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Proc. n° XXXXXXXXXXXXX
E. deferimento.
Colenda Câmara,
Senhores Desembargadores,
I - DOS FATOS
O Apelante foi condenado pela prática do crime de roubo, majorado pelo uso de
arma e concurso de pessoas, conduta consumada no início da tarde de 13/fevereiro/2015, no
bairro Mocambinho, tendo por vítima Jullya Afra Ribeiro Miranda Cariolando, mas o coautor
fugiu e não foi identificado.
Com efeito, a pena-base foi fixada em 06 (seis) anos de reclusão, acima do mínimo
legal (04 anos), havendo acréscimo de metade da pena mínima, o que, por
certo, é perfeitamente possível, desde que a decisão seja fundamentada em circunstâncias
concretas que indiquem a necessidade da exasperação.
“(...)
Assim, passo a individualizar a pena, de acordo com o previsto nos arts. 59
e 68 do Código Penal.
1ª FASE:
a) Culpabilidade: normal à espécie, nada havendo a valorar, não tendo se
configurado exacerbação da intensidade do dolo ou outro elemento que possa
justificar uma maior censura ou repreensão;
b) Antecedentes: o denunciado possui duas condenações, uma perante a 1ª
Vara Criminal de Teresina e outro perante a 3ª Vara Criminal de Teresina,
ambas as co0ndenações cumpridas há mais de cinco anos, mostrando,
portanto, maus antecedentes do sentenciado.
c) Conduta Social: não há elementos nos autos nos quais possa ser aferida a
conduta social do réu;
d) Personalidade: não há elementos que possam informar a respeito da
personalidade do agente, não podendo esta omissão ser levada em conta em seu
desfavor;
e) Motivos do Crime: estão relacionados ao lucro fácil, consistente no intuito de
vender o bem adquirido com o crime;
f) Circunstâncias do Crime: se encontram relatadas nos autos, sendo
desfavoráveis, uma vez que se torna relevante o fato do crime ter sido
cometido com emprego de arma;
g) Consequências: os objetos subtraídos não foram recuperados, causando,
assim, prejuízo patrimonial à vítima. Não há provas da existência de sequelas
e traumas de ordem psíquica dele decorrente;
h) Comportamento da vítima: em nada contribuiu para a prática do delito.
É de saber geral que a existência de circunstâncias judiciais e consequências
desfavoráveis tem por resultado a aplicação da pena acima de seu mínimo
legal, o que significa afirmar que a pena somente deverá ser aplicada no
mínimo cominado pela lei quando nenhuma circunstância judicial ou
consequência for considerada negativa ao condenado (...)
In casu, e pela análise das circunstancias judiciais e consequências
desfavoráveis, justifica-se, portanto, a imposição da pena-base acima do
mínimo legal.
Assim, fixo-lhe a pena-base em 06 (seis) anos de reclusão.
Notem que a d. Juíza de primeiro grau extraiu dos autos elementos concretos para
fixação da pena-base acima do mínimo legal, destacando que, em face da existência de duas
causas de aumento de pena, uma delas (uso de arma) foi valorada como circunstância judicial
da primeira fase, como, aliás, pacificado pelo C. STJ, invocando-se, no ponto, o seguinte
aresto:
III – DO PEDIDO
E. deferimento.