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AULA 01
EMENTA:
Criminologia
I- Introdução
II- Conceito
III-Métodos da Criminologia
IV- Objetos da Criminologia
IV.I- Controles sociais
IV.I.I.- Informais
IV.I.I.I- Escola
IV.I.I.II-Família
Bibliografia:
Contatos:
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Criminologia
I- Introdução
Abordagem do fenômeno crime:
CRIME
CRIME
I-Direito Penal: aborda o crime tendo em vista o aspecto legal. Crime é o que está escrito na lei.
Crime para o Direito Penal é aquela disposição estática e cristalizada.
Exemplo: Estupro
Crime seria:
Quando se tem um crime, o autor dele, está violando as expectativas que todos têm de viver em
sociedade.
Jean-Jacques Rousseau: cada indivíduo da sociedade faz um contrato social que seria a doação
de parte da liberdade para o Estado para poder viver em sociedade. Todavia, o indivíduo acredita
que todos irão conviver de forma harmônica, que irá respeitar o direito de terceiro.
Niklas Luhmann: Como nós vivemos em sociedade, nós temos que analisar se o
descumprimento de uma expectativa social vai gerar um desequilíbrio da sociedade.
Este equilíbrio deve ser restabelecido. Porém, este restabelecimento dependerá da forma
como o indivíduo irá lutar e pugnar por ele.
-Meios/ Facetas para alcançar o restabelecimento: Pode ser por meio da pena, da medida.
Luhmann: “Sistema”
O sistema deve primar pela chamada autopoiese. O grande sistema é composto por
microssistemas (direito, igreja, escola). Se há uma quebra dessas expectativas sociais, exemplo:
crime, gera um desequilíbrio sistêmico. A harmonia que a autopoiese tinha, acaba.
Logo, quando ocorre um crime, o sistema se desestabiliza e a autopoiese diz que o sistema
tem que estar sempre em equilíbrio/harmonia e deve-se primar pela regulamentação.
A criminologia, vem com a ideia de restabelecimento deste sistema. Quando ocorre um crime
tem-se que ter uma reação ao crime. E, através das soluções concedidas pela criminologia,
busca-se a estabilização.
Tem-se a reação proposta por Guther Jakobs. Guther Jakobs propôs, em seu
funcionalismo sistêmico
-Proteção ao bem jurídico, sem se esquecer com do criminoso, haja vista que o doutrinador se
preocupa com a ressocialização.
Exemplo: EUA trabalha com o Direito Penal do Inimigo. As pessoas que não respeitam
(reconhecem) a ordem social, serão tratadas com o direito penal do Inimigo. São exemplos:
-Terrorista
-Traficante
-Integrantes de organização Criminosa
Direito Penal do autor (Mezger): Forma de violação de garantias constitucionais, mas para punir
alguém pelo que ela é. É punir o indivíduo pela sua condição social.
Propõem o Direito Penal em velocidade para mostrar como é que o Direito Penal reage ao
crime.
Formas de combater o crime:
01)Direito Penal de1º velocidade: Teria a aplicação de pena privativa de liberdade mais
garantias constitucionais.
Esta forma de reação ao crime, é muito lenta. Para aplicar pena privativa de liberdade ao
indivíduo, tem-se que conceder garantias sociais a ela. Quanto mais querer prender, mais
garantias têm-se que conceder.
2º)Direito Penal de 2ª velocidade: Aplica-se uma pena restritiva de direitos. Todavia, para aplicar
a pena restritiva de direitos tem-se que suprimir garantias.
O Brasil reage ao crime nesta velocidade. Como exemplo tem-se a lei 9099/95 (transação penal e
a suspensão condicional do processo são situações de direito penal de segunda velocidade).
Criminologia
Conceito
-Criminologia seria um apêndice do Direito Penal? NÃO. É uma ciência autônoma. Logo, a
criminologia possui:
EMPÍRICO OU PRAGMÁTICO
Porque estudar o caso concreto é a melhor opção? Por questões sociais e de segurança pública.
Exemplo: art. 59, caput, do CP- trabalhou o comportamento da vítima como elemento de aplicação
da pena.
Para a criminologia o crime é algo de desestabilização social, que viola as expectativas sociais.
Algo que causa no indivíduo dor e aflição.
02) Criminoso
03) Vítima
Conjunto de instituições que visam promover a submissão de um indivíduo aos seus dogmas,
pensamentos.
Exemplo: Bullying.
A criminologia faz um estudo futuro para o impedimento de um crime.
Família: Os pais são exemplos (espelho) para os filhos. Tudo o que o pai faz, o filho repete. Se
o pai promover dogmas errados, fará com que o filho nasça e permaneça em erro.
AULA 02
I-Controles Sociais
I.I-Controles Sociais Formais
01) Polícia
02) Ministério Público
03) Poder Judiciário:
II-Funções da Criminologia
01) Primária
02)Secundária
03)Terciária
III-Prevenção da Criminologia
V-Escolas
V.I-Escola Clássica
V.II- Escola Positivista
V.III- Escola Interacionista/ Etiquetamento/ Label Approach
I-Controles Sociais
-São aqueles que controles que promovem a criação de um criminoso ou evitam que um
criminoso faça crimes.
01) Polícia: Polícia controla o criminoso- rotula, controla. Todavia, nem sempre os taxados
criminosos pelos policiais são condenados posteriormente e são realmente criminosos. A Lei
7.210/84 (Lei de Execução Penal) diz que é direito do preso, definitivo ou provisório, vedar
qualquer tipo de exposição a sensacionalismo, norma esta, nem sempre respeitada pelos
policiais.
02) Ministério Público: Quando o promotor denuncia pode, muitas vezes, rotular um inocente.
Exemplo: Quando o promotor de justiça passa a acusar o indivíduo pela sua pessoa e não pelo
ato cometido.
Observação: A atuação pejorativa dos órgãos estatais gera uma sociedade discriminatória.
03) Poder Judiciário: Se o juiz condena um agente, o Poder Judiciário cria um criminoso que
pode ser inocente.
Questão (MP): Os controles sociais formais, Polícia, Ministério Público e Poder Judiciário, são
órgãos estatais (controles sociais formais) que com seu atuar “criam/estigmatizam” um criminoso?
SIM. A atuação ministerial dentro ou fora da lei vai estigmatizar. Quando acusa, está
estigmatizando. O estigma pode ser legítimo ou não.
II-Funções da Criminologia
Informar para sociedade, para o Direito Penal acerca do crime/criminoso, a forma de combater.
Informar para a sociedade e para o poder público (por meio de um estudo empírico) sobre
alguns objetos que ela analisa.
Lembrando...
Função exemplificadora.
01)Primária: Prevenção mais eficaz. Combater, prevenir o crime na origem (“cortar o mal pela
raiz”) por meio de políticas públicas (educação, saúde, lazer). Se a sociedade é estruturada, o
índice de crimes é menor- Prevenção mais morosa, longo prazo.
-Tem um enfoque mais imediatista, pois vai atuar depois que o foco criminoso se
manifestou, depois que o crime nasceu em certo local. Atua nos focos de criminalidade. A ideia é
pautada na segurança pública (se a criminalidade é na favela, aumenta-se o policiamento nelas).
Criminologia: é uma ciência (que possui objetos próprios -crime/criminosos), possui a função
de informar (para sociedade, para o Direito Penal acerca do crime/criminoso e forma de combater)
e prevenir que o crime ocorra. Analisa os conflitos sociais. Salienta-se que o método utilizado é o
empírico.
Esta técnica legislativa irá escolher as melhores leis, regras para sedimentar o direito penal. Para
isto é necessária sabedoria legislativa. A Criminologia fará uma filtragem: “qual o conflito
social importante, qual a melhor forma de filtrar? ”
Quem faz esta filtragem são os legisladores. Quais legisladores? Congresso Nacional,
Senador e Deputado federal. Legisladores Federais.
-Cuidado:
Art. 22, I, da CR/88
Direito Penal: é a escolha feita, ou seja, a lei. A lei que reputou ser melhor para determinado
caso.
Aqui, tem-se o Código Penal. O Código Penal que utiliza o método lógico-abstrato/dedutivo
para aplicar a lei.
Observação: A criminologia utiliza a política do SER, e não do DEVER SER como o Direito Penal.
V.I)Escola Clássica:
-O ponto inicial é a análise da lei. Busca o criminoso no Código Penal. Os objetos crime e
criminoso estão no Código Penal.
Observação: Este estudo é equivocado pois, confunde criminologia e Código Penal. Aqui a
criminologia não é uma ciência autônoma.
-Cesare Beccaria: “As penas não devem ser doces nem amargas, as penas devem ser
aplicadas” (Certeza da punição e princípio da Legalidade).
- Está pautada no livre arbítrio. Todo homem nasce livre e, se comete um crime, este
crime deve ser imputado a ele como uma manifestação do seu livre arbítrio/vontade. O
fundamento punitivo é o livre arbítrio. Se descumpre a lei, código penal. Esta ideia se contrapõe
ao Determinismo Social.
-Logo está escola repudia a ideia determinismo social (o meio determina o homem).
-Ao invés de esperar o indivíduo cometer crimes, ele será preso (pelas condições ele iria
cometer crimes).
Crítica a Cesare Lombroso: Foi estudar o criminoso nas penitenciarias do Sul da Itália. O
estudo deveria ter sido realizado na sociedade.
02) Mezger : -Teoria do Direito Penal do Autor: Punir o indivíduo pela sua condição pessoal
(Também denominado pelo Direito Penal de Culpabilidade de AUTOR.).
-Modificou o livre- arbítrio, a pessoa nascia presa a certos aspectos biológicos. O criminoso
tinha algumas características pessoais, tinha uma força fora do comum, insensibilidade a dor,
desvio mental. Guinou o método pragmático, do caso concreto, prático, indutivo.
-
Observação: Direito Penal do Autor # Direito Penal de Ato
-Direito Penal de ato: Punir o indivíduo pelo crime que ela cometeu.
03) Emrico Ferri: Foi o precursor da análise sob aspecto social.
- Ferri aduz que o indivíduo, por ser um ser anormal (vulnerável) não pode ser tratada
conforme o código Penal. Todavia, este modo de atuar é questionável, pois é sabido que o livre
arbítrio existe.
-Os aspecto biológico e social existem, todavia, o criminoso tem um Déficit Moral.
O criminoso tem um certo desvio de caráter, ele não consegue fazer uma distinção do
certo e o errado. O Criminoso tem seu aspecto moral reduzido (tem um problema biológico: déficit
de moralidade).
-Este aspecto social tem que fazer uma espécie de meia culpa. Zaffaroni propõem que
tem-se que juntar o art. 66 do CP para o Estado-Juiz aplicar a chamada atenuante inominada.
- O Brasil adota essa teoria: Art. 6° da CF- Direitos fundamentais + Art. 66 do CP-
atenuante inominada.
Culpabilidade (Pena)
Vulnerabilidade
Culpabilidade (Pena)
Vulnerabilidade
AULA 03
EMENTA:
Na aula de hoje serão abordados os seguintes temas:
I-Escolas da Criminologia
I-Escolas da Criminologia
-Esta escola relaciona os controles sociais como forma de rotular os indivíduos. A igreja,
Escola, família, Polícia, Poder Judiciário rotulam o indivíduo.
-Diz a Escola Interacionista que quando o indivíduo é rotulado, dificilmente este rotulo será
retirado dele.
-Quando for realizada uma acusação, a Criminologia aduz que não deve ser utilizada a
expressão “Traficante, criminoso, bandido”. Estas expressões não punem o autor pelo ato
cometido.
-Culpabilidade de Autor: Punir o indivíduo pelo que ele é, não pelo que ele fez.
Centro Cívico
Subúrbio
Periferia
No meio, onde se tem o centro (Centro econômico) denominado Cívico, tem-se poucos
delitos.
Já na segunda camada, Subúrbio (local aonde os indivíduos que trabalham no centro
Cívico residem), começaram a se ver alguns crimes tendo em vista o afastamento do Estado.
Na última camada, tem-se a periferia. Na periferia o índice de crimes é muito maior. Aqui
tem-se os denominados MARGINAIS (estão ás margens da sociedade). Tem-se uma ausência
total de Estado.
-O combate ao crime deveria ser feito na periferia (aonde se tem o foco criminoso). O
Estado deve se fazer presente na Periferia.
-Os integrantes da periferia passam a viver como se aquele ambiente fosse um Estado
paralelo.
02-Gangues:
Questão de prova: O fenômeno das gangues, que surge dentro da escola de Chicago ele é
possível de ser analisado dentro de uma situação de subcultura delinquente? SIM. As gangues
surgem na periferia dentro da ideia de subcultura delinquente.
- Aonde tem um ambiente sujo e feio, em que há um descuido social, tem-se o facilitador
para o cometimento de crimes.
- Quanto mais destruído o lugar, maior a chance do crime acontecer tendo em vista a
inexistência da presença estatal. A arquitetura da sociedade influencia diretamente na incidência
de crimes.
-Para impedir o surgimento do crime, o combate tem que ser nascedouro. Se alguém
quebrou a janela de uma casa, ela tem que ser punida. O primeiro ato tem que ser punido.
-Por menor que seja o crime, por menor que seja a conduta, ela deve ser punida.
-O Prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, pregou a tolerância zero para o combate a
criminalidade.
-Questão: Disserte sobre a Teoria das Janelas Quebradas. E se a pedra vem de dentro?
Quando o Estado joga a pedra?
- Se um funcionário público comete crimes? Quando quem está dentro comete crimes?
Quando a pedra vem de dentro o tratamento é diferenciado.
04)Al Capone:
O Estado vai para a periferia para combater os crimes de colarinho azul, desguarnece a
segurança do Centro Cívico e assim, propicia a incidência de crimes de colarinho branco (Cifras
douradas e Cifras Negras).
-Karl Marx aduz que a sociedade é vista como uma pirâmide. No topo da pirâmide estariam
os ricos/patrões. Em baixo da pirâmide estariam os pobres e os empregados.
Ricos/Patrões
Crimes/Luta de
classes
Pobres/Empregados
-Segundo a Escola Critica o Crime surge na luta do rico com o pobre. Quem é rico quer
ficar cada vez mais rico. Quem é rico vai cometer crime de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro,
corrupção, fraude em licitação dentre outros (crimes de colarinho branco).
-Pobre, para obter ascensão na pirâmide, irá praticar os crimes de furto, roubo, estelionato,
tráfico, dentre outros (crimes de colarinho azul).
-Luta incessante das classes, permite o surgimento do crime. A solução para esta escola é
acabar com a “Luta de Casses”.
Exemplo: art. 1º da lei 8137/90- o indivíduo que sonega R$ 20 milhões de reais tem pena de
reclusão. Todavia tem o benefício previsto no art. 9º da lei 10684/03 que é, extinção da
punibilidade da sonegação fiscal com a reparação do dano (pagamento) parcelamento fiscal em
20 anos com juros de 0,01% ao mês.
Exemplo: O indivíduo furta um celular no valor de R$400,00. Neste caso, se o indivíduo reparar o
dano, o art. 16 do CP autoriza uma diminuição de pena.
- O Direito Penal deve preocupar-se apenas com os bens jurídicos mais relevantes (caro).
Esta escola não prega a abolição do Direito Penal.
- O Direito Penal é importante quanto ele trabalha de forma subsidiária- atua nos casos
mais importantes, em que os demais ramos forem insuficientes.
- Nelson Hungria prega que Direito Penal deve ser usado “como o soldado de reserva”.
- O Direito Penal tem que ter um viés fragmentário, isto é, só vai tutelar alguns bens (vida,
patrimônio, integridade física).
- O Direito Penal não pode se preocupar com crimes de menos importância sob pena dele
quedar-se INEFICAZ.
- Prega um Direito Penal que atua somente em casos extremos -ULTIMA RATIO-. O
Direito Penal sendo visto como a última hipótese de aplicação da lei.
- Prega o fim (abolição, extinção) do D. Penal. A escola diz que o sistema penal está falido
- Zaffaroni (“Manual do Direito Penal Brasileiro”): utilizar uma máquina estatal cara para
pegar 10% dos crimes. Se os crimes Cifras Negras- crimes não conhecidos pelas estatísticas
oficiais são infinitas vezes maiores que os Cifras Dourada (Cifras de Ouro).
Exemplo: Dano ambiental- ao invés de se utilizar o Direito Penal, utilizaria se uma multa cominada
com o fechamento da empresa.
- Justiça Restaurativa (Consensual): Prega que haja um consenso entre autor e vítima.
Que exista uma reparação do conflito. Esta reparação pode ser feita através de conversa, de
pagamento. Reparação do dano como forma de solução dos conflitos sociais.
V-Vitimização
Exemplo: Bullying.
V.I- Espécies:
Exemplo: No crime do artigo 213 do CP- Bem jurídico violado: Dignidade Sexual.
02) Vitimização Secundária: Uma vez que a vítima sofreu lesão no seu bem jurídico, ela irá
procurar o sistema penal. A vítima ao procurar o sistema penal quer ser acolhida, todavia, muitas
vezes isto não ocorre. O indivíduo (delegado de polícia, promotor, juiz, mal preparado, não acolhe
a vítima maltrata, humilha), ela se torna vítima pela segunda vez. A forma como o sistema penal
lida com a vítima.
- Vítima passa a não mais confiar do Direito Penal, e no sistema penal. Permite o
surgimento das cifras negras tendo em vista que o indivíduo ao ser vítima do sistema penal, passa
a não confiar mais no sistema penal. A vitimização será de toda a sociedade (todos serão vítimas
em potencial do meliante solto).
01)Modelo Clássico/Dissuasório:
- Este modelo visa a retribuição do mal causado pelo crime com mal pela pena. Aplicar
pena para retribuir o mal causado pelo crime (Hegel).
- Aplicação de pena para que o indivíduo que cometeu o crime sinta “na pele”.
03)Modelo Conciliador/Restaurativo/Integrador
-Terceira via do Direito Penal: Busca a reparação do dano. Não visa a aplicação de
pena ou medidas, mas reparar o dano que o criminoso causou a alguém.
-O Direito Penal brasileiro adoto: Transação Penal (lei 9.099/95), Composição civil do
dano.