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JURISPRUDÊNCIA
SEÇÃO DE DIREITO CRIMINAL
Julgados selecionados
pelos magistrados nas
sessões de julgamento
FEVEREIRO/2022
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
MEMBROS Cadicrim
BIÊNIO 2022-2023
EQUIPE Cadicrim
Jessie Char
Cynthia Tejo
Sílvia Secco
Telma Kratz
Jessica Machado
Ronaldo Barberis
SUMÁRIO
SUMÁRIO
SUMÁRIO
2ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ........................................................................................... 5
DIFAMAÇÃO E INJÚRIA (TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL) .......................................................................................... 5
LAVAGEM DE DINHEIRO .................................................................................................................................................... 5
INJÚRIA RACIAL .................................................................................................................................................................. 5
LESÃO CORPORAL (VIOLÊNCIA DOMÉSTICA) ................................................................................................................. 6
6ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ........................................................................................... 6
ROUBO ............................................................................................................................................................................... 6
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO e LAVAGEM DE BENS E VALORES ................................................................................. 7
TRÁFICO e ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS ................................................................................................. 7
ESTELIONATO..................................................................................................................................................................... 8
7ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ........................................................................................... 8
VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO e LESÃO CORPORAL (REVOGAÇÃO DE MEDIDAS PROTETIVAS).......................................... 8
COMPETÊNCIA (ATUAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL) ........................................................................................................... 8
ESTELIONATO (ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL) ........................................................................................... 8
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS .................................................................................................................... 9
LATROCÍNIO, ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA, CORRUPÇÃO DE MENORES, POSSE ILEGAL DE MUNIÇÃO e RECEPTAÇÃO 12
TRÁFICO, ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS e ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA .............................................. 14
8ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ......................................................................................... 18
TRÁFICO DE DROGAS ...................................................................................................................................................... 18
FURTO QUALIFICADO ...................................................................................................................................................... 19
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA .................................................................................................................... 19
TRÁFICO e ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS ............................................................................................... 20
PECULATO ........................................................................................................................................................................ 20
FALSIDADE IDEOLÓGICA.................................................................................................................................................. 21
MAUS TRATOS CONTRA ANIMAIS (PRISÃO PREVENTIVA) ............................................................................................ 21
10ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ....................................................................................... 22
LESÃO CORPORAL (VIOLÊNCIA DOMÉSTICA) ............................................................................................................... 22
ROUBO ............................................................................................................................................................................. 22
HOMICÍDIO TENTADO (PRESCRIÇÃO ANTECIPADA e PRONÚNCIA) ............................................................................ 23
FALSIDADE IDEOLÓGICA e ESTELIONATO CONTRA O TJSP ......................................................................................... 23
SUMÁRIO
11ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ....................................................................................... 24
ROUBO ............................................................................................................................................................................. 24
DESACATO e DANO ........................................................................................................................................................ 24
12ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ....................................................................................... 24
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA, MAUS TRATOS, CÁRCERE PRIVADO, TORTURA e ESTUPRO DE VULNERÁVEL PRATICADOS
SOB A ROUPAGEM DE “COMUNIDADE TERAPÊUTICA POR INTERNAÇÃO” ................................................................... 24
LAVAGEM DE DINHEIRO
Ementa: Processo Penal. Preliminares rejeitadas. Inépcia de denúncia e suposta falta de justa
causa. Presentes os requisitos do artigo 41 do CPP. Indicadores probatórios que autorizaram
a instalação da presente ação penal. Lavagem de dinheiro. Provas da aquisição de bens
incompatíveis com a situação financeira do apelante, despojado de trabalho regular nem
fortuna que explicasse acervo que tinha consigo. Parte vinculada a facção criminosa.
Transformação de bens ilegalmente arregimentados em aparentemente legais. Hipótese de
condenação. Dosimetria. Confirmação. Apelação desprovida.(*) (Apelação Criminal
nº 0001695-77.2015.8.26.0320, Limeira, rel. Costabile e Solimene, j. 07/02/2022).
(*) Por maioria. Vencido o 3º Juiz, Desembargador Francisco Orlando, que declarou voto.
INJÚRIA RACIAL
ESTELIONATO
conexos, os corréus não podem atuar como testemunha um do outro, tendo em vista que
não poderia se impor o compromisso de dizer a verdade, pelo contrário, ao mesmo valeria
o direito ao silêncio. Ainda, caso assim desejasse a combativa defesa poderia ter p leiteado
a juntada do interrogatório prestado por R. naqueles autos, como prova emprestada. Porém,
optou por não o fazer. Não obstante, como bem pontuado na r. sentença, a intenção do
corréu R. C. com a oitiva de R. era demonstrar que o referido corréu é apenas usuário de
drogas que devia dinheiro a R. por ter adquirido narcóticos com ele. No entanto, como se
verifica do interrogatório judicial de R. nos autos desmembrados, o mesmo negou qualquer
envolvimento no narcotráfico. Claro, portanto, que a prova requerida não se prestaria a
atingir o objetivo almejado pelo acusado. Resta certo, que a prova solicitada se mostrou
inócua, e assim foi corretamente indeferida pelo M.M. Magistrado a quo. Por fim, não se
comprovou a ocorrência de qualquer prejuízo ao apelante, decorrente dos atos impugnados
e, é cediço, que sem sua demonstração, não se decreta nulidade processual. Dessa forma, a
preliminar arguida fica rechaçada. DO MÉRITO: Absolvição - Inatendível - Autoria e
materialidade devidamente comprovadas - Robusto conjunto probatório - Vínculo estável e
permanente entre os acusados na prática da traficância suficientemente demonstrado -
Operação policial de investigação que perdurou meses, na qual se obteve i númeras
interceptações telefônicas, dando conta sobre uma gigantesca organização criminosa
voltada à venda de entorpecentes - As narrativas dos agentes foram amplamente
corroboradas pelas provas constantes nos autos, sendo que não há porque duvidar dos
depoimentos deles, pois inexiste qualquer indício de que eles tenham sido mendazes ou
tivessem qualquer interesse em prejudicar os réus - Ademais, tamanha investigação não se
daria ao trabalho de armar enorme operação para incriminar falsamente pessoas que sa bem
ser inocentes - E, ainda, ressalta-se que, para a ocorrência do delito do artigo 35 da Lei de
Drogas, não é necessária a apreensão de entorpecentes em poder dos réus, uma vez que
suficientemente demonstrada a ligação entre os envolvidos na associação p ara fins de tráfico
- As negativas dos réus restaram isoladas, pois, além de não terem sido comprovadas,
restaram completamente dissociadas dos demais elementos de convicção colhidos - Nota-
se, que é comum aos membros de associações ao tráfico se utilizarem de códigos para
encobrirem a conduta ilícita, entretanto, isto não é o suficiente para inocentá -los - Assim,
diante da robusta prova obtida por meio das interceptações telefônicas e das narrativas dos
policiais, não há que se falar em insuficiência de provas - Aliás, o animus associativo entre
os acusados ficou evidente, diante da duração das investigações e da frequência com a qual
os réus se comunicavam - Dolo demonstrado à saciedade - Comprovada a estabilidade e
permanência da ligação dos acusados na organização criminosa - A condenação do corréu
P. é medida que se impõe, assistindo razão ao membro do MP - Eis que, em que pesem os
argumentos apresentados pela combativa defesa, revela-se não só correta, como necessária,
a condenação do réu pelo delito de associação, pois encontra-se suficientemente baseada
no conjunto probatório carreado aos presentes autos - Depreende-se das interceptações
telefônicas que P. era funcionário de R. “L.” e participava da organização criminosa, buscando
os entorpecentes nos locais indicados, além de guardar e transportar os mesmos, tudo como
devidamente instruído por “L.” - Dessa forma, uma vez configurado o crime descrito na
denúncia, o desfecho condenatório era de rigor, posto que, como analisado, a materialidade
delitiva e a autoria restaram devidamente incontroversas e comprovadas de forma exaustiva
pelos elementos de convicção compilados ao longo da persecutio criminis. Condenação do
corréu J. R. - Inviável - Provas insuficientes para trazer a certeza quanto à autoria delitiva a
este corréu, negando provimento ao MP neste ponto. Manutenção da aplicação do princípio
in dubio pro reo no caso em exame. DAS PENAS E REGIME: Atende razão ao representante
do Ministério Público ao postular o aumento da pena-base dos réus, uma vez que a conduta
destes se mostra altamente reprovável, distanciando-se do padrão esperado para aqueles
que praticam o ilícito penal em análise, pois se está diante de associação criminosa
complexíssima, com incontáveis integrantes - E, a gigantesca organização criminosa implica
em alto risco à sociedade com a colocação de enorme quantidade de narcóticos na rua de
cidades do interior, as quais por muitas vezes não dispõe da estrutura ambulatorial p ara
tratar de casos de overdose, circunstâncias estas que tornam a atitude dos réus de alta
periculosidade e extremamente reprovável, conforme o disposto no artigo 42, da Lei de
Drogas. Cumpre consignar que não é possível desconsiderar a estrutura e complexidade da
associação criminosa em tela, que não pode ser aquilatada como circunstância judicial
normal à espécie, assim correto o pedido de agravamento da pena - Pelos mesmos
fundamentos fixo a basilar de P. também acima do mínimo - Reconhecida e corretamente
aplicada a agravante da reincidência de F., R. C. e W. - Assiste razão ao pedido do Ministério
Público para que seja alterada a modalidade prisional inicial de cumprimento de pena dos
réus D., J. E ., bem como para fixar tal regime para o início do cumprimento da pena do réu
P.. É inviável que o regime prisional inicial seja diverso do fechado, para qualquer dos
corréus, uma vez que os mesmos não apresentam circunstâncias judiciais favoráveis, pois
demonstram elevada periculosidade, sendo ávidos integra ntes de extensa e gigante
associação criminosa, responsável por adquirir, armazenar e distribuir narcóticos, mantendo
nefasto vício, que cada vez ceifa mais vidas jovens, demonstrando total descaso com a vida
alheia na busca pelo lucro pessoal - Entende este relator que não é automática a aplicação
da detração, em primeiro lugar, em razão de tal instituto não ter sido previsto como um
critério para fixação do regime inicial de cumprimento de pena e, especialmente, na falta de
elementos subjetivos dos acusados. A aplicação do benefício não pode, pura e
simplesmente, progredir de regime os condenados levando-se em conta somente o tempo
de prisão já cumprido sem a aplicação de qualquer outro critério - Com relação ao
prequestionamento, consigno, por oportuno, que o Julgador não está obrigado a responder
todas as questões das partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para fundar a
decisão, nem se obriga a ater-se aos fundamentos indicados por elas e tampouco a
responder um a um todos os seus argumentos. Assim, considera-se prequestionada toda
matéria infraconstitucional e constitucional, uma vez que é desnecessária a citação numérica
dos dispositivos legais, bastando que a questão posta tenha sido decidida - Afastada a
preliminar, NEGO PROVIMENTO aos recursos defensivos e DOU PARCIAL PROVIMENTO ao
recurso ministerial para condenar P. S. B. D. S., ao cumprimento de 03 anos e 06 meses de
reclusão, no regime inicial fechado, e ao pagamento de 816 dias-multa, no valor mínimo,
pela prática do delito previsto no artigo 35, caput, da Lei 11.343/06; aumentar a sanção de
Ementa: Tráfico. Art. 33, caput, Lei nº 11.343/06. Associação para tráfico. Art. 35, Lei nº
11.343/06. Organização Criminosa. Art. 2º, § 2º, Lei 12.850/13. PRELIMINARES: Afasta-se a
alegação de violação dos princípios do contraditório e ampla defesa, posto que não se
observa no presente caso a ocorrência de violação aos princípios constitucionais. Inicial
acusatória que descreveu devidamente a conduta dos réus, permitindo plenamente o
exercício da ampla defesa. Assim, a denúncia não se revela de qualquer forma viciada,
acatando perfeitamente os requisitos previstos no artigo 41, do Código de Processo Penal.
Ainda não se está diante de litispendência no que diz respeito ao corréu C., visto que a ação
penal indicada (0000422.43.2018.8.26.0616) trata de fatos e imputações diferentes,
referentes a condutas diversas, que, embora sejam crimes da mesma natureza e sejam
similares, foram praticadas em momentos distintos, bem como com agentes diversos. Sendo
que a r. sentença já reconheceu em parte esta alegação de litispendência, afastando para o
corréu C. a imputação relativa do fato ocorrido no dia 27 de fevereiro de 2018, mantendo -
se o restante das imputações íntegras. E, como se verá adiante, realmente mostra-se cabível
apenas a condenação do réu nos presentes autos pelos delitos de associação para o tráfico,
organização criminosa e o delito de tráfico ocorrido apenas em 04 de janeiro de 2018. Assim ,
verifica-se que o réu C. não será punido duas vezes pelo mesmo fato, mas por dois fatos,
com desígnios autônomos diferentes. Não cabe razão às defesas no tocante à alegação de
nulidades relacionadas ao procedimento de escuta telefônica, pois no caso dos autos em
exame, o monitoramento foi deferido judicialmente nos exatos termos da Lei nº 9.296/96.
As interceptações foram devidamente autorizadas por decisão fundamentada do juízo, não
havendo qualquer nulidade neste fato, tendo em vista que a r. decisão inicial justificou
satisfatoriamente a necessidade da decretação da medida. Não há qualquer mácula na
denominada "denúncia anônima", pelo contrário, a mesma se revela forma corriqueira de
apuração de infrações penais pela polícia e que, muitas vezes, revela -se como único meio
de se desvendar determinadas práticas delitivas, servindo, ao mesmo tempo, como estímulo
ao denunciante em apresentar a notitia criminis, ficando resguardadas a sua vida e
integridade física e a de seus familiares. Ademais, é certo que no caso em análise a denúnc ia
anônima não foi o único fundamento para a interceptação telefônica, pelo contrário, as
informações recebidas foram empregadas pelos policiais da DISE, que procederam com
inúmeras diligências, como busca e apreensão, nas quais foram localizadas drogas,
anotações e produtos destinados ao ilícito, além de campanas, filmagens e questionamento
de moradores da região. Eis que só então foi solicitada a interceptação telefônica dos
investigados. Ora, dada a gravidade e clandestinidade dos delitos investigados, a s provas
não poderiam ser obtidas por outros meios sem prejudicar o andamento da investigação
criminal. A Lei Federal n.º 9.296/96, não traz em seu bojo qualquer exigência especial para a
identificação dos interlocutores das comunicações interceptadas e no ssos Tribunais já
decidiram, em diversas oportunidades, acerca da desnecessidade de identificação dos
interlocutores através de perícia técnica. Ainda se mostra desnecessária a transcrição dos
afastar a causa agravante prevista no artigo 62, inciso I, do CP, quanto aos crimes de tráfico
e associação ao tráfico. Isto porque das provas colhidas restou constatado que estes corréus,
principalmente, C., exerciam posição de comando na traficância, ostentando uma posição
hierárquica superior, delegando funções, dando ordens e organizando a estrutura do grupo
criminoso, tanto para o tráfico, como para os demais ilícitos que praticavam. Na terceira fase
do cálculo, quanto à pena pela transgressão de integrar organização criminosa, mostra -se
necessário o aumento na fração de ½, ante o disposto no artigo 2º, §2º, da Lei n.
12.850/2013, uma vez que restou inegável que a organização criminosa da qual os acusados
faziam parte utiliza-se de armas de fogo em suas atividades espúrias, como já elencado
acima. Passo outro, não se fala na concessão do benefício do §4º, do artigo 33, da Lei de
Drogas, por expresso impedimento legal, pois, como visto, os réus integram organização e
associação criminosa. Por fim, afastada, agora, a continuidade delitiva com o
reconhecimento de crime único para o tráfico, é mantido o concurso material entre os delitos
com a soma das penas, conforme o disposto no artigo 69, do Código Penal. Quanto ao
pedido de redução ou afastamento da pena de multa, ante a sua suposta
inconstitucionalidade, o mesmo revela-se igualmente inviável, vez que não se vislumbra
ofensa a qualquer princípio constitucional no quantum de multa estabelecido pelos tipos
incriminadores da Lei nº 11.343/06. Ainda, é certo que se está diante de sanção cominada
ao tipo penal de forma cumulativa à carcerária, e, portanto, não pode ser diminuída ou
afastada sob a simples alegação de que os réus são pessoas de poucos recursos financeiros.
No que tange ao pedido de substituição da pena corporal por restritivas de direitos, a
concessão de tal benefício não se mostra possível no presente caso para nenhum dos
corréus, vez que o quantum da pena privativa de liberdade fixado por este acórdão, como
relatado acima, impede a concessão do mesmo. Por fim, incabível que o regime prisional
inicial seja outro diverso do fechado, em razão da existência de expressa proibição legal,
uma vez que o próprio Código Penal em seu artigo 33, §2º, determina claramente que o
condenado à pena superior a oito anos deverá iniciar o seu cumprimento em regime inicial
fechado. Ademais, entende este Relator que não é automática a aplicação da detração, em
primeiro lugar em razão de tal instituto não ter sido previsto como um critério para fixação
do regime inicial de cumprimento de pena e, especialmente na falta de elementos subjetivos
dos acusados. Igualmente, o benefício da Justiça Gratuita somente poderá ser concedido na
fase de execução do julgado, porquanto esta é a fase adequada para se aferir a real situação
financeira do condenado, por estar sujeito à cláusula rebus sic stantibus, nos termos do artigo
12 da Lei nº 1060/50, já que existe a possibilidade de sua alteração após a data da
condenação. Por derradeiro, não há que se falar em liberdade provisória para os réus
conforme pleiteado pelas combativas defesas, posto que os mesmos restaram condenados
na primeira instância, sendo tal condenação mantida por meio do presente acórdão. E a par
de estarem presentes os pressupostos autorizadores da custódia preventiva, posto haver
indícios de materialidade e autoria, a constrição se justifica para garantia da ordem pública
e da necessária aplicação da lei penal. Salienta-se que pesa sobre os réus a condenação não
só por tráfico, que por si só já é crime de especial nocividade, mas também por associação
para o tráfico e organização criminosa, crimes estes que causam i ntranquilidade à sociedade,
sendo temerário que os mesmos permaneçam soltos, por se estar diante de elevada
gravidade. Concluindo-se, para efeito de prequestionamento, ressalta-se que não houve
qualquer violação a qualquer dispositivo da Constituição Federal, Código de Processo Penal,
Código Penal, ou súmulas proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, ou pelo Superior
Tribunal de Justiça. Diante do exposto, afastadas as preliminares, dá -se PARCIAL
PROVIMENTO aos recursos para afastar o reconhecimento da continuidade delitiva entre os
delitos de tráfico, posto que a denúncia trata de apenas um crime desta espécie, fixando as
penas da seguinte forma: - 20 anos e 09 meses de reclusão, e o pagamento de 2.122 dias-
multa, no piso, para C., I. e C.; - 18 anos e 09 meses de reclusão, e o pagamento de 1.822
dias-multa, no piso, para G., K., L., W., F., Z. e S.; - 15 anos, 07 meses e 15 dias de reclusão, e
o pagamento de 1.518 dias-multa, no piso, para M. e; - 21 anos, 10 meses e 15 dias de
reclusão, e o pagamento de 2.125 dias-multa, no piso, para P. e W.. (Apelação Criminal
nº 0001596-76.2018.8.26.0361, Mogi das Cruzes, rel. Freitas Filho, j. 23/02/2022).
FURTO QUALIFICADO
Trechos do voto (não há ementa): Apelação Criminal. Furto. “(...) pleiteando a absolvição por
falta de provas. Subsidiariamente requer a desclassificação da imputação para a forma do
furto simples, o reconhecimento da tentativa, a redução das penas, bem como a fixação de
regime prisional inicial menos gravoso.” “A versão exculpatória apresentada pelo apelante,
de que trabalhava com aplicativo, restou isolada dentro do conjunto probatório, e em
nenhum momento foi comprovada, a teor do que dispõe o artigo 156, do Código de
Processo Penal, visto que, quando da sua apreensão, não se logrou encontrar com ele sequer
um celular pelo qual receberia os chamados para efetuar as alegadas entregas. Como a
vítima não recuperou o seu telefone, auferindo prejuízo material, o crime se consumou,
ficando assim prejudicada a tese desclassificatória para a tentativa de furto”. “(...) o delito foi
de furto consumado, qualificado pelo concurso de agentes, posto que dois eram os
subtratores, conforme os depoimentos harmônicos, objetivos e coerentes da vítima e da
testemunha presencial Lucas”. Negaram provimento. V.U. (Apelação Criminal nº 1525890-
61.2020.8.26.0228, São Paulo, rel. Marco Antônio Cogan, j. 10/02/2022).
Trechos do voto (não há ementa): Habeas Corpus. Extinção da punibilidade da paciente em face
da prescrição da pretensão executória. “(...) diante da condenação imposta a paciente, cujas
penas por ambos os delitos não excedeu 2 (dois) anos, afastado o concurso de crimes, a
prescrição ocorreria em 4 (quatro) anos, nos termos do artigo 109, inciso V, do Código
Penal.” “(...) tendo em vista os marcos interruptivos da prescrição, observa -se que esta não
se operou.” “(...) deve ser considerada como causa interruptiva da prescrição, constante do
inciso IV do artigo 117 do Código Penal, o acórdão condenatório recorrível. Nem se diga
que o acórdão confirmatório da decisão condenatória não interrompe o prazo prescricional.
Não faria o menor sentido a Lei 11.596/07 alterar o dispositiv o do artigo 117 do Código
Penal sem nenhum resultado prático.” “(...) a data do trânsito em julgado da sentença para
a acusação, não pode ser adotada como marco inicial do prazo prescricional, pois até o
trânsito em julgado para ambas as partes inúmeros recursos podem ser interpostos pela
defesa no sentido de protelar a decisão final, não se tratando de inércia estatal ”. “(...) antes
do trânsito em julgado para ambas as partes não há título executivo (não há pena a ser
cumprida), não é possível se admitir que o marco inicial da pretensão executória se dê em
momento anterior à própria existência do título executório.” DENEGARAM a ordem. V.U.
(Habeas Corpus nº 2280785-96.2021.8.26.0000, São Paulo, rel. Sérgio Ribas,
j. 10/02/2022).
PECULATO
Ementa: Apelação - Peculato - Recursos interpostos pelo Ministério Público e pela defesa -
Preliminares - Aditamento das razões de recurso defensivas para pleitear a incompetência
do Juízo Preclusão consumativa - Matéria que, de todo modo, já foi apreciada amplamente
em Primeiro Grau e decidida por esta C. Corte nos autos da respectiva Ação Civil Pública -
Inteligência da Súmula 209 do STJ - Pedido de não conhecimento do apelo ministerial -
Inexistência de circunstâncias que justifiquem o deferimento do pleito - Recurso tempestivo,
parte legítima e sucumbente. Ré I. condenada em Primeiro Grau - Absolvição -
Impossibilidade - Provas dos autos aptas a demonstrar a veracidade do quanto exposto na
denúncia - Recorrente que, ocupando o cargo de Diretora do Departamento Municipal de
Obras, Viação, Serviços e Planejamento da Prefeitura Municipal, atestou medições em obra,
cujos serviços foram mal executados ou não realizados, permitindo o pagamento indevido
da empresa contratada, causando prejuízo ao erário - Dolo demonstrado - Desclassificação
para a modalidade culposa rechaçada - Desistência voluntária, arrependimento eficaz ou
participação de menor importância não verificados no caso concreto - Condenação correta
e mantida. Apelo do Ministério Público, requerendo a condenação dos réus absolvidos -
Parcial acolhimento - Prefeito do Município que tinha ciência das irregularidades da obra e
autorizou o pagamento da empresa, inclusive prorrogando o contrato com ela celebrado -
Apresentação, pelos proprietários da construtora, de medições não condizentes com a
realidade, superfaturadas e com materiais de péssima qualidade - Ciência quanto às
irregularidades da obra e recebimento ilícito de dinheiro público - Condenação imperiosa -
Mantida, contudo, a absolvição do réu C., filho do casal proprietário da empresa - Ausência
de provas quanto à sua ciência sobre os fatos - Prova oral no sentido de que o recorrido
apenas figurava como sócio da empresa, mas não trabalhava efetivamente no negócio da
família - Conjunto probatório frágil. Dosimetria - Pedido de I. pelo afastamento da majorante
do art. 327, § 2º, CP, por não constar da denúncia - Não acolhimento - Cargo ocupado pela
apelante devidamente descrito na exordial acusatória - Ré que se defende dos fatos contidos
na inicial, e não de sua capitulação jurídica - Acréscimo de 1/3 fixo - Redução descabida -
Aumento de mesma fração, diante da continuidade delitiva - Patamar adequado - Crimes
que ocorreram por 8 meses - Reprimenda inalterada - Regime aberto e substituição penal
aplicados em Primeiro Grau - Rejeitada a redução do montante imposto a título de prestação
pecuniária - Suposta hipossuficiência da recorrente que deve ser aferida em sede de
Execução - Perda do cargo em consonância com o art. 92, I, “a”, CP. Penas fixadas para os
réus condenados nesta instância nos mesmos moldes impostos na r. sentença para I . -
Majorante do art. 327, § 2º, CP, aplicável apenas ao Prefeito Munici pal, e não aos empresários
- Regime aberto e substituição penal adequados. Recurso defensivo desprovido e apelo
ministerial parcialmente provido. (Apelação Criminal nº 0003233-55.2013.8.26.0129,
Casa Branca, rel. Juscelino Batista, j. 17/02/2022).
FALSIDADE IDEOLÓGICA
Ementa: APELAÇÃO. Falsidade Ideológica (artigo 299, caput, do Código Penal). Sentença
condenatória. Pretensão à absolvição. Inadmissibilidade. Materialidade e autoria delitiva
devidamente demonstradas. Dolo verificado. Dosimetria das penas escorreita - Sentença
mantida - Recurso não provido. (Apelação Criminal nº 0000202-76.2018.8.26.0541, Santa
Fé do Sul, rel. Freddy Lourenço Ruiz Costa, j. 17/02/2022).
Trechos do voto (não há ementa): Apelação Criminal. Lesão corporal. Violência doméstica.
“(...) o réu apela buscando a absolvição por insuficiência de provas. De forma subsidiária,
requer a redução da pena e a substituição por prestação de serviços comunitários.” “(...) a
prova dos autos apurou, de maneira inequívoca, que o apelante, dolosamente, na ocasião
indicada na denúncia, realmente atentou contra a integridade física da vítima, agredindo -a,
daí a impossibilidade de se afastar a sua responsabilidade pela infração pela qual restou
condenado.” “(...) presente o elemento subjetivo do tipo, a responsabilização criminal do
apelante, nos moldes do reconhecido na sentença recorrida, era mesmo a solução correta
para o caso em questão.” “(...) Descabe, outrossim, a substituição da pena por restritiva de
direitos, como postulado subsidiariamente pela defesa, visto que o crime foi praticado com
violência à pessoa.” “Negaram provimento ao recurso. V. U.” (Apelação Criminal
nº 1500173-58.2018.8.26.0441, Peruíbe, rel. Gonçalves Junior, j. 10/02/2022).
ROUBO
Trechos do voto (não há ementa): Apelação Criminal. Roubo. “(...) mérito, requer a absolvição
por insuficiência de provas. Do contrário, pleiteia a desclassificação para o delito de
receptação; o reconhecimento de crime único; a redução da pena imposta, além da fixação
de regime prisional mais brando” “(...) as versões contraditórias apresentadas pelo réu, ora
dizendo que os documentos, cartões bancários e cheques (apreendidos em sua residência)
deviam ter sido deixados na sua casa por algum conhecido; ora asseverando que os
assaltantes teriam abandonado esses itens dentro do seu automóvel; aliadas às
desconfianças ressaltadas pelas vítimas, como se viu acima, demonstram que o apelante foi
mesmo um dos autores dos roubos a ele irrogados na denúncia, não havendo que se falar,
bem por isso, em absolvição ou desclassificação da conduta para o delito de receptação.”
“(...) considerando que os fundamentos da sentença recorrida, que apreciou
pormenorizadamente a prova coligida, não comportam qualquer modificação, bem como o
fato de que nas razões recursais não há nenhum elemento novo, mas, tão somente, a
reiteração de questões já enfrentadas pelo Juízo a quo, forçoso concluir pela manutenção
da condenação do réu pelo crime previsto no artigo 157, § 2º, incisos I e II, por doze vezes,
na forma do artigo 70, caput, ambos do Código Penal.” “(...) dá-se parcial provimento ao
recurso a fim de reduzir a pena do acusado para 10 (dez) anos de reclusão, mais o pagamento
de 24 (vinte e quatro) dias-multa, no piso legal; preservada, no mais, a sentença recorrida.”
(Apelação Criminal nº 0002335-11.2008.8.26.0584, São Pedro, rel. Gonçalves Junior,
j. 10/02/2022).
Trechos do voto (não há ementa): Apelação Criminal. Falsidade ideológica. Estelionato. “(...)
O membro do Parquet objetiva que o desfecho condenatório ocorra nos termos da denúncia,
ou seja, pelo delito de peculato. Acerca da dosimetria, busca a elevação máxima da pena -
base e exasperação pela continuidade delitiva, bem como a fixação do regime inicial
fechado.” “O acusado V. alega, preliminarmente, a nulidade da sentença por ausência de
fundamentação porquanto não houve detida apreciação dos argumentos defensivos
delineados em sede de resposta à acusação e alegações finais. Ademais, aponta eiva
processual por suposta quebra da imparcialidade do magistrado, violação ao devido
processo legal, cerceamento de defesa, ofensa ao princípio do contraditório e ao exercício
da ampla defesa. No mérito, busca a absolvição por insuficiência de provas, por ausência de
dolo ou por atipicidade das condutas praticadas.” “Quanto às eivas processuais de quebra
da imparcialidade do magistrado, inobservância do devido processo legal, cerceamento de
defesa, ofensa ao princípio do contraditório e ao exercício da ampla defesa, igualmente, não
há vício a ser reconhecido.” “Oportunizada a manifestação da defesa técnica, não se há falar
em ausência de isonomia na relação processual e consequente quebra do princípio da
imparcialidade.” “A autoria e a materialidade estão suficientemente demonstradas no
caderno processual e foram corretamente registradas na sentença condenatória, que trouxe
a correta subsunção do fato analisado à norma repressiva descrita no artigo 299 e artigo
171, caput, do Código Penal” “(...) não há desclassificação a ser reconhecida, porquanto a
figura típica do artigo 301 do Código Penal exige que a vantagem se destine a terceiro, o
que não se verifica no caso em apreço.” “(...) nada obstante ao entendimento lançado pelo
magistrado sentenciante, impende reconhecer que a prática delitiva o artigo 171, § 3º, do
Código Penal, confere a capitulação mais correta para o crime-fim no caso em apreço.” “(...)
deram parcial provimento aos recursos a fim de condenar o réu V. F. como incurso no artigo
171, caput, e § 3º, do Código Penal, em continuidade delitiva, a cumprir, em regime inicial
aberto, 01 (um) ano, 08 (oito) meses e 21 (vinte e um) dias de reclusão, mais o pagamento
de 15 (quinze) dias-multa, no mínimo legal, além de substituir a sua pena corporal por duas
restritivas de direitos”. (Apelação Criminal nº 0000166-25.2017.8.26.0620, Taquarituba,
rel. Gonçalves Junior, j. 17/02/2022).
ROUBO
DESACATO e DANO
Ementa: Desacato - Dolo - Elemento subjetivo bem demonstrado pela prova - Condenação
mantida; Dano ao patrimônio público - Atipicidade - Princípio da insignificância - Não
aplicação - Relevância jurídica do ato que deve levar em conta não somente o montante do
prejuízo como também o desvalor da conduta - Condenação mantida - Recurso improvido.
(Apelação Criminal nº 1523764-26.2019.8.26.0114, Campinas, rel. Alexandre Almeida,
j. 06/02/2022).
não se verifica no presente caso, em que julgado por juiz singular e fundamentadamente.
PLEITO DE INSTAURAÇÃO DE INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL- ALEGADA
DEPENDÊNCIA QUÍMICA (H.) - Inviabilidade. A dependência química, por si só, não é causa
suficiente para autorizar o reconhecimento da inimputabilidade ou redução da pena,
especialmente quando sequer requerido instauração de incidente de insanidade durante a
instrução probatória, momento oportuno para tanto, operando-se a preclusão. DIREITO DE
RECORRER EM LIBERDADE (A. L.) - Não Acolhimento. Na esteira de precedentes da Corte
Maior, não há sentido lógico permitir que o réu, encarcerado durante a instrução criminal,
possa aguardar em liberdade o trânsito em julgado da sentença. NULIDADE DA SENTENÇA
- FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO NO 'DECISUM' (A.) - Inexiste nulidade da sentença por falta
de fundamentação, quando o julgador elenca no 'decisum' todas as provas que utilizou para
formar o seu convencimento e condenar os réus em 456 laudas. PRELIMINAR - NULIDADE -
CERCEAMENTODE DEFESA (R.) - Inocorrência. O juiz pode indeferira produção de provas
"consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias". No caso dos autos, os elementos
probatórios constantes dos autos foram suficientes para o convencimento do Magistrado.
Pretensão defensiva de provar que as vítimas eram inimputáveis revela-se inútil já que contra
elas não está sendo imputado qualquer crime e todas eram pacientes de clínica de
tratamento e, portanto, dependentes químicas. Não há que se falarem nulidade.
RECONHECIMENTO DE OFÍCIO DA PRESCRIÇÃO - MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA - CRIME DE
MAUS TRATOS (ARTIGO 136, CP) (R., H., F., A. L.) - Se, entre a data do recebimento da
denúncia e da publicação da sentença, constata-se o transcurso de lapso temporal superior
ao exigido pela lei para a ocorrência da prescrição, deve ser declarada extinta a punibilidade
do agente do delito. PLEITO DE ABSOLVIÇÃO - CRIME DE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
(ART.288, CP) (R., H., L., A., M., F., L. C., J., A. L.) - Possibilidade. Para a configuração do crime
exige-se estabilidade e permanência. Ausência de comprovação do vínculo associativo.
PLEITO DE ABSOLVIÇÃO - TORTURA Impossibilidade. Responsabilidade penal dos apelantes
bem evidenciada. Efetiva exposição das vítimas a intenso sofrimento físico e mental,
fazendo-as passarem frio, fome, sem água potável e higiene, submetidas a violência e
agressões. PLEITO DE ABSOLVIÇÃO - CÁRCERE PRIVADO - INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA -
Impossibilidade. Demonstrada satisfatoriamente a autoria e a materialidade dos crimes de
cárcere privado, com a comprovação da restrição da liberdade de ambulatória das vítimas,
impedidas de deixarem a clínica e/ou de relatarem o tratamento que recebiam a familiares,
de se manter a condenação decretada em 1º Grau. PLEITO DE ABSOLVIÇÃO - ESTUPRO
DEVULNERÁVEL (ARTIGO 217-A, CAPUT, C/CARTIGO 226, CAPUT, INCISOS I E II, DOCÓDIGO
PENAL) (JAISON) - Impossibilidade. Nos crimes contra a liberdade sexual, a palavra da vítima
é de amplo valor probatório, sobretudo se corroborada por todos os outros elementos de
convicção contidos nos autos. PENA-BASE (CRIMES DE TORTURA e CÁRCERE PRIVADO) - Em
havendo circunstâncias judiciais desfavoráveis aos agentes, não se pode arbitrar a pena-base
no mínimo legal, sendo imperiosa a majoração desta em observância aos critérios legais. Se
as circunstâncias do crime destoam daquelas normais à espécie como no caso em que os
crimes se deram através de sofrimento mental intenso, fazendo as vítimas passarem frio,
fome, sem água potável e higiene, além de sofrerem violência física, sobretudo praticados
em clínica terapêutica, valendo-se da confiança depositada pelas famílias, deliberadamente
manipuladas a desconsiderarem eventuais queixas das vítimas que eram impedidas de
Ementa: Tráfico de drogas - Provas suficientes para a condenação - Réu admitiu o cultivo
dos pés de maconha e, embora tenha alegado tratar-se de apenas 50 plantas, restaram
apreendidos 65 pés da droga. Desclassificação para o artigo 28, da Lei 11.343/06 -
Impossibilidade - quantidade de substância narcótica absolutamente incompatível com a
finalidade exclusiva de consumo pessoal - Realizada a interceptação telefônica, constataram-
se conversas acerca do narcotráfico desempenhado pelo acusado. Dosimetria: De ofício,
reduziram-se as básicas ao piso legal fim de afastar o bis in idem e, presentes os requisitos
legais, reconheceu-se a forma privilegiada com redução da pena na proporção de apenas
1/6 (um sexto), diante da grande quantidade de pés de maconha apreendidos. Equipamento
semiaberto - possibilidade - Réu primário cuja pena reclusiva não excedeu oito anos. Recurso
a que se dá parcial provimento. (Apelação Criminal nº 1501617-40.2020.8.26.0544,
Franco da Rocha, rel. Amable Lopez Soto, j. 15/02/2022).
Trechos do voto (não há ementa): Apelação Criminal. Crimes contra a Ordem Tributária.
“Deram provimento parcial ao apelo ministerial e receberam a denúncia contra os réus J . M.
U. R., A. S. A., A. M. C. F., M. C. R. F., T. G. P., R. G. A., W. D., A. R., D. L., C. A. A. R. e C. E. T.,
incursos no artigo de cartel (artigo 4º, II, “a”, “b” e “c”, da Lei n. 8.137/90), no mais, mantendo -
se a respeitosa decisão, prosseguindo-se o feito em seus ulteriores termos. V.U.”. (Apelação
Criminal nº 0047997-33.2017.8.26.0050, São Paulo, rel. Augusto de Siqueira, j. 07/02/2022).
Ementa: Apelação - Apelante condenado como incurso no artigo 2º, §1º, da Lei 12.850/2013 -
Pretensão à absolvição - Impossibilidade - Materialidade e autoria delitivas comprovadas -
Sentença mantida - Recurso não provido. (Apelação Criminal nº 1005441-
40.2018.8.26.0510, Rio Claro, rel. Cláudio Marques, j. 02/02/2022).
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