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Por fim, o próprio acusado, em seu interrogatório, admitiu ter ingerido cerveja
antes de assumir a direção de seu carro.
O laudo pericial de fls. 204-205 confirma a lesão corporal grave por ação
contundente, compatível portanto com o tipo de acidente sofrido, o que caracteriza o
nexo de causalidade, tendo a dinâmica do acidente sido descrita pelos relatos orais das
vítimas e das testemunhas, não restando dúvidas de que foi a ação do acusado que
causou os ferimentos da vítima. Ferimentos, aliás, que foram classificados pelo Laudo
Pericial como de natureza grave, tendo resultado na impossibilidade da vítima de
trabalhar por um período prolongado, fato repisado pelo próprio testemunho oral da
vítima em audiência.
Ainda, por fim, cabe analisar a imputação de que o acusado teria deixado de
prestar socorro à vítima, apontada como causa de aumento de pena no parágrafo único
(redação vigente à época dos fatos) da responsabilização prevista no artigo 303,
combinado com o artigo 302, §1, inciso III. No entanto, não há elementos de prova
suficientes para caracterizar tal omissão de socorro. A acusação, em seus memoriais
apresentados por escrito, argumentou que o fato de o veículo ter sido encontrado metros
à frente do local exato da batida, conforme colhido em provas orais, seria prova
suficiente de que ele tentara fugir.
Por fim, não vislumbro causas de aumento ou diminuição de pena, não tendo
acolhido a arguição de que o acusado se furtou de socorrer a vítima. Assim, pela
conduta da prática de lesão corporal culposa, deverá o réu cumprir 7 (sete) meses e 15
(quinze) dias de detenção e 2 (dois) meses e 15 (quinze) dias de suspensão de seu direito
de dirigir.