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MERTISSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL JUDICIAL DA CIDADE DA

BEIRA

5 SECÇÃO CRIME
PROC. 52/2023, autos do processo Sumarissimo

GIMO AMERICO GUE E EZEQUIE TOME DOLIZ MIRANDA, arguidos e réus nos autos
supramencionados, tendo sido notificados do sentenca condenatória, não estando dela satisfeitos,
nos termos de alínea b) nr.1, art. 466 e nrs 1,2 e 3, art.467, ambos do CPP, por intermedio do seu
mandatário judicial, vem, requerer a interposição do RECURSO COM O EFEITO SUSPENSIVO
nos termos de alínea a nr.1, art.461 do CPP, apresentando a sua motivação para o Tribunal judicial
da Provincia de Sofala. Pelo que,
pede deferimento.
MERITISSIMOS DOUTORES JUIZES DE DIREITO DO TRIBUNAL JUDICIAL DA
PROVINCIA DE SOFALA

Coma base em somatório de elementos de factos e direitos que adiante se espelham, os arguidos ou
réus, vem interpor:

AS ALEGAÇÕES DO RECURSO

O presente Recurso tem como objecto a matéria de direito da sentença proferida nos presentes autos, a
qual condenou o arguido na pena de 2 meses de prisão convertidos em multa, e na condenação dos
arguidos pelas contravenções a luz do C.E, bem como pela condenação dos mesmos solidariamente a uma
indemnização 15.000.00.Mt pelos danos corporais, com base nos artigos nr.1 art.184 e 151, ambos do
CP e nrs 1 e 3, art.94 CPP, artigos 483/1, 496/1,562, 563 e 566/1, todos do CC

DOS FACTOS
I
Na data e local dos factos, concretamente, na paragem do Maquinino, porque o com arguido ora
comitente, estando em seu trabalho do semicolectivo de passageiros, teria chegado a terminal para
descida dos passageiros.
II
Estando o veiculo de passageiro parado, com motor desligado, os passageiros saiam e travam no veiculo.
Sucede que, dos passageiros que saiam ou desciam do veiculo estava a vitima que ao sair da chapa para
fora recordou-se que havia esquecido no interior da mesma e no lugar no qual se encontrava assentada,
uma mochila ou pasta.
III
Retornado para o interior do chapa ou veiculo afim de levar a pasta, já ao sair para fora, uma vez que
havia um grande numero de fluxo de passageiros entravam e saiam do interior do veiculo, a menor viu-se
ferida no pe. Vide o laudo policial, as folhas 2 e 3 dos autos.
IV
A vitima se fazia acompanhar duma senhora que no momento em vez de so velar por ela estava com mais
4 quatro criança.
V
Do laudo policial, consta que não houve testemunhas. Vide as folhas 1,2 e 3 dos autos.
VI
A vitima foi levada pelos arguidos para hospital, onde depois de assistida pelos médicos estes deram alta
por os ferimentos foram ligeiros.
VII
Dos autos, nada consta relativamente ao relatório medico não obstante o tribunal ter instado.
VIII
DE DIREITO

Dispõe, o nr.1art.151 do CE, acidente de viação é toda lesão externa ou interna e toda a perturbação
nervosa ou psíquica ou dano patrimonial e moral que resulta da acção de transporte em circulação na via
publica.
IX
Constitui contravenção rodoviária todo o facto ilícito e censurável, para o qual se comine uma multa, que
preencha um tipo legal correspondente a violação de normas do CE. Art.137 do CE.
X
Age com negligencia quem, por não proceder com cuidado a que, segundo as circunstancias, esta
obrigado e de que é capaz: representar como possível a realização de um facto que preenche um tipo de
crime, mas actuar sem se conformar com essa realização; ou não se quer a chegara representar a
possibilidade de realização de um facto que preenche um tipo de crime. 13 nrs 1 e 2 do CP.

CONCLUSÕES

I. O tribunal o quo julgou provado unicamente, as declarações da vitima, ao referir que foi
atropelada pelo mesmo veiculo quando descia depois de levar a pasta ou mochila.
II. O Tribunal formou a sua convicção com base nas declarações da suposta testemunha que
alega ter visto o acidente
III. Formou ainda sua convicção, com base nas declarações da avo que só viu a vitima no
hospital
IV. Por fim, fundamenta a sua decisão com base no parecer técnico, que não obstante estar
ausente no local não tem a certeza de como o acidente decorreu.
V. Os arguidos assim como a vitima, foram unanimes do referir que, os factos decorreram na
praça do Maquinino, estando o veiculo parado com motor desligado e que os passageiros
saiam e desciam.
VI. O laudo policial foi claro em detalhar que na data dos factos, o veiculo esteve parado a
descarregar passageiros, naquele dia havia muito fluxo de passageiros entre os quais desciam
e subiam, estando parado o veiculo.
VII. A testemunha dos ofendidos declarou que o veiculo estava estacionado com os passageiros
que entravam e desciam.
VIII. Portanto, não pode o veiculo estacionado e com passageiros a subirem e descerem estar em
circulação.
IX. As declarações da vitima, bem como as das testemunhas foram claros, pois não explicam
como exactamente decorreu o acidente, ou seja, qual seria o pneu que terá pisado a menor, de
frente ou de trás?
X. Não pode um veiculo estacionado cometer o acidente de viação.
XI. Igualmente, não podem ter sido cometidas as infrações contravencionais perante um veiculo
que não se envolveu em acidente.
XII. Não se pode ver em relação ao arguido qualquer juízo de censura jurídico penal ou
contravencional.
XIII. Contudo, o tribunal, não interpretou corretamente, os artigos, 151,137, Todos C,E.
XIV. Mais ainda, o tribunal condenou o arguido a pena prevista no art.184 do CP, abstraindo-se de
que para este tipo legal de crime a lei exige para o seu procedimento crime, a participação do
ofendido, conforme atesta o nr.2 do mesmo artigo.
XV. E, condenou os arguidos nos termos dos artigos 483/1 e seguintes do CC, no entanto, nos
autos não junto o relatório medico que provasse o nível das lesões corporais.

DO PEDIDO
Termos em requerer-se aos Meritíssimos Doutores Juízes que seja declarada nola a Sentença
proferida pelo tribunal A QUO e substituída por outra que não responsabilize criminal e civilmente
os Réus. Por aplicação dos princípios in do beu pro reu e nulla crime nula pena sine legger scripta.

Só assim que se fara a justiça.

O advogado

…………………………..

Caetano Magul. C.P.02431

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