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Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes - EJEF


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Este é um trabalho colaborativo das unidades judiciárias do Tribunal de Justiça do Estado


de Minas Gerais.
Sugestões deverão ser encaminhadas ao e-mail gejur@tjmg.jus.br.
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

C37 CAVALLI, Ana Clara de Lima

Apostila para estagiários cível e criminal / Ana Clara de Lima Cavalli; Ana
Maria da Silva Barros Rosa -- Belo Horizonte: Tribunal de Justiça do Estado
de Minas Gerais, 2023.

105 p.

1. Estagiário – Manual. I. Título. II. ROSA, Ana Maria da Silva Barros

CDDir: 342.65181
CDU: 373.27

Ficha catalográfica elaborada pela


Coordenação de Biblioteca do TJMG - COBIB

2
Autoras:
Ana Clara de Lima Cavalli
Ana Maria da Silva Barros Rosa

APOSTILA PARA ESTAGIÁRIOS


CÍVEL E CRIMINAL

Belo Horizonte
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
2023

3
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho


Presidente
Desembargador Alberto Vilas Boas Vieira de Sousa
Primeiro Vice-Presidente
Desembargador Renato Luís Dresch
Segundo Vice-Presidente
Desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta
Terceira Vice-Presidente
Desembargador Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Junior
Corregedor-Geral de Justiça
Desembargadora Yeda Monteiro Athias
Vice-Corregedora-Geral de Justiça

Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes


Comitê Técnico
Desembargador Renato Luís Dresch
Desembargadora Lílian Maciel Santos
Desembargador Osvaldo Oliveira Araújo Firmo
Desembargador Paulo Calmon Nogueira da Gama
Desembargador Saulo Versiani Penna
Juiz de Direito Carlos Márcio de Souza Macedo
Diretora Executiva de Desenvolvimento de Pessoas: Ana Paula Andrade Prosdocimi da
Silva
Diretor Executivo de Gestão da Informação Documental: Fernando Rosa de Sousa

Produção Editorial
Gerência de Jurisprudência, Biblioteca e Publicações Técnicas - GEJUR/DIRGED
Coordenação de Jurisprudência e Publicações Técnicas - COJUR
Centro de Tecnologia e Mídias Digitais - CETED
Projeto gráfico: Alex Zannon

4
SUMÁRIO

ORIENTAÇÕES AOS ESTAGIÁRIOS DAS VARAS CÍVEIS ...................................... 7


1 PROCESSO DE CONHECIMENTO .................................................................................. 8
1.1 PETIÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 10
1.2 CARTA PRECATÓRIA - Art. 260 do CPC ................................................................. 13
1.3 BUSCA E APREENSÃO - Dec. nº 911 com pedido liminar .................................... 14
1.4 REINTEGRAÇÃO DE POSSE DE BEM MÓVEL com pedido liminar - art.
560/566 do CPC c/c § 15 do art. 3º do Decreto-Lei nº 911/69 ...................................... 15
1.5 EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL prevista nos arts. 719 a 913 do
CPC............................................................................................................................................ 16
1.6 EMBARGOS DO DEVEDOR - art. 914 do CPC ...................................................... 17
1.7 EMBARGOS DE TERCEIRO - art. 674 do CPC ...................................................... 18
1.8 MONITÓRIA - art. 700 CPC ......................................................................................... 19
1.9 RECONVENÇÃO ........................................................................................................... 20
1.10 EXTINÇÕES SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO - art. 485 do CPC ................. 21
1.10.1 INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL - art. 330 c/c art. 485, I, do
CPC............................................................................................................................................ 22
1.10.2 DESISTÊNCIA: art. 485, VIII, e § 4º, do CPC ...................................................... 22
1.10.3 INÉRCIA - art. 485, III, e § 6º, do CPC .................................................................. 24
1.10.4 NEGLIGÊNCIA - art. 485, II, do CPC .................................................................. 25
1.10.5 EXTINÇÃO POR AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS válidos de constituição
e de desenvolvimento do processo (art. 485, IV, do CPC) ................................................ 26
1.10.6 EXTINÇÃO POR NÃO CONCORRER QUALQUER DAS CONDIÇÕES
DA AÇÃO - legitimidade das partes e interesse processual (art. 485, VI, do CPC) ...... 26
1.11 EXTINÇÕES COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO - Art. 487 DO CPC ............ 27
1.11.1 RENÚNCIA - art. 487, III, c, do CPC...................................................................... 27
1.11.2 HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO: art. 487, III, b, do CPC .............................. 28
1.12 DESPACHO SANEADOR .......................................................................................... 30
1.13 ORIENTAÇÕES PONTUAIS..................................................................................... 32
1.14 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: é baseada em um título executivo judicial -
que é a SENTENÇA ............................................................................................................... 33
1.15 PONTOS IMPORTANTES À EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL E AO
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA .................................................................................. 34

5
1.16 EXTINÇÃO PELO ART. 924 DO CPC .................................................................... 35
1.17 PASSO A PASSO PARA ANALISAR O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
NOS PRÓPRIOS AUTOS .................................................................................................... 37
1.18 PASSO A PASSO PARA ANALISAR O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
DISTRIBUÍDO PELA PARTE ............................................................................................ 38
1.19 IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA .................................. 39
1.20 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 40

ORIENTAÇÕES AOS ESTAGIÁRIOS DAS VARAS CRIMINAIS........................... 42


1 RESUMO - PROCESSO CRIMINAL ................................................................................. 43
2 TABELA DE COBRANÇA DE CUSTAS E MULTA ..................................................... 52
3 SEEU - IMPLANTAÇÃO DE GUIA DE RECOLHIMENTO..................................... 55
4 SEEU - AGRAVO DE EXECUÇÃO PENAL................................................................... 77
5 EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE PRISÃO .................................................................. 83
6 EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ DE SOLTURA (SEEU) ..................................................... 89
7 COMUNICAÇÕES AO TRE ................................................................................................ 99

6
ORIENTAÇÕES AOS ESTAGIÁRIOS DAS VARAS CÍVEIS

Ana Maria da Silva Barros Rosa


Servidora da 4ª Vara Cível da Comarca de Betim

É com alegria que os recebemos nesta fase tão produtiva da vida de vocês!
Logo de início, é perceptível o volume de trabalho, de orientações, de práticas
necessárias ao desempenho das funções, que assustam todo estagiário e também
servidores.
Todavia, a ansiedade e as preocupações naturais de todo começo aos poucos vão
sumindo, à medida que vão se adaptando com a rotina de trabalho.
Para trazer mais tranquilidade aos estagiários, pensamos em um manual que
facilitará, em muito, as atividades desenvolvidas.
Em pouco tempo, terão assimilado o que deve ser feito e prestarão seu serviço
com muita eficiência.
Mesmo que já tenham um conhecimento prévio consolidado, usem este manual
como um guia neste começo da sua jornada. Releiam sempre que necessário, façam
anotações, tirem suas dúvidas.
Estamos todos prontos a ajudá-los a se desenvolver, a entender o processo como
um todo e em todas as suas fases.
Nada melhor do que iniciar com uma visão geral sobre o processo de
conhecimento.

7
1 PROCESSO DE CONHECIMENTO

É a fase do processo em que o juiz conhece do pedido do autor, da defesa do


requerido, em que as provas são produzidas. Vai desde a petição inicial, momento em que
a parte declina para o juiz sua pretensão, até o trânsito em julgado da sentença, que julgou
procedente ou improcedente o pedido. Trata-se de procedimento comum.
Na fase de conhecimento, é apresentado o pedido inicial, o qual é analisado, com
base nos arts. 319 e 320 do CPC, para se dar o despacho inicial, ocasião em que se
analisam eventuais pedidos de tutela provisória (arts. 300 a 311 do CPC).
Em seguida, a parte contrária é citada e apresenta defesa (arts. 335 e 343 do CPC).
Ato contínuo, a parte autora impugna a defesa apresentada (arts. 350 e 351 do
CPC).
Segue-se com a especificação de provas (art. 348 c/c arts. 350 e 351 do CPC).
É proferido o despacho saneador (art. 357 do CPC), ocasião em que são sanadas
eventuais irregularidades de representação ou nulidades, são resolvidas as questões
preliminares arguidas pelo requerido e são apreciados os pedidos de provas efetivados
pelas partes, que podem ser deferidos ou indeferidos, mediante fundamentação.
As provas (previstas nos arts. 369 e 484 do CPC) deferidas são produzidas, em
audiência de instrução e julgamento, ou fora dela, conforme for o caso (arts. 358 e
seguintes do CPC).
Encerrada a produção de provas, o juiz pode dar vista às partes, para alegações
finais (art. 364 do CPC).
Segue-se com a sentença de mérito (art. 487 do CPC).
Se não houver apelação, ocorre o trânsito em julgado, encerrando-se a fase de
conhecimento.
Se houver apelação (art. 1.009 do CPC) ou for caso de remessa necessária (art.
496), o feito é remetido para o TJMG, para o STJ, para o STF, conforme forem os
recursos aviados. Somente após o trânsito em julgado, encerra-se a fase de conhecimento.

8
Aqui importante trazer uma distinção entre sentença com resolução do mérito,
prevista do no art. 487 do CPC, e sentença sem resolução do mérito, art. 485 do CPC.
Quando o juiz analisa o mérito do pedido do autor, ou seja, o problema trazido
pelo autor na sua petição inicial, dando uma sentença procedente, procedente em parte ou
improcedente, tem-se que a sentença é COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. Em um
exemplo simples: na petição inicial, o autor pede indenização por danos materiais por
conta de um acidente de trânsito. Na sentença de mérito, o juiz pode julgar procedente o
pedido, determinando o pagamento da indenização pretendida, ou parcialmente
procedente, determinando o pagamento, mas não do valor pretendido pelo autor, ou,
então, julgar improcedente o pedido porque entendeu que o autor não tem qualquer
direito de ser indenizado. Também ocorre resolução do mérito quando o juiz homologa
um acordo entre as partes, ou reconhece a prescrição ou decadência do direito, ou ainda
quando a parte autora renuncia a seu pedido.
Nesses casos, o juiz apreciou o mérito da questão, o problema trazido ao Judiciário,
e resolveu o caso, pondo fim ao processo, com resolução do mérito, com base no art. 487
do CPC.
Com a resolução do mérito, seja por qualquer dos incisos do art. 487 do CPC, a
parte não poderá ajuizar novamente a mesma ação, com os mesmos pedidos, pois existe a
coisa julgada a respeito.
Entretanto, existem situações em que o processo é extinto sem que o juiz analise o
problema trazido pelo autor. Tome-se por exemplo o mesmo pedido de indenização por
danos materiais acima. Pode acontecer que a petição inicial não esteja de acordo com a lei,
e o juiz mande a parte corrigi-la, e esta não o faz. Assim, o juiz nem recebe a petição
inicial, indeferindo-a. Note-se que não houve apreciação do problema do autor.
Também pode acontecer que, depois de recebido o processo, a parte não promova
alguma diligência que o juiz tenha determinado, ou, ainda, que a parte autora desista do
processo. Nessas situações, e nas demais previstas no art. 485 do CPC, o juiz põe fim ao
processo, mas SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. Ou seja, o processo é extinto por
questões processuais. Não é analisada a pretensão do direito trazida na petição inicial.

9
Quando o processo é extinto SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, a parte autora
poderá ajuizar novamente a mesma ação para discutir o seu alegado direito.
Importante entender essa distinção!

Com base nessa orientação acima, passemos a entender pontualmente algumas


fases do processo de conhecimento:

Primeiramente, muita atenção: verificar sempre se os MODELOS de


despacho/decisão/sentença que serão utilizados estão adequados ao CPC.

1.1 PETIÇÕES INICIAIS

Em qualquer processo deve ser feita uma análise padrão:

- A petição inicial deverá trazer os documentos na seguinte ordem de sequência


cronológica e lógica, de acordo com o art. 119 do Provimento 355/2018 da Corregedoria-
Geral de Justiça:
I – petição inicial;
II – procuração;
III – documentos pessoais;
IV – documentos necessários à instrução da causa corretamente indexados.

- Se há documentos irregulares ou ilegíveis, caso em que deve ser determinada a


regularização, sob pena de extinção.

- Se a autuação está correta (por exemplo, se o nome da ação corresponde ao pedido), os


dados das partes constantes da página inicial do processo coincidem com os dados
constantes de documentos existentes nos autos.

10
- Se o advogado que assinou a petição inicial tem procuração, ou substabelecimento
derivado de alguma procuração constante dos autos.

- Se o autor for incapaz, a procuração do representante legal.

- Se o autor for pessoa jurídica, se os atos constitutivos foram juntados.

- Se o autor for analfabeto, é indispensável a procuração por instrumento público, ou seja,


lavrada em Cartório de Notas.

- Se há pedido de justiça gratuita de pessoa física, se tem a declaração de pobreza ou a


procuração com poderes específicos para pedir gratuidade. Se houver indícios de
capacidade econômica (que se verifica pela leitura da petição inicial e documentos — ou
ausência deles, intimar para comprovação. Para pessoa física é necessário dar prazo para
comprovar a alegada hipossuficiência - § 2º do art. 99 do CPC).

- Se há pedido de gratuidade judiciária de pessoa jurídica, os documentos comprobatórios


da hipossuficiência devem acompanhar a inicial, sob pena de indeferimento de plano.

- Se a procuração é genérica, com poderes ad judicia, pode ser usada em qualquer processo.
Se for procuração específica, só pode ser utilizada no processo para o qual fora outorgada.

- Verificar também se a data em que a procuração foi outorgada é recente. Procurações


outorgadas em datas anteriores a seis meses causam estranheza e deve-se exigir uma
atualizada.

- Se há o comprovante de recolhimento das custas processuais (caso não haja pedido de


justiça gratuita).

11
- Se há pedido de dependência ou de associação, observar se é de fato dependência
(conexão ou continência) - art. 286 do CPC, ou caso de remessa para livre distribuição .

- Analisar a certidão de triagem efetivada pela Secretaria, pois nela há referência a


processos que podem ser conexos, devendo ser analisada essa situação, para avaliar se é o
caso de associar os processos, remeter para outra Vara ou avocar o processo.

- Se a petição preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC, do contrário, tem que
emendar.

- Se há algum pedido de emenda ou aditamento (observar art. 329), deve ser objeto de
deliberação no despacho. Não esquecer de mencioná-lo.

- Se o valor da causa atende ao art. 292 do CPC. Se não, o juiz pode corrigir de ofício (art.
292, § 3º).

- Se houver pedido de inversão do ônus da prova, ver a viabilidade de analisar sobre isso.
A inversão só deve ser deferida caso comprovado que o autor não possa produzir tal
prova, seja porque está negando algum débito, seja porque a prova é exclusiva do
demandado.

- Marcar audiência de conciliação na CEJUSC somente em ações com o rito ordinário.

- Observar se a ação tem alguma especificidade que a inicial deva observar: consignação,
monitória, reintegração, busca e apreensão, execução de título extrajudicial, oposição,
demarcatória, usucapião, etc. — usar o modelo específico para o despacho inicial de cada
um desses procedimentos. Nesses casos, evite marcar audiência na CEJUSC. Isso porque,
conforme for o rito de cada tipo de ação, pode gerar confusão quanto ao prazo de
resposta. Melhor evitar!

12
- Tratando-se de pedido de cumprimento de sentença distribuído pela parte, observar se
houve digitalização das peças necessárias ao cumprimento, especialmente as procurações
das partes, o título judicial e a certidão de trânsito em julgado (salvo se for cumprimento
provisório).

- Não estando a petição inicial e documentos que a acompanham adequados, deve ser
oportunizado à parte o direito de emendar a inicial (art. 321 do CPC), indicando, com
precisão, o que deve ser corrigido ou completado pela parte.

- Outra coisa muito importante: ao ordenar a emenda à inicial, constar todas as questões
que devam ser emendadas, para evitar que o processo fique indo e voltando com ordens
de emenda, o que atrasa a prestação jurisdicional.

- O prazo de emenda à inicial é de 15 dias.

Passemos, agora, ao que deve ser analisado em casos específicos, além da análise
padrão da petição inicial:

1.2 CARTA PRECATÓRIA - Art. 260 do CPC

- Deve-se verificar na CP qual a finalidade.

- Se o juiz a assinou.

- Se apresenta as seguintes peças: cópias da petição inicial, contestação (caso não se trate
de citação), procurações concedidas aos advogados, despacho do juiz que ordenou o ato
deprecado.

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- Se a CP for para ouvir testemunha ou depoimento pessoal, necessário despacho
específico para agendamento de audiência. Importante verificar se não é o caso de
utilização de sala passiva, em que o próprio juízo deprecante que colhe o depoimento.

- Se foram recolhidas as custas processuais, taxa judiciária e verba indenizatória (observar


pela certidão de triagem da Secretaria).

- Carta precatória em que já houve despacho mandando devolver ao deprecado, para dar
nova ordem de cumprimento, depende de recolhimento de novas custas ou de despacho
do juízo deprecante mandando desentranhar a CP.

- CP sem o cumprimento do art. 260 do CPC ou sem o recolhimento de custas, mandar


devolver ao deprecante.

1.3 BUSCA E APREENSÃO - Dec. nº 911 com pedido liminar

- Inicial com relato dos fatos mencionando o contrato, o bem, o inadimplemento e o


pedido de liminar de busca e apreensão.

- O contrato de alienação fiduciária havido entre as partes, assinado pelo requerido, com
expressa cláusula de garantia de alienação fiduciária, é documento indispensável.

- O veículo indicado no contrato tem que ser o mesmo descrito na inicial.

- Notificação extrajudicial endereçada ao requerido e recebida pelo devedor pessoalmente


ou por outra pessoa em seu endereço (desde que o endereço descrito na inicial seja o
mesmo constante do contrato).

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- Alternativamente, comprovante de protesto através do cartório de protestos, desde que
o endereço do requerido citado na certidão do cartório seja o mesmo indicado na inicial e
no contrato.

- Observar quem ficará como depositário do bem (o autor ou um representante seu – isso
está no pedido).

- Deliberar sobre o pedido de restrição via Renajud, consignando que, deferido o Renajud,
tão logo seja efetivada a apreensão, deve-se dar baixa no impedimento.

- Estudar o Decreto-Lei nº 911/1969.

1.4 REINTEGRAÇÃO DE POSSE DE BEM MÓVEL com pedido liminar - art.


560/566 do CPC c/c § 15 do art. 3º do Decreto-Lei nº 911/69

- Relato dos fatos descrevendo o contrato, o bem, o inadimplemento, a data do


inadimplemento.

- Contrato de arrendamento mercantil com cláusula que dispõe sobre a reintegração do


bem em caso de inadimplência, assinado pelo requerido.

- Cópia do documento do veículo (dispensável se os dados do veículo estiverem todos no


contrato).

- Planilha do débito (dispensável).

- Notificação extrajudicial ou protesto.

- Observar o disposto no § 15 do art. 3º do Decreto-Lei nº 911/1969.

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1.5 EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL prevista nos arts. 719 a 913 do
CPC

- É baseada em um título de crédito extrajudicial (art. 784 do CPC).

- Analisar se a inicial é instruída com um título executivo extrajudicial, algum daqueles do


art. 784 do CPC, ou outro, desde que haja previsão legal para tanto.

- Analisar os requisitos do art. 319 no que couber.

- Atenção aos requisitos do título executivo extrajudicial: certeza, liquidez e exigibilidade.

- A certeza da obrigação é a prova da existência do crédito.

- A liquidez, em execução por quantia certa, consiste simplesmente no conhecimento


exato do valor do crédito exequendo.

- Por sua vez, a exigibilidade está ligada ao vencimento da obrigação, ao implemento do


termo e/ou condição.

- Os títulos de crédito têm força executiva. Eles valem por si só, por força de lei. Não é
necessário explicar para o juiz a origem daquele direito. Por isso, dispensa-se a fase de
conhecimento.

- O executado é citado para pagar no prazo de três dias (art. 829 do CPC), sob pena de
penhora, podendo opor embargos do devedor (art. 914 do CPC), mesmo sem penhora.
Esses embargos são uma ação de conhecimento, com todos os seus trâmites.

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- No prazo de embargos, o executado pode pedir o parcelamento do débito executado
(art. 916 do CPC).

- Via de regra, os embargos não suspendem a execução, podendo as duas ações tramitar
normalmente (art. 919 do CPC).

- Não ocorrendo o pagamento, os atos processuais destinam-se a localizar bens do


devedor que garantam a satisfação da dívida, prosseguindo-se na busca de bens para
penhora através do SISBAJUD, Renajud, Infojud, etc., até localizá-los, levar a leilão,
podendo haver alienação ou adjudicação.

- A extinção da execução extrajudicial se dá com base no art. 924 do CPC, em que estão
previstas as hipóteses.

1.6 EMBARGOS DO DEVEDOR - art. 914 do CPC

- Os embargos do devedor são a defesa do executado, citado da ação de execução


extrajudicial. Esses embargos são uma ação de conhecimento, com todos os seus trâmites.

- Via de regra, os embargos não suspendem a execução, podendo as duas ações tramitar
normalmente (art. 919 do CPC).

- Pode ser deferida a suspensão da execução se comprovados os requisitos de uma tutela


de urgência e se houver penhora, depósito ou caução que garanta a execução (art. 919 do
CPC).

- Está previsto no art. 914 e seguintes do CPC.

- Não depende de que tenha havido penhora nos autos da execução.

17
- Deve ser distribuído por dependência à execução, instruído com as peças relevantes
(procurações, título em discussão, comprovante da data de sua citação - para verificar a
tempestividade).

- Tempestividade: é requisito indispensável a analisar, observar o art. 915 do CPC.

- Se os embargos não forem instruídos com as peças relevantes e se não demonstrada a


tempestividade, deve-se determinar a emenda.

- O executado pode alegar as matérias descritas no art. 917 para fundamentar seus
embargos.

- Os embargos podem ser rejeitados liminarmente, em algumas situações, art. 918 do CPC.

- Verificar sempre se os processos (execução e embargos) estão associados no sistema. Se


não estiverem, fazer constar essa ordem do despacho.

1.7 EMBARGOS DE TERCEIRO - art. 674 do CPC

- Os embargos de terceiro são a defesa de uma pessoa que, não sendo parte no processo
de conhecimento, cumprimento de sentença ou execução extrajudicial, sofreu constrição
ou ameaça de constrição sobre seus bens.

- Esses embargos são uma ação de conhecimento, com todos os seus trâmites.

- Deve-se fazer a análise da petição inicial normalmente.

- Eles podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento, enquanto não
transitada em julgado a sentença, no cumprimento de sentença ou execução até cinco dias
após a adjudicação, alienação ou arrematação, antes de ser assinada a carta.
18
- Polo passivo é quem o ato de constrição aproveita, geralmente o exequente, que pediu a
penhora do bem, ou mesmo o executado, se foi ele quem indicou o bem à penhora.

- Verificar sempre se os processos (principal e embargos de terceiro) estão associados no


sistema. Se não estiverem, fazer constar essa ordem do despacho.

- Muito importante verificar se o processo principal pertence à Vara.

- Os embargos devem acompanhar o processo principal.

- Se este for de outra Vara e os embargos foram distribuídos livremente, deve-se


determinar a remessa dos autos à Vara onde tramita o processo principal aos embargos
(tanto do devedor quanto de terceiro).

1.8 MONITÓRIA - art. 700 CPC

- Analisar a existência de título sem força executiva. Qualquer documento assinado pelo
devedor vale para subsidiar a ação monitória;

- Demais requisitos dos arts. 319, 700 e 701.

- Uma vez citado o requerido, ele pode aviar embargos monitórios.

- Desses embargos o autor tem vista para impugnação.

- Segue a especificação de provas, saneador e, por fim, a decisão desses embargos


monitórios.

19
- Resolvidos os embargos monitórios, no caso de improcedência, ou procedência parcial,
ou ainda no caso em que eles não sejam interpostos, deve-se fazer a conversão da ação
monitória em cumprimento de sentença, seguindo o processo com os mesmos requisitos
de um cumprimento de sentença.

1.9 RECONVENÇÃO

- Quando o requerido é citado da ação, ele pode concordar com a pretensão do autor ou
contestá-la e, ainda, reconvir. Pode haver reconvenção sem a contestação.

- Reconvenção é o pedido que o requerido faz contra o autor e inclusive terceiros, desde
que conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa (art. 343 do CPC).

- A reconvenção deve ser analisada como se fosse uma petição inicial do réu, o pedido
deve ser certo e determinado; indicado o valor da reconvenção, com base no art. 292 do
CPC.

- Ela também deve ser preparada, ou seja, recolhidas as custas (pelo valor de metade das
custas – ver Provimento nº 75/2018 – art. 15). Havendo pedido de gratuidade judiciária,
este deve ser deliberado com o mesmo rigor da petição inicial.

- Pode acontecer que o autor já tenha manifestado sobre a reconvenção no momento em


que fora dada vista da contestação para impugnação. Então basta verificar se a
reconvenção preenche os requisitos e seguir com o processo.

- Na sentença, o juiz resolverá o mérito acerca do pedido do autor (petição inicial) e sobre
o pedido do requerido, apresentado na reconvenção.

20
1.10 EXTINÇÕES SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO - art. 485 do CPC

Orientações gerais, cabíveis em todos os tipos de extinção sem resolução do


mérito:

- Decisões de extinção devem ser sucintas e claras.

- Nunca usar ―custas na forma da lei‖. Causa confusão e dificuldade na secretaria,


contadoria ou para as partes. Dizer expressamente quem vai pagar as custas.

- Verificar se alguma das partes tem assistência judiciária gratuita (AJG) e, se for o caso,
suspender exigibilidade.

- Verificar se há pedido de AJG pendente de apreciação.

- Caso a parte não tenha AJG, determinar, não sendo pagas as custas, a expedição da
Certidão de Não Pagamento de Despesas Processuais – CNPDP.

- Constar que, após o trânsito em julgado, o processo deve ser arquivado.

- Conferir se há pendência de algum recurso dirigido ao Tribunal, caso em que se deve


mandar oficiar ao TJMG, dando conhecimento da extinção sem resolução do mérito.

- Verificar se há algum valor a ser liberado e resolver sobre isso.

- Verificar se há alguma tutela/liminar que se deva tornar sem efeito ou liberar alguma
constrição.

- Observar se o MP atua no processo, caso em que ele deve ser intimado.

21
- Caso formada a tríade processual, é preciso condenar em custas e honorários
sucumbenciais a parte que ensejou a extinção do feito, ainda que suspenda em razão da
concessão da gratuidade judiciária.

1.10.1 INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL - art. 330 c/c art. 485, I, do


CPC

- Toda vez que for ordenada a emenda à petição inicial e a parte deixar transcorrer o
prazo sem efetivar a emenda, a inicial deve ser indeferida de plano.

- Ainda que tenha havido emenda, mas a petição da parte autora não atende ao que foi
determinado pelo Juízo, deve ser indeferida a petição inicial.

- Pedido de dilação do prazo para emenda à inicial enseja o indeferimento da inicial de


imediato, salvo se justificado.

- Alguns casos específicos e raros podem ensejar o indeferimento da inicial de imediato,


sem mesmo haver ordem de emenda (por exemplo: impossibilidade jurídica do pedido,
rejeição liminar de embargos - art. 918 do CPC, dentre outros casos raros).

- Verificar se há algum valor a ser liberado, via alvará, ao autor, por conta de algum
depósito judicial efetivado, deliberando sobre isso.

1.10.2 DESISTÊNCIA: art. 485, VIII, e § 4º, do CPC

- Na maioria dos casos, ocorre quando o réu ainda não foi citado.

- Se o demandado já contestou a ação, é necessária a sua intimação para ter ciência do


pedido e manifestar a concordância.

22
- Se decorrer o prazo do demandado, presume-se a sua anuência.

- Se não houve apresentação de contestação, mas houve citação, não há necessidade de


anuência com o pedido do autor. O que determina a necessidade da concordância é a
existência de contestação.

- Na desistência, as custas são a cargo da pessoa que desistiu, mesmo se for beneficiária da
gratuidade judiciária, é necessário condenar e, em seguida, suspender a cobrança, com
base no art. 98, § 3º, do CPC.

- Verificar se foi o autor quem pediu a desistência da ação. Esse pedido deve ser exclusivo
do autor. O réu pode desistir da reconvenção.

- Averiguar se o advogado tem poderes específicos para fazer esse requerimento (art. 105
do CPC).

- Ver se foi concedida alguma tutela, observar se ela deverá ser revogada.

- Ver se precisa oficiar algum órgão ou tribunal quanto a essa sentença proferida.

- Só oficiar Detran ou outro órgão, se houve alguma ordem desse juízo, no sentido de
qualquer providência que deve ser cancelada.

- Se a parte contrária tiver contestado a ação e não concordar com o pedido de desistência,
não pode ser dada essa sentença, o feito tem que continuar.

- Verificar se há algum valor a ser liberado, via alvará, ao autor da ação, por conta de
algum depósito judicial efetivado, deliberando sobre isso.

23
1.10.3 INÉRCIA - art. 485, III, e § 6º, do CPC

- Verificar se realmente era necessário que a parte desse andamento ao processo (exemplo:
fornecer endereço para citação; indicar que bem pretende penhorar). A falta de
manifestação sobre provas e a não apresentação de réplica não geram extinção e serão
sopesadas quando do julgamento de mérito do processo.

- As custas são pela parte que gerou a extinção.

- Observar eventual concessão de AJG.

- Depende de pedido do requerido, se houve contestação.

- Não tendo o réu sido citado, ou, caso citado, não tenha apresentado contestação, a
decretação de eventual inércia do autor não está vinculada ao pedido do demandado.
Basta que o autor não cumpra alguma ordem e que, intimado a fazê-lo pessoalmente,
deixe transcorrer o prazo sem qualquer manifestação.

- Analisar se a parte autora foi intimada para cumprir determinado despacho e não se
manifestou.

- Seguido ao aludido despacho, deverá constar o despacho determinando a intimação


pessoal da parte autora para, no prazo de cinco dias, dar andamento ao feito, sob pena de
extinção.

- Atenção: a intimação da parte autora é pessoal, deve estar nos autos a certidão do oficial
de justiça comprovando a intimação, aceitando-se também o AR assinado.

- Se a parte, mais uma vez, quedou-se inerte, poderá ser prolatada a sentença de inércia.
24
- Se a certidão do oficial de justiça disser que não localizou a parte autora, porque ela se
mudou, ou o AR for devolvido por esse motivo, há um modelo próprio de sentença de
inércia. Isso porque a parte não informou o novo endereço, que seria sua obrigação (art.
274, parágrafo único, do CPC ).

- Ver se é caso de tornar sem efeito alguma tutela concedida.

- Havendo contestação, é preciso condenar em custas e honorários sucumbenciais, ainda


que suspenda em razão da concessão da gratuidade judiciária.

- Verificar se há algum valor a ser liberado, via alvará, seja ao autor ou ao requerido, por
conta de algum depósito judicial efetivado, deliberando sobre isso.

1.10.4 NEGLIGÊNCIA - art. 485, II, do CPC

- Não depende de pedido do requerido, basta a verificação do decurso do prazo de um


ano. Se o processo ficou parado por mais de um ano, é caso de extinção por essa forma.

- Analisar se a parte autora foi intimada para cumprir determinado despacho e não se
manifestou.

- Seguido ao aludido despacho, deverá constar o despacho determinando a intimação da


parte autora para, no prazo de cinco dias, dar andamento ao feito, sob pena de extinção.
Essa intimação é pessoal, aceitando-se carta com AR.

- Se a parte, mais uma vez, quedou-se inerte, poderá ser prolatada a sentença de
negligência.

25
- Se a certidão do oficial de justiça disser que não localizou a parte autora porque ela se
mudou, ou o AR for devolvido por esse motivo, há um modelo próprio de sentença de
negligência. Isso porque a parte não informou o novo endereço, que seria sua obrigação
(art. 274, parágrafo único, do CPC ).

- Ver se é caso de tornar sem efeito alguma tutela concedida.

- Verificar se há algum valor a ser liberado, via alvará, a alguma das partes, por conta de
algum depósito judicial efetivado, e deliberar sobre isso.

1.10.5 EXTINÇÃO POR AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS válidos de


constituição e de desenvolvimento do processo (art. 485, IV, do CPC)

- São casos bem específicos. Não tem jeito de a ação prosseguir, porque aconteceu alguma
coisa que impede que o processo prossiga, ou houve perda do objeto. Veja alguns
exemplos:

- Uma ação para internar alguém e essa pessoa veio a falecer; uma ação para fazer uma
certa cobrança e essa dívida foi objeto de acordo em outro feito, ou houve o pagamento
extrajudicial; uma ação para despejo e o requerido já deixou o imóvel; uma parte que está
sem advogado nos autos, seja porque não o tem, seja porque este renunciou, etc.

1.10.6 EXTINÇÃO POR NÃO CONCORRER QUALQUER DAS CONDIÇÕES


DA AÇÃO - legitimidade das partes e interesse processual (art. 485, VI, do CPC)

- São casos também específicos. Não há como a ação prosseguir, porque as partes não são
legítimas, ou não há interesse processual. Veja alguns exemplos:

26
- Uma pessoa ajuíza ação de indenização em favor de outra, que é plenamente capaz – ou
seja, falta legitimidade; pedir internação de pessoa que já estava internada – falta interesse
processual.

1.11 EXTINÇÕES COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO - Art. 487 DO CPC


1.11.1 RENÚNCIA - art. 487, III, c, do CPC

- Verificar se o autor foi quem a pediu.

- Desnecessário dar vista à parte contrária, porque, se a parte renunciou ao direito, jamais
poderá ajuizar novamente a mesma ação.

- Averiguar se o advogado tem poderes específicos para fazer esse requerimento.

- Ver se foi concedida alguma liminar ou antecipação de tutela, caso em que deverão ser
revogadas.

- Ver se precisa oficiar algum órgão ou tribunal quanto a essa sentença proferida.

- Somente oficiar ao Detran ou a outro órgão, se houve alguma ordem desse juízo, no
sentido de qualquer providência que deva ser cancelada.

- Atentar para a gratuidade judiciária, se foi concedida.

- Condenar em custas e honorários sucumbenciais (neste caso, se houve contestação),


ainda que suspenda em razão da concessão da gratuidade judiciária.

- Verificar se tem algum valor a ser liberado, via alvará, a alguma das partes, por conta de
algum depósito judicial efetivado, e deliberar sobre isso.

27
1.11.2 HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO: art. 487, III, b, do CPC

- Ver se os procuradores das partes que pedem a homologação do acordo assinaram o


aludido termo.

- Ver se os advogados têm procuração nos autos com poderes específicos para transigir
ou firmar acordos.

- Para um melhor esclarecimento, é necessário apenas uma das partes possuir


representação processual (advogado) para assinar a transação, ou seja, se apenas o
advogado do autor assinar a transação ou somente o advogado do requerido o fizer,
juntamente com a assinatura da outra parte, a transação poderá ser homologada, mas com
a utilização de um modelo de minuta diferente.

- Atenção: pode ser caso de acordo parcial. Caso apenas uma das partes possuir advogado
devidamente qualificado, e apenas este assinou a transação, deverá utilizar o modelo de
―transação extrajudicial‖, pois uma das partes certamente não possuía representação
processual (geralmente o requerido).

- Analisar se é necessário dar vista ao Ministério Público (em caso de haver algum menor
ou incapaz). Nesses casos, só pode ocorrer homologação após a vista ao Parquet.

- Ver se foi concedida alguma liminar ou antecipação de tutela, caso em que deverá haver
manifestação a respeito (ratificando-a ou não, conforme for o caso e o acordo).

- Verificar se precisa oficiar a algum órgão ou tribunal quanto a essa sentença proferida.

- Só oficiar ao Detran ou a outro órgão, se houve alguma ordem desse juízo, no sentido de
qualquer providência que deva ser cancelada. Se houver alguma restrição imposta por esse
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Juízo, deve constar o seguinte parágrafo: ―Eventuais restrições determinadas por este
Juízo devem ser baixadas‖. Caso o juiz não tenha determinado nenhuma restrição e,
mesmo assim, as partes pediram baixa, o pedido será indeferido, constando o seguinte
parágrafo: ―Indefiro o pedido de baixa de restrição requerido pelas partes, uma vez que
não houve nenhuma determinação deste Juízo neste sentido‖.

- No acordo, as partes costumam estabelecer como ficará o pagamento das custas. Se elas
falarem sobre isso no acordo, basta colocar na sentença ―custas conforme transação‖. Se
nada falarem a respeito, observar o art. 90 do CPC e o art. 92, § 2º, do Provimento
Conjunto 75/2018, valendo lembrar que, se alguma parte for beneficiária da gratuidade
judiciária, suspender a cobrança das custas, impreterivelmente.

- Ver se pediram expedição de alvará, devendo constar tal ordem na sentença, sendo
possível.

- Analisar se as partes renunciaram ao prazo recursal. Se sim, deve-se acrescentar o


seguinte parágrafo: ―Defiro a dispensa do prazo recursal‖.

- Observar se foi deferida alguma liminar. Se sim, deve constar o seguinte parágrafo:
―Torno sem efeito a liminar/tutela concedida‖, se for o caso. Há casos em que a liminar
deve persistir.

- Conferir se a minuta está assinada pelas partes ou se o advogado tem poderes para
transacionar. Caso não esteja assinado ou não constem poderes para o advogado, tem que
mandar regularizar (pode intimar partes para trazer a minuta assinada ou intimar parte
contrária para confirmar).

- Conferir se o acordo foi firmado antes ou depois da sentença. Se for antes, custas isentas
conforme art. 90, § 3º, do CPC. Se for depois, a regra é que as custas sejam divididas
entre as partes (art. 90, § 2º, do CPC). As partes podem dispor sobre as custas. Todavia, se

29
imputarem o pagamento de toda a verba para quem tem AJG, houve renúncia tácita ao
benefício. Nesse caso, condenar a pessoa ao pagamento das custas e não suspender a
exigibilidade.

- Se o pedido de homologação foi efetivado após a sentença de mérito, é possível a


homologação, utilizando um modelo específico, especialmente por conta das custas.

1.12 DESPACHO SANEADOR

- No despacho saneador, serão resolvidas todas as questões do processo: sanam-se


irregularidades de representação processual, de citação, verifica-se a existência de
reconvenção, de denunciação à lide ou alguma outra intervenção de terceiro (art. 119 e
seguintes, CPC) ainda não apreciada, decide-se sobre preliminares (art. 337 do CPC), de
modo que o processo esteja preparado para a produção de provas ou para o julgamento.

- Primeiramente, verificar se as partes estão regularmente representadas; isso vale inclusive


para os subestabelecimentos. É comum escritórios grandes juntarem subestabelecimentos
que não derivam de procuração constante dos autos. Deve ser oportunizada a
regularização no prazo de 15 dias (art. 76 do CPC).

- Verificar se todos os requeridos foram citados (lembrar que a citação de pessoa física
por carta com AR deve ser recebida em mãos próprias, vide exceção no art. 248 do CPC).
Se houver pendência de citação, o processo não pode prosseguir sem tal regularização.

- Verificar eventual reconvenção: se foi recebida. Se ainda não foi, deve-se apreciá-la como
se aprecia uma petição inicial. Ela também deve ser preparada (pelo valor de metade das
custas - ver Provimento 75/2018 - art. 15), ou, havendo pedido de gratuidade judiciária,
deve ser deliberado com o mesmo rigor da petição inicial.

30
- Pode ser que o autor já tenha se manifestado sobre a reconvenção. Então basta verificar
se ela preenche os requisitos e seguir com o saneador.

- Normalmente, o pedido de gratuidade judiciária do requerido é decidido no despacho


saneador. Se for pessoa física e não estiver demonstrada a hipossuficiência, no final do
saneador, deve ser intimado para comprovar (prazo de 15 dias), e, após, os autos deverão
vir conclusos para deliberação. Obs.: Se for o caso de deferir prova pericial pleiteada pelo
réu, deve haver despacho pedindo para comprovar a hipossuficiência, e depois vir
concluso para saneador (se for deferida a gratuidade, o perito será nomeado pelo sistema
AJG).

- Verificar a existência de denunciação à lide ou alguma outra intervenção de terceiro


ainda não apreciada, caso em que deve ser analisada, seja para deferir ou indeferir,
observando os critérios específicos a cada caso (art. 119 e seguintes do CPC). Nesse caso,
também, o processo não será saneado até que se estabeleça a lide secundária.

- Passa-se à análise das preliminares. Importante: As preliminares estão descritas no art.


337 do CPC. Qualquer outra questão, ainda que indicada como preliminar, mas que não
se refira ao art. 337, deve ser resolvida com o mérito da demanda, ou seja, na sentença.

- Se a matéria versada no processo for exclusivamente de direito, não precisa analisar as


preliminares. Encaminhar o processo para sentença (ainda que só etiqueta) e na sentença
serão resolvidas.

- Se for o caso de acolher as prejudiciais de mérito (prescrição e decadência), elas deverão


ser apreciadas primeiro.

31
1.13 ORIENTAÇÕES PONTUAIS

- Se tiver pedido de provas, observar bem se é o caso de deferimento. Há ações em que a


parte pede prova pericial ou testemunhal, mas é caso de indeferimento, como revisional
de contrato (qual a utilidade da prova testemunhal?) ou reintegração de posse com pedido
de perícia (nesse caso, testemunhal bastaria). Se for caso de indeferimento, encaminhar
para sentença, que lá será indeferida.

- Deferimento de prova pericial em ação de inexigibilidade de débito: somente em último


caso, se der para julgar com os documentos, julga! Confrontar as assinaturas existentes
nos autos (procuração, documento e o contrato juntado pelo demandado). Se estiverem
parecidas, sentença. Havendo necessidade de prova pericial, designar.

- Toda nomeação de perito deve ser pelo Sistema de Assistência Judiciária do TJMG,
estejam as partes amparadas ou não pela AJG .

- Depoimento pessoal: excepcionalmente. Em regra, não é uma prova produtiva e não vai
esclarecer nada. Indefere-se dizendo que não é necessário, que as demais provas são
suficientes, que o fato vai ser elucidado com o depoimento das testemunhas.

- Depoimento pessoal do requerido, pessoa jurídica. Indeferir, via de regra,


principalmente de empresas, cujos depoimentos dos representantes, na maioria das vezes,
não são nada esclarecedores. Só repetem o que está na contestação.

- Importante saber qual é o ponto controvertido da lide, ou seja, o que o autor quer e o
demandado não concorda. É sobre isso que serão as provas. Não se produz prova para
fato que não é controverso. Qual a finalidade disso? O ponto controvertido servirá apenas
para nos orientar na análise do pedido de provas, para deferi-las ou não.

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- Na organização da pauta de audiência de instrução, observar a complexidade da matéria
discutida, a fim de adequar o tempo necessário para a realização do ato.

- Na medida do possível, priorizar designação de audiências de processo com prioridade


de tramitação e designar audiências da mesma matéria para o mesmo dia.

1.14 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: é baseada em um título executivo


judicial - que é a SENTENÇA

- Há casos em que a sentença não fixa valores, sendo necessária a liquidação da sentença
para apurar o valor, para posterior cumprimento de sentença (art. 509/512 do CPC).

- Apurado o valor devido, ou quando a sentença é líquida (ou seja, tem o valor da
condenação), o requerido pode vir e pagar espontaneamente, ou o autor pode pedir o
início do cumprimento de sentença.

- Ocorre o pagamento espontâneo quando o requerido, sabendo da sentença, antes que


o juiz o intime, cumpre a sentença. Nesse caso, ele é liberado do pagamento das custas
relativas ao cumprimento de sentença;

- Havendo pedido de cumprimento de sentença pelo credor, este deve atender o disposto
nos arts. 513/538 do CPC, observadas as peculiaridades do cumprimento a ser efetivado.

- Observe que, no cumprimento de sentença, o devedor não é citado para pagamento. Ele
é apenas intimado. Pois citado ele já fora na ação de conhecimento.

- Nesse caso, podem ocorrer duas situações:

pagamento voluntário - o autor pede o cumprimento de sentença, o executado é


intimado para pagar no prazo de 15 dias, acrescido de custas (art. 523 do CPC);

33
pagamento forçado - decorrido o prazo de pagamento voluntário, o débito é acrescido
de multa de 10% e honorários de advogado, também de 10% (sobre o valor executado) -
art. 523, § 1º, do CPC.

- No cumprimento de sentença, não cabe o parcelamento previsto no art. 916 do CPC.

- Se não houver o pagamento espontâneo, voluntário ou forçado, todos os atos


processuais destinam-se a localizar bens do devedor que garantam a satisfação da dívida,
prosseguindo-se na busca de bens para penhora Sisbajud, Renajud, Infojud, etc., até
localizá-los, levar a leilão, podendo haver alienação ou adjudicação.

- Havendo pagamento da dívida, espontânea ou voluntariamente, determina-se o


arquivamento do processo.

- Dando-se início aos atos expropriatórios, após o pagamento, deve-se fazer a sua
extinção pelo art. 924, II, do CPC.

- Quando é obtido o pagamento, o que deve ser comunicado ao credor, ou por ele
informado, a sentença extintiva é com base no art. 924 do CPC.

1.15 PONTOS IMPORTANTES À EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL E AO


CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

- Todos eles visam ao pagamento do débito.

- Todos buscam por bens do devedor, quando não há o pagamento, para a satisfação da
dívida.

- A citação só ocorre na execução de título extrajudicial.

34
- No cumprimento de sentença, só ocorre a intimação do devedor para pagamento do
débito.

- Para deferir qualquer ato expropriatório (penhora, etc.), é imprescindível que tenha
havido a intimação do devedor no cumprimento de sentença e citação na execução
extrajudicial.

1.16 EXTINÇÃO PELO ART. 924 DO CPC

- Verificar se foi o exequente quem comunicou que houve o pagamento do débito.

- Em regra, o executado não precisa concordar para extinguir a execução. Só precisa


concordar se a execução tiver sido embargada.

- Se foi o executado quem comunicou o pagamento do débito, pedindo a extinção pelo


art. 924 do CPC, deve-se necessariamente dar vista ao credor.

- Observar a questão das custas atribuídas para quem tem AJG.

- Observar pedido de suspensão do processo até pagamento do débito. Se a suspensão for


por mais de seis meses, indeferir e dizer que fica permitida a retomada do processo em
caso de não pagamento.

- Não se aplica o art. 90, § 3º, do CPC.

- Esse tipo de extinção é cabível em ações de execução de título extrajudicial, em


cumprimento de sentença (art. 523 do CPC).

35
- Importante lembrar que, nas execuções ou cumprimento de sentença, as partes podem
eventualmente fazer acordo e pedir a homologação. Pode-se fazer a homologação do
acordo com base no art. 487, III, do CPC, sem problemas.

- Mas, se as partes pedirem a suspensão do feito, o pedido deve ser deferido,


suspendendo-se o feito pelo prazo concedido pelo credor ao devedor para pagamento da
dívida, findo o qual o feito será extinto com base no art. 924 do CPC.

- Também sentencia com base no art. 924 do CPC quando, no caso de acordo, tiver
decorrido o prazo concedido pelo credor, quer tenha ele manifestado que o devedor
pagou o débito, quer tenha ficado em silêncio.

- A extinção com base no pagamento (art. 924, II, do CPC) deve ocorrer quando o
devedor depositar o valor cobrado (desde que não seja para garantia do juízo), não
impugne o cumprimento de sentença ou embargue a execução, lembrando sempre que o
credor deve ser intimado, quando o devedor comprovar algum pagamento. Isso porque o
credor é quem, a princípio, pode informar se houve a quitação. Por isso, imprescindível
dar chance a ele de conhecer sobre o pagamento efetivado.

- Muita atenção: às vezes o executado deposita o dinheiro para poder impugnar o


cumprimento de sentença ou para embargar uma execução extrajudicial (isso confunde
muito, pois não é necessário garantir o juízo - veja art. 525 do CPC - para impugnar o
cumprimento de sentença, e art. 914 do CPC - para embargos à execução). Isso faz
parecer que ele está pagando o débito. Tem que ler sua petição e extrair dela a intenção do
executado, para saber se é dado em pagamento ou em garantia.

- Havendo impugnação ao cumprimento de sentença, verificar se é o caso de cobrança de


custas previstas no art. 12 do Provimento Conjunto 75/2018. Se for o caso e não houver
tal comprovação, mandar o processo à Contadoria para cálculo e intimação do executado
para pagamento, sob pena de não recebimento da impugnação.

36
1.17 PASSO A PASSO PARA ANALISAR O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
NOS PRÓPRIOS AUTOS

1º - Ver quando transitou em julgado: a data do trânsito que define se o requerido vai ser
intimado pessoalmente, por carta com AR, ou por procurador. Adequar a redação do
modelo do despacho de acordo com o art. 513 do CPC.

- É dispensável a certidão de trânsito em julgado. Você tem que saber contar o prazo de
15 dias depois da intimação da sentença, para saber se transitou mesmo. Geralmente, os
acórdãos vêm acompanhados de certidão de trânsito, o que facilita nosso trabalho.

- Mas, nas sentenças irrecorridas, geralmente, a Secretaria não faz essa certidão. Se tiver,
melhor!

2º - Ler o teor da sentença ou do acórdão para saber o que tem que ser executado (se é
obrigação de pagar – que, nesse caso, depende só de cálculos, geralmente) ou se precisa
fazer a liquidação de sentença.

- Pode ser o caso de pedido de liquidação de sentença.

- Fazer a liquidação de sentença (art. 509 e seguintes) quando, da sentença ou acórdão,


não puder definir o valor que é devido.

- Há casos ainda em que a sentença é parte líquida e parte ilíquida. Deve-se separar para
não haver confusão. O CPC permite que seja efetivada a execução da parte líquida nos
próprios autos e a liquidação da sentença - da parte ilíquida - em autos apartados (art. 509,
§ 1º, do CPC).

37
- Mas atenção: há casos, como em revisionais de contrato bancário, em que a parte pede
liquidação, contudo, ela tem condições de fazer o cálculo, porque os parâmetros estão
estabelecidos na sentença. Se for o caso, é preciso emendar.

- Se for o caso de liquidação de sentença e pela sentença ou acórdão não der para saber
quanto será pago ao credor, como, por exemplo, quando se condena a pagar por
benfeitorias cujo valor ainda não está definido, então a quantia terá que ser apurada por
meio de perícia de engenharia. Mas pode ser caso de perícia contábil, ou médica.

- É necessário estudar o processo para saber a solução a ser adotada.

1.18 PASSO A PASSO PARA ANALISAR O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA


DISTRIBUÍDO PELA PARTE

Isso ocorre em processos de conhecimento que tramitavam pela via física. O


cumprimento de sentença deve ser eletrônico (parágrafo único do art. 150 do
Provimento Conjunto 355/2018) e distribuído pela própria parte.

1º - Analisar se foram juntados os documentos indispensáveis: sentença, acórdão (se


houver), certidão de trânsito em julgado, procurações e eventuais subestabelecimentos de
ambas as partes e, por fim, algum documento que tenha sido citado na sentença e que seja
indispensável para apuração do cálculo.

- A certidão de trânsito em julgado, muitas vezes, não acompanha. Você tem que saber
contar o prazo de 15 dias depois da intimação da sentença para saber se transitou mesmo.
Geralmente, os acórdãos vêm acompanhados de certidão de trânsito, o que facilita nosso
trabalho. Mas, nas sentenças, geralmente, a Secretaria não faz essa certidão. Se tiver,
melhor.

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2º - Veja a data do trânsito em julgado e se o executado tem advogado - isso influi na
forma como se dará a intimação do executado, atentar para o art. 513 do CPC.

3º - Ler o teor da sentença ou do acórdão, para saber o que tem que ser executado (se é
obrigação de pagar – que, nesse caso, depende só de cálculos, geralmente) ou se precisa
fazer a liquidação de sentença.

4º - Veja se o exequente fez o pedido de cumprimento de sentença, que, basicamente, se


restringe a indicar o valor devido e pedir a intimação do executado para pagamento. Se
não apresentou valor, é preciso mandar emendar.

5º - É comum os advogados indicarem o valor já incluindo a multa de 10% e honorários


de 10% previstos no art. 523 do CPC. Mandar decotar isso, porque só se o demandado
não pagar no prazo de 15 dias a contar da intimação é que podem ser cobrados tais
valores.

- Se não tiver nenhuma emenda a ser efetivada, este a seguir é o modelo padrão para o
despacho inicial em cumprimento de sentença distribuído pela parte (autos apartados).

1.19 IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

- Sempre analisar se foi no prazo de 15 dias após o decurso do prazo de 15 dias para o
pagamento (art. 525 do CPC).

- A partir de outubro de 2020, depende de preparo (art. 12 do Provimento Conjunto


75/2018).

- Não depende de penhora, garantia ou caução.

39
- Se arguir excesso de execução, é preciso apresentar planilha indicando o demonstrativo
discriminado e atualizado do valor que entende correto (SE NÃO FIZER ISSO, pode
rejeitar liminarmente a impugnação - se esse for o único motivo da impugnação. Se
houver outro motivo, analisar só esse).

- A concessão de efeito suspensivo depende de penhora, caução ou depósito suficientes,


se os fundamentos do pedido forem relevantes, causa de grave dano de difícil ou incerta
reparação.

- Se a impugnação for rejeitada, não cabe fixar honorários sucumbenciais.

1.20 CONSIDERAÇÕES FINAIS

- Estude o processo com muita atenção e leia o artigo de lei sempre, mesmo que já o
tenha assimilado. Veja que o artigo está inserido em um contexto: livro, título, capítulo,
seção, e, muitas vezes, compreender o contexto em que está inserido o aludido artigo
contribui muito para o entendimento da questão em análise.

- Também pesquise o site do TJMG, tanto os atos normativos quanto a jurisprudência,


que são bastante esclarecedores a respeito de qualquer matéria.

- Ao estudar o processo, leia com atenção as decisões do juiz da Vara, para compreender
seu raciocínio, seu entendimento a respeito das questões trazidas pelas partes. Isso será de
muita valia quando se deparar com situações similares.

- ATENÇÃO: não se trata de copiar e colar. É necessária uma análise aprofundada de


cada processo, de cada petição, de cada documento, para uma minuta mais acertada.

40
Estas são algumas orientações prévias e básicas, que o ajudarão a desempenhar o trabalho
proposto. Mas lembre-se de que é o empenho e a dedicação que o levarão a bons
resultados!

Sempre à disposição para auxílio.

Ana Maria da Silva Barros Rosa


4ª Vara Cível de Betim

41
ORIENTAÇÕES AOS ESTAGIÁRIOS DAS VARAS CRIMINAIS

Ana Clara de Lima Cavalli


Servidora da 2ª Vara Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Itajubá

É com alegria que os recebemos nesta fase tão produtiva da vida de vocês!
Logo de início, é perceptível o volume de trabalho, de orientações, de práticas
necessárias ao desempenho das funções, que assustam todo estagiário e também
servidores.
Todavia, a ansiedade e as preocupações naturais de todo começo aos poucos vão
sumindo, à medida que vão se adaptando com a rotina de trabalho.
Para trazer mais tranquilidade aos estagiários, pensamos em um manual que
facilitará, em muito, as atividades desenvolvidas.
Em pouco tempo, terão assimilado o que deve ser feito e prestarão seu serviço
com muita eficiência.
Mesmo que já tenham um conhecimento prévio consolidado, usem este manual
como um guia neste começo da sua jornada. Releiam sempre que necessário, façam
anotações, tirem suas dúvidas.
A sua chefia está pronta a ajudá-lo a se desenvolver, a entender o processo como
um todo e em todas as suas fases.

42
1 RESUMO - PROCESSO CRIMINAL

Ação penal pública:

● Peça inicial = DENÚNCIA = apresentada pelo MP;


● Dividida em:
○ Ação penal pública incondicionada → independe da vontade da vítima; e
○ Ação penal pública condicionada:
■ à representação (da vítima);
■ à requisição (pelo Ministro da Justiça).

Ação penal privada:

● Peça inicial = QUEIXA-CRIME = apresentada pela vítima ou seu advogado;


● Calúnia, difamação, injúria;
● Feita na Vara Criminal.

1 - Inquérito policial → tramitação direta entre delegacia e MP

1) APFD: Auto de Prisão em Flagrante Delito: o acusado foi preso em flagrante


cometendo o crime ou logo após.
Portaria: Quando há conhecimento de um crime, porém não houve flagrante.

2) Investigação do crime → polícia apreende objetos (Auto de Apreensão), colhe provas,


ouve as partes, determina exames, etc.

3) Indiciamento → delegado conclui pela autoria do crime, se há indícios de materialidade


e autoria. Não é obrigatório!

43
4) Relatório final → remete ao MP.

O MP irá:

● Oferecer denúncia, ou
● Pedir arquivamento (Art. 18 CPP: o inquérito será arquivado, mas pode ser
desarquivado caso surjam novas provas), ou, ainda,
● Pedir novas diligências.

2 - Denúncia

Uma vez oferecida denúncia, o inquérito será virtualizado, e a ação penal passará
a tramitar exclusivamente no PJe.

1) O inquérito físico deverá ser movimentado no SISCOM:

● Incluir movimentações ―Iniciada virtualização do processo‖ e ―Processo cadastrado no


PJe‖;
● Baixar processo → motivo da baixa: 152; e
● Anotar no processo: ―Baixa PJe‖ e remeter ao arquivo.

2) Retificação no PJe:

Conferir, em ―retificar autos‖, se as informações foram corretamente lançadas,


principalmente:

● Data e local do fato (inserir ao menos cidade e UF);


● Partes cadastradas;
● Indiciamento (selecionar todos os réus no menu suspenso).

44
3) Lançar eventos em ―Informações criminais‖:

● Oferecimento da denúncia;
● Prisões e solturas.

4) Caso haja bens apreendidos, salvar o auto de apreensão como PDF e juntá-lo em
―Juntar documentos > Tipo: Relação de Bens Apreendidos‖.

5) Emitir e assinar Certidão de triagem criminal.

6) Enviar Concluso para análise de denúncia.

3 - Recebimento da denúncia

1) Lançar como evento nas ―Informações criminais‖.

2) Movimentar ―Alterar para Ação Penal‖.

Procedimento comum (283).


Procedimento sumário → para penas máximas entre 2 e 4 anos.
Procedimento sumaríssimo → pena máxima abaixo de 2 anos.
Procedimento especial de tóxicos → tráfico de drogas (Lei nº 11.343/06).

3) Citação do réu - 10 dias para apresentar.

Cempe → Mandado de citação.


611 - Réu solto;
612 - Réu preso.
Anexar ao mandado cópia integral da denúncia.

45
Com o retorno do mandado cumprido negativo, deve-se abrir vista ao MP para
que este proceda à pesquisa de endereços em sistemas conveniados, oferecendo um
relatório de possíveis endereços; serão expedidos mandados de citação para cada um.
Se, mesmo assim, não for encontrado o réu, o juiz pode realizar pesquisas de
endereço junto ao TRE, INSS e Receita Federal. Com todas as opções esgotadas, abre-se
vista ao MP, para que requeira a citação por edital, indo concluso, em seguida, para
determinação judicial. Com a publicação do edital de citação e decurso do prazo legal,
estando ainda o réu em local incerto e não sabido, sem manifestação alguma, o processo
irá concluso. O juiz poderá decretar a suspensão do feito, de acordo com o Art. 366 do
CPP, suspendendo também o prazo prescricional até que haja encontro do réu; ou
determinando a produção antecipada de provas e/ou sua prisão preventiva, caso os
pressupostos estejam presentes.
Com o retorno do mandado cumprido positivo, observar se o réu declara ter
condições ou não de constituir advogado:

● Se possuir condições, cadastrar advogado e intimá-lo (prazo 10 dias) para apresentar


resposta à acusação.
● Se não possuir condições, habilitar a Defensoria Pública se réu preso; encaminhar
para nomeação de advogado dativo se réu solto.

Obs. 1: Em qualquer situação, na inércia, encaminhar para nomeação de advogado dativo.

Obs. 2: Caso o réu já tenha advogado habilitado, esperar o mandado de citação voltar
para intimar eletronicamente.

Obs. 3: Após a citação bem-sucedida, o processo irá continuar mesmo que não seja
encontrado o réu posteriormente para outras intimações, tendo em vista que é sua
obrigação manter seu endereço atualizado e estar disponível para os atos processuais
necessários.

46
Após a apresentação de resposta à acusação:

 Caso a Defesa peça revogação ou relaxamento de prisão, dar vista ao MP;


 Caso não apresente nenhuma inovação na resposta, seguimento do feito.

Enviar Concluso para despacho.

Obs. 4: Para tráfico de drogas, o procedimento especial inverte a ordem entre resposta à
acusação e recebimento da denúncia. Após oferecimento da denúncia, o processo vai
concluso, e o juiz determina a Notificação do acusado. Deve-se expedir mandado de
notificação, junto à denúncia, com prazo de 10 dias para apresentação de ―defesa prévia‖.
Apresentada, o processo vai novamente concluso, quando será recebida a denúncia e
designada audiência.

4 - Juiz designa Audiência de instrução e julgamento

No despacho, o juiz designa AIJ para certa data e horário.

1) Designar audiência no PJe → Movimentar ―(Re)Designar Audiência‖ → Designação


manual → Selecionar AIJ - Sala de audiência - 30 ou 60 minutos - Data e Hora -
Confirmar.

2) Colocar etiquetas ―AUD - mês/ano‖ e ―Expedição - audiência‖;

3) Intimar eletronicamente o MP e a Defesa para tomar ciência → movimentar ―Atos de


comunicação‖;

4) Movimentar para ―Aguardar audiência‖;

5) Com a proximidade da audiência (1 ou 2 meses), proceder à INTIMAÇÃO:


47
a) De todos os réus;
b) Das testemunhas arroladas em denúncia e na resposta à acusação; e
c) Das vítimas.

Mandado de intimação para audiência (254) (conferir data e hora impressas no


mandado).

Réu preso → Ofício de requisição ao presídio.


Testemunhas policiais → Ofício de requisição - enviar por e-mail à PC.

5 - Audiência realizada

Após a entrega da ata de audiência, juntar aos autos: movimentar ―Realizar


audiência‖, escolhendo ―certidão criminal‖ como tipo de documento, anexando a ata em
―Adicionar‖.
Caso tenha sido dada sentença em audiência, escolher o tipo de documento
―Sentença‖ e anexá-la junto da ata.
Caso haja diligências requeridas em ata, cumpri-las.
Se a audiência for redesignada para outra data, deve-se proceder da mesma forma
descrita acima, com a observação de que as testemunhas e vítimas que já
compareceram não precisam ser reintimadas, salvo se expressamente indicado em ata.
Porém, é necessário intimar os réus novamente — eles participarão de todas as audiências.
De forma geral, se não houver necessidade de nova audiência e não for dada
sentença, haverá abertura de prazo (5 dias) para alegações finais — movimentar ―Atos de
comunicação‖.

● Vista ao MP;
● Vista à Defesa.

48
Realizadas todas as diligências e apresentadas alegações finais de todos os réus e da
acusação, enviar Concluso para julgamento.

6 - Sentença

Intimar todos da sentença:

● MP → eletronicamente (caso seja físico, deve ser o primeiro a ser intimado);


● RÉUS → mandado de intimação de sentença;
● DEFESA → eletronicamente (caso seja físico, intimar por movimentação ―Publicar
intimação‖, exceto para advogados dativos, que devem ser intimados por mandado ―para
terceiros‖);
● VÍTIMAS → mandado de intimação de sentença.

Obs.: Não sendo encontrado réu solto para intimação de sentença, existem algumas
possibilidades:

● O MP pode realizar pesquisas de endereço, porém não é obrigatório;


● A Defesa constituída pode fornecer endereço atualizado se intimada;
● O juiz pode determinar a intimação de sentença por edital, com prazo de 60 dias, ou de
90 dias para penas privativas de liberdade de 1 ano ou superior, se não for encontrado
também o defensor constituído;
● A intimação apenas da Defesa técnica pode ser considerada suficiente caso esta
interponha recurso, uma vez que não houve prejuízo do direito de ampla defesa.

Réu preso deve ser necessariamente intimado pessoalmente da sentença.


Prazo para recurso: 5 dias.
Contado a partir do dia da intimação (inicia-se a contagem do prazo 1 dia útil após
a intimação, sendo contado em dias corridos).
Se, na certidão de intimação do Oficial de Justiça, o réu declarar que deseja

49
recorrer da sentença, seu recurso já será automaticamente tempestivo.
Para o polo passivo, tanto a intimação da Defesa técnica quanto a do réu podem
ser utilizadas para contar o prazo recursal, escolhendo aquela que ocorrer por último.

Para sentença absolutória:

1. Lançar o evento ―Sentença absolutória‖ nas ―Informações criminais‖;


2. Intimar todos da sentença, como acima;
3. Após decorrido o prazo recursal para as partes, certificar trânsito (pela movimentação
―Certificar trânsito‖, caso o processo esteja nessa caixa, ou por ―Juntar documentos >
Certidão de trânsito‖);
4. Movimentar ―Arquivar processo‖.

Para sentença condenatória:

1. Lançar o evento ―Sentença condenatória‖ nas ―Informações criminais‖ → o tempo de


pena deve ser adicionado como ―pena recorrível‖;
2. Intimar todos da sentença;
3. Para réu preso → emitir Guia de recolhimento provisória → implantar no SEEU para
dar início imediato à execução;
4. Atentar para a seção da sentença que define se o réu poderá recorrer em liberdade: se
for determinada a prisão do réu, é necessário expedir mandado de prisão se a condenação
for a regime semiaberto ou fechado;
5. Após decorrido o prazo recursal para as partes, certificar o trânsito;
6. Enviar o processo para a Contadoria, para cálculo de eventuais custas e multa;
7. Fazer a comunicação da condenação ao TRE, via INFODIP, para suspensão dos
direitos políticos do réu;
8. Emitir a Guia de recolhimento definitiva e implantá-la no SEEU;
9. Movimentar ―Arquivar processo‖.

50
Obs.: Para réu solto condenado a regime semiaberto ou fechado, quando o trânsito for
certificado, ele será preso para início de cumprimento da pena. Dessa forma, deve ser
expedido mandado de prisão, e, apenas uma vez que este for efetivamente cumprido,
poderá ser expedida a guia de recolhimento e implantada no SEEU.

7 - Interposição de recurso

No caso de alguma parte interpor recurso, deve-se certificar a sua tempestividade,


de acordo com o prazo de 5 dias, e o processo deverá ser enviado concluso.
O juiz irá receber o recurso e determinar que sejam ofertadas razões e
contrarrazões de recurso. Cada parte terá 8 dias de prazo para arrazoar, abrindo vista
primeiro para o recorrente e, após, para o recorrido.
O processo irá novamente concluso para juízo de retratação, momento em que o
magistrado irá se retratar ou determinar a remessa para a 2ª instância.

8 - Após o recurso

Com o recebimento dos autos após remessa à 2ª instância, ao recurso de apelação


criminal pode ser dado ou não provimento.
Uma vez que o processo retorna com o trânsito em julgado certificado, procede-se
aos passos da seção 5 após trânsito: expedição de guia de recolhimento definitiva, remessa
à Contadoria para cálculos, comunicação ao TRE e atualização do processo no SEEU,
inclusive das novas informações do acórdão.
Com isso, não havendo mais pendências ou manifestação das partes, os autos
podem ser arquivados em definitivo.
Findo o processo de conhecimento, resta agora a execução penal.

51
2 TABELA DE COBRANÇA DE CUSTAS E MULTA

Portaria nº 6.758/CGJ/2021

No processo criminal, existem diversas formas de pena, sendo uma delas a pena
de multa. Esta é aplicável a diversos crimes juntamente da pena corporal, por exemplo,
no crime de tráfico de drogas; na sentença, em que o juiz determina quantos ―dias-multa‖
deverão ser pagos pelo réu, e será calculado, ainda, o valor total a ser liquidado. Durante
a execução, o réu será intimado para pagar essa quantia, assim como as custas
processuais caso não seja isento, recebendo um prazo de 10 dias para tal. Não sendo
recolhidos tais valores, é necessário expedir certidões que atestem o não pagamento de
custas e multa, para posterior processamento pela AGE ou execução de multa pelo MP;
as tabelas a seguir resumem a forma como tais certidões devem ser expedidas:

Tabela 1

No caso de não
Data da
Quem faz o Quem Quem grava pagamento de
expedição da
cálculo intima as certidões custas/multa,
guia
expedir:

- 1 CNPDP para a
Secretaria Secretaria Secretaria
Até 29/5/2017 multa
Criminal Criminal Criminal
- 1 CNPDP para custas

- 1 CNPDP para a
29/5/2017 até Secretaria
VEP VEP multa
22/1/2020 Criminal
- 1 CNPDP para custas

- 1 CNPDP para custas


- 1 Certidão de dívida
A partir de
VEP VEP VEP de pena de multa
23/1/2020
(modelo) → remeter ao
MP para execução

52
Para o caso de o tempo de condenação ser menor/igual ao tempo de prisão
no processo de conhecimento, e for decretada a extinção da punibilidade por
cumprimento de pena:

Tabela 2

No caso de não
Data do trânsito da
Quem faz pagamento de
sentença
custas/multa, expedir:
- 1 CNPDP para a multa
Antes de 23/1/2020 Vara Criminal
- 1 CNPDP para as custas
- 1 CNPDP para custas
- 1 Certidão de dívida de
Depois de 23/1/2020 Vara Criminal pena de multa (modelo) →
remeter ao MP para
execução

Obs.:
- O cálculo deve ser atualizado para o ano civil da intimação;
- A CNPDP é gravada pelo RUPE (Certidões > CNPDP > Cadastro de CNPDPs),
utilizando o nº do processo de conhecimento;

- A Certidão de dívida de pena de multa deve ser expedida no SEEU, cujo modelo
encontra-se em Juntar documento: Certidão > Adicionar > Tipo do arquivo: certidão >
Modelo: CERTIDÃO DE DÍVIDA DE MULTA PENAL - TÍTULO EXECUTIVO

53
PARA O MP. Após a expedição, movimentar o processo no SEEU por Remessa >
Ministério Público;

Obs.: Pode-se expedir a certidão também por Ordenar Cumprimentos > Certidão de
Dívida de Multa e adicionar um arquivo on-line com o mesmo modelo acima.

- Caso o MP não execute a multa penal em 90 dias, a VEP deverá gravar uma CNPDP
da multa;
- Ao transferir a execução para outra comarca, ou receber a execução, atentar para qual
etapa da cobrança de custas/multa o processo se encontra e dar continuidade de acordo
com a tabela.

Casos extraordinários:

- No caso de extinção da punibilidade nos autos da execução penal, havendo


condenação a despesas processuais referentes à execução penal e não ocorrendo o
pagamento, deverá ser gravada uma CNPDP de custas utilizando o número do processo
de execução;
- Caso haja restituição de fiança e o valor seja suficiente para o pagamento dos
encargos devidos, o processo será extinto na Vara Criminal. Caso não seja suficiente, a
forma de cobrança e expedição de certidões seguirá as datas e competências da Tabela 1;

54
- Caso a condenação seja exclusivamente em pena de multa, a Vara Criminal será
responsável por realizar a cobrança, na forma da Tabela 1, linha vermelha;
- No caso de condenação de pessoa jurídica em custas e multa, a Vara Criminal será
responsável por realizar a cobrança — se a sentença transitou antes de 23/1/2020, na
forma da Tabela 1, linha verde, se transitou após 23/1/2020, na forma da Tabela 1, linha
vermelha.

3 SEEU - IMPLANTAÇÃO DE GUIA DE RECOLHIMENTO

Peças principais:

● Guia de recolhimento (provisória ou definitiva);


● Denúncia;
● Capa do inquérito policial;
● Auto de prisão em flagrante ou portaria;
● Documentos de prisão e soltura (se houver) - mandados de prisão, alvarás de soltura,
ofícios do presídio, etc.;
● Recebimento da denúncia;
● Atas de audiência que interfiram no estado de prisão do réu;
● Sentença.

Caso a guia de recolhimento seja definitiva:

● Acórdão (e outros recursos, se houver);


● Trânsito em julgado;
● Cálculo de custas e multa.

55
Pesquisar se já existe processo de execução do réu: só pode haver um
processo de execução penal, no qual será implantado todo e qualquer processo criminal
que resulte em condenação. Esse processo também ―segue‖ o réu. Caso este seja
transferido para presídio de outra comarca ou seja solto e declare endereço em comarca
diversa, os autos serão redistribuídos para tal comarca. Caso haja execução ativa para o
réu, implantar como NOVO PROCESSO CRIMINAL → PULAR PARA ETAPA 2.
Se não houver, implantar nova execução (Cadastrar Nova Ação).

1 Cadastro de NOVO processo de execução

1.1 Informações iniciais

56
Escolhemos ―Meio Aberto‖ porque o réu está solto. Caso estivesse preso,
escolheríamos já ―Meio Fechado‖. O que importa não é o regime ao qual ele foi
condenado, mas sim se está preso ou solto no momento do cadastro.

1.2 Informações processuais

Ao selecionar a classe processual, escolher 7790 (pena restritiva de direitos) ou


7791 (pena privativa de liberdade) de acordo com a sentença.

Assunto secundário: selecionar o crime cometido, pesquisando-o na descrição (ex.:


Tráfico de drogas = 3607).

57
1.3 Partes do processo

Deverão constar:

POLO ATIVO - ESTADO DE MG.


POLO PASSIVO - RÉU.

Caso seja necessário, adicionar o cadastro do réu — os dados estarão na guia.


Lembrar de colocar o endereço atualizado (CASO PRESO, COLOCAR
ENDEREÇO PRESÍDIO) e confirmar a seleção.

58
1.4 Representantes

Para réu incapaz, geralmente não há, podendo pular a etapa.

1.5 Advogados

Se houver, poderá ser cadastrado pelo nome ou número da OAB.

1.6 Informações adicionais

Ver na guia.

Obs.: ―Data de conhecimento‖ = data de recebimento da denúncia.

1.7 Juntada de documentos

Selecionar arquivos e abrir todos as peças.

59
Cada peça deve receber seu tipo adequado — após, assinar com certificado.

60
61
Imprimir e juntar esse comprovante ao processo físico, ou salvar como PDF e
juntar pelo PJe.

2 - Processos criminais

Será cadastrado o processo de conhecimento que deu origem à execução.

62
63
Obs.: Caso a guia seja PROVISÓRIA e houve recurso após a sentença, selecionar
―Processo em grau de recurso‖: SIM.

64
Cadastrar desmembramentos

Quando a condenação é em mais de um crime, é preciso cadastrar os


desmembramentos da pena.

Concurso material = quando as penas serão somadas → cadastrar SEPARADO.

Quando terminar de cadastrar uma, marcar a checkbox do canto inferior direito.


CONTINUAR CADASTRANDO antes de salvar.

Obs.: O tempo de pena somado de todas as penas deverá dar o total da


sentença/acórdão.

65
Concurso formal = quando é aplicada a pena mais gravosa → cadastrar a pena maior e
nas observações (complemento) escrever a outra.

Obs.:
*SURSIS (SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA) → SUSPENSO? = SIM.
*DATA DA SUSPENSÃO = DIA DA CERIMÔNIA ADMONITÓRIA.
*OBSERVAÇÕES = SUSPENSÃO EM RAZÃO DA SURSIS APLICADA AO
REEDUCANDO.

3 Eventos

ADICIONAR TODAS AS PRISÕES E SOLTURAS!

Não se deve lançar conversões de prisão - o que interessa ao sistema é


prender e soltar.

Ex.: Réu foi preso, em 25/1/2021, em flagrante. Convertida, em 30/1/2021, em


preventiva. Concedida liberdade provisória em 30/4/2021. Sentenciado à prisão definitiva

66
em 30/6/2021. Serão lançadas:

PRISÃO (FLAGRANTE): 25/1/2021;


INTERRUPÇÃO (LIBERDADE PROVISÓRIA): 30/4/2021;
PRISÃO (DEFINITIVA): 30/6/2021.

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A data deve ser a da primeira prisão do réu, por exemplo, do flagrante dele, a
partir do qual começará a contagem dos dias de pena.
Esses dias serão contabilizados, mesmo sendo antes da sentença, para
DETRAÇÃO DE PENA.

**Para SURSIS (SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA) = A data será a


DATA DA CERIMÔNIA ADMONITÓRIA.

68
Ao lançar soltura, na data, deve-se colocar a do CUMPRIMENTO do alvará de
soltura (ofício do presídio), pois essa data pode divergir da decisão do juiz e também da
expedição do alvará.

3 - Incidentes concedidos

Deverão constar os regimes prisionais do réu. Posteriormente, nesta aba, estarão


também as progressões de regime, alterações de data-base, homologação de faltas graves,
benefícios concedidos, etc.

69
Este será o primeiro lançamento de regime para o réu, escolhendo, então,
FIXAÇÃO DE REGIME.

70
71
**PARA O CASO DE SURSIS → ESCOLHER a opção SURSIS e data início =
data da cerimônia admonitória

Evento:

Incidentes concedidos:

72
Após concluída a implantação da guia, os autos deverão ser remetidos para o MP.

Com a manifestação do MP, enviar o processo concluso para recebimento da


execução, quando os cálculos serão homologados, e a guia, recebida.

Obs. 1: Caso essa não seja a primeira guia a ser implantada na execução, os passos serão
os mesmos a partir de ―2 - Processos criminais‖, exceto que não será lançado incidente
concedido, uma vez que já houve regime inicial anteriormente. A guia será juntada por
―Juntar documentos > Guia de recolhimento - Carta de guia‖, com as mesmas peças
indicadas, e os eventos devem ser lançados. Após, o processo é remetido ao MP, e com a
manifestação, vão conclusos para unificação da pena. Uma vez retornando da conclusão,
aí, sim, poderá ser lançado o incidente concedido ―Unificação‖. Se necessário, caso o
regime de unificação seja diverso ao anterior, também será lançado ―Fixação/alteração de
regime‖.

73
Obs. 2: Na hipótese da juntada de guia definitiva quando já houve anterior implantação
de guia provisória referente ao processo, uma vez que já foi cadastrado o processo
criminal na aba ―Processos‖, será necessário apenas atualizar as informações:

● Selecionar ―guia definitiva‖;


● Adicionar datas de trânsito;
● No cadastro de penas, atualizar com os dados do acórdão que deu origem à guia
definitiva.

74
75
76
4 SEEU - AGRAVO DE EXECUÇÃO PENAL

O agravo de execução é o recurso utilizado para impugnação de despacho, decisão


ou sentença proferida pelo juiz na execução, no prazo de 5 dias após intimação da decisão.
Uma vez que a parte interpõe agravo, deve ser certificada a sua tempestividade, e o
processo, enviado concluso para recebimento do recurso. As partes serão intimadas para
razões e contrarrazões, e novamente será feita conclusão para juízo de retratação. Não
ocorrendo retratação, será determinada a remessa à 2ª instância.
Para tal, devem ser baixadas todas as peças que compõem o agravo:

1. Interposição de recurso;
2. Razões de recurso;
3. Recebimento do agravo;
4. Certidão de tempestividade;
5. Peças indicadas nas razões;
6. Contrarrazões;
7. Juízo de retratação;
8. Decisão agravada/combatida.

Da decisão do juízo de retratação, movimenta-se o processo > Ordenar


cumprimentos.

77
● Ordenar cumprimentos:

○ Agravo-diligências;
○ Assinado: NÃO;
○ Marcar a parte que pediu o agravo (polo ativo = acusação/passivo = defesa);
○ Necessita retorno: SIM;
○ Prazo: 180 dias.

Após ordenamento, o cumprimento aparecerá na tela inicial do processo, como

78
―Agravo - diligências: 01‖. Clicando nele, abre-se a tela para análise e upload dos
documentos, utilizando a opção ―Anexar arquivo‖:

Adicionam-se todos os arquivos com suas respectivas descrições, um a um.

Por fim, deve-se digitar uma certidão de remessa, com o seguinte texto:

79
―Certifico que nesta data foi expedido o Agravo em Execução interposto (pelo MP/MG)
(pela I. Defesa), para envio automatizado ao Eg. TJMG, conforme Orientação
CGJ/SEEU/Nº 13, publicada em maio de 2021. Ademais, o agravo em diligência possui
todas as peças obrigatórias indicadas pelas partes para compor o recurso mencionado.‖

Findo o upload de arquivos, clicar em ―Salvar e Concluir‖, e, após, ―Assinar e


Expedir‖.
O agravo será remetido automaticamente e distribuído na 2ª instância, podendo ser
conferido no JPe a qualquer momento.

Retorno do agravo - Acórdão

Quando houver acórdão, dependendo de seu conteúdo, poderá ser enviado ofício
imediatamente à Secretaria para que procedam às alterações necessárias, uma vez que
pode ocasionar alcance de benefícios, expedição de alvará de soltura, etc.
Assim, é possível que seja enviado só o resultado do acórdão, ou o resultado e o
acórdão na íntegra.

80
Abrir o cumprimento (Agravo - Diligências: 01) expedido e não lido.

81
Caso tenha sido recebido o acórdão, marcar ―Recebido? SIM‖.
Caso seja só o resultado, marcar ―Recebido? NÃO‖.
Clicar novamente em Agravo - Diligências: 01, na tela inicial do processo.
Clicar em ―Cumprir‖.

Expedir uma certidão simples: ―Certifico e dou fé que juntei o acórdão em


sequencial X‖.

82
5 EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE PRISÃO

RUPE:

1. Expedir a FAC do réu;


2. Salvar e manter aberto;
3. Expedir o mandado de prisão.

Todos os campos devem ser preenchidos exatamente como está na FAC!


Qualquer divergência (até mesmo de letra trocada ou acento) poderá impedir que o
mandado seja cumprido.
O tipo de prisão deve-se conferir na decisão → tem específico CONVERSÃO
EM PREVENTIVA (696).
CASO TENHA HAVIDO AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA, marcar
FLAGRANTEADO CIENTIFICADO.

83
CASO SEJA RÉU PRESO, fica tudo igual, mas coloca o endereço do presídio.

84
Após a expedição do mandado e download, ir para o PJe:

● Juntar documentos → Juntada - Mandado de Prisão - Termo de juntada geral →


adicionar o mandado;
● Intimar o MP da decisão do juiz sobre a prisão.

85
FÍSICO:

86
PR = AGUARDA PRISÃO

SEEU:

Movimentar a partir do sequencial da decisão > Ordenar cumprimentos.

87
● Remessa ao MP (ciência) e intimação da Defesa.

88
6 EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ DE SOLTURA (SEEU)

Entrar no RUPE:

1) Selecionar Alvará de soltura - ASE → Alvarás → Novo;

2) Digitar o nº do processo e clicar em ―buscar‖. Na lista de partes do processo, selecio-


nar o correspondente, clicando na seta. Selecionar o motivo da soltura, considerando que
―APF/Custódia‖ deve ser utilizado quando não for possível disponibilizar o alvará para
assinatura por algum erro do sistema;

89
3) Na aba ―Documentos‖, clicando em ―+‖, devem ser adicionadas as CACs de todas as
comarcas onde o sentenciado possui guia de recolhimento (ou seja, observar os processos
na aba ―Processos criminais‖ no SEEU e quais as comarcas de origem destes e do próprio
processo de execução), além da CAC de Itajubá, e a decisão de soltura;

4) A classificação das CACs é ―Certidão de Antecedentes Criminais‖, e da decisão,


―Outros‖;

5) Em ―Dados complementares‖, devem ser selecionados, em ―Feitos alcançados‖, todos


os processos que estiverem na aba de ―Processos criminais‖, ou seja, que façam parte da
execução, e também a própria execução, para que não acusem impedimento.

90
De forma similar, os ―mandados alcançados‖ serão todos aqueles vinculados a
processos criminais da execução, ou feitos correlacionados, por exemplo, um APFD que
deu origem a um processo criminal da execução, porque todos estes fazem parte da
execução e não podem ser um impedimento para a soltura.
Em ―Outros feitos‖, pode-se escrever feitos que não foram listados nas duas
categorias acima. O essencial é que estejam listados, no mínimo:

● Todos os processos criminais integrantes da execução em questão;


● Todos os APFDs que deram origem a esses processos criminais;
● Números de execuções antigas, físicas, que correspondam às mesmas guias e
execução atuais.

91
6) Em ―Despacho‖, é possível copiar o trecho da decisão de soltura que a determina, ou
escrever ―ANEXO‖, uma vez que esta foi anexada ao alvará na aba ―Documentos‖;

7) Em ―Condições‖, colar as condições estipuladas na decisão que o sentenciado deve


cumprir.

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Alvará de soltura (PJe)

Os alvarás de soltura serão mais simples de serem expedidos, uma vez que,
geralmente, abrangem apenas um ou dois feitos. O passo a passo é exatamente igual,
sendo que, nos ―Dados complementares‖, serão selecionados apenas o APFD e o
processo de conhecimento no qual foi determinada a expedição do alvará.
No PJe, movimenta-se o processo para ―Expedir alvará de soltura‖, e, na
movimentação, é anexado o alvará; com isso, o processo ficará na caixa ―Aguardando
cumprimento de alvará‖.

Análise de impedimentos

Quando um alvará é expedido e assinado, antes de ser cumprido pelo presídio, ele
será encaminhado ao SETARIN, que fará uma análise dos processos e mandados de
prisão em nome do réu para determinar se existe alguma pendência que o impeça de
ser solto. Na decisão de soltura, quase sempre é declarado: ―seja posto em liberdade
incontinenti, se por outro motivo não estiver preso‖ — isso significa que o réu está sendo
solto apenas do processo em questão, o que não assegura que não esteja respondendo
a outros processos nos quais sua prisão foi decretada.
Por exemplo, considerando um sentenciado com um processo de execução (nº
4.2020) que engloba 3 processos criminais já transitados (nos 1.2020, 2.2021, 3.2021), e
que figura como réu em 2 outros processos de conhecimento mais recentes (n os 5.2022 e
6.2022). Ele encontra-se recolhido, cumprindo a pena de sua execução; no processo nº
5.2022, é decretada sua prisão preventiva e expedido mandado de prisão (mesmo já
estando preso, apenas para vinculá-lo a esse processo). Se, porventura, o sentenciado
alcançar o benefício do regime aberto em sua execução, o juiz determinará a expedição de
alvará de soltura, o qual englobará toda a sua execução, inclusive os 3 processos que
deram origem a ela.
O alvará terá como feitos alcançados: nos 4.2020, 1.2020, 2.2021, 3.2021, e todos os
mandados de prisão e APFDs ligados a estes.

93
Quando o alvará for analisado pelo SETARIN, a prisão de nº 5.2022 ainda está
vigente e será acusada como impedimento. Ser solto na execução não o torna
automaticamente solto de todos os processos nos quais é réu, portanto, o sentenciado não
será colocado em liberdade. Mais à frente, se sua prisão preventiva for revogada, o
sentenciado finalmente será solto, uma vez que já existe o alvará anterior, e em todos os
processos em que um dia já esteve preso estão abrangidos por alvarás de soltura.
Além dessa questão, é importante saber apontar como feitos alcançados os APFDs
que deram origem aos processos criminais abrangidos. Para tal, será feita a análise da CAC.
Como exemplo, faremos um estudo de caso:

Para o seguinte alvará, de uma execução na qual foi concedido ao sentenciado o


benefício da prisão domiciliar:

Foram juntadas CACs de Itajubá, Pouso Alegre e Cambuí/MG:

Uma vez que o sentenciado possui processos nas 2 últimas comarcas, e sua
execução encontrava-se em Itajubá.

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Analisando a CAC de Cambuí, de onde os processos de conhecimento são
provenientes:

O 1º processo, 0015914-16.2018.8.13.0106, tem como DATA DO FATO


25/04/2018:

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Procurando em sua CAC por data similar, encontramos o seguinte APFD:

Cuja data de autuação é um dia após o fato do processo; isso ocorre muitas vezes
porque a autuação não é imediata, porém é possível perceber que esse APFD é o que deu
origem ao 1º processo. Dessa forma, ele precisa ser abrangido pelo alvará de soltura
da execução.

De forma similar, vejamos o 2º processo, 0014909-56.2018.8.13.0106:

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Procurando por data similar, encontramos o APFD:

Cuja data de autuação é 1 dia após a data do fato do processo, sendo o APFD
originário do mesmo.
Além da data, também é indicado analisar se o enquadramento dos dois feitos é o
mesmo (perceba que, no 1º caso, ambos são art. 157 do CP, e, no 2º caso, ambos art. 33
da Lei nº 11.343/06), o que corrobora para a interpretação.
Dessa forma, o alvará de soltura foi expedido da seguinte maneira:

97
Nos feitos alcançados, foram marcados os dois processos criminais que fazem
parte da execução no SEEU; nos mandados alcançados, poderíamos ter selecionado o
único que foi mostrado, uma vez que é um mandado referente ao APFD que vimos
ser parte de um dos processos, no entanto, o RUPE não permitiu a assinatura do alvará
ao selecioná-lo. Esse tipo de problema ocorre com certa frequência, e, para solucioná-lo,
basta copiar o número da checkbox na caixa de ―Outros Feitos‖. Além disso, colocamos na
mesma caixa o outro APFD referente ao 2º processo criminal. O alvará foi expedido,
assinado, considerado sem impedimentos, e o sentenciado foi solto.

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7 COMUNICAÇÕES AO TRE

As comunicações ao TRE são realizadas após o trânsito em julgado de uma


condenação, e, depois da extinção de punibilidade, pelo sistema INFODIP:

Obs. 1: Quando ocorre a extinção de punibilidade (ex.: término de pena), é necessário


fazer INFODIP de todos os processos de conhecimento vinculados à execução.

99
Obs. 2: Quando um processo possui mais de um réu e ocorre condenação criminal destes,
é necessário fazer INFODIP de cada um dos réus individualmente.

100
Obs. 3: No caso de SURSIS, também é feito o INFODIP, indicando no campo da ―pena
imposta‖.

101
102
Após gravar, clicar diretamente no NÚMERO da comunicação (será a última da
lista).

103
Emitir comprovante e imprimir (se processo físico) ou salvar como PDF na tela de
impressão.
Juntar ao processo.

No SISCOM:

Lançar movimentação “Expedição de CDJ”.

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