EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA
CRIMINAL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE CURITIBA/PR
Advogado, brasileiro, regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do
Brasil sob o número XXXX, com endereço profissional na rua XXX e endereço eletrônico XXX, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, impetrar o presente
HABEAS CORPUS
Em favor de ALEXANDRE GUSTAVO DA SILVA, brasileiro, portador do
RG nº 142604892, nascido em 16/04/2001, residente e domiciliado na rua Rio Tingui, 24, filiação Cintia do Rocio Pereira e José Adriano da Silva, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I. DOS FATOS
Alexandre Gustavo da Silva se encontra custodiado no Setor de
Carceragem Temporária do 2º Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão - Central de Flagrantes - na cidade de Curitiba/PR em razão da suposta prática do crime de Tráfico, previsto no artigo 33 da Lei 11.343/2006, conforme consta dos autos do processo nº 0003448-56.2020.8.16.0196, em trâmite perante esse juízo.
II. DOS FUNDAMENTOS
Excelência, o paciente Alexandre Gustavo, está sofrendo constrangimento
ilegal, uma vez que as informações prestadas pelas duas testemunhas arroladas, os policiais militares Josué Ramos Alexandre e Sandro Vilani são, ora imprecisas, ora conflitantes, que se traduzem em flagrante preparado, devendo a mesma ser considerada nula e por conseguinte o constrangimento ilegal ao qual Alexandre está sendo submetido.
III. DO DIREITO
Ante todo o exposto, , é de suma importancia o deferimento do presente
habeas corpus, uma vez que os depoimentos dos dois policiais militares apresentam contradições e demonstram claro flagrante preparado, conforme entendimento da Súmula nº 145 do Superior Tribunal Federal "não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação", resultando em que se tem como nula a prisão efetuada.
Devendo assim, nos termos da Constituição de 1988, art. 5º, LXV – “a
prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”.Ainda evocamos os art. 647, VI e 648 do CPP como ordem jurídica de manifesta ilegalidade em privá-lo a liberdade. Destarte o entendimento jurisprudencial é do reconhecimento da nulidade, quando há preparação do flagrante.
Tribunal de Justiça de Goiás TJ-GO - APELACAO CRIMINAL: APR
XXXXX-06.2010.8.09.0105. Ementa. APELAÇÃO CRIMINAL. TRÁFICO DE DROGAS. ABSOLVIÇÃO. FLAGRANTE PREPARADO. 1) Quando a situação de flagrante sofrer a intervenção de terceiros, antes da prática do crime, existe um flagrante provocado, também denominado flagrante preparado. 2) Não há crime quando o fato é preparado mediante provocação ou induzimento, direto ou por concurso, de autoridade, que o faz para fim de aprontar ou arranjar o flagrante 3) Nulo o flagrante preparado pela polícia, aplica-se a absolvição Do acusado por ausência de provas. APELO CONHECIDO E PROVIDO.
IV. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:
a) A concessão da ordem de habeas corpus, determinando a imediata soltura do paciente Alexandre Gustavo da Silva;
b) A expedição do competente alvará de soltura;
c) A notificação da autoridade coatora para prestar informações no
prazo legal;
d) A posterior remessa dos autos ao Ministério Público.