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I. RELATÓRIO
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Comarca de Guarapuava que converteu a prisão em flagrante em preventiva e negou o pedido de sua
revogação (mov. 18.1 – autos nº 0019145-25.2023.8.16.0031 e mov. 15.1 – autos nº 0020073-
73.2023.8.16.0031).
O impetrante alegou, em síntese, que o juízo decretou a prisão preventiva com base
na garantia da ordem pública, todavia, não fundamentou adequadamente a gravidade concreta do delito; o
delito perpetrado não pode, por si só, fundamentar uma prisão cautelar, sob pena de violar o princípio da
presunção de inocência; o paciente é primário, de bons antecedentes, possui trabalho lícito e residência
fixa, além de ser o único provedor de duas filhas menores.
É o relatório.
Extrai-se dos autos que o paciente foi preso em flagrante no dia 15 de novembro
de 2023, por suposta prática do crime de roubo circunstanciado pelo concurso de pessoas, previsto no
artigo 157, §2º, II do Código Penal, tendo sua prisão convertida em preventiva e indeferido o pedido de
sua revogação.
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a confecção do boletim de ocorrência, os policiais receberam informação, via Copom, de que dois
indivíduos saíram de uma área de mata, os quais foram abordados e identificados como sendo os autores
do assalto, de modo que o celular da ofendida foi localizado na posse do corréu Ricardo.
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Notório que tratam-se de fatos graves, uma vez que a vítima narrou perante a
Autoridade Policial que o requerente e a pessoa de Ricardo lhe abordaram em
via pública a roubaram seu aparelho celular, vez que forçaram a subtração do
bem, e ainda, ameaçaram a vítima caso ela reagisse.
Além do mais, não houve alteração da situação fática desde a decisão que
decretou a prisão preventiva, capaz de justificar sua modificação, permanecendo
válidos também os argumentos deduzidos naquele decisum.
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acautelar a ordem pública, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal
(artigo 312 do Código de Processo Penal).II – O fumus comissi delicti
(comprovação da existência do crime e indícios de autoria) e o periculum
libertatis (perigo concreto causado pela permanência do agente em liberdade)
estão devidamente evidenciados na decisão que decretou a constrição cautelar do
paciente. III – No particular, a imprescindibilidade da prisão preventiva está
amparada pela gravidade concreta do delito, em tese, praticado, de roubo
majorado pelo concurso de agentes, bem como da possibilidade de reiteração
delitiva. Isso porque, mencionado delito foi praticado, supostamente, mediante
grave ameaça à vítima, exercida com emprego de simulacro de arma de fogo.
Importante ressaltar que, embora tenha sido apreendido o simulacro,
supostamente, com o paciente e o investigado Jhon Erick da Cruz Moraes, o
ofendido J. C. da S., durante seu depoimento colhido em sede inquisitorial,
informou ter acreditado se tratar de um armamento verdadeiro, o que, a princípio,
reforça a configuração da elementar supracitada. IV – É indevida a aplicação de
medidas cautelares diversas da prisão quando esta encontra-se justificada na
gravidade concreta do delito e na periculosidade social do acusado, indicando que
as providências menos gravosas seriam insuficientes para acautelar a ordem
pública V – Conforme entendimento jurisprudencial consolidado, as condições
subjetivas favoráveis do paciente não têm o condão de, por si sós, afastar a
segregação cautelar, mormente quando preenchidos os requisitos elencados nos
artigos 312 e 313 do Código do Processo Penal. (TJPR - 4ª Câmara Criminal -
0026536-27.2023.8.16.0000 - Guarapuava - Rel.: DESEMBARGADOR CELSO
JAIR MAINARDI - J. 15.05.2023).
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lo à liberdade se os fundamentos da prisão preventiva são válidos e demonstram a necessidade de sua
manutenção.
Desta Corte:
Conclusão
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III. DISPOSITIVO
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