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Direito penal e o criminoso psicopata: aplicação e efeitos da punibilidade*

Criminal law and the criminal psychopath: application and effects of punibilitty

Beatriz Matteuzzi Sanches1


Wagner Camargo Gouveia2

RESUMO: No presente artigo, a temática está delimitada em apresentar os aspectos punitivistas que
estruturam o Direito Penal sob a conduta delitiva do indivíduo psicopata. Dessa forma, os objetivos
estão acostados à metodologia de pesquisa bibliográfica, trazendo ao escopo do artigo os aspectos que
circundam o transtorno de personalidade antissocial, bem como a distinção entre sociopatia e psicopatia,
apontando-se à origem do comportamento criminoso, à luz de fatores biológicos e sociais. Ademais, é
relacionado à psicopatia ao direito brasileiro, apontando os aspectos da imputabilidade, semi-
imputabilidade e inimputabilidade penal, trazendo à análise a necessidade de aplicação da medida de
segurança ou pena privativa de liberdade. Para isso, é feita uma reflexão acerca da importância em
realizar uma perícia médica para a constatação do transtorno mental. No sentido de elucidar e espelhar
o estudo, também é analisado, ainda que de forma linear, o caso do Francisco da Costa Rocha, conhecido
popularmente como "Chico Picadinho", que gerou enormes debates a respeito dos institutos penais e da
psicopatia. Com isso, fica evidente a necessidade de tratar com maior clareza sobre a punição do
criminoso portador de transtorno antissocial, respeitando sua condição de sujeito de direitos e
protegendo a sociedade de seus impulsos delitivos.
PALAVRAS-CHAVE: Psicopatia; Transtorno de personalidade antissocial; Direito Penal;
Punibilidade; Semi-imputabilidade.

ABSTRACT: In this article, the theme is delimited in presenting the punitivist aspects that structure
Criminal Law under the criminal conduct of the psychopathic individual. Thus, the objectives are linked
to the bibliographic research methodology, bringing to the scope of the article the aspects surrounding
the antisocial personality disorder, as well as the distinction between sociopathy and psychopathy,
pointing to the origin of criminal behavior, in light of factors biological and social. Furthermore, it is
related to psychopathy under Brazilian law, pointing out the aspects of imputability, semi-imputability
and criminal non-imputability, bringing to the analysis the need to apply a security measure or a
custodial sentence. For this, a reflection is made about the importance of carrying out a medical
examination for the verification of mental disorder. In order to elucidate and mirror the study, the case
of Francisco da Costa Rocha, popularly known as "Chico Picadinho", has also been analyzed, which
has generated huge debates regarding penal institutes and psychopathy. Thus, it becomes evident the
need to deal more clearly with the punishment of the criminal with antisocial disorder, respecting his
condition as a subject of rights and protecting society from its criminais impulses.
KEYWORDS: Psychopathy; Antisocial personality disorder; Criminal Law; Punishment; Semi-
imputability.

*
Esse trabalho foi apresentado originalmente pela primeira autora como Trabalho de Conclusão do Curso de
Direito da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), orientado pelo segundo autor. Em função da recomendação
de publicação dos avaliadores da Mostra de Trabalhos Científicos da UNISANTA, fez-se a presente versão.
1
Graduanda da Faculdade de Direito da Universidade Santa Cecília.
2
Doutorando em Direito Empresarial (UNINOVE). Mestre em Direito da Saúde (UNISANTA). Especialista em
criminologia (UNINTER) em Penal e Processo Penal (UNISANTA). Bacharel em Direito (UNISANTA). Delegado
de Polícia Civil. Docente da Faculdade de Direito da Universidade Santa Cecília.

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INTRODUÇÃO

Um dos imensuráveis efeitos do Direito para a vida em sociedade está na tutela dos bens
individuais e coletivos inerentes ao indivíduo. Logo, tal proteção está a cargo do Estado, que se
utiliza de uma seara específica para garantir a inviolabilidade destes, e consequentemente, a
pax social.
Assim, o Direito Penal qualifica-se como um importante instrumento para a proteção de
um conjunto específico de bens intrínsecos ao ser humano, sendo um dos basilares, a vida desde
a sua concepção biológica.
Com efeito, aqueles que violam as normas do Código Penal, estão sujeitos a cometer
um crime. Logo, é necessário conceituar ainda que de forma linear para compreender os
aspectos penais aplicáveis a um sujeito criminoso, em especificidade ao psicopata.
Ademais, é imprescindível salientar os diversos fatores que ensejam as transgressões
penais, pois em certa peculiaridade há de se destacar os fatores biológicos, psicológicos e
sociais que trazem à tona os portadores do Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS).
Desse modo, os objetivos gerais do presente artigo, funda-se na aplicação do direito
penal ao sujeito psicopata, uma vez que este venha a cometer um crime. Com isso, o escopo da
pesquisa irá delimitar-se a compreender além dos efeitos da aplicabilidade da norma penal,
como é traduzida a punibilidade na prática forense, uma vez que não se trata de um criminoso
comum.
Todavia, é primordial as colaborações multidisciplinares que envolvem a temática, logo,
são compreensíveis trazer a luz do melhor entendimento as lições de criminologia, bem como
da psiquiatria forense que circundam esse tipo de transtorno de personalidade.
Com isso, fazendo uma breve distinção entre a psicopatia e a sociopatia, é válido os
apontamentos quanto aos criminosos psicopatas e o direito penal brasileiro, destacando os
efeitos da punibilidade.
Neste contexto, optou-se por uma abordagem funcionalista à presente pesquisa. Para
tanto, Marcelo Lamy, menciona que:

“A pesquisa funcionalista, portanto, desliga-se das preocupações formais e


estruturais dos seres e se volta para os mecanismos de manutenção ou de
alteração social. É a pesquisa que perscruta o que deu e o que não deu certo
do ponto de vista da organização social.” (2020, p. 326)

No tocante a abordagem prescrita, a metodologia utilizada será de pesquisa bibliográfica


e documental, sendo estás passiveis do método dedutivo para as suas considerações finais sobre
o objeto de pesquisa.
Assim, para efeito exemplificativo e analítico das proposições mencionadas, será feito
um espelhamento ao caso de Francisco da Costa Rocha, o “Chico Picadinho”, autor de um dos
mais chocantes crimes nos país.

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Portanto, apesar da temática ser objeto de uma vasta gama de estudos em diversas áreas,
o presente trabalho pauta-se em pontuar os elementos que circundam o direito penal brasileiro
e o sujeito psicopata no tocante aos efeitos de sua punibilidade, bem como nas possíveis
consequências no meio social na condução desses fenômenos.

1 CONCEITO DE CRIME E ORIGEM DO COMPORTAMENTO CRIMINOSO

Em primeiro ponto, cabe ressaltar que a infração penal se divide em crime e


contravenção penal. A Lei de Introdução ao Direito Penal (decreto-lei nº 3.914/41), conceitua-
os da seguinte forma:

Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão
ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com
a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou
cumulativamente. (grifei)

Adentrando especificamente no conceito de crime, Victor Eduardo Rios Gonçalves


leciona:
Pelo critério material, crime é a ação ou omissão humana, intencional ou
decorrente de conduta descuidada, que ofende ou expõe a risco bens jurídicos
relevantes para a coletividade e que, por tal razão, deve ser proibido pela
prévia cominação de uma pena. Cuida-se de conceito que tem por finalidade
nortear o legislador, no sentido de verificar quais fatores são necessários para
que um comportamento humano seja considerado criminoso. (2018, p. 124).

Já sobre o critério formal, que explora o crime como sendo a conduta descrita em lei
como tal informa que "[...] é todo ato punido com sanções de natura penal (penas ou medidas
de segurança).".
Sob o viés do conceito analítico, o crime é estudado de modo estrutural. Para a teoria
bipartida, é definido como fato típico e ilícito, sendo a culpabilidade requisito para imposição
da pena. A teoria tripartida, por sua vez, defende que o crime é estruturado pelo fato típico,
ilícito e culpável.
A teoria clássica majoritariamente aceita é a tripartida, consoante se vê em um julgado
do Superior Tribunal de Justiça:

Argumentos inerentes à culpabilidade em sentido estrito, elemento integrante


da estrutura do crime, em sua concepção tripartida não autorizam a
exasperação da pena-base, a pretexto de culpabilidade desfavorável. (STJ,
Relator: Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Data de Julgamento:
28/05/2013, T5 - QUINTA TURMA).

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1.1 O Sujeito Criminoso

A classificação dos criminosos é de suma importância dentro da esfera criminológica


para estabelecer o perfil delinquente e colaborar em um diagnóstico mais efetivo.
Nesse sentido, temos a famosa classificação etiológica do professor Hilário Veiga de
Carvalho, que a estabelece através de critérios biológicos e mesológicos (sociais):

 Biocriminosos puros (pseudocriminosos): São aqueles que apresentam


exclusivamente fatores biológicos e devem receber o devido tratamento médico
psiquiátrico em instituições adequadas. São incapazes de compreender a ilicitude de
seus atos ou de controlar seus impulsos, por isso são inimputáveis. Dá-se o exemplo do
psicopata, retardados mentais severos, esquizofrênicos, entre outros (NESTOR FILHO,
2020).

 Biocriminosos preponderantes (difícil correção): São aqueles que tendem


voluntariamente ao delito. Se aproveitam da situação para levar vantagem ("a ocasião
faz o ladrão"). Apresentam alguns fatores mesológicos em pouca quantidade e são
portadores de algum desvio biológico, mas insuficiente para provocar o comportamento
delituoso (NESTOR FILHO, 2020).

 Biomesocriminosos (correção possível): São aqueles que sofrem tanto influências


biológicas, como mesológicas, sendo impossível aferir qual determinou a conduta
praticada (NESTOR FILHO, 2020).

 Mesocriminosos preponderantes (correção esperada): São aqueles fracos de


personalidades, influenciáveis, chamados por Hilário Veiga de Carvalho de "Maria vai
com as outras" (NESTOR FILHO, 2020).

 Mesocriminosos puros: São chamados de pseudocriminosos, uma vez que há apenas


fatores mesológicos (do meio social onde estão inseridos), apresentando-se quase como
"vítimas das circunstâncias exteriores" (NESTOR FILHO, 2020).

Dada uma classificação aos criminosos, questiona-se sobre quais seriam as origens do
comportamento criminoso, sendo imperiosa a análise de fatores biológicos e psicossociais.
Um dos estudos precursores sobre o assunto foi do psicólogo britânico e professor de
criminologia Adrian Raine, que reuniu 41 assassinos condenados à pena de morte e utilizou
uma tomografia por emissão de pósitrons (PET), para verificar o funcionamento de diversas
partes do cérebro deles ao mesmo tempo.
No geral, os 41 homicidas mostraram uma redução significativa no metabolismo da
glicose pré-frontal em comparação aos controles, indicando baixo funcionamento cerebral:

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Figura 1: Visão panorâmica de tomografia por emissão de pósitrons (PET)

Fonte: Raine (2015)


Legenda: Visão panorâmica de tomografia por emissão de pósitrons (PET) mostrando funcionamento
reduzido da área pré-frontal (topo da imagem) em assassinos em comparação com controles. As cores
vermelho e amarelo indicam áreas de alto funcionamento cerebral. (RAINE, 2015, p. 99)

Tais alterações encontradas no funcionamento desta região do cérebro causam


problemas como perda do controle emocional, comportamento violento e características
antissociais, podendo ser diretamente relacionado com a prática de crimes brutais.
Não se nega, porém, que fatores psicossociais também são capazes de influenciar na
conduta criminosa.
Nesse sentido, temos a história de John Wayne Gacy. Também chamado de "Palhaço
Assassino", ficou conhecido por abusar sexualmente, torturar e matar 33 adolescentes na década
de 1970. John e sua mãe eram constantemente agredidos e humilhados pelo pai alcoólatra.
O famoso assassino em série Theodore Robert Bundy, ou apenas "Ted Bundy", estuprou
e matou dezenas de mulheres entre os anos de 1974 e 1978, sendo que a sua última vítima e
também a mais nova, tinha apenas 12 anos de idade. Ted era filho de Eleanor Louise Cowell.
Contudo, Ted foi criado por seus avós e cresceu sob a alegação de que Eleanor era sua irmã
mais velha.
Bundy teve uma infância conturbada em decorrência da personalidade agressiva de seu
avô, que constantemente espancava a avó. Quando tinha apenas 05 anos de idade, Louise se
casou e o levou para morar com ela e seu novo marido, sem contar que, na verdade, era sua mãe
biológica, o que acarretou grande sofrimento a ele, por se encontrar separado de seus "pais".
Assim como John e Ted, Rory Enrique Conde também viveu uma infância problemática.
Condenado pelo assassinato de seis prostitutas entre 1994 e 1995, Rory sofria abuso sexual de
seus próprios tios quando criança, além de abusos físicos e psicológicos por sua madrasta.
Denota-se, portanto que estes homicidas possuem em comum, além de um histórico de
crimes violentos, uma série de fatores de origem psicológica e social, demonstrados pelo
ambiente familiar conturbado, bem como abusos e violência.

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A criminóloga Ilana Casoy (2017. p. 32), em seu livro "Arquivos Serial Killer: Louco
ou Cruel? e Made in Brazil", traz a informação de que cerca de 82% dos assassinos em série
sofreram abuso na infância, sendo eles físicos, sexuais, emocionais ou negligência/abandono.
Do exposto, podemos extrair que o meio no qual um indivíduo está inserido e as
situações negativas que experimenta durante seu desenvolvimento, podem influenciar em sua
conduta social, funcionando como estímulo para práticas criminosas.
Portanto, para os efeitos de elucidação do objeto específico da pesquisa, é primordial a
distinção do psicopata quanto a um criminoso comum.

2 O TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANTISSOCIAL (TPAS)

Tratando especialmente do transtorno, o Manual Diagnóstico e Estatístico de


Transtornos Mentais (DSM-V) aborda a personalidade antissocial como "um padrão global de
desrespeito e violação dos direitos alheios, que se manifesta na infância ou no começo da
adolescência e continua na idade adulta" (2002).
As pesquisas sobre o TPAS apontam um índice de incidência na população geral de 3%,
sendo muito mais frequente em homens do que em mulheres, com maior concentração na
população carcerária (SADOCK, 2017).
Quanto ao diagnóstico, este deve ser feito por um profissional da saúde mental, sendo
que o DSM-V apresenta os seguintes critérios:
A. Um padrão difuso de desconsideração e violação dos direitos das outras pessoas que ocorre
desde os 15 anos de idade, conforme indicado por três (ou mais) dos seguintes:
1. Fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a comportamentos legais, conforme
indicado pela repetição de atos que constituem motivos de detenção.
2. Tendência à falsidade, conforme indicado por mentiras repetidas, uso de nomes falsos
ou de trapaça para ganho ou prazer pessoal.
3. Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro.
4. Irritabilidade e agressividade, conforme indicado por repetidas lutas corporais ou
agressões físicas.
5. Descaso pela segurança de si ou de outros.
6. Irresponsabilidade reiterada, conforme indicado por falha repetida em manter uma
conduta consistente no trabalho ou honrar obrigações financeiras.
7. Ausência de remorso, conforme indicado pela indiferença ou racionalização em relação
a ter ferido, maltratado ou roubado outras pessoas.
B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
C. Há evidências de transtorno da conduta com surgimento anterior aos 15 anos de idade.
D. A ocorrência de comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de
esquizofrenia ou transtorno bipolar.

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Uma vez diagnosticado, o tratamento consiste ordinariamente em sessões de


psicoterapia individual ou até mesmo familiar, sendo que alguns casos requerem a intervenção
de medicamentos. Embora seja um transtorno sem cura e o tratamento não tenha a eficácia
desejada, estudos indicam que se realizados desde o início dos sintomas, em pacientes jovens,
melhores são os resultados obtidos (RUTTER, 1998).

2.1 Distinção entre psicopatia e sociopatia

Embora os termos "psicopata" e "sociopata" sejam frequentemente utilizados como


sinônimos, cabe ressaltar que grandes estudiosos da área defendem que existem diversas
distinções entre estes transtornos.
O psiquiatra Dr. Franklim Fernandes afirma que quanto à origem, a psicopatia tende a
derivar de fatores genéticos/biológicos, enquanto a sociopatia decorre de fatores sociais
negativos, como por exemplo a negligência parental e a pobreza. (FERNANDES, 2016)
Ainda, com relação às condutas, aponta que o psicopata é mais discreto e dissimulado
em suas ações antissociais e intenções criminosas, de modo que se torna mais difícil identificá-
lo, tendendo a ser mais perigoso. O sociopata, por sua vez, embora não seja tão temerário, está
inclinado a criar situações de conflito mais evidentes, tornando o diagnóstico notório
(FERNANDES, 2016).
Compreende-se, então, que ao contrário dos psicopatas, os sociopatas são capazes de
sentir culpa ou remorso pelas suas atitudes reprováveis, sendo possível que estabeleçam
vínculos afetivos (com familiares, por exemplo). Além disso, a sociopatia pode ser tratada,
reduzindo os comportamentos antissociais, o que não ocorre com os psicopatas. (TRACY,
2015).

3 A PSICOPATIA E O DIREITO PENAL BRASILEIRO

A respeito dos psicopatas, a definição de Guilherme Nucci, traz o seguinte:

São sujeitos frios, insensíveis e, por vezes, calculistas. Valem-se de sua


inteligência, não raramente privilegiada, para cometer os mais atrozes delitos,
ao menos à visto do senso comum. O ser humano maldoso sente prazer em
atuar dessa forma. Do mesmo modo em que o altruísta sente-se aliviado ao
promover o bem ao próximo, o perverso age em sentido oposto. O seu alívio
advém da maldade concretizada ao semelhante. (2014, p. 428)

Diante da peculiaridade do transtorno antissocial, a doutrina e a jurisprudência divergem


sobre como devem ser tratados pelo Direito Penal. Se faz necessário, portanto, uma análise
acerca dos elementos que circundam a pena e a culpabilidade.

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3.1 Os Fundamentos da Pena e a Culpabilidade

A imposição de uma pena ao sujeito condenado possui diversos fundamentos, que se


revelam como resultados práticos da condenação por um crime.
O primeiro fundamento é o preventivo, que se baseia em evitar que ocorram novas
transgressões penais, eis que a aplicação de uma sanção tende a inibir que outras pessoas
desempenhem a mesma conduta. Além disso, a condenação impede que o próprio apenado
cometa um crime enquanto está privado de sua liberdade.
O fundamento retributivo, consiste em penitenciar o agente criminoso, observando as
limitações legais, na mesma proporção do dano que causou.
A reparação também é um fundamento da pena, na medida em que traz a necessidade
de se compensar a própria vítima, ou seus familiares pelos efeitos do ato ilícito. Inclusive, um
dos efeitos da condenação é o dever de indenizar o dano causado pelo crime (artigo 91, inciso
I do Código Penal), que decorre justamente deste fundamento.
Por fim, o fundamento da pena também é a readaptação do criminoso ao convívio social
através da educação, da orientação, do lazer e do trabalho.
Contudo, para que seja possível aplicar uma pena ao réu, deve ser analisada sua
culpabilidade, ou seja, se é possível declará-lo como culpado pelo ato antijurídico.
A culpabilidade possui como elementos a imputabilidade, a potencial consciência da
ilicitude do fato e a exigibilidade de conduta diversa.
Em destaque ao objeto da pesquisa, um sujeito é considerado imputável quando ele
possui a capacidade de compreender a ilicitude de um fato (elemento intelectivo) e de se
determinar conforme essa percepção (elemento volitivo). Desse modo, acaso cometa um crime
e observados os trâmites legais, será possível condená-lo ao cumprimento de uma pena, seja ela
privativa de liberdade, restritiva de direitos ou mesmo pecuniária.
Se o indivíduo não possui essa capacidade de entendimento e autodeterminação, ele será
tido como inimputável, não devendo ser punido, mas sim tratado.
Dispondo sobre as consequências da inimputabilidade, o artigo 97 do Código Penal
estabelece que haverá imposição de medida de segurança ao inimputável, podendo ser de
internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou outro estabelecimento
adequado, ou ainda, sujeição a tratamento ambulatorial (artigo 96 e incisos), que serão
discutidas mais à frente.
Atualmente, existem três critério para definir a inimputabilidade: o biológico, o
psicológico e o biopsicológico, conforme Júlio Rodrigues de Paula leciona:

Para comprovar a inimputabilidade do agente criminoso, surgiram então três


critérios, o primeiro e mais comum vermos casos é o sistema biológico, no
qual consiste em comprovação de doença mental. Já o segundo é um pouco
menos exato, tendo em vista que é o critério psicológico, necessitando assim
da demonstração que o agente não tinha capacidade de compreender a ilicitude
dos seus atos, ou até mesmo o ato em si. Por fim, utiliza o sistema

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biopsicológico, onde o agente criminoso é considerado inimputável quando


no momento do crime não tinha capacidade de entendimento e determinação,
sistema este adotado pela legislação penal atual brasileira em seu artigo 26 do
código penal vigente. (2015, p. 42).

Nessa senda, o artigo 27 do Código Penal dispõe sobre a inimputabilidade dos menores
de 18 anos, considerando que estes são incapazes de compreender a ilegalidade de sua conduta,
de modo a adotar, à exceção do sistema empregado pela nossa legislação, o critério cronológico
(biológico).
A semi-imputabilidade, por sua vez, é um estado limítrofe que se configura quando há
perda de apenas uma parte dessa capacidade de entendimento e autodeterminação, em
decorrência de doença mental, desenvolvimento incompleto ou retardado.
Tecendo comentários sobre o parágrafo único do artigo 26 do Código Penal, o qual
dispõe sobre o semi-imputável, Mirabete traz a seguinte análise:

Refere-se a lei em primeiro lugar à perturbação da saúde mental, expressão


ampla que abrange todas as doenças mentais e outros estados mórbidos. Os
psicopatas, as personalidades psicopáticas, os portadores de neuroses
profundas, em geral têm capacidade de entendimento e determinação, embora
não plena. (2005, p. 267).

À teor do artigo supracitado, se verificada a semi-imputabilidade no indivíduo


criminoso, o juiz poderá reduzir a pena de um a dois terços, ou, conforme o artigo 98 do mesmo
diploma legal, substituir a pena privativa de liberdade por internação ou tratamento
ambulatorial.
Para a psiquiatra forense Hilda Morana, os psicopatas se encaixam nesta categoria dos
semi-imputáveis, uma vez que a capacidade volitiva dos portadores deste transtorno pode se
demonstrar prejudicada. Isso significa que embora sejam capazes de compreender o caráter
ilícito de seus atos e a reprovação social, há maior dificuldade em controlar os impulsos.
Nesse sentido, Hilda Morana dispõe que:

Ao dispor sobre a capacidade de determinação, ela é avaliada no Brasil e


depende da capacidade volitiva do indivíduo. Desse modo, pode estar
comprometida parcialmente no transtorno antissocial de personalidade ou na
psicopatia, o que pode gerar uma condição jurídica de semi-imputabilidade.
Por outro lado, a capacidade de determinação pode estar preservada nos casos
de transtorno de leve intensidade e que não guardam nexo causal com o ato
cometido. Na legislação brasileira, a semi-imputabilidade faculta ao juiz a
pena ou enviar o réu a um hospital para tratamento, caso haja recomendação
médica de especial tratamento curativo. (2006).
Verifica-se, portanto, que o psicopata pode ser compreendido como semi-imputável ou
até mesmo imputável, dependendo do caso concreto.

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3.2 A Perícia Médica como Comprovação da Inimputabilidade ou da Semi-


imputabilidade

A mera alegação de que um sujeito criminoso é portador de doença mental não é o


suficiente para que seja tratado no Direito Penal como inimputável ou semi-imputável. Deve-
se observar a necessidade de comprovar que há época dos fatos, não detinha condições de
entender o que estava fazendo, ou que não podia se controlar.
Para tanto, deve ser instaurado um incidente de insanidade mental (artigos 149 a 154 do
Código de Processo Penal) e determinada por um juiz a realização de uma perícia médica, que
poderá concluir pela imputabilidade, inimputabilidade ou semi-imputabilidade do paciente
(artigo 97, §2º do Código Penal).
Inclusive, o Superior Tribunal de Justiça já se manifestou nesse sentido:

Em sede de inimputabilidade (ou semi-imputabilidade), vigora entre nós, o


critério biopsicológico normativo. Dessa maneira, não basta simplesmente
que o agente padeça de alguma enfermidade mental, faz-se mister, ainda, que
exista prova (v.g. perícia) de que este transtorno realmente afetou a capacidade
de compreensão do caráter ilícito do fato (requisito intelectual) ou de
determinação segundo esse conhecimento (requisito volitivo) à época do fato,
i.e., no momento da ação criminosa; (HC 33.401-RJ, 5ª T., rel. Felix Fischer,
28.09.2004, v.c., DJ 03.11.2004, p. 212).

Após a concretização do exame médico e a juntada nos autos do processo criminal, se


comprovada a inimputabilidade e houver a concordância do magistrado com o laudo, o agente
será absolvido e submetido à medida de segurança, onde receberá o devido tratamento.
Acaso o laudo pericial aponte a semi-imputabilidade, o juiz poderá condenar o agente e
reduzir sua pena, ou submetê-lo à medida de segurança, como já abordado no tópico anterior.
O Código Penal em seu artigo 97, §1º, dispõe que a medida de segurança terá prazo
mínimo de um a três anos, com duração por tempo indeterminado, enquanto não foi verificada
a cessação da periculosidade.
O exame de verificação da cessação da periculosidade está especificado nos artigos 175
a 179 na Lei de Execução Penal (7.210/84), e será realizado no fim do prazo mínimo de duração
da medida de segurança, prestando-se a averiguar se o indivíduo ainda oferece risco à
sociedade.
Se constatado que a periculosidade foi cessada, o juiz da execução penal determinará a
desinternação ou liberação do agente. Se a perícia constatar que ainda há risco de violência, a
medida de segurança será mantida e o exame deverá ser repetido anualmente (artigo 97, §2º do
Código Penal).
Todavia, embora haja divergência jurisprudencial, o Superior Tribunal de Justiça editou
a Súmula 27, prescrevendo que "O tempo de duração da medida de segurança não deve
ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.", aplicando
analogicamente o artigo 75 do mesmo diploma supracitado.

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3.3 Psicopatas: Medida de Segurança ou Pena Privativa de Liberdade?

Ainda há um grande dissenso com relação ao que o Estado deve fazer com psicopatas
que são considerados semi-imputáveis. A dúvida que paira é sobre apenar os criminosos
portadores deste transtorno e enviá-los à presídios comuns, ou se devem ser tratados em local
adequado.
Conforme já elucidado, os psicopatas são sujeitos frios, capazes de praticar crimes de
violência extrema, não demonstrando qualquer tipo de arrependimento ou remorso por seus
atos, o que torna deveras improvável que a imposição de uma pena possa ser eficaz na
ressocialização.
O psicólogo Robert Hare afirma que quando presos, os psicopatas utilizam de sua
capacidade de manipulação para influenciar as instituições correcionais em seu favor,
apresentando uma imagem favorável à obtenção de livramento condicional (2013, p. 65)
Além disso, os psicopatas apresentam um alto índice de reincidência se comparados
com criminosos comuns, vejamos:

"Estudos revelam que a taxa de reincidência criminal (capacidade de cometer


novos crimes) dos psicopatas é cerca de duas vezes maior que a dos demais
criminosos. E quando se trata de crimes associados à violência, a reincidência
cresce para três vezes mais." (SILVA, 2008, p. 128).

Denota-se, então, que a imposição de pena é ineficaz quando se trata dos criminosos
portadores de transtorno de personalidade antissocial.
Por outro lado, como já consignado alhures, não há cura para esse transtorno, bem como
não há um tratamento eficiente para melhorar as características psicopáticas, fazendo com que
a medida de segurança também não seja útil para tratar e reabilitar o psicopata ao convívio em
sociedade.
Além disso, de acordo com o observado no tópico anterior, a medida de segurança
também não pode ter caráter perpétuo, limitando-se ao período de 40 anos (artigo 75 do Código
Penal).
Diante dessas informações, cabe ressaltar a ausência de estudos precisos que indiquem,
de forma quantitativa e qualitativa, as decisões judiciais na esfera criminal acerca do réu
portador de psicopatia.
De modo um modo geral, o Sistema Eletrônico de Execução Unificado, elaborado pelo
Conselho Nacional de Justiça, traz as estatísticas de execução penal e demonstram que
atualmente existem 744.322 condenados à pena privativa de liberdade, em face de 7.115
sentenciados ao cumprimento de medida de segurança.
Portanto, ainda que haja uma expressão em número de execuções de penas e de medidas
de segurança, não são suficientes para qualificar o posicionamento do ordenamento jurídico
quanto a esse fenômeno.

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Direito penal e o criminoso psicopata... SANCHEZ & GOUVEIA

Há, enfim, uma grande dificuldade em lidar com os psicopatas criminosos,


principalmente diante da inexistência de disposições legislativas específicas sobre o assunto e
de uma política criminal eficiente.
A imposição de medida de segurança ou prisão por tempo ilimitado implicaria em
contradição aos direitos humanos e verdadeira segregação social. Em contrapartida, a liberdade
destes indivíduos pode significar ameaça à segurança social.

4 CASO FAMOSO: FRANCISCO DA COSTA ROCHA, O "CHICO


PICADINHO"

A título exemplificativo da temática abordada, temos o caso de Francisco da Costa


Rocha, conhecido pela alcunha de "Chico Picadinho, um assassino brasileiro que matou duas
mulheres entre os anos de 1966 e 1976.
No ano de 1966, Chico conheceu a bailarina Margareth Suida em um bar, levando-a até
sua casa. Após o ato sexual, ele estrangulou a mulher com um cinto e esquartejou seu corpo em
diversos pedaços. No dia seguinte, ele confessou ao seu colega de apartamento que havia um
cadáver no local, ao passo que o amigo resolveu ir até uma delegacia e denunciar o crime.
Francisco foi condenado há 18 anos de reclusão por homicídio qualificado, somado há
mais dois anos e seis meses por destruir o cadáver. Após 8 anos de prisão, em 1974, recebeu a
liberdade condicional, após o parecer médico excluir a possibilidade de Chico ser psicopata.
Em 1976, Francisco matou por estrangulamento a prostituta Ângela de Souza da Silva,
dissecou seu corpo e esquartejou. Ao ser denunciado por outro colega que encontrou os pedaços
do corpo dentro de uma mala, Chico foi preso no mesmo ano.
Durante o processo, a defesa alegou que Francisco era mentalmente insano,
apresentando um laudo médico que o considerava semi-imputável por ser portador de
personalidade psicopática de tipo complexo. Mesmo assim, foi decidido pela condenação em
22 anos e seis meses de prisão.
Em 1994, Francisco foi submetido à um exame psiquiátrico que resultou na instauração
de um incidente de insanidade mental, sendo ele encaminhado para uma Casa de Custódia e
Tratamento.
Já no ano de 1998, mesmo após declarada extinta sua punibilidade pelo cumprimento
da pena, Chico foi mantido em custódia, em decorrência de uma decisão liminar concedida nos
autos de uma ação de interdição civil movida contra ele. A ação foi julgada procedente,
determinando a interdição de Francisco, ao considerar que ele é incapaz de gerir sua vida civil,
sem oferecer ameaça à sociedade.
Cabe ressaltar que atualmente, O Código Penal adota o sistema vicariante ou unitário
em seu artigo 98. Isso significa que o legislador deverá optar por aplicar ao semi-imputável a
medida de segurança ou a pena privativa de liberdade, não podendo ocorrer a imposição de
ambas, ainda que sequencialmente.

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Todavia, o que ocorre no caso concreto com Francisco ultrapassa a seara do Direito
Penal e da estipulação de medida de segurança, sendo ele afastado da sociedade em decorrência
de um instituto civil.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ante o exposto, a presente pesquisa delimitou-se em evidenciar a relação intrínseca


entre o direto penal brasileiro e o sujeito psicopata sob à ótica punitivista. Assim, foi observado
que psicopata, uma vez agente de qualquer delito, poderá sofrer uma punição estatal, ou,
dependendo do caso, será necessária a aplicação de medida de segurança.
Porém, restou demonstrada, que apesar dos institutos penais existentes acerca da
punibilidade, demonstra que há uma tendência a ineficácia da pena privativa de liberdade, haja
vista que os psicopatas se manifestam indiferentes à punição, com maiores possibilidades de
reincidência, bem como da medida de segurança, eis que o transtorno não se apresenta
suscetível de cura ou mesmo tratamento eficaz.
No caso concreto apresentado, a solução para proteger a sociedade da periculosidade de
Francisco da Costa Rocha foi a sua internação civil, não havendo previsão de restauração de
sua liberdade enquanto não for capaz de conviver pacificamente no meio social.
Dito isso, denota-se que há um impasse entre o direito à liberdade de cada indivíduo, e
do direito da sociedade à segurança, uma vez que a legislação pátria não trata especificamente
dos psicopatas.
Se por um lado deve-se respeitar a dignidade humana, preservando os indivíduos de
qualquer tipo de segregação e afastamento do ambiente societário, por outro lado tem-se o
direito da coletividade em viver em um Estado onde as condutas delitivas não progridam,
mormente diante dos crimes bárbaros que os psicopatas são capazes de cometer.
Dessa forma, entende-se que deve haver um trabalho interdisciplinar entre o Direito e a
Psiquiatria não só para a constatação de doenças mentais, mas também para criação de políticas
criminais que tratem especificamente dos psicopatas, considerando as particularidades dos
portadores deste transtorno, bem como a necessidade de reduzir seus impulsos agressivos.

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