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JURISPRUDÊNCIA
SEÇÃO DE DIREITO CRIMINAL
Julgados selecionados
pelos magistrados nas
sessões de julgamento
AGOSTO/2021
REPERTÓRIO DE JURISPRUDÊNCIA
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Trechos do voto (não há ementa): Apelação. “(...) devem ser mantidas as absolvições dos
réus B. F. D., R. J. P. e S. A. O.. E isso porque, afinal, jamais ficou evidenciada a participação
de cada um deles em qualquer dos atos criminosos elencados na exordial acusatória, não
sendo suficientes as alegações constantes na peça incoativa, pois, repito, ao longo da
persecução penal, não se logrou êxito em demonstrar a efetiva participação dos envolvidos
nos fatos retratados.” “(...) as escutas revelaram não apenas a movimentação do material,
como a real substância daquilo que era entre todos eles secretamente tratado, irrelevante o
distanciamento pessoal entre as pontas do esquema, porque, de todo o modo, tudo
funcionava como equipe e ao longo de muito tempo, a justificar a condenação pelo crime
do art. 288 do Cód. Penal. Destaco que as penas-base dos três delitos (art. 288, par. único
do Cód. Penal; art. 1º, I da Lei n. 8.176/1991; e art. 56 da Lei n. 9.605/98) foram corretamente
exasperadas por conta do elevado grau de reprovabilidade das ações de cada um dos
increpados, não se olvidando das circunstâncias e consequências dos fatos, mesmo porque
ficou praticamente impossível mensurar o número de pessoas lesadas com as práticas
delitivas.” “(...) O MM Juiz estabeleceu que a pena-base do crime do art. 288 do Cód. Penal
ficasse em 2 (dois) anos de reclusão. A pena-base do crime previsto no art. 56 da Lei n.
9.605/98 foi fixada em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão. E aquela referente ao art.
1º, I da Lei n. 8.176/91 em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de detenção.” “(...) a pena do delito
de quadrilha, em virtude da causa de aumento (por ser armada), foi elevada em ½ (metade).
Dois mais metade resulta na marca de 3 (três) anos de reclusão e não como consignado na
r. sentença. Falou-se nos autos que não estávamos diante de quadrilha armada. A alegação
contém em si o oportuno esquecimento do quanto inicialmente apurado e coligido para
estes autos pela Petrobrás, condutas de gente que não se logrou identificar, que, no entanto,
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tinha sintonia fina com os realizadores do mais. Condutas que resultaram, inclusive, nas
transferências de gerentes da empresa para outras cidades, gerentes amedrontados com as
ameaças feitas por carta e também com a abordagem, em via pública, de equipe terceirizada
de segurança incumbida das apurações sobre o desaparecimento dos combustíveis,
oportunidade em que se deu a subtração de equipamentos, sempre com a intenção de
intimidar, repito, ainda durante as investigações iniciais, oportunidade em que os
desaforados não identificados acenaram com uso de arma.” “(...) Há provas nos autos
revelando que, ainda no alvorecer da ação criminosa organizada, diante da reação da
Petrobrás, aquilo deu azo a uma série de respostas dos subtratores, para conter o
comportamento apuratório da distribuidora e inibir os seus colaboradores que conferiram a
evasão de combustíveis. As demais sanções não mereceram correções” “(...) Os réus J., C. e
A. foram condenados pelos três delitos. De sorte que, efetuada a soma das penas, estas
devem alcançar os patamares de 5 (cinco) anos e 6 (seis) meses de reclusão e 2 (dois) anos
e 6 (seis) meses de detenção. Os acusados N. e M. foram condenados por infração aos tipos
do art. 288, par. único, do Cód. Penal e do art. 1º, I da Lei n. 8.176/91. Noutras palavras, as
sanções devem individualmente ficar estabelecidas em 3 (três) anos de reclusão para o
primeiro crime e 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de detenção para a segunda infração penal ."
“(...) serão mantidos em relação a cada uma das infrações penais aqui reconhecidas (fechado
para as reclusões e semiaberto para as penas de detenção), não sendo o caso de substituição
das penas privativas de liberdade por restritiva de direitos pela mensuração final e mesmo
porque eventual abrandamento seria manifestamente contrário à finalística que inspira a
instituição das restritivas de direitos. O quadro contido nos autos não comporta
benemerência de qualquer espécie exatamente pela extensão do mal feito.” “(...) nos termos
do art. 91, II do Cód. Penal, dar pelo perdimento dos bens apreendidos e relacionados no
auto de fl. 369, em favor da União, na medida em que, por conta das provas dos autos,
vinculados às práticas delituosas aqui apontadas.” “Rejeitaram as preliminares, negaram
provimento aos apelos defensivos e só em parte deram provimento em parte o recurso
ministerial, corrigidas as contagens das penas pelo equívoco em primeiro grau e para
decretar o perdimento dos bens.” (Apelação Criminal nº 0041039-41.2013.8.26.0577 , São
José dos Campos, rel. Costabile e Solimene, j. 16/08/2021).
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da causa especial de redução prevista no § 4º, do art. 33, mormente quando se leva em conta
que foram apetrechos comumente utilizados para fracionar e embalar droga, bem assim que
o próprio réu admitiu que vinha se dedicando ao comércio clandestino de drogas já há algum
tempo, circunstância indicativa de estava se dedicando às atividades criminosas. ” “Por v.u.,
negaram provimento ao recurso do Ministério Público e deram parcial provimento ao da
defesa para reduzir a pena de A. B. M. a cinco anos de reclusão e quinhentos dias/multa,
mantida no mais a sentença.” (Apelação Criminal nº 1500073-93.2020.8.26.0066 ,
Barretos, rel. Francisco Orlando, j. 30/08/2021). Obs.: Há declaração de voto convergente do 3º Juiz
(Des. Costabile-e-Solimene).
HOMICÍDIO CULPOSO
Ementa: Apelação. Crimes de tráfico de drogas e de posse ilegal de arma de fogo de uso
restrito. Preliminares de nulidade por cerceamento de defesa, por quebra da cadeia de
custódia, e por irregularidade procedimental. Rejeição. Não ocorrência. Absolvição por
insuficiência de provas. Não cabimento. Materialidade e autoria demonstradas. Diminuição
do patamar de aumento aplicado na pena-base. Não cabimento. Aplicação do redutor
especial de penas. Impossibilidade. Não provimento ao recurso. (Apelação Criminal nº
1501080-32.2020.8.26.0548, Campinas, rel. Zorzi Rocha, j. 26/08/2021).
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falta de fundamentação que se confunde com a questão de fundo. MÉRITO. ART. 33, CAPUT.
Pretendida absolvição. Impossibilidade. Autoria e materialidade bem delineadas, o que
rechaça a pretendida desclassificação ao art. 37 arguida por P. ART. 35, CAPUT. Condenação
bem decretada. Liame associativo caracterizado. DOSIMETRIA. Penas bem e stabelecidas.
Inaplicabilidade das benesses do art. 33, § 4º e do CP, art. 44. Redução da pecuniária por
suposta hipossuficiência. Impertinência. Falta de previsão legal. Regime fechado preservado
a E., J., P., B., T. F. e H. e aberto aos demais. DETRAÇÃO PENAL (P. e E.). Inexequível, sob pena
de supressão da instância, ofensa ao duplo grau de jurisdição e ao princípio do juiz natural,
mostrando-se realmente temerária e impertinente qualquer deliberação diretamente pelo
Tribunal. RESTITUIÇÃO DOS BENS (E., M. e J.). Inviabilidade. DESPROVIMENTO. (Apelação
Criminal nº 0001672-03.2016.8.26.0125 , Capivari, rel. Eduardo Abdalla, j. 26/08/2021).
Ementa: Apelação. Homicídio qualificado. Artigo 121, §2º, II e IV, do Código Penal (CP).
Preliminar de intempestividade. Não acolhida. Apelo conhecido. Preliminar de nulidade do
processo em razão da falta de citação pessoal do réu na fase de judicium accusationis. Não
acolhida. Citação editalícia realizada em conformidade com os arts. 351 e 361 do CPP.
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Ementa: Habeas Corpus. Paciente denunciado por incurso no artigo 1° §1° II da Lei n°
9.613/98. Trancamento da ação penal, sob o argumento de nulidade do acordo de
colaboração premiada, eis que firmado entre o MP e pessoa jurídica e porque contém
cláusulas abusivas. Alegação de que carece de amparo legal a existência de “termos de
adesão” ao acordo. Pessoa jurídica que é sujeito de direitos, capaz, portanto, de expressar
sua vontade de forma destacada, autônoma, em relação à vontade das pessoas naturais que
a compõem. Ademais, a empresa Construção e Comércio Camargo Corrêa - CCCC, por estar,
em tese, estreitamente envolvida nos delitos ora em apuração, encontra -se em condição
especial que lhe confere legitimidade para celebrar o acordo, sendo detentora de
informações e dados relevantes sobre os supostos crimes e estrutura da organização
criminosa. Inexistência de vedação legal à participação de pessoas jurídicas nos acordos de
delação. Termos de adesão ao acordo que contam com amparo contratual, no próprio
acordo a que se pretende aderir, e não são vedados pelo ordenamento jurídico. Além disso,
atendem ao primado da economia e celeridade processual, eis que firmados termos de
adesão por pessoas intimamente ligadas à empresa CCCC. Cláusulas impugnadas que não
são manifestamente ilegais ou tampouco abusivas. Ausência de prejuízo. Ordem denegada.
(Habeas Corpus nº 2103070-67.2021.8.26.0000 , São Paulo, rel. Sérgio Coelho, j.
12/08/2021).
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Ementa: 1-) Mandado de segurança para não haver quebra do sigilo telemático coletivo e
exploratório sobre dados de geolocalização de um conjunto indeterminado de usuários da
Google. Não concessão. 2-) Decisão que não é sucinta, mas, mesmo que o fosse, está
suficientemente fundamentada. Nulidade, com afronta do art. 93, inciso IX, da Constituição
Federal inexistente. 3-) Os requisitos constitucionais fazem-se presentes. Não há violação de
direito à intimidade, vida privada, honra, imagem ou direito de comunicação. Esses direitos
são fundamentais, todavia, não são absolutos, cedem ao interesse público, mesmo porque,
basta deixar tudo em sigilo. 4-) Os requisitos legais, especificamente, da Lei nº 12.965/2014
não foram desprezados: existem fundados indícios da ocorrência do roubo; há justificativa
motivada da utilização dos registros solicitados para investigação e há perío do ao qual se
referem os registros. Não há necessidade de se especificar quem será investigado ou ser a
diligência a única possível para as investigações. 5-) Decisão de Primeiro Grau mantida.
(Mandado de Segurança nº 2145603-41.2021.8.26.0000 , São Simão, rel. Tetsuzo
Namba, j. 04/08/2021).
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no menor valor unitário; M) para J., por infração ao artigo 35 da Lei nº 11.343/2006 (item
2.12 da denúncia), a pena de três anos e seis meses de reclusão, em regime prisional inicial
fechado, além de oitocentos e dezesseis dias-multa, de valor unitário mínimo; N) para P.,
por infração ao artigo 35 da Lei nº 11.343/2006 (item 2.12 da denúncia), a pena três anos de
reclusão, em regime prisional inicial fechado, e setecentos dias -multa, no menor valor
unitário; O) para R., por infração ao artigo 35 da Lei nº 11.343/2006 (item 2.12 da denúncia),
a pena de três anos e seis meses de reclusão, em regime prisional inicial fechado, além de
oitocentos e dezesseis dias-multa, de valor unitário mínimo; P) para R., por infração ao artigo
35 da Lei nº 11.343/2006 (item 2.12 da denúncia), a pena de três anos de reclusão, em regime
prisional inicial fechado, e setecentos dias-multa, no menor valor unitário; Q) para R., por
infração ao artigo 35 da Lei nº 11.343/2006 (item 2.12 da denúncia), a pena de três anos de
reclusão, em regime prisional inicial fechado, e setecentos dias -multa, no menor valor
unitário; R) para W., por infração ao artigo 35 da Lei nº 11.343/2006 (item 2.12 da denúncia),
a pena de três anos de reclusão, em regime prisional inicial fechado, e setecentos dias-multa,
no menor valor unitário.” (Apelação Criminal nº 1000236-46.2018.8.26.0246 , Ilha
Solteira, rel. Xavier de Souza, j. 11/08/2021).
Ementa: HABEAS CORPUS – Crime contra a ordem tributária – Conduta prevista no art. 1º,
incs. I e II, da Lei nº 8.137/90 – Paciente que não tinha poderes de administração, gestão ou
gerência na empresa – Paciente apenas representava empresa sediada no exterior – Falta de
justa causa na continuidade da persecução penal – Ordem CONCEDIDA. (Habeas Corpus nº
2123082-05.2021.8.26.0000 , José Bonifácio, rel. Heitor Donizete de Oliveira, j.
03/08/2021).
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Ementa: Recurso em sentido estrito - Plantio de Cannabis sativa para fabricação de xarope
caseiro - Salvo conduto negado na origem - Existência de autorização administrativa da
ANVISA para importação de remédios com o mesmo princípio ativo - Necessidade da
recorrente - Demonstrada a responsabilidade e boa-fé da recorrente, objetivando não
praticar atos ilícitos - Direito à saúde - Dignidade da pessoa humana - Inexigibilidade de
conduta diversa - Possibilidade de fiscalização - Precedentes Recurso PARCIALMENTE
PROVIDO, para concessão de salvo-conduto, mediante condições. (Recurso em Sentido
Estrito nº 1004643-57.2021.8.26.0451 , Piracicaba, rel. Heitor Donizete De Oliveira, j.
17/08/2021).
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Ementa: Artigo 359-C do Código Penal e Artigo 1º, inciso V, do Decreto-lei nº 201/1967 –
Prefeito do Município de Queiroz (comarca de Tupã) – Conjunto probatório insuficiente
quanto ao dolo - Ausência de ofensa aos bens jurídicos tutelados – Princípio da lesividade
(ou ofensividade) aplicável ao caso concreto (nullum crimen sine injuria) – absolvição com
base no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal - RECURSO DA DEFESA PROVIDO
(Apelação Criminal nº 0001785-41.2014.8.26.0637 , Tupã, rel. Heitor Donizete de
Oliveira, j. 31/08/2021).
Ementa: Crime contra a ordem tributária – Infração ao artigo 1º, incisos II e III, da Lei nº
8.137/90 (por inúmeras vezes) combinado com o artigo 71 do Código Penal –
CONTROVÉRSIA SOBRE A INCIDÊNCIA DE ICMS SOBRE BONIFICAÇÃO DE MERCADORIAS –
Ausência de dolo – Absolvição – RECURSO DA DEFESA PROVIDO para absolver os apelantes
por atipicidade da conduta que lhes foi atribuída - E RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
IMPROVIDO. (Apelação Criminal nº 00024 50-81.2014.8.26.0047, Assis, rel. Heitor
Donizete de Oliveira, j. 31/08/2021).
HOMICÍDIO
ABSOLVIÇÃO – QUESITO GENÉRICO
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