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QUESTÃO 1 - AULA 1
A) Tarefas das políticas criminais (item 5.2)
Para o prof. Aníbal Bruno, são 2:
- Determinar os fatos antissociais que devem ser definidos E
- Estabelecer as medidas de que o Estado se deve valer, diante desses fatos, para a defesa social, não
como função normativa estatal, mas como sugestão de aperfeiçoamento dos meios de combate à
criminalidade.
Para Rodríguez (tendo por base que as políticas criminais estão fundadas em bases valorativas):
- ordenar sistematicamente todas estas valorações, fundamentando a opção sistemática, além de
estabelecer qual é a finalidade geral em que se enquadram todas as finalidades específicas.
De modo sintético (Rodríguez):
1) estudar a realidade do delito, o que a remete à sua relação com as criminologias;
2) estudar os mecanismos de prevenção do delito;
3) formular a crítica à legislação penal;
4) apresentar o programa de objetivos e estratégias para a prevenção da criminalidade;
5) realizar a avaliação acerca de si próprias.
QUESTÃO 2 - AULAS 2 e 3
A e B) Aspectos importantes sobre as técnicas de estudo em Carraher
Além da familiaridade com os fatos, exige que se busquem os significados subjacentes, de modo que o
cientista social deve procurar levantar dúvidas e exercer não apenas uma função consumidora do
conhecimento, mas, também, construtora desse, o que significa dizer que ele deve ter uma mente
analítica, reflexiva e criadora.
Pelo que eu tenho anotado da aula, para Carraher o senso crítico se constrói a partir de 4 fatores:
- familiaridade e subjacência com os fatos: o conhecimento científico não se reduz ao conhecimento dos
fatos, pois é preciso ver um significado subjacente a eles (o conhecimento precisa ser fundamentado,
ter perspectiva, conhecimento mais amplo)
- observação e inferência: fazer distinção entre observações e aquilo que foi inferido a partir delas. A
diferença entre o cientista e o leigo é que o cientista reconhece a facilidade com que pode enganar-se
e tenta estabelecer meios para evitar várias fontes de erro nas suas observações.
O senso crítico exige que o pesquisador: a) consiga distinguir as suas observações sobre determinado
objeto das inferências (deduções, conclusões) que ele pode fazer a partir delas; e b) evite erros
decorrentes dessas inferências
- levantamento de dúvidas: além de adquirir conhecimentos na sua área de especialização, a pessoa
com senso crítico levanta dúvidas sobre aquilo em que se comumente acredita, explora
rigorosamente alternativas através da reflexão e avaliação de evidências, com a curiosidade de
quem nunca se contenta com o seu estado atual de conhecimento.
- mente analítica, reflexiva e construtora: tende a ser produtora ao invés de apenas consumidora do
conhecimento, não podendo aceitar passivamente as ideias dos outros.
“ser cientista e, portanto, pensador crítico envolve manter em equilíbrio duas mentes: uma para análise e
reflexão, que exige comprovação e não se satisfaz com evidências fracas e uma mente criadora, artística,
pronta para ver implicações ser inspirada, ver significâncias e relacionar o presente com seus
conhecimentos e as suas experiências anteriores”. “saber trabalhar como cientista envolve o
discernimento de saber quando uma e outra mente é apropriada à situação”.
É necessário, portanto, conciliar a mente analítica e reflexiva, que busca comprovações e não se satisfaz
com evidências fracas, com a mente criadora, que é artística e receptiva e permite que se estabeleçam
novas conexões.
O saber criminológico e político-criminal exige do pesquisador uma postura orientada pelo senso crítico,
isto é, uma busca incessante de se aproximar dos fatos, mas, sobretudo, dos significados que esses fatos
podem carregar consigo de forma oculta, razão pela qual o caminho para a descoberta desses significados
é a constante formulação de indagações acerca da realidade, o que implica abdicar da função meramente
consumidora do conhecimento, para assumir uma função construtora, por meio da conciliação entre as
mentes analítica, reflexiva e criadora.
C) Pensamento crítico de L.F. Coelho - Aplicação do pensamento dialético no âmbito das políticas criminais
(Aula 2, item 3.4)
● O termo dialética significa o “caminho entre as ideias” e a “arte do diálogo e da argumentação”.
● conforme Coelho, a interdisciplinaridade “não é a incorporação em visão unitária dos resultados de
diversas ciências, ou seja, a incorporação da crítica à ciência da sociedade realizada desde fora”,
mas, sim, “como interação de regiões teóricas, realizando-se no plano epistemológico a tarefa que
a dialética culturalista já realizara no plano ontológico.24
● Em síntese, os elementos do conhecimento, as controvérsias acerca das suas possibilidades, as suas
formas, as questões paradigmáticas e pragmáticas relativas à ciência, à técnica e a ética e o
contexto interdisciplinar no qual o conhecimento criminológico e político-criminal se desenvolve
revelam a complexidade desse conhecimento, o que deve ser levado em conta por qualquer
pesquisador das criminologias e das políticas criminais.
● No dizer de Coelho, “essas quatro dimensões do movimento, espacial, temporal, lógica e
ontológica, estão presentes, respectivamente, na natureza, na história, no pensando e no ser em
geral, isto é, nos fenômenos”, sendo, por isso, respectivamente, “o fundamento de uma dialética da
natureza, uma dialética da histórica, uma lógica dialética e uma dialética fenomenológica”.31
● De forma resumida, pode-se dizer que, a partir das diversas concepções acerca da dialética, a
realidade decorre do movimento ou da dinamicidade, ou seja, que tanto as ideias quanto das ações
que daquelas decorrem, contêm elementos que se movimentam de um campo a outro.
● A dialética da participação, segundo Coelho, “é assim uma proposta metodológica às exigências de
uma práxis transformadora, o que pressupõe também a dimensão política”. Além disso, “ao novo
estatuto justamente repugna a separação entre a teoria e a práxis, consideradas não mais como
entidades separadas no plano teórico, mas apenas o epistemológico de princípios da única
realidade, o ser humano individual e social, cuja ontologia, esta sim, pode servir de fundamento a
qualquer teorização
Prevenção do Crime
LEIS CLARAS, SIMPLES, IMPARCIAIS E GERAIS “deve preferir o impedimento do mal a sua reparação
posterior [...] as leis devem causar nos cidadãos, acima de tudo, medo de infringi-las.”
Evitar a proliferação de leis “mais leis, mais crimes”: “[...]quanto mais se estender a esfera dos crimes,
tanto mais se fará que sejam cometidos, porque se verão os delitos multiplicar-se à medida que os
motivos de delitos especificados pelas leis forem mais numerosos”
Outro meio de prevenção: “Outro meio de prevenir o crime é através do ILUMINISMO, pois o
oferecimento de luz ao povo afastará a ignorância e este passará a amar sua legislação, conhecendo
seus dispositivos e garantindo a segurança pública.”, bem como a RECOMPENSA DE VIRTUDES, “forma
de estímulo à prática do bem e à não violação da legislação”
Questão 4
LETRA A - CIÊNCIA PENITENCIÁRIA (2 autores precursores e estudos)
● Três estudiosos são muito mencionados como representantes da ciência penitenciária: John
Howard¹, Jeremy Bentham² (mais influentes) e Nikolaus Heinrich Julius.
● Howard estudos: “propôs que as prisões fossem transformadas, passando de prisões cautelares
para prisões-pena, com a melhora das suas condições.”
★ Howard sustentava a obrigatoriedade do trabalho para os condenados, não para os
presos provisórios, pois “serviria de meio adequado para a regeneração moral”. Devido a
sua religião calvinista, Howard considerava “a religião o meio maia adequado para
instruir e moralizar” e afirmava que a execução da pena deveria ser realizada por meio do
isolamento dos delinquentes, pois “favorece a reflexão e o arrependimento” e “tem o
propósito prático de combater inúmeros males de promiscuidade”
● Bentham estudos: “propôs um sistema de vigilância rigorosa, para criar novos e bons hábitos nos
presos, o qual seria realizado em estabelecimentos penitenciários com arquitetura circular, com
uma torre ao centro, onde permanecer iam os vigilantes, circunstada por outra torre anelar, onde
se situavam as celas, das quais aqueles tinham total visualização, uma vez que não continham
paredes nas partes externa e interna, apenas grades, de modo que a luz penetrava por inteiro,
favorecendo o controle visual”
● Julius estudos: fundou a ciência que se ocupa da execução ou do cumprimento das penas privativas
de liberdade e das sanções penais que, de alguma forma, privam, restringem ou limitam a liberdade
de ir, vir ou ficar dos condenados.
LETRA B - PSIQUIATRIA (quando surgiu? Estruturação do pensamento? Do que se ocupa enquanto ramo
médico? É importante na atualidade?)
● Distinção entre enfermos mentais e delinquentes, psiquiatria surgiu no final do século XVIII, no
âmbito clínico, quando começou o trabalho revolucionário de distinção entre os enfermos
mentais e os delinquentes, e a elaboração, no começo do século XIX, das primeiras categorias
psiquiátricas e do seu aparato conceitual, tais como de “crime” e de “loucura”, e as teorias da
degeneração, da inferioridade e da loucura moral.
● A psiquiatria é uma especialidade da medicina que cuida, especificamente, da prevenção, do
diagnóstico e do tratamento dos transtornos mentais e do comportamento.
● Atualidade: “O saber psiquiátrico, embora tenha passado por diversas transformações desde o
seu surgimento, continua tendo relevante importância para as ciências penais, sobretudo no que
diz respeito à apuração da inimputabilidade penal por meio dos exames de sanidade mental, daí
por que o seu estudo é primordial para a compreensão, também, do direito penal.”
● Pinel tem o mérito de haver realizado os primeiros diagnósticos clínicos, separando criminosos de
enfermos mentais e evitando rigores inúteis. também, foi o pioneiro na fundação de asilos e
hospitais psiquiátricos genuínos e na oportuna iniciação do tratamento dos enfermos psíquicos.
● O médico psiquiatra inglês Henry Maudsley (1835-1918), nas suas obras intituladas
“Responsabilidade em Doença Mental” e “Crime e Loucura”, publicadas, respectivamente, nos anos
de 1874 e 1888, afirma que o criminoso pertence uma classe especial de ser vivo inferior e
degenerado e uma subespécie mórbida cujos estigmas se perpetuam por via hereditária.
LETRA C - ESCOLA POSITIVA ITALIANA ( influência, correntes filosóficas, Como Ferri, via a
responsabilidade penal, fundamentos da responsabilidade penal, Estudo etiológico, Quais as 3 causas
As influências sofridas pelos pensadores da escola positiva italiana
a) Augusto Comte - POSITIVISMO
● “criação de uma filosofia positiva como tentativa de remediar o mal-estar social da
Revolução Francesa, criando uma doutrina social baseada nas ciências e formulando a sua
doutrina do “positivismo”.
b) Charles Darwin - DARWNISMO
● (aula 5 - antropologia - buscar)
c) Herbert Spencer - DETERMINISMO
● (aula 5 - antropologia - buscar)
FERRI - O HOMEM DELINQUENTE
● Ferri reforçou a concepção de que se exige da justiça penal uma função de defesa social e que o
método o método indutivo ou de observação e experiência deve ser utilizado na investigação do
fenômeno criminal.
● crime ou delito e o delinquente são dois objetos inseparáveis da lei penal, pois o objeto desta não
pode ser, apenas, a ação por ela proibida, mas é, e deve ser, inseparavelmente, também o
“homem” que pratica essa ação, porque o crime não pode ser, senão, a “ação de um homem”
● O delinquente sob o ponto de vista naturalístico: a pessoa anormal, inadaptada à vida social, pois
reage aos estímulos externos com uma ação delituosa
● O delinquente sob o ponto de vista jurídico: a pessoa que vive em sociedade que pratica o crime que
seja expressão da sua personalidade
● delinquente para a justiça penal: a pessoa que pratica uma ação qualificada como crime ou delito
pela lei penal
● Assim, um homem será considerado delinquente se, num dado momento de sua vida, uma ideia
criminosa tenha atravessado os seus sentimentos mais ou menos anormais, direta ou
indiretamente, por sensações do mundo externo, e esta ideia não encontre nas suas condições
fisiopsíquicas do momento (permanentes ou transitórias) uma suficiente inibição ou por
repugnância moral ou por previsão de danosas consequências, ou por ambas conjuntamente.
● A diferença entre o homem honesto e o homem delinquente está em que, no primeiro, o relâmpago
dessa ideia se dissipa ou é repelida, ao passo que na mente do outro fica, se enraíza, se aprofunda
CAUSAS DA CRIMINALIDADE PARA FERRI
● CRIME: “definição Ferri-Berenini”, de que crimes naturais são ações puníveis, determinadas por
motivos individuais (egoístas) e antissociais, que perturbam as condições de vida e vão de encontro
à moralidade média de um dado povo num dado momento”
● CAUSAS BIOLÓGICAS, PSICOLÓGICAS E SOCIAIS DO CRIME
● Causas sociais: “considerou ser o delito o resultado, entre outros, do meio social em que vive o
delinquente, da densidade populacional, da opinião pública, da religião, da constituição familiar,
do alcoolismo, dos sistemas educacional e industrial, da organização econômica e política, da
administração pública, especialmente da justiça e da polícia judicial e dos sistemas legislativo
civil e penal”
● “Ferri propõe medidas de prevenção e repressão em face da personalidade perigosa do homem
delinquente, tendo esse autor afirmado que “a realidade impunha ter em conta o homem
delinquente, não desconhecendo no delinquente os direitos insuprimíveis do homem, mas não
esquecendo nunca a insuprimível necessidade da defesa social contra o delFerri propõe que a
sociologia criminal seja a “ciência geral sobre a criminalidade”, a qual está dividida em dois ramos
distintos, isto é, “um ramo biossociológico (causas do ambiente (físicas e sociais)” e um ramo
jurídico (“organização jurídica de prevenção direta (polícia de segurança) e sobretudo a
organização jurídica repressiva (crime, pena, juízo, execução) ”.
RESPONSABILIDADE SOCIAL (medidas de segurança - periculosidade
● propõe a adoção do “critério positivista da ‘responsabilidade legal’ para todo o delinquente,
quaisquer que sejam as suas condições fisiopsíquicas de menoridade, loucura, anomalia etc.”,
sujeitando-os às medidas de segurança
● implica reconhecer que “todo sujeito ativo de delito é, portanto, sempre penalmente responsável,
desde que o ato seja seu, isto é, expressão da sua personalidade, quaisquer que sejam as condições
fisiopsíquicas em que ele o deliberou e executou”
● fundamento da responsabilidade social: “o homem é sempre responsável de todo o seu ato,
somente porque e até que vive em sociedade”
LETRA D ESCOLA POSITIVA ESPANHOLA ( qual era foco, representantes principais na espanha)
● Dorado Monteiro é considerado um correcionalista positivista, pois defendia o que denominou de
"pedagogia correcional" como sendo um "direito protetor" dos criminosos, completamente
desprovido de um sentido repressivo e doloroso, animado, apenas, por um objetivo protetor.
● Conforme Gabriel Ignacio Anitua, “a ideologia do tratamento deve uma fonte original de
legitimação no positivismo espanhol”, que, por sua vez, por meio do correcionalismo, introduziu o
positivismo penal e criminológico na Espanha de uma forma original
● Fizerem parte dessa escola criminológica, também, entre outros, Concepción de Arenal, Francisco
Giner de los Ríos, Luís Morote, Rafael Salillas, Constancio Bernaldo de Quirós e Quintiliano Saldaña.
QUESTÃO 5
LETRA A TERZA (como dividiu as ciências (fato jurídico e natural), quais os métodos) TAINARA - SERIAM
OS POSTULADOS?
● Conciliar clássicos e positivistas
● surgiu, na Itália, na última década do século XIX
● necessidade de que o estudo dogmático do crime seja complementado, mas não absorvido, pela
sociologia, pela estatística, pela antropologia e pela psicologia, bem como pela necessidade de se
distinguir imputáveis e inimputáveis
● RESPONSABILIDADE: “funda a responsabilidade criminal na saúde do delinquente, porém reconhece
a necessidade de aplicar ‘medidas de segurança’ ao não imputável” (DUALISTA)
● CRIME: “de um ponto de vista ‘jurídico’ e reconhece plena autonomia do direito criminal, se bem
que critica o excessivo tecnicismo jurídico e sugere que se considerem os aspectos sociológicos e
antropológicos do fenômeno criminal”
● PAIXÕES -IMPALLOMENI: “quando não são sintomas de uma doença mental, as paixões nunca
devem excluir a responsabilidade e nunca constituir desculpa, mas existem motivos que pedem uma
extraordinária mitigação de pena” (RELEVANTE VALOR MORAL? - DIR. PENAL)
POSTULADOS
a) 1) quanto à epistemologia, sustenta que deve haver uma nítida distinção entre a dogmática
jurídico-penal e a criminologia, devendo a primeira estar orientada pelo método lógico-abstrato e
dedutivo e a segunda, pelo método experimental causal-explicativo
b) 2) quanto ao delito, adotando um ponto de vista etiológico, concebe-o como um fato complexo, isto
é, como um fenômeno social causado naturalmente e produto de fatores tanto endógenos quanto
exógenos;
c) 3) em relação ao criminoso, rechaça a tipologia positivista, especialmente o seu conceito de
delinquente nato e as suas classificações, aceitando, no entanto, tão somente, a existência de
delinquentes ocasionais e anormais
d) 4) sobre as sanções penais, recepciona o dualismo penal, o qual permite conciliar o uso simultâneo
de consequências jurídicas distintas, isto é, das penas e das medidas de segurança, e, quanto às
suas funções, afirma que elas não podem ter, apenas, a função de punição ou de retribuição, mas,
também, as funções corretiva e educacional, persistindo a natureza de coação psicológica,
somente, em relação aos imputáveis, que são os que têm capacidade de sentir a ameaça da sanção
penal, de modo que o fim da pena é a defesa social, embora sem perder seu caráter aflitivo, e é de
natureza absolutamente distinta da medida de segurança;
e) 5) em relação à responsabilidade penal, distingue entre imputáveis e inimputáveis, ou seja,
preserva o conceito de responsabilidade moral desenvolvido pelos clássicos, mas de forma
mitigada, pois aceita a ideia de periculosidade desenvolvida pelos positivistas, de modo que, neste
ponto, a terza scuola recusa tanto o determinismo absoluto destes quanto o livre-arbítrio pleno
daqueles, pois não admite que a responsabilidade moral se fundamente no livre-arbítrio, que é
substituído pelo determinismo psicológico, segundo o qual o homem é determinado pelo motivo
mais forte, sendo imputável quem tiver capacidade de não se deixar levar pelos motivos, ou seja,
quem tem o controle das ações humanas em detrimento das fatalidades, e inimputável, quem não
tiver essa capacidade, ao qual deverá ser aplicada medida de segurança e não pena, o que implica
reconhecer que, para essa escola, a responsabilidade moral é tida como fundamento da pena e a
temibilidade ou a periculosidade, como fundamento das medidas de segurança
LETRA B ESCOLA ALEMÃ como concebeu o delito? - TAINARA
POSTULADOS:
1) Substituição dos enfoques filosóficos da Escola Clássica por um claro pragmatismo, que pressuponha a
análise e o conhecimento da realidade social. 2) Contemplação do delito como fenômeno natural e jurídico
ao mesmo tempo, combinando o estudo empírico de suas causas e a sua elaboração dogmática. 3)
Dualismo penal, isto é, reconhecimento de duas classes de consequências jurídicas distintas, dirigidas a
objetivos diferenciados, porém complementares: a pena e a medida de segurança. 4) A defesa social se
configura como fim prioritário da Administração penal. 5) Ecletismo filosófico em relação ao problema do
livre-arbítrio: ignora este, admitindo, contudo, a existência em todos os homens de uma impressão de
liberdade interna. O conceito de estado perigoso substitui o de responsabilidade moral.
● A CIÊNCIA TOTAL DO DIR. PENAL: “a ciência total do direito penal” deve comportar três partes: a
dogmática, a científica e a política criminal. Para esse autor, a dogmática seria “a parte
estritamente jurídica”; a criminologia, por sua vez, seria a parte “científica ou criminológica, que
consistia em estudar as causas do delito e os efeitos das penas – para isso, recorria à antropologia e
à sociologia criminais”; por fim, a parte político criminal ou “político-cultural, que era a parte
valorativa desta ciência total do direito penal”.
● “crime e anormalidade estavam ligados, embora houvesse afirmado que a "degeneração" ou o
"defeito" já estava presente muito antes de um indivíduo cometer um crime, pois, no seu entender,
o defeito é hereditário.”
● as classes sociais mais baixas são propícias para tornar perigosa uma pessoa degenerada, [...] as
classes sociais mais altas, embora, também, conhecessem o defeito, tinham a vantagem de dispor
de meios para conter uma pessoa degenerada.
● O CENTRO DAS PREOCUPAÇÕES: O CRIMINOSO E A PERICULOSIDADE
● Politica Criminal dualista: “pena e medida de segurança”a depender do critério a ser adotado, se o
duplo binário ou cumulativo (aplicação de medida e pena a uma mesma pessoa) ou se o vicariante
ou alternativo (ou medida ou pena, a depender da imputabilidade)