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CRIMINOLOGIA

Capítulo I:
A criminologia enquanto ciência

GABRIELA MESQUITA BORGES


2. Caracterização da criminologia enquanto
ciência interdisciplinar

2.1. A criminologia e ciência


jurídico-penal

2.2. Criminologia e política criminal

2.3. Criminologia e ciência jurídico-


processual penal.
❑ Criminologia tem ambição científica

A criminologia ❑ Interdisciplinaridade

enquanto ciência
interdisciplinar ❑ Utilização do método cientifico

Dificuldades
Problemas metodológicos

A criminologia 1) Tema muito próximo (ideologias,


enquanto experiência quotidiana, politica)

ciência 2) O fenómeno criminal tende a


interdisciplinar esconder-se

3) Questões éticas
As etapas da investigação:

1) Tema;
A criminologia
2) Objeto (problema);
enquanto
3) Recolha de dados → COMO?
ciência
MÉTODOS
interdisciplinar
4) Análise de dados;

5) Resultados e conclusões;
Conceituamos “Direito Penal” como o
2.1.
conjunto de normas que qualifica certos
A
comportamentos humanos como infrações
Criminologia penais, define os seus agentes e fixa as

e a Ciência sanções a serem aplicadas. É uma definição


que praticamente corresponde ao conceito
Jurídico-Penal
de legislação penal.
Embora a Ciência Jurídico-Penal
parta de um conjunto de normas
2.1.
positivas (regras e princípios), não
A Criminologia deve assumir caráter dogmático (no
e a Ciência sentido de uma verdade
inquestionável e imutável), uma vez
Jurídico-Penal
que deve reconhecer o seu caráter
valorativo e essencialmente crítico.
2.1.
A Criminologia e a Ciência
Jurídico-Penal
Mas então, qual a relação entre
criminologia e direito penal?

❑ Disciplinas diferentes;

❑ Método versus Métodos;

❑ Ser verus Dever-Ser;


Mas então, qual a relação entre criminologia e
2.1.
direito penal?
A
❑ Criminologia - Delito fenómeno
Criminologia antropológico, social e biopsicológico
e a Ciência ❑ Direito Penal – Delito fenómeno Jurídico
Jurídico-Penal

Ligação da Criminologia ao Direito Penal


A Política Criminal é algo por definição variável. A
própria expressão comporta um significado um
tanto quanto vago. Existe uma discussão – não
2.2. muito proveitosa – sobre o estatuto científico da
Política Criminal, uma vez que não se trata, a
A rigor, de uma disciplina com um método próprio,
mas de qualquer forma, a sua importância é
Criminologia inegável.

e Politica A Política Criminal consiste na sistematização de


estratégias, táticas e meios de controlo social da
Criminal criminalidade (penais e não penais) tendo,
portanto, penetração no Direito Penal
(principalmente no que se refere à elaboração
das normas) mas não se restringindo a ele.
2.2. A Criminologia e Politica
Criminal
No entanto, a relação entre a teoria criminal e a
resposta ao crime é muito complexa.

A Criminologia não tem a última palavra, mas pode


orientar cientificamente as decisões.

Naturalmente, é lógico pensar que entre a teoria


criminal – que aspira descobrir as causas do crime –
e a prevenção e o controlo do crime deveriam
existir uma relação direta. Esta conceção está de
acordo com a ideia de que será difícil melhorar a
prevenção e controlo do crime se não existir um
conhecimento mínimo e prévio das suas causas.
2.3. A Criminologia e Ciência Jurídico-Processual Penal

❑ A Ciência Jurídico-Processual Penal é o conjunto de princípios e normas


que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal, bem como as
atividades persecutórias da Polícia Judiciária, e a estruturação dos órgãos
da função jurisdicional e respetivos auxiliares.

❑ O Processo Penal, é o instrumento através do qual pode ser imposta


uma pena em função de um delito. De modo que existe uma íntima
relação entre delito, pena e processo, que são complementares.
2.3. A Criminologia e Ciência Jurídico-Processual Penal

❑A Criminologia fornece os elementos necessários para que se estipule o


adequado tratamento do réu no âmbito jurisdicional. Também indica qual a
personalidade e o contexto social do acusado e do crime, auxiliando os juristas para
que a sentença seja mais justa. A criminologia oferece os critérios valorativos da
conduta criminosa.

❑ O estudo da criminologia ganha relevo porque é ela quem deve analisar quais são
os fatores que culminaram no cenário atual. É a ciência que possui as ferramentas e
saberes para examinar o fenómeno criminológico que ocorre na sociedade.
Capítulo II:
Objeto e Método da Criminologia

CRIMINOLOGIA
1. O crime como objeto da criminologia

Definição sociológica de crime:

Garofalo diz que existe um delito natural. Existem comportamentos que sempre
são considerados crimes, que consistem no pôr em causa de dois sentimentos
essenciais à vida em comunidade: a probidade (respeito pelas coisas do outro) e
piedade (respeito pela vida do outro).

Durkheim (1984) diz que temos crimes que podem ser reconhecidos porque são
atos universalmente reprovados e que lesam sentimentos coletivos de uma
sociedade e originam sempre uma sanção estatal.
Definição sociológica de crime

❖ Vantagens: universalidade, porque se


conseguirmos procurar na sociedade ao
1. longo do tempo de estes atos, ficamos com
O crime como uma visão geral do crime.

objeto da ❖ Desvantagens: nas sociedades atuais,

criminologia será possível haver atos universalmente


reprováveis sobre os quais todos
concordamos? Talvez seja um bocadinho
difícil.
1. O crime como objeto da criminologia
Definição jurídico-penal de crime

Na definição legal de crime (que é restrita), remetemo-


nos para o código penal. Será crime toda a ação ou
omissão que infringe uma norma de um determinado
pais e momento e que por isso acarreta sanção do
Estado. A criminologia pode pegar nesses
comportamentos e estudá-los.

Vantagens: Se utilizarmos esta definição (fácil e clara,


observável pelas estatísticas oficiais) facilitamos a
catalogação de um comportamento como crime.

Desvantagens?
1. O crime como objeto da criminologia
Definição criminológica de crime

Definição de Robert: desvio é a transgressão das normas de comportamento de


um grupo social.

Qual a relação entre crime, desvio e controlo social? O crime é o núcleo duro
dos comportamentos desviantes. Depois haverá uma zona cinzenta que conduz
a uma reação. É um atentado às normas que regem um determinado grupo.
Fora disto, teremos tudo o que é comportamento considerado normal que não
acarreta uma reação negativa.
Definição criminológica de crime

Nova definição: O que é então o controlo social?


Que mecanismos são estes ou como é que os
1. podemos definir?

O crime Distinguimos o controlo social formal e


informal.
como objeto
E quando falamos de delinquentes, quem são?
da
Podemos distinguir os não delinquentes e
criminologia delinquentes? E a vítima? Existe um perfil de
vítima? Qual a importância da vítima no sistema
penal?
Posição adotada

Assim sendo, quando analisamos o crime, é


necessário distinguir três planos:

1. 1. É essencial referir a existência de um problema


social censurável, sobre o qual deviam ser
O crime como
tomadas medidas para prevenir o seu surgimento;
objeto da 2. Este trabalho só pode ser desenvolvido se forem

criminologia conhecidas, minimamente, as suas causas, bem


como os factos empíricos relacionados com o
mesmo;

3. A já mencionada intervenção «reflexiva».


Posição adotada

❑ O estudo científico do crime

1. também inclui a quantificação do


mesmo, isto é, quantos crimes são
O crime cometidos num dado período numa
como objeto unidade espacial dada, seja um país,
uma região ou um bairro.
da
❑ Por último, também é decisivo como
criminologia e por que razão se elaboram as leis e,
mais concretamente, as leis penais.
2. O Método e as técnicas de
investigação em Criminologia

1. Dentro de certos limites, a ciência aspira descrever


e explicar a realidade, e para tal concede uma
decisiva importância à observação, aos factos
empíricos, à experiência.

2. Na Criminologia é decisivo o estudo da


metodologia através da qual se realizam observações
do crime e dos delinquentes com técnicas como a
observação participante, as entrevistas, as
estatísticas oficiais, questionários de autoavaliação
(… )
2. O Método e as técnicas de investigação em
Criminologia
A necessidade de interdisciplinaridade e integração

1. A interdisciplinaridade da Criminologia decorre da sua própria consolidação


histórica como ciência autónoma, à vista da influência profunda de diversas outras
ciências: Medicina Legal, Sociologia, Direito, Psicologia, Biologia, etc., e utiliza
métodos para além de conceitos.

2. Cada teoria criminológica privilegia determinado método (experimental,


estatísticas, inquéritos, qualitativo…).
2. O Método e as técnicas de
investigação em Criminologia

A necessidade de interdisciplinaridade e integração

Quando poderemos, então, considerar que um sistema é


científico e, assim, diferenciá-lo daqueles que não o são?

Popper: um sistema científico consiste num conjunto de


hipóteses inter-relacionadas que podem estar sujeitas a
contradições através da observação de factos

critério da contestação
2. O Método e as técnicas de investigação em
Criminologia

A necessidade de interdisciplinaridade e integração

-É importante destacar que não basta testar levianamente as


hipóteses ou dar como certas as descobertas, uma vez que
é fundamental submetê-las a testes absolutamente fiáveis.

-Porém, há teorias mais facilmente refutáveis que outras: a


refutabilidade é uma qualidade mensurável.
Técnicas de
2.
investigação sociológica
O Método e
as técnicas de e antropológica
investigação A antropologia é a ciência
A Sociologia é um estudo que tem como objeto de
em da sociedade, dos padrões estudo o ser humano e a

Criminologia de relações sociais, humanidade de maneira


interação social e cultura totalizante, ou seja,

da vida cotidiana. abrangendo todas as suas


dimensões.
2. O Método e as técnicas de investigação em
Criminologia

Técnicas de investigação sociológica e antropológica


• Métodos quantitativos:

• Informação numérica e direta

• Frequências, percentagens, correlações

• Métodos qualitativos:

• Informação qualitativa

• Tratamento em profundidade

• O evento tal como os participantes o vivem


Métodos Quantitativos
Medidas da criminalidade:

Estatísticas oficiais da criminalidade

Inquéritos de delinquência autorrevelada

Inquéritos de vitimação
Estatísticas oficiais da criminalidade
→ Indicadores

▪ Públicas e privadas

▪ Nacionais e internacionais

▪ Policiais, judiciárias, penitenciárias

▪ Outras (e.g., APAV)


Estatísticas oficiais da criminalidade
O que descrevem:

▪ Volume da criminalidade;

▪ Estrutura da criminalidade;

▪ Evoluções no tempo

▪ Variações no espaço
Estatísticas oficiais da criminalidade
Estatísticas oficiais da criminalidade

Volume?

Estrutura?
Estatísticas oficiais da criminalidade

As estatísticas oficiais “(…) estão longe de


medir com rigor a dimensão, as tendências e
o significado da criminalidade e da
segurança”
(Agra, 2007, p.4)
Estatísticas oficiais da criminalidade
34

▪ Alterações na legislação

▪ Alterações nas formas de registo

▪ Alterações na sensibilidade da opinião pública

→ Criminalidade aparente vs. criminalidade


legal vs. criminalidade real
Cifras negras

→ o desfasamento entre criminalidade conhecida e


criminalidade real

Fatores que contribuem:

Cifras negras ▪ Só quem praticou sabe (problema de incidência e


prevalência);

São apenas ▪ Não denúncia das vítimas;


indicadores da
criminalidade ▪ Queixas não registadas;

▪ Polícia é instância de seleção.


35
36 Efeito funil
→ Perda de casos em cada
nível
→ O papel da polícia: Crimes cometidos
Crimes denunciados (P)
▪ Erros e lapsos
Acusação (MP)
▪ Formas de registo Julgamento (Tribunais)
▪ Categorias existentes Condenações
→ Conteúdo da criminalidade aparente: Prisão

▪ Maior visibilidade
▪ Maior reportabilidade
Medidas alternativas
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▪ Inquéritos de delinquência autorrevelada

▪ Inquéritos de vitimação
→ Complementaridade face às estatísticas oficiais
→ Conhecimento de parte das cifras negras
→ Informações sobre o perfil das vítimas e ofensores
Inquéritos de delinquência auto-revelada
▪ Objetivos:

▪ volume e estrutura da criminalidade

▪ comparação entre delitos conhecidos e não conhecidos

▪ reação social

▪ carreiras criminais

▪ situação criminosa
Inquéritos de delinquência auto-revelada

▪ Dificuldades:

▪ populações adultas → desejabilidade social

▪ prevalência e incidência

▪ localização no tempo (telescoping)

▪ aplicação

▪ redação das questões

▪ ambiguidade do vivido
Inquéritos de
vitimação
▪ Objetivos:

▪ Volume e estrutura da criminalidade

▪ Razões para não apresentação de


queixa

▪ Reação social

▪ Sentimento de insegurança
▪ Dificuldades:

▪ Localização no tempo
(telescoping)
Inquéritos
▪ Redação das questões
de
▪ Ambiguidade do vivido
vitimação
▪ Aplicação

▪ Crimes sem vítimas


Medidas da criminalidade

❑Adequação ao que se pretende medir


❑ Fragilidade
❑ Complementaridade

Método compósito (C. Agra)


Método experimental
Técnica dos grupos de controlo e dos grupos
experimentais, requisitos:

▪ Dois grupos (experimental e de controlo)

▪ Distribuição aleatória

▪ Avaliação de alteração da variável dependente

▪ Pré-teste e pós-teste
Método experimental
Técnicas de psicologia experimental: testes
- O objeto da psicologia experimental é o comportamento observável,
a fim de testar modelos e teorias matemáticas sobre diversos aspetos
do mesmo: prestar atenção, perceber, recordar, aprender, decidir, reagir
emocionalmente e interagir.

- Os testes às teorias e modelos são experimentais, isto é, implicam a


manipulação de variáveis ditas independentes e o registo rigoroso e a
medição precisa do que acontece às variáveis dependentes.
Método experimental
Técnicas de psicologia experimental: testes
- A maioria dos estudos experimentais em psicologia ocorre em ambiente
laboratorial, apesar de também poderem ser feitas experiências em ambiente
natural, como pretexto para testar modelos desenvolvidos e testados em
laboratório ou para gerar ideias que serão testadas nas condições de rigor dos
laboratórios.

- A psicologia experimental pode recorrer tanto a sujeitos humanos como a outros


animais, admitindo como paradigma de referência a teoria evolucionista das
espécies.
Exemplos de Experiências:
Mock Prison
❑ A experiência da Prisão Experimental de
Stanford

❑ Sob a supervisão de P. Zimbardo

❑ Estudo clássico sobre os efeitos psicológicos


da prisão

❑ Realizado na cave do Departamento de


Psicologia da Universidade de Stanford nos
anos 70.
Exemplos de Experiências: Mock Prison
Hipótese experimental:

Será que o ambiente (situacional) vivido


numa prisão contribui para o para as
condições pouco humanas que se vivem nas
prisões?
Metodologia e desenho experimental
Exemplos de
1. Construção de uma prisão experimental
Experiências: simulada (“mock prison”)

2. Constituição de uma amostra


Mock Prison
- Colocação de um anúncio no jornal

- Dos 75 respondentes, 21 indivíduos do sexo


masculino foram seleccionados. Critério: os mais
psicologicamente estáveis e saudáveis.

- Os participantes eram, em média, caucasianos e


de classe média. Não se conheciam entre si.
▪ Os “reclusos” foram detidos pela
polícia da cidade, e conduzidos à
prisão experimental. Violação do
artigo 211 e do 459 do CP (Assalto
à mão armada e furto)

▪ Na prisão, os “reclusos”
foram acolhidos pelo director
prisional (Zimbardo) que lhes
comunicou a gravidade dos
seus delitos e o seu novo
estatuto de reclusos.
Despersonalização do
“eu”

❑ “Reclusos” sistematicamente
revistados e despidos
❑ Número de identificação
51 Guardas Reclusos
- Trabalho por turnos - 24h/dia na prisão
- Uniforme militar, bastões de - Vestido ou bata; sandálias de
madeira e óculos de sol borracha; ausência de roupa
espelhados (impedimento de interior; meia de nylon na
expressão de emoções) cabeça para dar efeito de

cabelo rapado.
Recolha de dados
❑ Gravação de vídeo

❑ Gravação de áudio

❑ Escalas de classificação (várias vezes para medir as diferenças dos estados afectivos e
dinâmicas interpessoais)

❑ Escalas individuais

❑ Observações pessoais

❑ O que se pretendia? Observar as interacções entre participantes a nível cognitivo, emocional


e atitudinal.
Resultados
 27/30 incidentes que envolviam insultos verbais eram iniciados pelos
“guardas”.

 23/29 acontecimentos que envolveram uso de instrumentos aquando


a interacção interpessoal foram feitos por “guardas”.

 Com o decorrer da experiência: aumentaram as ameaças por parte dos


“guardas”, aumentou a passividade dos “reclusos”.

 90% do tempo de conversação era relacionado com temas da “prisão


experimental”.
Resultados
 5 reclusos saíram antecipadamente por depressão
emocional extrema, choro e ansiedade aguda.

 1 recluso teve uma perturbação psicossomática


(problema de pele)

 Alguns guardas exacerbaram as suas posições, faziam


horas extra.
Problemas Éticos
❑ Zimbardo tinha um
duplo papel (investigador
e superintendente)

❑ Artificialidade da
situação
Método experimental
Méritos: Dificuldades:

▪ Controlo de fatores ▪ Artificialidade

estranhos; ▪ Dificuldade em
encontrar sujeitos
▪ Rapidez;

▪ Problemas éticos
▪ Controlo de custos;
▪ ‘Efeito do investigador’
As tábuas de prognose são quadros de
probabilidades estatísticas sobre a conduta
futura, penalmente relevante, de um
individuo. São, portanto, enunciados onde se
Tábuas registam e quantificam, em termos
estatísticos, os fatores considerados
de
preponderantes para a previsão de um

Prognose determinado comportamento do


delinquente: reincidência, adaptação à
liberdade condicional e a eficácia do
tratamento prisional, nomeadamente.
Estudos:

A primeira tábua elaborada é de Ernest

Tábuas Burgess, sociólogo que observou o


comportamento de 3000 delinquentes em

de liberdade condicional. Do seu estudo selecionou


os 21 fatores que considerava serem os mais
Prognose propícios ao êxito da liberdade condicional,
tendo concluído que a percentagem de violações
da parole era inversamente proporcional à
pontuação.
Métodos Qualitativos
Entrevistas

(+) Profundidade e riqueza de informações

(-) Acesso ao terreno

Objetivo das entrevistas

Cuidados (guião, confidencialidade, relação entrevistador-


entrevistado

Exemplos:

▪ Estruturada. Semiestruturada, Não estrutura;


▪ Clinica;
▪ Centrada;
▪ Em profundidade;
▪ Etnográficas
Focus group

Morgan (1996, 1997), define focus group como uma


técnica de investigação de recolha de dados através da
interação do grupo sobre um tópico apresentado pelo
investigador.

Três componentes essenciais:


Métodos 1. São um método de investigação dirigido à recolha
de dados;
Qualitativos
2. Localiza a interação na discussão do grupo como a
fonte dos dados;
3. Reconhece o papel ativo do investigador na
dinamização da discussão do grupo para efeitos
de recolha dos dados.
Estudos biográficos de casos individuais ou case-
studies:

- Seguir o percurso de vida de um indivíduo através


Métodos do acesso a documentos que permitem reconstruir o
percurso do individuo de forma indireta.
Qualitativos
- Exemplos: O ladrão profissional de Sutherland ou a
obra Jack Roller de Clifford R. Shaw
Análise Documental

Profundidade
Métodos
Qualitativos Diários, cartas, biografias,
processos judiciais

Modo principal ou
complementar
Métodos Qualitativos
Observação:
Abordagem naturalista

Dificuldades:

▪ Tempo

▪ Questões éticas (ex. testemunho de um crime)

▪ Objetividade e subjetividade

▪ Acesso ao terreno

Observação participante versus Observação natural


Métodos qualitativos
Estudos de follow-up

São estudos de reincidência que implicam


um acompanhamento das trajetórias de
indivíduos ou de grupos sociais ao longo de
um determinado período depois de uma
intervenção institucional.

Estudos: Sheldon e Eleanor Glueck,


“Unraveling Juvenile Delinquency” (1950).
Bibliografia
❑ Aebi, M. (2000). Les indicateurs de la criminalité: leurs limitations, leur
complémentarité et leur influence sur les théories criminologiques.
Revue Internationale de Criminologie et de Police Technique et
Scientifique, 52(2), 131-156.

❑ Dias, J. & Andrade, M. (1992). Criminologia. Coimbra: Coimbra Editora.

❑ Hagan, F. (1994). Introduction to Criminology. Chicago: Nelson-Hall


Publishers

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