Recrutar, Transportar,
Transferir, Comprar, Alojar e Acolher.

Meios Empregados:
Grave Ameaça, Violência, Coação, Fraude ou
Abuso

Finalidades:
- Remover órgãos; tecidos ou partes do
corpo;
- Submeter a trabalhos em condições
análogas à de escravo;
- Submeter a qualquer tipo de servidão;
- Adotar ilegalmente;
- Explorar sexualmente.

Esquema 28 – Tráfico de pessoas.

Este crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.


Não se exige, também, nenhuma condição especial do sujeito passivo do
crime.
A pena do crime de tráfico de pessoas será aumentada de 1/3
(um terço) até a metade se:
1. O crime for cometido por funcionário público no exercício de suas
funções ou a pretexto de exercê-las;
2. O crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa
idosa ou com deficiência;
3. O agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas,
de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de
autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício
de emprego, cargo ou função;
4. Se a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território
nacional.

Por fim, para encerramos os crimes contra a liberdade pessoal, é


importante mencionar que o crime de tráfico de pessoas apresenta uma causa

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de diminuição de pena, desde que o agente preencha os 2 (dois) requisitos,


que são cumulativos.
A pena é reduzida de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o
agente:
✓ For primário;
✓ Não integrar organização criminosa.

6.2 Crimes Contra a Inviolabilidade do Domicílio

6.2.1 Violação de Domicílio


O agente que entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente,
ou contra vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou
em suas dependências irá cometer o crime de violação de domicílio.
O crime de violação de domicílio é crime de mera conduta, já que não
a lei descrê a conduta, mas não descreve resultado naturalístico, é, também,
crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa.
Este crime apresenta forma qualificada.

Durante a noite

Qualifica-se o a Em lugar ermo


violação de domicílio,
se o crime for
cometido Com o emprego de violência ou de arma

Por 2 (duas) ou mais pessoas

Esquema 29 – Violação de domicílio.

Os patamares mínimo e máximo da pena do crime serão alterados (de


1 a 3 meses para 6 meses a 2 anos) se praticado em uma das hipóteses
previstas acima.
Observe o que o Código Penal diz sobre a expressão “CASA”.

A expressão “casa” compreende:


✓ Qualquer compartimento habitado;

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✓ Aposento ocupado de habitação coletiva;


✓ Compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce
profissão ou atividade.

A expressão “casa” não compreende:


✓ Hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva,
enquanto aberta, exceto se aposento ocupado de habitação coletiva.

Para encerrarmos o assunto violação de domicílio, por fim, veremos os


casos em que, mesmo com a violação, o fato não irá constituir crime.

Não constituirá crime a entrada ou permanência em casa alheia ou


em suas dependências:
I. Durante o dia, com observância das formalidades legais, para
efetuar prisão ou outra diligência;
II. A qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está
sendo ali praticado ou na iminência de o ser.

4. (MPE-SC/2016/MPE-SC/Promotor de Justiça – Matutina)


No crime de constrangimento ilegal, previsto no art. 146 do Código Penal,
consta, expressamente, mais de um motivo em que o constrangimento é
considerado atípico.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
O item está correto. Não haverá o crime, se o constrangimento ilegal for
I. Intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou
de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II. A coação exercida para impedir suicídio.

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Previsão Legal: Artigo 143, § 3º, I e II, do Código Penal.


Certo

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RISCO EXPONENCIAL

Crimes contra a vida

Crimes contra a vida

Induzimento,
instigação ou Aborto
Homicídio Infanticídio
auxílio a (Arts. 124 a
(Art. 121) suicídio (Art. 123)
128)
(Art. 122)

Formas de homicídio

O crime de Homicídio pode ser


dividido da seguinte forma

Homicídio Homicídio Homicídio Homicídio


Simples Privilegiado Qualificado Culposo

Relevante valor social e relevante valor moral

Relevante Valor Social Relevante Valor Moral

É um valor considerável para


É um valor considerável para aquele
determinado grupo de pessoas
que comete o delito
(sociedade)

Indivíduo que mata o conhecido


estuprador do bairro, que vem Indivíduo que mata por eutanásia
praticando o crime com frequência

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Conexão

Assegurar a execução futura de


Teleológica
um outro crime

Conexão
Instrumental
Assegurar a ocultação, a
umpunidade ou vantagem de
Consequencial
outro crime, praticado
anteriormente

Feminicídio

Violência doméstica ou familiar

Considera-se que há razões de


condição de sexo feminino
quando o crime envolve
Menosprezo ou discriminação à
condição de mulher

Causas de aumento de pena no homicídio culposo

Se o crime resulta de
inobservância de regra técnica
de profissão, arte ou ofício

Se o agente deixa de prestar


Aumento
Aumento de imediato socorro à vítima
de Pena no
1/3 (um
Homicídio
terço) Se o agente não procura
Culposo
diminuir as consequências do
seu ato

Se o agente foge para evitar


prisão em flagrante

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Causas de aumento de peno no homicídio doloso

Aumento de Se praticado contra pessoa


1/3 (um menor de 14 ou maior de 60
terço) anos

Se praticado por milícia


Aumento de
privada, sob o pretexto de
1/3 (um
prestação de serviço de
terço) até a
segurança ou por grupo de
Aumento de metade
extermínio
pena no
Homicídio
Doloso Se o crime for praticado durante
a gestação ou nos 3 meses
posteriores ao parto
Aumento de
1/3 (um Se praticado contra pessoa
terço) até a menor de 14 (quatorze) anos,
metade, nos maior de 60 (sessenta) anos, ou
casos de com deficiência
feminicídio
Se praticado na presença de
descendente ou ascendente da
vítima

Aumento de pena no induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio

Se o crime é praticado por motivo


Aumento de egoístico
Pena no
A pena será
Induzimento,
duplicada
Instigação ou Se a vítima é menor ou tem
Auxílio ao Suicídio diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência

Aborto

Aborto Aborto Aborto


praticado pela praticado por praticado por
gestante ou terceiro sem o terceiro com o
com o seu consentimento consentimento
consentimento da gestante da gestante

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Aborto: aumento de pena

Se em consequência do aborto ou
A pena será
dos meios empregados para
aumentada de
provocá-lo, a gestante sofre lesão
1/3 (um terço)
corporal de natureza grave

Se em consequência do aborto ou
A pena será
dos meios empregados para
duplicada
provocá-lo, a gestante morre

Comparativo: crimes contra a vida

Crime Modalidade Culposa Tentativa

Homicídio SIM SIM

Induzimento,
Instigação ou NÃO NÃO
Auxílio a Suicídio

Infanticídio NÃO SIM

Aborto NÃO SIM

Ação penal nos crimes de lesão corporal

Salvo no caso de
aplicação de Lei
Lesão Leve Maria da Penha,
quando será
incondicionada
Condicionada

Lesão
Ação Penal Culposa
na Lesão
Corporal

Lesão
Incondicionada
Qualificada

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Lesão corporal: grave e gravíssima

Lesão Grave Lesão Gravíssima

Debilidade permanente
Perda ou inutilização do
de membro, sentido ou
membro sentido ou função.
função

Exemplo: Devido às lesões


Exemplo: Devido às lesões
sofridas, a vítima perde 1
sofridas, a vítima perde a
(um) dos olhos, mas ainda
visão.
enxerga.

Lesão corporal privilegiada

Relevante valor social

Lesão Corporal
Relevante valor moral
Privilegiada

Sob o domínio de violenta emoção, logo em


seguida a injusta provocação da vítima

Perigo de contágio venéreo e perigo de contágio de moléstia grava

Perigo de Contágio Perigo de Contágio de


Venéreo Moléstia Grave

A transmissão deve se dar por meio de A transmissão se dá por qualquer


relação sexual meio

Transmite-se moléstia venérea Transmite-se moléstia grave

É norma penal em branco É norma penal em branco

Não se exige dolo específico Exige-se dolo específico

Ação penal pública condicionada Ação penal pública incondicionada

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Abando de incapaz: aumento de pena

Se o abandono ocorre
em lugar ermo

Se o agente é
Causas de ascendente ou
aumento de 1/3 (um terço) descendente,
pena cônjuge, irmão, tutor
ou curador da vítima

Se a vítima é maior de
60 (sessenta) anos

Formas do crime de omissão de socorro

Quando o agente
não presta O tipo penal não
socorro imediato confere opção ao
à vítima agente.
O crime de
omissão de Caso ele possa
Quando não
socorro pode ser podendo prestar prestar socorro à
praticado de duas socorro imediato, vítima, ele terá de
formas por haver risco fazê-lo, não
pessoal, o agente
podendo optar por
deixa de
comunicar o fato apenas comunicar
à autoridade o fato à
autoridade.

Causas de aumento de pena do crime de omissão de socorro

Pena Aumenta de metade Pena Triplicada

• Se da omissão resulta • Se da omissão resulta a


lesão corporal de morte
natureza grave

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Calúnia, difamação e injúria: honra objetiva e subjetiva

Calúnia e Difamação Protegem a honra objetiva

Protege a honra subjetiva Injúria

Exceção da verdade

Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o


ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível

Admite-se a
prova da Se o fato é imputado ao Presidente da República ou a chefe
verdade, de governo estrangeiro
exceto

Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido


foi absolvido por sentença irrecorrível

Exceção da verdade no crime de difamação

Somente será aplicada se a ofensa for


Exceção da verdade praticada contra funcionário público
na Difamação e o fato se relaciona com o exercício
de suas funções

Admissibilidade de exceção da verdade

Exceção da Verdade

Calunia É admitida como regra

Difamação É admitida excepcionalmente

Injuria Não é admitida

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Ação penal nos crimes contra a honra

ação será privada, procedendo-se


Regra mediante queixa

Ação penal Injúria real


nos crimes
contra a
honra Injúria racial
ação será
pública Se os crimes
Exceções condicionada, contra a honra
nos casos de forem
praticados
contra
funcionário
público, em
razão de suas
funções

Crimes contra a liberdade individual

Crimes Contra a Liberdade Individual

Crimes Crimes contra a


contra inviolabilidade

a liberdade do das dos


pessoal domicílio correspondências segredos

Não se enquadra no crime de constrangimento ilegal

A intervenção médica ou cirúrgica, sem


o consentimento do paciente ou de seu
representante legal, caso justificada por
Não irão ser iminente perigo de vida
enquadrados como
constragimento
ilegal
A coação exercida para impedir o
suicídio

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Redução à condição análoga a de escravo

Submetendo-a a trabalhos forçados ou a


jornada exaustiva

Sujeitando-a a condições degradantes de


trabalho

Restringindo, por qualquer meio, sua


locomoção em razão de dívida contraída com o
empregador ou preposto.

Aumento de pena

Contra criança ou adolescente


A pena é aumentada de
metade, se o crime é
cometido
Por motivo de preconceito de raça, cor,
etnia, religião ou origem

Tráfico de pessoas

Verbos:
Agenciar, Aliciar, Recrutar, Transportar,
Transferir, Comprar, Alojar e Acolher.

Meios Empregados:
Grave Ameaça, Violência, Coação, Fraude ou
Abuso

Finalidades:
- Remover órgãos; tecidos ou partes do
corpo;
- Submeter a trabalhos em condições
análogas à de escravo;
- Submeter a qualquer tipo de servidão;
- Adotar ilegalmente;
- Explorar sexualmente.

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Violação de domicílio

Durante a noite

Qualifica-se o a Em lugar ermo


violação de domicílio,
se o crime for
cometido Com o emprego de violência ou de arma

Por 2 (duas) ou mais pessoas

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Referencial bibliográfico
MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. 2ª. Ed. São Paulo: Método, 2014.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol . 1, 19ª. Ed. São Paulo: Saraiva,
2016.
JESUS, Damásio de. Código Penal Anotado. 22ª. Ed. São Paulo: Saraiva,
2014.
CUNHA, Rogério Sanches. Pacote Anticrimes – Lei 13.964/2019: Comentários
às Alterações no CP, CPP e LEP. Salvador: Juspodium, 2020.

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Questões comentadas
1. (FCC/2018/Câmara Legislativa do Distrito Federal/Técnico
Legislativo)
De acordo com o que dispõe o Código Penal acerca dos crimes contra a vida e
a integridade física, considere
I. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça
somente será crime, em tese, se o suicídio se consumar ou, ainda, se da
tentativa de suicídio resultar lesão corporal de natureza grave.
II. Se o agente comete o crime de homicídio impelido por motivo de relevante
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a
sanção penal se torne desnecessária.
III. É qualificado o homicídio se cometido para assegurar a execução, a
ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
IV. Não se pune o aborto praticado por médico se não há outro meio de salvar
a vida da gestante.
V. Provocar aborto em si mesma é tipificado na lei como crime de infanticídio.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I, II e V.
c) I, III e IV.
d) II, IV e V.
e) I, III e V.
Resolução:
Item I. Correto. Artigo 122 do Código Penal. É isso mesmo, amigos. Segundo
doutrina majoritária, o crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio
não admite tentativa.
Caso da tentativa de suicídio resulte a morte ou lesão corporal de natureza
grave, o crime irá se consumar.
Caso resulte lesão leve, o fato será indiferente penal.
Item II. Incorreto. Artigo 121, §§ 1º e 5º do Código Penal. A alternativa
misturou os institutos do homicídio privilegiado e do perdão judicial. No caso do
homicídio privilegiado, o juiz poderá reduzir a pena de 1/6 a 1/3.
O perdão judicial não se aplica ao homicídio privilegiado, que se constitui de
crime doloso, mas tão somente ao crime de homicídio culposo.

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Item III. Correto. Artigo 121, § 2º, V, do Código Penal. O item fala da
qualificadora por conexão instrumental, dividida em teleológica, no caso de
homicídio praticado para assegurar a execução de um outro crime; e
consequencial, no caso de homicídio praticado para assegurar a ocultação, a
impunidade ou vantagem de outro crime.
Item IV. Correto. Artigo 128, I, do Código Penal. Caso o médico pratique o
aborto para salvar a vida da gestante, desde que não haja outro meio, ele não
será punido por expressa previsão legal. A doutrina chama esta hipótese de
aborto necessário.
Item V. Incorreto. Artigo 123 e 124 do Código Penal. A gestante que provoca
aborto em si mesma ou consenti que outro o provoque praticará o crime de
aborto.
Comete infanticídio a mãe que mata o próprio filho, sob influência do estado
puerperal, durante ou logo após o parto.
Os itens I, III e IV estão corretos. Os itens II e V estão incorretos.
E

2. (FCC/2018/MPE-PB/Promotor de Justiça Substituto)


O Código Penal qualifica o homicídio doloso quando praticado contra servidores
públicos, no exercício de atividade de segurança pública. Podem, dentre outros,
ser vítimas do crime
a) Integrantes do sistema prisional, da Força Nacional de Segurança e do corpo
de bombeiros militares.
b) Policiais civis, policiais federais e promotores de justiça criminais.
c) Policiais rodoviários federais, policiais militares e juízes com competência
criminal.
d) Policiais civis, policiais federais e promotores ou procuradores que atuam no
combate ao crime organizado.
e) Policiais civis e militares na ativa ou aposentados.
Resolução:
Se o homicídio for praticado contra membros das forças armadas (Marinha,
Exército e Aeronáutica); contra os integrantes da segurança pública (PF, PRF,
PFF, PC, PM, CBM); contra integrantes do sistema prisional; contra
integrantes da Força Nacional de Segurança; no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo
até terceiro grau, em razão dessa condição, ele será qualificado.
Em relação a Letra E, deve estar expresso que o aposentado foi morto devido
ao exercício do seu cargo antes da aposentadoria.
Previsão Legal: Artigo 121, § 2°, VII, do Código Penal.

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3. (UEG/2018/PC-GO/Delegado de Polícia)
De acordo com o Código Penal, há homicídio qualificado quando for cometido
a) Por grupo de extermínio.
b) Para assegurar a impunidade de outro crime.
c) Estando o ofendido sob imediata proteção da autoridade.
d) Contra pessoa menor de quatorze ou maior de sessenta anos.
e) Por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança.
Resolução:
Letra A. Incorreto. O CPB não estabelece qualificadora para o crime de
homicídio para a hipótese de prática por grupo de extermínio.
Letra B. Correto. O homicídio será qualificado quando praticado para assegurar
a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
Letra C. Incorreto. Item sem previsão legal no crime de homicídio.
Letra D. Incorreto. Artigo 121, º 4º, do Código Penal. Se a vítima do homicídio
for menor de 14 anos ou maior de 60 anos a pena será aumentada de 1/3 (um
terço).
Letra E. Incorreto. Artigo 121, § 6º, do Código Penal. Quando o homicídio é
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de
segurança, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade.
Previsão Legal: Artigo 121, § 2º, V, do Código Penal.
B

4. (VUNESP/2018/TJ-RS/Juiz de Direito Substituto)


O feminicídio (CP, Art. 121, § 2°. VI)
a) Está ausente do rol dos crimes hediondos (Lei nº 8.072/96).
b) Demanda, para seu reconhecimento, obrigatória relação doméstica ou
familiar entre agressor e vítima.
c) É o homicídio qualificado por condições do sexo feminino.
d) Foi introduzido em nosso ordenamento jurídico pela Lei maria da Penha (Lei
nº 11.340/06).
e) Admite a modalidade preterdolosa.
Resolução:

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Letra A. Incorreto. Artigo 1º, I, da Lei 8.072/1990. O feminicídio é crime


hediondo. O feminicídio é um homicídio qualificado. Todo crime de homicídio
qualificado, tentado ou consumado, constitui crime hediondo.
Letra B. Incorreto. Artigo 121, § 2º-A, do Código Penal. O feminicídio também
irá se configurar caso o homicídio seja praticado contra mulher por menosprezo
ou discriminação à condição de mulher.
Letra C. Correto. O feminicídio é o homicídio praticado contra mulher devido a
sua condição de sexo feminino, seja por violência doméstica e familiar, seja por
menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Sendo assim, podemos
concluir que o feminicídio é crime de gênero.
Letra D. Incorreto. A Lei Maria da Penha é do ano de 2006. Ela não inseriu o
crime de feminicídio. O feminicídio foi incluído no Código Penal no ano de 2015,
pela Lei 13.142/2015.
Letra E. Incorreto. O feminicídio é um homicídio doloso, em que o agente tem
dolo na conduta e no resultado, portanto, não há previsão legal e nem
compatibilidade para a modalidade preterdolosa no feminicídio.
Previsão Legal: Artigo 121, § 2º-A, do Código Penal.
C

5. (VUNESPE/2018/PC-BA/Investigador de Polícia)
Adalberto decidiu matar seu cunhado em face das constantes desavenças,
especialmente financeiras, pois eram sócios em uma empresa e estavam
passando por dificuldades. Preparou seu revólver e se dirigiu até a sala que
dividiam na empresa. Parou de fronte ao inimigo e apontou a arma em sua
direção, mas antes de acionar o gatilho foi impedido pela secretária que, ao ver
a sombra pela porta, decidiu intervir e impedir o disparo. Em face do ocorrido,
pode-se afirmar que Adalberto poderá responder por
a) Constrangimento ilegal.
b) Tentativa de homicídio.
c) Tentativa de lesão corporal.
d) Fato atípico.
e) Arrependimento eficaz.
Resolução:
Adalberto poderá responder por tentativa de homicídio, já que iniciou a
execução do crime (apontou a arma na direção da vítima) e só não o consumou
por circunstâncias alheias à sua vontade (foi impedido de atirar pela secretaria).
Lembre-se que o item, no início do enunciado, informa o dolo de Adalberto:
matar seu cunhado.

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6. (CESPE/2018/PC-MA/Investigador de Polícia)
Admite a modalidade tentada o crime de
a) Instigação ao suicídio sem resultado lesivo.
b) Aborto.
c) Lesão corporal culposa.
d) Omissão de socorro.
e) Difamação cometida verbalmente.
Resolução:
Letra A. Incorreto. A instigação ao suicídio, segundo a doutrina majoritária,
não admite tentativa, consumando-se apenas se resultar a morte ou lesão
corporal grave.
Letra B. Correto. Dos crimes apresentados pela alternativa, o único que admite
tentativa é o crime de aborto, pois se trata de crime material e plurissubjetivo,
podendo ser fracionado o seu iter criminis.
Letra C. Incorreto. Crime culposo não admite tentativa.
Letra D. Incorreto. O crime de omissão de socorro é unissubsistente,
perfazendo-se com a prática de um único ato. Como não se pode fracionar o
seu iter criminis, não admite tentativa.
Letra E. Incorreto. Os crimes contra a honra, em regra, não admitem
tentativa, salvo se praticado na modalidade escrita, a exemplo de difamação
promovida por meio de carta.
B

7. (MPE-SP/2018/MPE-SP/Promotor de Justiça Substituto)


A condenação por homicídio privilegiado qualificado é possível na hipótese em
que
a) O crime for cometido com emprego de fogo.
b) O crime for qualificado pela motivação fútil.
c) O crime for qualificado pela vingança.
d) O agente embriagado agir por motivo irrelevante.
e) A vítima atingida for pessoa diversa da que se pretendia matar por questão
de ódio.
Resolução:

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A doutrina majoritária reconhece a possibilidade de o homicídio ser,


simultaneamente, privilegiado e qualificado. O privilégio é de natureza
subjetiva, sendo compatível com as qualificadoras de natureza objetiva
(relacionadas ao meio).
Portanto, será possível um homicídio privilegiado cometido com emprego
de fogo.
Já se a qualificadora for de ordem subjetiva (motivo fútil, motivo torpe), não
haverá compatibilidade.
Se o crime for praticado por motivo irrelevante, por a vingança ou ódio, também
não haverá compatibilidade com os motivos do homicídio privilegiado, que
são: relevante valor social, relevante valor moral ou sob o domínio de
violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vítima.
Previsão Legal: Artigo 121, § 1º combinado com o Artigo 121, § 2º, III, do
Código Penal.
A

8. (CESPE/2018/EBSERH/Advogado)
Julgue o item seguinte, relativos aos tipos penais dispostos no Código Penal e
nas leis penais extravagantes. O crime de omissão de socorro, tipificado na
parte especial do Código Penal, somente se consuma com a ocorrência de um
resultado naturalístico, o qual, dependendo de sua gravidade, poderá constituir,
ainda, causa qualificadora da conduta.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
O item está incorreto. O crime de omissão socorro se consuma
independentemente da ocorrência de resultado naturalístico.
A omissão de socorro é crime omissivo próprio que se consuma com a mera
omissão.
Mesmo que nada ocorra à vítima, aquele que deixa de prestar assistência,
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, ou não pedi o socorro da autoridade
pública comete o crime, independentemente do que ocorra com a vítima.
Caso a vítima morra, a pena será triplicada; caso a vítima sofra lesão
corporal de natureza grave, a pena será aumentada de metade.
Errado

9. (VUNESP/2018/Prefeitura de SP/Guarda Civil Municipal)

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Ariana Pequena, com 19 anos de idade, ficou grávida de seu padrasto e, algum
tempo após dar à luz uma menina, com a intenção de ocultar a sua desonra,
por sua própria e consciente vontade, resolveu abandonar o recém-nascido em
um terreno baldio. No entanto, o bebê foi resgatado por um Guarda Municipal
ainda com vida e conseguiu sobreviver. Nessa situação hipotética, segundo o
Código Penal, é correto afirmar que Ariana
a) Cometeu o crime de infanticídio.
b) Não cometeu crime porque o bebê sobreviveu.
c) Cometeu o crime de feminicídio.
d) Será processada criminalmente apenas se o bebê sofreu lesões corporais.
e) Deverá responder pelo crime de abandono de recém-nascido.
Resolução:
Ariana Pequena praticou o crime de abandono de recém-nascido, já que,
para ocultar desonra própria (teve um filho com seu padrastro), abandonou sua
menina recém-nascida.
Observe que o item relatou que a autora praticou o fato por sua própria e
consciente vontade (dolosamente). É importante mencionar isso, porque o tipo
penal aqui analisado não admite a modalidade culposa.
A conduta do mencionado crime é: Expor ou abandonar recém-nascido, para
ocultar desonra própria.
Previsão Legal: Artigo 134 do Código Penal.
E

10. (UEG/2018/PC-GO/Delegado de Polícia)


Sobre os crimes contra a honra, previstos no Código Penal, tem-se o seguinte
a) Não constitui calúnia, difamação ou injúria punível a ofensa irrogada em juízo,
na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador.
b) O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia,
difamação ou injúria, fica isento de pena.
c) As penas aos crimes de calúnia, difamação ou injúria aumentam-se de um
terço, se qualquer dos crimes é cometido contra pessoa maior de 60
(sessenta) anos ou portadora de deficiência.
d) Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria,
quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo.
e) Nos crimes de calúnia, difamação ou injúria, admite-se a exceção da verdade.
Resolução:

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Letra A. Incorreto. Artigo 142, I, do Código Penal. O item acrescenta


erroneamente a injúria.
Não constituem injúria ou difamação punível a ofensa irrogada em juízo, na
discussão da causa, pela parte ou por seu procurador.
Letra B. Incorreto. Artigo 143 do Código Penal. A retratação não se aplica ao
crime de injúria.
Letra C. Incorreto. Artigo 141, Parágrafo único. Se o crime contra a honra,
com exceção da injúria, for praticado contra pessoa maior de 60 anos ou
portadora de deficiência, a pena será aumentada de 1/3 (um terço).
Letra D. Correto. Caso ocorram referências, alusões ou frases que deem para
se inferir calúnia, difamação ou injúria, aquele que se julga ofendido pode pedir
explicações em juízo. Aquele que se recusa a dar as explicações ou, a critério
do juiz, não as dá satisfatoriamente, responde pela ofensa.
Letra E. Incorreto. A exceção da verdade não se aplica ao crime de injúria.

Exceção da Verdade

Calúnia Difamação Injúria

Regra Exceção Não se aplica

Previsão Legal: Artigo 144 do Código Penal.


D

11. (CESPE/2018/STJ/Oficial de Justiça)


Considerando a doutrina e a jurisprudência dos tribunais superiores acerca dos
crimes em espécie, julgue o seguinte item. Situação Hipotética: Um servidor
público, no exercício de suas funções, foi vítima de injúria e difamação.
Assertiva: Nessa situação, será concorrente a legitimidade do servidor ofendido,
mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do
ofendido, para a ação penal correspondente.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
A alternativa está correta. No caso de crime contra a honra praticada contra
servidor público, quando a ofensa for relativa ao exercício da função, segundo
entendimento sumulado do STF, será concorrente a legitimidade do servidor
ofendido mediante queixa (ação privada) e do Ministério Público, condicionada

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à representação do ofendido (ação pública condicionada), para a ação penal


correspondente.
A doutrina majoritária adota o mesmo posicionamento.

Súmula 714 do STF: é concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa


e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação
penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de
suas funções.

Certo

12. (VUNESPE/2018/PC-SP/Delegado de Polícia)


No que concerne ao crime de constrangimento ilegal (CP, art. 146), é correto
afirmar que
a) Se tipifica o crime, apenas, pela ação violenta, não havendo previsão legal
para punição por mera grave ameaça.
b) Qualifica o tipo a concorrência de 3 (três) ou mais agentes.
c) Tipifica o crime a coação exercida para impedir suicídio, o que se explica pelo
fato de o suicídio não ser penalmente relevante.
d) Tipifica o crime a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do
paciente ou de seu representante legal, mesmo se justificada por iminente
perigo de vida.
e) Se consuma quando a vítima, sem norma legal que a obrigue a tanto, faz ou
deixa de fazer, cedendo à determinação do agente.
Resolução:
Letra A. Incorreto. Artigo 146 do Código Penal. O crime de constrangimento
ilegal pode ser praticado mediante violência ou grave ameaça.
Letra B. Incorreto. Não existe previsão legal para a qualificadora apresentada
pelo item. A pena será aplicada cumulativamente e em dobro quando se
reunirem mais de 3 (três) pessoas para a execução do crime.
Letra C. Incorreto. Artigo 146, § 3º, II, do Código Penal. Não configura
constrangimento ilegal a coação exercida para impedir suicídio.
Letra D. Incorreto. Artigo 146, § 3º, I, do Código Penal. Não configura
constrangimento ilegal a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento
do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de
vida.

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Letra E. Correto. O constrangimento ilegal é crime material, que se consuma


no momento em que a vítima, devido a violência ou grave ameaça empregados
pelo autor, deixa de fazer o que a lei permite ou faz o que a lei não manda.
Previsão Legal: Artigo 146 do Código Penal.
E

13. (IBADE/2017/PC-AC/Escrivão de Polícia Civil)


O delito de sequestro ou cárcere privado é classificado como crime:
a) Permanente e de perigo.
b) Continuado e de perigo.
c) Permanente e de dano.
d) Habitual e de perigo.
e) Continuada e de dano.
Resolução:
O crime de sequestro ou cárcere privado é crime permanente, já que a
conduta se prolonga no tempo, permanecendo o autor em flagrante delito
enquanto a liberdade da vítima estiver sendo violada.
O delito de sequestro ou cárcere privado é crime de dano, que exige uma
alteração que prejudica o bem jurídico protegido pela norma penal, ou seja,
exige uma violação ao bem jurídico liberdade de locomoção.
C

14. (FCC/PC-AP/2017/Oficial de Polícia Civil)


No que concerne aos crimes contra a honra, considere as alternativas abaixo:
I. Não é admissível a exceção da verdade para o delito de injúria.
II. A retratação somente é admissível nos casos de calúnia e difamação.
III. O juiz pode deixar de aplicar a pena na difamação no caso de retorsão
imediata, que consista em outra difamação.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, apenas.
e) I e II, apenas.
Resolução:

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Item I. Correto. A exceção da verdade se aplica como regra para o crime de


calúnia e excepcionalmente para o crime de difamação.
Item II. Correto. Artigo 143 do Código Penal. Não se admite retratação para
o crime de injúria.
Item III. Incorreto. Artigo 140, § 1º, III, do Código Penal. Aplica-se à injúria
e não à difamação. “O juiz poderá deixar de aplicar a pena no caso de retorsão
imediata, que consista em outra injúria”.
Apenas os itens I e II estão corretos.
E

15. (IBADE/2017/PC-AC/Escrivão de Polícia Civil)


Encaminhar uma mensagem de texto a um policial civil que se encontra em
outro município, xingando-o de ladrão configura crime de:
a) Calúnia.
b) Desacato.
c) Injúria.
d) Difamação.
e) Denunciação caluniosa.
Resolução:
A conduta apresentada pela alternativa configura o crime de injúria.
A ofensa “ladrão”, ofende a dignidade ou decoro do policial civil, violando sua
honra subjetiva.
Você pode ter ficado com dúvida em relação ao desacato, entretanto, o item
não relatou se a ofensa foi praticada no exercício da função ou em razão da
função, logo, não temos elementos para afirmar que houve desacato.
Previsão Legal: Artigo 140 do Código Penal.
Analise as diferenças entre os crimes de calúnia e de denunciação caluniosa.
Você não pode confundi-los.

Denunciação Caluniosa (Art.


Calúnia (Art. 138)
339)

Crime contra a administração da


Crime contra a honra
justiça

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Dar causa à instauração de


investigação policial, de
processo judicial, instauração de
Caluniar alguém, imputando-lhe
investigação administrativa,
falsamente fato definido como
inquérito civil ou ação de
crime.
improbidade administrativa
contra alguém, imputando-lhe
crime de que o sabe inocente.

16. (FEPESE/PC-SC/2017/Escrivão de Polícia Civil)


De acordo com o Código Penal, a incapacidade para as ocupações habituais, por
mais de trinta dias, caracteriza o crime de:
a) Lesão corporal simples.
b) Lesão corporal leve.
c) Lesão corporal grave.
d) Lesão corporal gravíssima.
e) Lesão corporal seguida de morte.
Resolução:
A lesão corporal é dividida em:
✓ Leve ou simples;
✓ Grave;
✓ Gravíssima;
✓ Seguida de morte;
✓ Privilegiada;
✓ Culposa.

Incapacidade para as ocupações


habituais por mais de 30 dias

A lesão
corporal Perigo de vida
será de
natureza
grave se Debilidade permanente de membro,
resultar sentido ou função

Aceleração de parto

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Previsão Legal: Artigo 129, § 1º, I, do Código Penal.


C

17. (FCC/2017/POLITEC-AP/Perito Médico Legista)


De acordo com o artigo 129 do Código Penal brasileiro, lesão corporal é a ofensa
à integridade corporal ou a saúde de alguém. Ela pode ser classificada em leve,
grave ou gravíssima, a depender dos comemorativos. Analise as assertivas
abaixo.
I. Lesões corporais que causem incapacidade para as ocupações habituais
por mais de 30 dias serão consideradas graves.
II. Lesões corporais com perda ou inutilização de membro, sentido ou função
serão consideradas graves.
III. Lesões corporais que causem extrema dor serão consideradas gravíssimas.
IV. Lesões corporais que causem qualquer alteração psíquica serão
consideradas leves.
Está correto o que se afirma em
a) I, II, III e IV.
b) I, apenas.
c) IV, apenas.
d) III, apenas.
e) I e III, apenas.
Resolução:
Item I. Correto. Artigo 129, § 1º, I, do Código Penal.
Item II. Incorreto. Artigo 129, § 2º, III, do Código Penal. Serão consideradas
gravíssimas.
Item III. Incorreto. Item sem previsão legal. A extrema dor não modifica a
lesão corporal.
Item IV. Incorreto. Item sem previsão legal.
Apenas o item I está correto.
B

18. (FCC/2017/TRF - 5ª Região/Técnico Judiciário)


Maria foi morta por seu companheiro Gilmar motivado por razões de sua
condição de sexo feminino, com o menosprezo e discriminação à condição
feminina e violência doméstica e familiar. A tipificação penal para este crime é

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a) Homicídio culposo.
b) Homicídio qualificado à traição por se tratar de companheiro.
c) Feminicídio.
d) Genocídio.
e) Homicídio simples.
Resolução:
A alternativa apresenta hipótese de feminicídio.
O Código Penal considera que há razões de condição de sexo feminino quando
o crime envolve:
✓ Violência doméstica e familiar;
✓ Menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Vou deixar para você um exemplo de feminicídio praticado por menosprezo ou
discriminação à condição de mulher.

Suponha que Carlos e Lana trabalhem juntos na mesma empresa. Surge


uma vaga para promoção e Lana é escolhida para ocupar a vaga. Carlos,
não aceitando perder a oportunidade para uma mulher, a espanca até a
morte.

Previsão Legal: Artigo 121, § 2º-A, I e II, do Código Penal.


C

19. (FCC/2017/PC-AP/Delegado de Polícia)


João decide agredir fisicamente Pedro, seu desafeto, provocando-lhe vários
ferimentos. Porém, durante a luta corporal, João resolve matar Pedro,
realizando um disparo de arma de fogo contra a vítima, sem, contudo, conseguir
atingi-lo. A polícia é acionada, separando os contendores. Diante do caso
hipotético, João responderá
a) Apenas por lesões corporais.
b) Apenas por tentativa de homicídio.
c) Por rixa e disparo de arma de fogo.
d) Por lesões corporais consumadas e disparo de arma de fogo.
e) Por lesões corporais consumadas e homicídio tentado.
Resolução:

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A alternativa apresenta hipótese de progressão criminosa. O agente iniciou a


execução de um crime menos grave (lesão corporal), porém, ainda dentro do
iter criminis, mudou seu dolo e resolveu praticar um crime mais grave
(homicídio). No caso de progressão criminosa, as condutas praticadas em
relação ao crime menos grave são absorvidas pelo crime mais grave.
Portanto, João deverá responder apenas por tentativa de homicídio, já
que iniciou a execução deste crime (efetuou um disparo), mas não o
consumou por circunstâncias alheias à sua vontade (não conseguiu
atingir).
B

20. (IBADE/2017/PC-AC/Escrivão de Polícia Civil)


Abigail, depois de iniciado parto caseiro, mas antes de completá-lo, sob
influência do estado puerperal, mata o próprio filho. Abigail praticou crime de:
a) Consentimento para o aborto.
b) Homicídio.
c) Homicídio qualificado.
d) Infanticídio.
e) Autoaborto.
Resolução:
A alternativa apresenta os elementos que configuram o crime de infanticídio.

Pela mãe

Contra o próprio filho


O infanticídio é
praticado
Sob a influência do estado puerperal

Durante ou logo após o parto

Previsão Legal: Artigo 123 do Código Penal.


D

21. (UFMT/2016/DPE-MT/Defensor Público)


A respeito dos crimes contra a honra, insculpidos no Código Penal, assinale a
afirmativa correta.
a) Configura o crime de injúria imputar a alguém fato ofensivo a sua reputação.
b) Configura o crime de difamação ofender a dignidade ou o decoro de alguém.

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c) A calúnia somente admite a exceção da verdade em caso de o ofendido ser


funcionário público, em exercício de suas funções.
d) Configura crime de calúnia imputar a alguém falsamente fato definido como
crime.
e) A calúnia contra os mortos não é punível.
Resolução:
Letra A. Incorreto. Artigos 139 e 140 do Código Penal. Na injúria, há uma
ofensa a dignidade ou decoro da vítima, como, por exemplo, quando o agente
xinga uma pessoa de burra ou idiota.
A imputação de fato ofensivo à reputação constitui o crime de difamação.
Letra B. Incorreto. Artigos 139 e 140 do Código Penal. Ofender a dignidade é
o decoro constitui o crime de difamação.
Letra C. Incorreto. Artigo 138, § 3º, do Código Penal. Na calúnia, a exceção
da verdade é a regra, sendo admitida sempre, salvo os casos previstos no
Código Penal, que veremos logo abaixo.

Se, constituindo o fato imputado crime de


ação privada, o ofendido não foi condenado
por sentença irrecorrível

Admite-se
exceção da Se o fato é imputado contra o Presidente da
verdade na República ou Chefe de Governo Estrangeiro
Calúnia, exceto

Se do crime imputado, embora de ação


pública, o ofendido foi absolvido por
sentença irrecorrível

Letra D. Correto. O crime de calúnia fica configurado quando o agente calunia


alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. Portanto, a Letra
D é a única correta.
Letra E. Incorreto. Artigo 138, § 2º, do Código Penal. É punível a calúnia
contra os mortos. Neste caso, o sujeito passivo será a família do morto.
Previsão Legal: Artigo 138 do Código Penal.
D

22. (FCC/2016/AL/MS/Agente de Polícia Legislativo)


Paulo é atropelado e, em estado grave, é socorrido de ambulância a um
determinado Hospital para atendimento emergencial. Chegando ao nosocômio,
a gerente Flávia exige da esposa do atropelado a apresentação de um cheque-
caução no valor de R$ 20.000,00 e o preenchimento de formulários

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administrativos como condição para iniciar o atendimento médico-hospitalar


emergencial. Neste caso, a gerente Flávia
a) Cometeu crime de homicídio doloso.
b) Cometeu crime de omissão de socorro.
c) Não cometeu crime, agindo de forma absolutamente legal segundo normas
que regem o atendimento hospitalar no Brasil.
d) Cometeu crime de lesão corporal de natureza grave.
e) Cometeu crime de condicionamento de atendimento médico-hospitalar
emergencial.
Resolução:
Flávia, gerente do hospital, praticou o crime de condicionamento de
atendimento médico-hospitalar, já que exigiu cheque-caução e o
preenchimento de formulários administrativos para que Paulo recebesse
atendimento médico-hospitalar (estando ele em estado grave).
Previsão Legal: Artigo 135-A do Código Penal.
E

23. (FCC/2016/DPE-ES/Defensor Público)


No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que
a) Inadmissível a continuidade delitiva, por ser a vida um bem personalíssimo.
b) Possível o reconhecimento da figura privilegiada do delito na decisão de
pronúncia.
c) A ausência de motivos e a embriaguez completa são incompatíveis com a
qualificadora do motivo fútil, consoante entendimento jurisprudencial.
d) Possível a coexistência entre as qualificadoras dos motivos torpe e fútil,
segundo entendimento sumulado.
e) A chamada figura privilegiada é incompatível com as qualificadoras do
emprego de meio cruel e do motivo torpe.
Resolução:
Letra A. Incorreto. Artigo 71 do Código Penal. O homicídio pode sim ser
praticado em continuidade delitiva, sendo cabível o concurso de crime
continuado.
Letra B. Incorreto. A decisão de pronúncia é aquela que decide que um fato
tem indícios de ser um crime doloso contra a vida, sendo o caso julgado pelo
tribunal do júri. São os jurados quem decidem que o homicídio é privilegiado.
Letra C. Correto. Apresenta posicionamento jurisprudencial. Segundo o STJ, o
motivo fútil não se confunde com a ausência de motivos e, caso fique

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configurado que o agente praticou o crime sem motivos, deverá ser denunciado
apenas por homicídio simples.
Há decisões judiciais que entendem que a embriaguez é incompatível com o
motivo fútil, já que o agente embriagado se encontra com seu discernimento
prejudicado.
Letra D. Incorreto. Inexiste súmula versando sobre a matéria apresentada
pela alternativa.
Letra E. Incorreto. O homicídio poderá ser privilegiado e qualificado ao mesmo
tempo. O privilégio é de ordem subjetiva, podendo ela se compatibilizar com as
qualificadoras de ordem objetiva. Sendo assim, o privilégio é compatível com o
meio cruel (objetiva), mas não com o motivo torpe (subjetivo)
C

24. (FUNCAB/2016/PC-PA/Investigador de Polícia Civil)


O homicídio é doutrinariamente classificado como crime
a) Vago, permanente e multitudinário.
b) De concurso necessário, comum e de forma livre.
c) De dano, material e instantâneo de efeitos permanentes.
d) Próprio, de perigo individual e de consumação antecipada.
e) De mão própria, habitual e de forma vinculada.
Resolução:
O homicídio é crime de dano, já que exige uma alteração que prejudica o bem
jurídico protegido pela norma penal; é crime material, já que o tipo penal
apresenta a conduta e o resultado naturalístico, sendo este relevante para fins
de consumação; é crime instantâneo de efeitos permanentes, já que sua
conduta não se prolonga no tempo e, após a consumação, os seus efeitos são
irreversíveis.
Crime vago é aquele em que o sujeito passivo é a coletividade.
Crime permanente é aquele que a conduta se prolonga no tempo.
Crime multitudinário é aquele praticado por multidão.
Crime de concurso necessário é aquele que, necessariamente, deve ser
praticado por mais de um agente.
Crime comum é aquele que não exige características especiais do sujeito ativo
ou do sujeito passivo.
Crime de forma livre é aquele que pode ser praticado de qualquer maneira
pelo agente.
Crime próprio é aquele que exige características especiais dos agentes.

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Crime de perigo individual é aquele que atinge aos interesses de uma pessoa
apenas ou de um grupo determinado de pessoas.
Crime de consumação antecipada, ou crime formal, é aquele que o tipo penal
descreve conduta e resultado naturalístico, entretanto, o crime se consuma com
a prática da conduta.
Crime de mão própria é aquele que não pode ser praticado por meio de outra
pessoa.
Crime habitual é aquele que uma prática apenas do fato é indiferente penal,
mas a constância e habitualidade na prática o configuram.
Crime de forma vinculada é aquele que só pode ser praticado pelo meio
descrito no próprio tipo penal.
C

25. (MPE-SC/2016/MPE-SC/Promotor de Justiça – Matutina)


No crime de violação de domicílio, previsto no art. 150 do Código Penal, existe
uma circunstância de especial aumento de pena segundo a qual aumenta-se a
pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos
legais, ou com inobservância das formalidades, estabelecidas em lei, ou com
abuso de poder.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
O item está correto. A causa de aumento de pena apresentada pela alternativa
está prevista no Artigo 150, § 2°do Código Penal.
Certo

26. (FUNCAB/2016/PC-PA/Investigador de Polícia Civil)


O crime de ameaça:
a) Pressupõe e injustiça do mal prometido.
b) É de ação penal privada.
c) Não admite transação penal.
d) Não pode ser praticado por meios simbólicos.
e) Quando usado como meio executório de um roubo, coexiste com este em
concurso de crimes.
Resolução:

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Letra A. Correto. Para que se configure o crime de ameaça, que pode ser
praticada por qualquer meio (verbal, escrita, gestual), é necessário que seja
mal injusto e grave.
Se o mal proferido for justo, como, por exemplo, o agente que ameaça fazer
uma denúncia em um órgão público competente devido à venda de produtos
vencidos num comércio, não pratica o crime do artigo 147 do Código Penal.
Letra B. Incorreto. Artigo 147, Parágrafo único. A ameaça é crime de ação
pública condicionada.
Letra C. Incorreto. A ameaça é crime de menor potencial ofensivo, que,
portanto, admite transação penal.
Letra D. Incorreto. Artigo 147 do Código Penal. A ameaça pode ser praticada
por qualquer meio, inclusive por símbolos.
Letra E. Incorreto. A ameaça é crime subsidiário, configurando-se apenas
quando não for utilizada como meio para a prática de crime mais grave. Assim,
o agente que faz uso de ameaça para subtrair coisa alheia móvel, responde
apenas pelo crime de roubo.
Previsão Legal: Artigo 147 do Código Penal.
A

27. (MPE-SC/2016/MPE-SC/Promotor de Justiça – Matutina)


No crime de constrangimento ilegal, previsto no art. 146 do Código Penal,
consta, expressamente, mais de um motivo em que o constrangimento é
considerado atípico.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
O item está correto. Não haverá o crime, se o constrangimento ilegal for
I. Intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente
ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II. A coação exercida para impedir suicídio.
Previsão Legal: Artigo 143, § 3º, I e II, do Código Penal.
Certo

28. (FCC/2015/TJ-PI/Juiz Substituto)


No que se refere aos crimes contra a liberdade pessoal, é correto afirmar:

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a) A intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento da vítima ou de seu


representante legal, não exclui, em qualquer situação, o constrangimento
ilegal.
b) O crime de constrangimento ilegal não se reveste de subsidiariedade em
relação a outros delitos.
c) Constitui figura equiparada à de redução a condição análoga à de escravo o
ato de cercear o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador,
com o fim de retê-lo no local de trabalho.
d) O crime de cárcere privado é permanente e formal, não admitindo a tentativa.
e) O crime de ameaça, se praticado no contexto de violência doméstica e
familiar contra a mulher, é de ação penal pública incondicionada.
Resolução:
Letra A. Incorreto. Artigo 146, § 3º, I, do Código Penal. No caso apresentado
pela alternativa, não haverá constrangimento ilegal.
Letra B. Incorreto. O constrangimento ilegal é crime subsidiário. Assim, caso
o agente use de constrangimento contra alguém para ter conjunção carnal ou
outro ato libidinoso, cometerá o crime de estupro e não constrangimento ilegal.
Letra C. Correto. O crime de redução a condição análoga à de escravo
irá se configurar quando o agente reduzir alguém a condição análoga
(similar) à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada
exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer
restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída
com o empregador ou preposto.
A alternativa apresenta uma forma equiparada do crime de redução a condição
análoga à de escravo, submetida a mesma pena.
Letra D. Incorreto. O sequestro ou cárcere privado é crime permanente.
Segundo o STF, é crime material, que admite tentativa.
Letra E. Incorreto. A lesão corporal, mesmo que leve, praticada no contexto
de violência doméstica, será de ação penal incondicionada, entretanto, tal
entendimento não se aplica a ameaça, que será promovida mediante
representação.
Previsão Legal: Artigo 149, § 1º, I, do Código Penal.
C

29. (FUNCAB/2015/PC-AC/Perito Médico-Legista)


Em uma briga de trânsito, um motorista sai do carro e dá um soco em outro
motorista e este cai, batendo com a cabeça na calçada e depois de algumas
horas morre no hospital. O melhor enquadramento do crime é
a) Lesão corporal culposa.

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b) Lesão corporal dolosa.


c) Lesão corporal seguida de morte.
d) Homicídio com dolo eventual.
e) Homicídio culposo.
Resolução:
A conduta do motorista irá configurar lesão corporal seguida de morte, se as
circunstâncias do fato evidenciarem que ele não quis o resultado nem assumiu
o risco de produzi-lo.
A lesão corporal seguida de morte é crime preterdoloso, já que o agente
tem dolo na conduta inicial (lesionar), mas o resultado morte advém de culpa.
Previsão Legal: Artigo 129, § 3º, do Código Penal.
C

30. (FGV/2015/TJ-BA/Analista Judiciário)


Jean, valendo-se de sua conta no Twitter, publicou declaração de natureza
discriminatória em relação aos homossexuais, de forma genérica. Tal ação
configura:
a) Conduta atípica.
b) Crime de injúria.
c) Crime de injúria racial;
d) Crime de preconceito de raça, cor, etnia ou religião.
e) Crime de manifestação de ódio.
Resolução:
O fato praticado por Jean não se amolda a nenhum tipo penal.
Não constitui crime contra a honra, que exige vítima determinada (alguém) e
prática direta para atingi-la.
Não constitui crime de racismo, já que a Lei 7.716/89 (que define os crimes
resultantes de preconceito de raça ou cor) não abrange questões relacionadas
a sexualidade (homossexuais), mas tão somente preconceito ou discriminação
de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
A

31. (FCC/2014/TRT – 2ª Região/Técnico Judiciário)


No Código Penal, nos crimes de injúria, infanticídio e lesão corporal, os bens
jurídicos tutelados são, respectivamente, a

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a) Honra, vida e a integridade física.


b) Vida, a honra e a integridade física.
c) Honra, a integridade física e a vida.
d) Integridade física, a vida e a honra.
e) Vida, a integridade física e a honra.
Resolução: A injúria é crime contra a honra; o infanticídio é crime
contra a vida e a lesão corporal é crime que viola a integridade física.
Previsão Legal: Artigos 140, 123 e 129, do Código Penal.
A

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Lista de Exercícios
1. (FCC/2018/Câmara Legislativa do Distrito Federal/Técnico
Legislativo)
De acordo com o que dispõe o Código Penal acerca dos crimes contra a vida e
a integridade física, considere
I. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça
somente será crime, em tese, se o suicídio se consumar ou, ainda, se da
tentativa de suicídio resultar lesão corporal de natureza grave.
II. Se o agente comete o crime de homicídio impelido por motivo de relevante
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a
sanção penal se torne desnecessária.
III. É qualificado o homicídio se cometido para assegurar a execução, a
ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
IV. Não se pune o aborto praticado por médico se não há outro meio de salvar
a vida da gestante.
V. Provocar aborto em si mesma é tipificado na lei como crime de infanticídio.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I, II e V.
c) I, III e IV.
d) II, IV e V.
e) I, III e V.

2. (FCC/2018/MPE-PB/Promotor de Justiça Substituto)


O Código Penal qualifica o homicídio doloso quando praticado contra servidores
públicos, no exercício de atividade de segurança pública. Podem, dentre outros,
ser vítimas do crime
a) Integrantes do sistema prisional, da Força Nacional de Segurança e do
corpo de bombeiros militares.
b) Policiais civis, policiais federais e promotores de justiça criminais.
c) Policiais rodoviários federais, policiais militares e juízes com competência
criminal.
d) Policiais civis, policiais federais e promotores ou procuradores que atuam
no combate ao crime organizado.
e) Policiais civis e militares na ativa ou aposentados.

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3. (UEG/2018/PC-GO/Delegado de Polícia)
De acordo com o Código Penal, há homicídio qualificado quando for cometido
a) Por grupo de extermínio.
b) Para assegurar a impunidade de outro crime.
c) Estando o ofendido sob imediata proteção da autoridade.
d) Contra pessoa menor de quatorze ou maior de sessenta anos.
e) Por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança.

4. (VUNESP/2018/TJ-RS/Juiz de Direito Substituto)


O feminicídio (CP, Art. 121, § 2°. VI)
a) Está ausente do rol dos crimes hediondos (Lei nº 8.072/96).
b) Demanda, para seu reconhecimento, obrigatória relação doméstica ou
familiar entre agressor e vítima.
c) É o homicídio qualificado por condições do sexo feminino.
d) Foi introduzido em nosso ordenamento jurídico pela Lei maria da Penha
(Lei nº 11.340/06).
e) Admite a modalidade preterdolosa.

5. (VUNESPE/2018/PC-BA/Investigador de Polícia)
Adalberto decidiu matar seu cunhado em face das constantes desavenças,
especialmente financeiras, pois eram sócios em uma empresa e estavam
passando por dificuldades. Preparou seu revólver e se dirigiu até a sala que
dividiam na empresa. Parou de fronte ao inimigo e apontou a arma em sua
direção, mas antes de acionar o gatilho foi impedido pela secretária que, ao ver
a sombra pela porta, decidiu intervir e impedir o disparo. Em face do ocorrido,
pode-se afirmar que Adalberto poderá responder por
a) Constrangimento ilegal.
b) Tentativa de homicídio.
c) Tentativa de lesão corporal.
d) Fato atípico.
e) Arrependimento eficaz.

6. (CESPE/2018/PC-MA/Investigador de Polícia)
Admite a modalidade tentada o crime de

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a) Instigação ao suicídio sem resultado lesivo.


b) Aborto.
c) Lesão corporal culposa.
d) Omissão de socorro.
e) Difamação cometida verbalmente.

7. (MPE-SP/2018/MPE-SP/Promotor de Justiça Substituto)


A condenação por homicídio privilegiado qualificado é possível na hipótese em
que
a) O crime for cometido com emprego de fogo.
b) O crime for qualificado pela motivação fútil.
c) O crime for qualificado pela vingança.
d) O agente embriagado agir por motivo irrelevante.
e) A vítima atingida for pessoa diversa da que se pretendia matar por questão
de ódio.

8. (CESPE/2018/EBSERH/Advogado)
Julgue o item seguinte, relativos aos tipos penais dispostos no Código Penal e
nas leis penais extravagantes. O crime de omissão de socorro, tipificado na
parte especial do Código Penal, somente se consuma com a ocorrência de um
resultado naturalístico, o qual, dependendo de sua gravidade, poderá constituir,
ainda, causa qualificadora da conduta.
( ) Certo
( ) Errado

9. (VUNESP/2018/Prefeitura de SP/Guarda Civil Municipal)


Ariana Pequena, com 19 anos de idade, ficou grávida de seu padrasto e, algum
tempo após dar à luz uma menina, com a intenção de ocultar a sua desonra,
por sua própria e consciente vontade, resolveu abandonar o recém-nascido em
um terreno baldio. No entanto, o bebê foi resgatado por um Guarda Municipal
ainda com vida e conseguiu sobreviver. Nessa situação hipotética, segundo o
Código Penal, é correto afirmar que Ariana
a) Cometeu o crime de infanticídio.
b) Não cometeu crime porque o bebê sobreviveu.
c) Cometeu o crime de feminicídio.
d) Será processada criminalmente apenas se o bebê sofreu lesões corporais.

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e) Deverá responder pelo crime de abandono de recém-nascido.

10. (UEG/2018/PC-GO/Delegado de Polícia)


Sobre os crimes contra a honra, previstos no Código Penal, tem-se o seguinte
a) Não constitui calúnia, difamação ou injúria punível a ofensa irrogada em
juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador.
b) O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia,
difamação ou injúria, fica isento de pena.
c) As penas aos crimes de calúnia, difamação ou injúria aumentam-se de um
terço, se qualquer dos crimes é cometido contra pessoa maior de 60 (sessenta)
anos ou portadora de deficiência.
d) Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria,
quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo.
e) Nos crimes de calúnia, difamação ou injúria, admite-se a exceção da
verdade.

11. (CESPE/2018/STJ/Oficial de Justiça)


Considerando a doutrina e a jurisprudência dos tribunais superiores acerca dos
crimes em espécie, julgue o seguinte item. Situação Hipotética: Um servidor
público, no exercício de suas funções, foi vítima de injúria e difamação.
Assertiva: Nessa situação, será concorrente a legitimidade do servidor ofendido,
mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do
ofendido, para a ação penal correspondente.
( ) Certo
( ) Errado

12. (VUNESPE/2018/PC-SP/Delegado de Polícia)


No que concerne ao crime de constrangimento ilegal (CP, art. 146), é correto
afirmar que
a) Se tipifica o crime, apenas, pela ação violenta, não havendo previsão legal
para punição por mera grave ameaça.
b) Qualifica o tipo a concorrência de 3 (três) ou mais agentes.
c) Tipifica o crime a coação exercida para impedir suicídio, o que se explica
pelo fato de o suicídio não ser penalmente relevante.
d) Tipifica o crime a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento
do paciente ou de seu representante legal, mesmo se justificada por iminente
perigo de vida.

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e) Se consuma quando a vítima, sem norma legal que a obrigue a tanto, faz
ou deixa de fazer, cedendo à determinação do agente.

13. (IBADE/2017/PC-AC/Escrivão de Polícia Civil)


O delito de sequestro ou cárcere privado é classificado como crime:
a) Permanente e de perigo.
b) Continuado e de perigo.
c) Permanente e de dano.
d) Habitual e de perigo.
e) Continuada e de dano.

14. (FCC/PC-AP/2017/Oficial de Polícia Civil)


No que concerne aos crimes contra a honra, considere as alternativas abaixo:
I. Não é admissível a exceção da verdade para o delito de injúria.
II. A retratação somente é admissível nos casos de calúnia e difamação.
III. O juiz pode deixar de aplicar a pena na difamação no caso de retorsão
imediata, que consista em outra difamação.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, apenas.
e) I e II, apenas.

15. (IBADE/2017/PC-AC/Escrivão de Polícia Civil)


Encaminhar uma mensagem de texto a um policial civil que se encontra em
outro município, xingando-o de ladrão configura crime de:
a) Calúnia.
b) Desacato.
c) Injúria.
d) Difamação.
e) Denunciação caluniosa.

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16. (FEPESE/PC-SC/2017/Escrivão de Polícia Civil)


De acordo com o Código Penal, a incapacidade para as ocupações habituais, por
mais de trinta dias, caracteriza o crime de:
a) Lesão corporal simples.
b) Lesão corporal leve.
c) Lesão corporal grave.
d) Lesão corporal gravíssima.
e) Lesão corporal seguida de morte.

17. (FCC/2017/POLITEC-AP/Perito Médico Legista)


De acordo com o artigo 129 do Código Penal brasileiro, lesão corporal é a ofensa
à integridade corporal ou a saúde de alguém. Ela pode ser classificada em leve,
grave ou gravíssima, a depender dos comemorativos. Analise as assertivas
abaixo.
I. Lesões corporais que causem incapacidade para as ocupações habituais por
mais de 30 dias serão consideradas graves.
II. Lesões corporais com perda ou inutilização de membro, sentido ou função
serão consideradas graves.
III. Lesões corporais que causem extrema dor serão consideradas
gravíssimas.
IV. Lesões corporais que causem qualquer alteração psíquica serão
consideradas leves.
Está correto o que se afirma em
a) I, II, III e IV.
b) I, apenas.
c) IV, apenas.
d) III, apenas.
e) I e III, apenas.

18. (FCC/2017/TRF - 5ª Região/Técnico Judiciário)


Maria foi morta por seu companheiro Gilmar motivado por razões de sua
condição de sexo feminino, com o menosprezo e discriminação à condição
feminina e violência doméstica e familiar. A tipificação penal para este crime é
a) Homicídio culposo.
b) Homicídio qualificado à traição por se tratar de companheiro.

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c) Feminicídio.
d) Genocídio.
e) Homicídio simples.

19. (FCC/2017/PC-AP/Delegado de Polícia)


João decide agredir fisicamente Pedro, seu desafeto, provocando-lhe vários
ferimentos. Porém, durante a luta corporal, João resolve matar Pedro,
realizando um disparo de arma de fogo contra a vítima, sem, contudo, conseguir
atingi-lo. A polícia é acionada, separando os contendores. Diante do caso
hipotético, João responderá
a) Apenas por lesões corporais.
b) Apenas por tentativa de homicídio.
c) Por rixa e disparo de arma de fogo.
d) Por lesões corporais consumadas e disparo de arma de fogo.
e) Por lesões corporais consumadas e homicídio tentado.

20. (IBADE/2017/PC-AC/Escrivão de Polícia Civil)


Abigail, depois de iniciado parto caseiro, mas antes de completá-lo, sob
influência do estado puerperal, mata o próprio filho. Abigail praticou crime de:
a) Consentimento para o aborto.
b) Homicídio.
c) Homicídio qualificado.
d) Infanticídio.
e) Autoaborto.

21. (UFMT/2016/DPE-MT/Defensor Público)


A respeito dos crimes contra a honra, insculpidos no Código Penal, assinale a
afirmativa correta.
a) Configura o crime de injúria imputar a alguém fato ofensivo a sua reputação.
b) Configura o crime de difamação ofender a dignidade ou o decoro de alguém.
c) A calúnia somente admite a exceção da verdade em caso de o ofendido ser
funcionário público, em exercício de suas funções.
d) Configura crime de calúnia imputar a alguém falsamente fato definido como
crime.
e) A calúnia contra os mortos não é punível.

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22. (FCC/2016/AL/MS/Agente de Polícia Legislativo)


Paulo é atropelado e, em estado grave, é socorrido de ambulância a um
determinado Hospital para atendimento emergencial. Chegando ao nosocômio,
a gerente Flávia exige da esposa do atropelado a apresentação de um cheque-
caução no valor de R$ 20.000,00 e o preenchimento de formulários
administrativos como condição para iniciar o atendimento médico-hospitalar
emergencial. Neste caso, a gerente Flávia
a) Cometeu crime de homicídio doloso.
b) Cometeu crime de omissão de socorro.
c) Não cometeu crime, agindo de forma absolutamente legal segundo normas
que regem o atendimento hospitalar no Brasil.
d) Cometeu crime de lesão corporal de natureza grave.
e) Cometeu crime de condicionamento de atendimento médico-hospitalar
emergencial.

23. (FCC/2016/DPE-ES/Defensor Público)


No tocante ao crime de homicídio, é correto afirmar que
a) Inadmissível a continuidade delitiva, por ser a vida um bem personalíssimo.
b) Possível o reconhecimento da figura privilegiada do delito na decisão de
pronúncia.
c) A ausência de motivos e a embriaguez completa são incompatíveis com a
qualificadora do motivo fútil, consoante entendimento jurisprudencial.
d) Possível a coexistência entre as qualificadoras dos motivos torpe e fútil,
segundo entendimento sumulado.
e) A chamada figura privilegiada é incompatível com as qualificadoras do
emprego de meio cruel e do motivo torpe.

24. (FUNCAB/2016/PC-PA/Investigador de Polícia Civil)


O homicídio é doutrinariamente classificado como crime
a) Vago, permanente e multitudinário.
b) De concurso necessário, comum e de forma livre.
c) De dano, material e instantâneo de efeitos permanentes.
d) Próprio, de perigo individual e de consumação antecipada.
e) De mão própria, habitual e de forma vinculada.

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25. (MPE-SC/2016/MPE-SC/Promotor de Justiça – Matutina)


No crime de violação de domicílio, previsto no art. 150 do Código Penal, existe
uma circunstância de especial aumento de pena segundo a qual aumenta-se a
pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos
legais, ou com inobservância das formalidades, estabelecidas em lei, ou com
abuso de poder.
( ) Certo
( ) Errado

26. (FUNCAB/2016/PC-PA/Investigador de Polícia Civil)


O crime de ameaça:
a) Pressupõe e injustiça do mal prometido.
b) É de ação penal privada.
c) Não admite transação penal.
d) Não pode ser praticado por meios simbólicos.
e) Quando usado como meio executório de um roubo, coexiste com este em
concurso de crimes.

27. (MPE-SC/2016/MPE-SC/Promotor de Justiça – Matutina)


No crime de constrangimento ilegal, previsto no art. 146 do Código Penal,
consta, expressamente, mais de um motivo em que o constrangimento é
considerado atípico.
( ) Certo
( ) Errado

28. (FCC/2015/TJ-PI/Juiz Substituto)


No que se refere aos crimes contra a liberdade pessoal, é correto afirmar:
a) A intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento da vítima ou de
seu representante legal, não exclui, em qualquer situação, o constrangimento
ilegal.
b) O crime de constrangimento ilegal não se reveste de subsidiariedade em
relação a outros delitos.
c) Constitui figura equiparada à de redução a condição análoga à de escravo o
ato de cercear o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador,
com o fim de retê-lo no local de trabalho.

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d) O crime de cárcere privado é permanente e formal, não admitindo a


tentativa.
e) O crime de ameaça, se praticado no contexto de violência doméstica e
familiar contra a mulher, é de ação penal pública incondicionada.

29. (FUNCAB/2015/PC-AC/Perito Médico-Legista)


Em uma briga de trânsito, um motorista sai do carro e dá um soco em outro
motorista e este cai, batendo com a cabeça na calçada e depois de algumas
horas morre no hospital. O melhor enquadramento do crime é
a) Lesão corporal culposa.
b) Lesão corporal dolosa.
c) Lesão corporal seguida de morte.
d) Homicídio com dolo eventual.
e) Homicídio culposo.

30. (FGV/2015/TJ-BA/Analista Judiciário)


Jean, valendo-se de sua conta no Twitter, publicou declaração de natureza
discriminatória em relação aos homossexuais, de forma genérica. Tal ação
configura:
a) Conduta atípica.
b) Crime de injúria.
c) Crime de injúria racial;
d) Crime de preconceito de raça, cor, etnia ou religião.
e) Crime de manifestação de ódio.

31. (FCC/2014/TRT – 2ª Região/Técnico Judiciário)


No Código Penal, nos crimes de injúria, infanticídio e lesão corporal, os bens
jurídicos tutelados são, respectivamente, a
a) Honra, vida e a integridade física.
b) Vida, a honra e a integridade física.
c) Honra, a integridade física e a vida.
d) Integridade física, a vida e a honra.
e) Vida, a integridade física e a honra.

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Gabarito

E E C
A C C
B E Certo
C C A
B C Certo
B B C
A C C
Errado B A
E D A
D D
Certo E

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