Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apostila para estagiários cível e criminal / Ana Clara de Lima Cavalli; Ana
Maria da Silva Barros Rosa -- Belo Horizonte: Tribunal de Justiça do Estado
de Minas Gerais, 2023.
105 p.
CDDir: 342.65181
CDU: 373.27
2
Autoras:
Ana Clara de Lima Cavalli
Ana Maria da Silva Barros Rosa
Belo Horizonte
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
2023
3
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
Produção Editorial
Gerência de Jurisprudência, Biblioteca e Publicações Técnicas - GEJUR/DIRGED
Coordenação de Jurisprudência e Publicações Técnicas - COJUR
Centro de Tecnologia e Mídias Digitais - CETED
Projeto gráfico: Alex Zannon
4
SUMÁRIO
5
1.16 EXTINÇÃO PELO ART. 924 DO CPC .................................................................... 35
1.17 PASSO A PASSO PARA ANALISAR O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
NOS PRÓPRIOS AUTOS .................................................................................................... 37
1.18 PASSO A PASSO PARA ANALISAR O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
DISTRIBUÍDO PELA PARTE ............................................................................................ 38
1.19 IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA .................................. 39
1.20 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 40
6
ORIENTAÇÕES AOS ESTAGIÁRIOS DAS VARAS CÍVEIS
É com alegria que os recebemos nesta fase tão produtiva da vida de vocês!
Logo de início, é perceptível o volume de trabalho, de orientações, de práticas
necessárias ao desempenho das funções, que assustam todo estagiário e também
servidores.
Todavia, a ansiedade e as preocupações naturais de todo começo aos poucos vão
sumindo, à medida que vão se adaptando com a rotina de trabalho.
Para trazer mais tranquilidade aos estagiários, pensamos em um manual que
facilitará, em muito, as atividades desenvolvidas.
Em pouco tempo, terão assimilado o que deve ser feito e prestarão seu serviço
com muita eficiência.
Mesmo que já tenham um conhecimento prévio consolidado, usem este manual
como um guia neste começo da sua jornada. Releiam sempre que necessário, façam
anotações, tirem suas dúvidas.
Estamos todos prontos a ajudá-los a se desenvolver, a entender o processo como
um todo e em todas as suas fases.
Nada melhor do que iniciar com uma visão geral sobre o processo de
conhecimento.
7
1 PROCESSO DE CONHECIMENTO
8
Aqui importante trazer uma distinção entre sentença com resolução do mérito,
prevista do no art. 487 do CPC, e sentença sem resolução do mérito, art. 485 do CPC.
Quando o juiz analisa o mérito do pedido do autor, ou seja, o problema trazido
pelo autor na sua petição inicial, dando uma sentença procedente, procedente em parte ou
improcedente, tem-se que a sentença é COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. Em um
exemplo simples: na petição inicial, o autor pede indenização por danos materiais por
conta de um acidente de trânsito. Na sentença de mérito, o juiz pode julgar procedente o
pedido, determinando o pagamento da indenização pretendida, ou parcialmente
procedente, determinando o pagamento, mas não do valor pretendido pelo autor, ou,
então, julgar improcedente o pedido porque entendeu que o autor não tem qualquer
direito de ser indenizado. Também ocorre resolução do mérito quando o juiz homologa
um acordo entre as partes, ou reconhece a prescrição ou decadência do direito, ou ainda
quando a parte autora renuncia a seu pedido.
Nesses casos, o juiz apreciou o mérito da questão, o problema trazido ao Judiciário,
e resolveu o caso, pondo fim ao processo, com resolução do mérito, com base no art. 487
do CPC.
Com a resolução do mérito, seja por qualquer dos incisos do art. 487 do CPC, a
parte não poderá ajuizar novamente a mesma ação, com os mesmos pedidos, pois existe a
coisa julgada a respeito.
Entretanto, existem situações em que o processo é extinto sem que o juiz analise o
problema trazido pelo autor. Tome-se por exemplo o mesmo pedido de indenização por
danos materiais acima. Pode acontecer que a petição inicial não esteja de acordo com a lei,
e o juiz mande a parte corrigi-la, e esta não o faz. Assim, o juiz nem recebe a petição
inicial, indeferindo-a. Note-se que não houve apreciação do problema do autor.
Também pode acontecer que, depois de recebido o processo, a parte não promova
alguma diligência que o juiz tenha determinado, ou, ainda, que a parte autora desista do
processo. Nessas situações, e nas demais previstas no art. 485 do CPC, o juiz põe fim ao
processo, mas SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. Ou seja, o processo é extinto por
questões processuais. Não é analisada a pretensão do direito trazida na petição inicial.
9
Quando o processo é extinto SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, a parte autora
poderá ajuizar novamente a mesma ação para discutir o seu alegado direito.
Importante entender essa distinção!
10
- Se o advogado que assinou a petição inicial tem procuração, ou substabelecimento
derivado de alguma procuração constante dos autos.
- Se a procuração é genérica, com poderes ad judicia, pode ser usada em qualquer processo.
Se for procuração específica, só pode ser utilizada no processo para o qual fora outorgada.
11
- Se há pedido de dependência ou de associação, observar se é de fato dependência
(conexão ou continência) - art. 286 do CPC, ou caso de remessa para livre distribuição .
- Se a petição preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC, do contrário, tem que
emendar.
- Se há algum pedido de emenda ou aditamento (observar art. 329), deve ser objeto de
deliberação no despacho. Não esquecer de mencioná-lo.
- Se o valor da causa atende ao art. 292 do CPC. Se não, o juiz pode corrigir de ofício (art.
292, § 3º).
- Se houver pedido de inversão do ônus da prova, ver a viabilidade de analisar sobre isso.
A inversão só deve ser deferida caso comprovado que o autor não possa produzir tal
prova, seja porque está negando algum débito, seja porque a prova é exclusiva do
demandado.
- Observar se a ação tem alguma especificidade que a inicial deva observar: consignação,
monitória, reintegração, busca e apreensão, execução de título extrajudicial, oposição,
demarcatória, usucapião, etc. — usar o modelo específico para o despacho inicial de cada
um desses procedimentos. Nesses casos, evite marcar audiência na CEJUSC. Isso porque,
conforme for o rito de cada tipo de ação, pode gerar confusão quanto ao prazo de
resposta. Melhor evitar!
12
- Tratando-se de pedido de cumprimento de sentença distribuído pela parte, observar se
houve digitalização das peças necessárias ao cumprimento, especialmente as procurações
das partes, o título judicial e a certidão de trânsito em julgado (salvo se for cumprimento
provisório).
- Não estando a petição inicial e documentos que a acompanham adequados, deve ser
oportunizado à parte o direito de emendar a inicial (art. 321 do CPC), indicando, com
precisão, o que deve ser corrigido ou completado pela parte.
- Outra coisa muito importante: ao ordenar a emenda à inicial, constar todas as questões
que devam ser emendadas, para evitar que o processo fique indo e voltando com ordens
de emenda, o que atrasa a prestação jurisdicional.
Passemos, agora, ao que deve ser analisado em casos específicos, além da análise
padrão da petição inicial:
- Se o juiz a assinou.
- Se apresenta as seguintes peças: cópias da petição inicial, contestação (caso não se trate
de citação), procurações concedidas aos advogados, despacho do juiz que ordenou o ato
deprecado.
13
- Se a CP for para ouvir testemunha ou depoimento pessoal, necessário despacho
específico para agendamento de audiência. Importante verificar se não é o caso de
utilização de sala passiva, em que o próprio juízo deprecante que colhe o depoimento.
- Carta precatória em que já houve despacho mandando devolver ao deprecado, para dar
nova ordem de cumprimento, depende de recolhimento de novas custas ou de despacho
do juízo deprecante mandando desentranhar a CP.
- O contrato de alienação fiduciária havido entre as partes, assinado pelo requerido, com
expressa cláusula de garantia de alienação fiduciária, é documento indispensável.
14
- Alternativamente, comprovante de protesto através do cartório de protestos, desde que
o endereço do requerido citado na certidão do cartório seja o mesmo indicado na inicial e
no contrato.
- Observar quem ficará como depositário do bem (o autor ou um representante seu – isso
está no pedido).
- Deliberar sobre o pedido de restrição via Renajud, consignando que, deferido o Renajud,
tão logo seja efetivada a apreensão, deve-se dar baixa no impedimento.
15
1.5 EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL prevista nos arts. 719 a 913 do
CPC
- Os títulos de crédito têm força executiva. Eles valem por si só, por força de lei. Não é
necessário explicar para o juiz a origem daquele direito. Por isso, dispensa-se a fase de
conhecimento.
- O executado é citado para pagar no prazo de três dias (art. 829 do CPC), sob pena de
penhora, podendo opor embargos do devedor (art. 914 do CPC), mesmo sem penhora.
Esses embargos são uma ação de conhecimento, com todos os seus trâmites.
16
- No prazo de embargos, o executado pode pedir o parcelamento do débito executado
(art. 916 do CPC).
- Via de regra, os embargos não suspendem a execução, podendo as duas ações tramitar
normalmente (art. 919 do CPC).
- A extinção da execução extrajudicial se dá com base no art. 924 do CPC, em que estão
previstas as hipóteses.
- Via de regra, os embargos não suspendem a execução, podendo as duas ações tramitar
normalmente (art. 919 do CPC).
17
- Deve ser distribuído por dependência à execução, instruído com as peças relevantes
(procurações, título em discussão, comprovante da data de sua citação - para verificar a
tempestividade).
- O executado pode alegar as matérias descritas no art. 917 para fundamentar seus
embargos.
- Os embargos podem ser rejeitados liminarmente, em algumas situações, art. 918 do CPC.
- Os embargos de terceiro são a defesa de uma pessoa que, não sendo parte no processo
de conhecimento, cumprimento de sentença ou execução extrajudicial, sofreu constrição
ou ameaça de constrição sobre seus bens.
- Esses embargos são uma ação de conhecimento, com todos os seus trâmites.
- Eles podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento, enquanto não
transitada em julgado a sentença, no cumprimento de sentença ou execução até cinco dias
após a adjudicação, alienação ou arrematação, antes de ser assinada a carta.
18
- Polo passivo é quem o ato de constrição aproveita, geralmente o exequente, que pediu a
penhora do bem, ou mesmo o executado, se foi ele quem indicou o bem à penhora.
- Analisar a existência de título sem força executiva. Qualquer documento assinado pelo
devedor vale para subsidiar a ação monitória;
19
- Resolvidos os embargos monitórios, no caso de improcedência, ou procedência parcial,
ou ainda no caso em que eles não sejam interpostos, deve-se fazer a conversão da ação
monitória em cumprimento de sentença, seguindo o processo com os mesmos requisitos
de um cumprimento de sentença.
1.9 RECONVENÇÃO
- Quando o requerido é citado da ação, ele pode concordar com a pretensão do autor ou
contestá-la e, ainda, reconvir. Pode haver reconvenção sem a contestação.
- Reconvenção é o pedido que o requerido faz contra o autor e inclusive terceiros, desde
que conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa (art. 343 do CPC).
- A reconvenção deve ser analisada como se fosse uma petição inicial do réu, o pedido
deve ser certo e determinado; indicado o valor da reconvenção, com base no art. 292 do
CPC.
- Ela também deve ser preparada, ou seja, recolhidas as custas (pelo valor de metade das
custas – ver Provimento nº 75/2018 – art. 15). Havendo pedido de gratuidade judiciária,
este deve ser deliberado com o mesmo rigor da petição inicial.
- Na sentença, o juiz resolverá o mérito acerca do pedido do autor (petição inicial) e sobre
o pedido do requerido, apresentado na reconvenção.
20
1.10 EXTINÇÕES SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO - art. 485 do CPC
- Verificar se alguma das partes tem assistência judiciária gratuita (AJG) e, se for o caso,
suspender exigibilidade.
- Caso a parte não tenha AJG, determinar, não sendo pagas as custas, a expedição da
Certidão de Não Pagamento de Despesas Processuais – CNPDP.
- Verificar se há alguma tutela/liminar que se deva tornar sem efeito ou liberar alguma
constrição.
21
- Caso formada a tríade processual, é preciso condenar em custas e honorários
sucumbenciais a parte que ensejou a extinção do feito, ainda que suspenda em razão da
concessão da gratuidade judiciária.
- Toda vez que for ordenada a emenda à petição inicial e a parte deixar transcorrer o
prazo sem efetivar a emenda, a inicial deve ser indeferida de plano.
- Ainda que tenha havido emenda, mas a petição da parte autora não atende ao que foi
determinado pelo Juízo, deve ser indeferida a petição inicial.
- Verificar se há algum valor a ser liberado, via alvará, ao autor, por conta de algum
depósito judicial efetivado, deliberando sobre isso.
- Na maioria dos casos, ocorre quando o réu ainda não foi citado.
22
- Se decorrer o prazo do demandado, presume-se a sua anuência.
- Na desistência, as custas são a cargo da pessoa que desistiu, mesmo se for beneficiária da
gratuidade judiciária, é necessário condenar e, em seguida, suspender a cobrança, com
base no art. 98, § 3º, do CPC.
- Verificar se foi o autor quem pediu a desistência da ação. Esse pedido deve ser exclusivo
do autor. O réu pode desistir da reconvenção.
- Averiguar se o advogado tem poderes específicos para fazer esse requerimento (art. 105
do CPC).
- Ver se foi concedida alguma tutela, observar se ela deverá ser revogada.
- Ver se precisa oficiar algum órgão ou tribunal quanto a essa sentença proferida.
- Só oficiar Detran ou outro órgão, se houve alguma ordem desse juízo, no sentido de
qualquer providência que deve ser cancelada.
- Se a parte contrária tiver contestado a ação e não concordar com o pedido de desistência,
não pode ser dada essa sentença, o feito tem que continuar.
- Verificar se há algum valor a ser liberado, via alvará, ao autor da ação, por conta de
algum depósito judicial efetivado, deliberando sobre isso.
23
1.10.3 INÉRCIA - art. 485, III, e § 6º, do CPC
- Verificar se realmente era necessário que a parte desse andamento ao processo (exemplo:
fornecer endereço para citação; indicar que bem pretende penhorar). A falta de
manifestação sobre provas e a não apresentação de réplica não geram extinção e serão
sopesadas quando do julgamento de mérito do processo.
- Não tendo o réu sido citado, ou, caso citado, não tenha apresentado contestação, a
decretação de eventual inércia do autor não está vinculada ao pedido do demandado.
Basta que o autor não cumpra alguma ordem e que, intimado a fazê-lo pessoalmente,
deixe transcorrer o prazo sem qualquer manifestação.
- Analisar se a parte autora foi intimada para cumprir determinado despacho e não se
manifestou.
- Atenção: a intimação da parte autora é pessoal, deve estar nos autos a certidão do oficial
de justiça comprovando a intimação, aceitando-se também o AR assinado.
- Se a parte, mais uma vez, quedou-se inerte, poderá ser prolatada a sentença de inércia.
24
- Se a certidão do oficial de justiça disser que não localizou a parte autora, porque ela se
mudou, ou o AR for devolvido por esse motivo, há um modelo próprio de sentença de
inércia. Isso porque a parte não informou o novo endereço, que seria sua obrigação (art.
274, parágrafo único, do CPC ).
- Verificar se há algum valor a ser liberado, via alvará, seja ao autor ou ao requerido, por
conta de algum depósito judicial efetivado, deliberando sobre isso.
- Analisar se a parte autora foi intimada para cumprir determinado despacho e não se
manifestou.
- Se a parte, mais uma vez, quedou-se inerte, poderá ser prolatada a sentença de
negligência.
25
- Se a certidão do oficial de justiça disser que não localizou a parte autora porque ela se
mudou, ou o AR for devolvido por esse motivo, há um modelo próprio de sentença de
negligência. Isso porque a parte não informou o novo endereço, que seria sua obrigação
(art. 274, parágrafo único, do CPC ).
- Verificar se há algum valor a ser liberado, via alvará, a alguma das partes, por conta de
algum depósito judicial efetivado, e deliberar sobre isso.
- São casos bem específicos. Não tem jeito de a ação prosseguir, porque aconteceu alguma
coisa que impede que o processo prossiga, ou houve perda do objeto. Veja alguns
exemplos:
- Uma ação para internar alguém e essa pessoa veio a falecer; uma ação para fazer uma
certa cobrança e essa dívida foi objeto de acordo em outro feito, ou houve o pagamento
extrajudicial; uma ação para despejo e o requerido já deixou o imóvel; uma parte que está
sem advogado nos autos, seja porque não o tem, seja porque este renunciou, etc.
- São casos também específicos. Não há como a ação prosseguir, porque as partes não são
legítimas, ou não há interesse processual. Veja alguns exemplos:
26
- Uma pessoa ajuíza ação de indenização em favor de outra, que é plenamente capaz – ou
seja, falta legitimidade; pedir internação de pessoa que já estava internada – falta interesse
processual.
- Desnecessário dar vista à parte contrária, porque, se a parte renunciou ao direito, jamais
poderá ajuizar novamente a mesma ação.
- Ver se foi concedida alguma liminar ou antecipação de tutela, caso em que deverão ser
revogadas.
- Ver se precisa oficiar algum órgão ou tribunal quanto a essa sentença proferida.
- Somente oficiar ao Detran ou a outro órgão, se houve alguma ordem desse juízo, no
sentido de qualquer providência que deva ser cancelada.
- Verificar se tem algum valor a ser liberado, via alvará, a alguma das partes, por conta de
algum depósito judicial efetivado, e deliberar sobre isso.
27
1.11.2 HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO: art. 487, III, b, do CPC
- Ver se os advogados têm procuração nos autos com poderes específicos para transigir
ou firmar acordos.
- Atenção: pode ser caso de acordo parcial. Caso apenas uma das partes possuir advogado
devidamente qualificado, e apenas este assinou a transação, deverá utilizar o modelo de
―transação extrajudicial‖, pois uma das partes certamente não possuía representação
processual (geralmente o requerido).
- Analisar se é necessário dar vista ao Ministério Público (em caso de haver algum menor
ou incapaz). Nesses casos, só pode ocorrer homologação após a vista ao Parquet.
- Ver se foi concedida alguma liminar ou antecipação de tutela, caso em que deverá haver
manifestação a respeito (ratificando-a ou não, conforme for o caso e o acordo).
- Verificar se precisa oficiar a algum órgão ou tribunal quanto a essa sentença proferida.
- Só oficiar ao Detran ou a outro órgão, se houve alguma ordem desse juízo, no sentido de
qualquer providência que deva ser cancelada. Se houver alguma restrição imposta por esse
28
Juízo, deve constar o seguinte parágrafo: ―Eventuais restrições determinadas por este
Juízo devem ser baixadas‖. Caso o juiz não tenha determinado nenhuma restrição e,
mesmo assim, as partes pediram baixa, o pedido será indeferido, constando o seguinte
parágrafo: ―Indefiro o pedido de baixa de restrição requerido pelas partes, uma vez que
não houve nenhuma determinação deste Juízo neste sentido‖.
- No acordo, as partes costumam estabelecer como ficará o pagamento das custas. Se elas
falarem sobre isso no acordo, basta colocar na sentença ―custas conforme transação‖. Se
nada falarem a respeito, observar o art. 90 do CPC e o art. 92, § 2º, do Provimento
Conjunto 75/2018, valendo lembrar que, se alguma parte for beneficiária da gratuidade
judiciária, suspender a cobrança das custas, impreterivelmente.
- Ver se pediram expedição de alvará, devendo constar tal ordem na sentença, sendo
possível.
- Observar se foi deferida alguma liminar. Se sim, deve constar o seguinte parágrafo:
―Torno sem efeito a liminar/tutela concedida‖, se for o caso. Há casos em que a liminar
deve persistir.
- Conferir se a minuta está assinada pelas partes ou se o advogado tem poderes para
transacionar. Caso não esteja assinado ou não constem poderes para o advogado, tem que
mandar regularizar (pode intimar partes para trazer a minuta assinada ou intimar parte
contrária para confirmar).
- Conferir se o acordo foi firmado antes ou depois da sentença. Se for antes, custas isentas
conforme art. 90, § 3º, do CPC. Se for depois, a regra é que as custas sejam divididas
entre as partes (art. 90, § 2º, do CPC). As partes podem dispor sobre as custas. Todavia, se
29
imputarem o pagamento de toda a verba para quem tem AJG, houve renúncia tácita ao
benefício. Nesse caso, condenar a pessoa ao pagamento das custas e não suspender a
exigibilidade.
- Verificar se todos os requeridos foram citados (lembrar que a citação de pessoa física
por carta com AR deve ser recebida em mãos próprias, vide exceção no art. 248 do CPC).
Se houver pendência de citação, o processo não pode prosseguir sem tal regularização.
- Verificar eventual reconvenção: se foi recebida. Se ainda não foi, deve-se apreciá-la como
se aprecia uma petição inicial. Ela também deve ser preparada (pelo valor de metade das
custas - ver Provimento 75/2018 - art. 15), ou, havendo pedido de gratuidade judiciária,
deve ser deliberado com o mesmo rigor da petição inicial.
30
- Pode ser que o autor já tenha se manifestado sobre a reconvenção. Então basta verificar
se ela preenche os requisitos e seguir com o saneador.
31
1.13 ORIENTAÇÕES PONTUAIS
- Toda nomeação de perito deve ser pelo Sistema de Assistência Judiciária do TJMG,
estejam as partes amparadas ou não pela AJG .
- Depoimento pessoal: excepcionalmente. Em regra, não é uma prova produtiva e não vai
esclarecer nada. Indefere-se dizendo que não é necessário, que as demais provas são
suficientes, que o fato vai ser elucidado com o depoimento das testemunhas.
- Importante saber qual é o ponto controvertido da lide, ou seja, o que o autor quer e o
demandado não concorda. É sobre isso que serão as provas. Não se produz prova para
fato que não é controverso. Qual a finalidade disso? O ponto controvertido servirá apenas
para nos orientar na análise do pedido de provas, para deferi-las ou não.
32
- Na organização da pauta de audiência de instrução, observar a complexidade da matéria
discutida, a fim de adequar o tempo necessário para a realização do ato.
- Há casos em que a sentença não fixa valores, sendo necessária a liquidação da sentença
para apurar o valor, para posterior cumprimento de sentença (art. 509/512 do CPC).
- Apurado o valor devido, ou quando a sentença é líquida (ou seja, tem o valor da
condenação), o requerido pode vir e pagar espontaneamente, ou o autor pode pedir o
início do cumprimento de sentença.
- Havendo pedido de cumprimento de sentença pelo credor, este deve atender o disposto
nos arts. 513/538 do CPC, observadas as peculiaridades do cumprimento a ser efetivado.
- Observe que, no cumprimento de sentença, o devedor não é citado para pagamento. Ele
é apenas intimado. Pois citado ele já fora na ação de conhecimento.
33
pagamento forçado - decorrido o prazo de pagamento voluntário, o débito é acrescido
de multa de 10% e honorários de advogado, também de 10% (sobre o valor executado) -
art. 523, § 1º, do CPC.
- Dando-se início aos atos expropriatórios, após o pagamento, deve-se fazer a sua
extinção pelo art. 924, II, do CPC.
- Quando é obtido o pagamento, o que deve ser comunicado ao credor, ou por ele
informado, a sentença extintiva é com base no art. 924 do CPC.
- Todos buscam por bens do devedor, quando não há o pagamento, para a satisfação da
dívida.
34
- No cumprimento de sentença, só ocorre a intimação do devedor para pagamento do
débito.
- Para deferir qualquer ato expropriatório (penhora, etc.), é imprescindível que tenha
havido a intimação do devedor no cumprimento de sentença e citação na execução
extrajudicial.
35
- Importante lembrar que, nas execuções ou cumprimento de sentença, as partes podem
eventualmente fazer acordo e pedir a homologação. Pode-se fazer a homologação do
acordo com base no art. 487, III, do CPC, sem problemas.
- Também sentencia com base no art. 924 do CPC quando, no caso de acordo, tiver
decorrido o prazo concedido pelo credor, quer tenha ele manifestado que o devedor
pagou o débito, quer tenha ficado em silêncio.
- A extinção com base no pagamento (art. 924, II, do CPC) deve ocorrer quando o
devedor depositar o valor cobrado (desde que não seja para garantia do juízo), não
impugne o cumprimento de sentença ou embargue a execução, lembrando sempre que o
credor deve ser intimado, quando o devedor comprovar algum pagamento. Isso porque o
credor é quem, a princípio, pode informar se houve a quitação. Por isso, imprescindível
dar chance a ele de conhecer sobre o pagamento efetivado.
36
1.17 PASSO A PASSO PARA ANALISAR O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
NOS PRÓPRIOS AUTOS
1º - Ver quando transitou em julgado: a data do trânsito que define se o requerido vai ser
intimado pessoalmente, por carta com AR, ou por procurador. Adequar a redação do
modelo do despacho de acordo com o art. 513 do CPC.
- É dispensável a certidão de trânsito em julgado. Você tem que saber contar o prazo de
15 dias depois da intimação da sentença, para saber se transitou mesmo. Geralmente, os
acórdãos vêm acompanhados de certidão de trânsito, o que facilita nosso trabalho.
- Mas, nas sentenças irrecorridas, geralmente, a Secretaria não faz essa certidão. Se tiver,
melhor!
2º - Ler o teor da sentença ou do acórdão para saber o que tem que ser executado (se é
obrigação de pagar – que, nesse caso, depende só de cálculos, geralmente) ou se precisa
fazer a liquidação de sentença.
- Há casos ainda em que a sentença é parte líquida e parte ilíquida. Deve-se separar para
não haver confusão. O CPC permite que seja efetivada a execução da parte líquida nos
próprios autos e a liquidação da sentença - da parte ilíquida - em autos apartados (art. 509,
§ 1º, do CPC).
37
- Mas atenção: há casos, como em revisionais de contrato bancário, em que a parte pede
liquidação, contudo, ela tem condições de fazer o cálculo, porque os parâmetros estão
estabelecidos na sentença. Se for o caso, é preciso emendar.
- Se for o caso de liquidação de sentença e pela sentença ou acórdão não der para saber
quanto será pago ao credor, como, por exemplo, quando se condena a pagar por
benfeitorias cujo valor ainda não está definido, então a quantia terá que ser apurada por
meio de perícia de engenharia. Mas pode ser caso de perícia contábil, ou médica.
- A certidão de trânsito em julgado, muitas vezes, não acompanha. Você tem que saber
contar o prazo de 15 dias depois da intimação da sentença para saber se transitou mesmo.
Geralmente, os acórdãos vêm acompanhados de certidão de trânsito, o que facilita nosso
trabalho. Mas, nas sentenças, geralmente, a Secretaria não faz essa certidão. Se tiver,
melhor.
38
2º - Veja a data do trânsito em julgado e se o executado tem advogado - isso influi na
forma como se dará a intimação do executado, atentar para o art. 513 do CPC.
3º - Ler o teor da sentença ou do acórdão, para saber o que tem que ser executado (se é
obrigação de pagar – que, nesse caso, depende só de cálculos, geralmente) ou se precisa
fazer a liquidação de sentença.
- Se não tiver nenhuma emenda a ser efetivada, este a seguir é o modelo padrão para o
despacho inicial em cumprimento de sentença distribuído pela parte (autos apartados).
- Sempre analisar se foi no prazo de 15 dias após o decurso do prazo de 15 dias para o
pagamento (art. 525 do CPC).
39
- Se arguir excesso de execução, é preciso apresentar planilha indicando o demonstrativo
discriminado e atualizado do valor que entende correto (SE NÃO FIZER ISSO, pode
rejeitar liminarmente a impugnação - se esse for o único motivo da impugnação. Se
houver outro motivo, analisar só esse).
- Estude o processo com muita atenção e leia o artigo de lei sempre, mesmo que já o
tenha assimilado. Veja que o artigo está inserido em um contexto: livro, título, capítulo,
seção, e, muitas vezes, compreender o contexto em que está inserido o aludido artigo
contribui muito para o entendimento da questão em análise.
- Ao estudar o processo, leia com atenção as decisões do juiz da Vara, para compreender
seu raciocínio, seu entendimento a respeito das questões trazidas pelas partes. Isso será de
muita valia quando se deparar com situações similares.
40
Estas são algumas orientações prévias e básicas, que o ajudarão a desempenhar o trabalho
proposto. Mas lembre-se de que é o empenho e a dedicação que o levarão a bons
resultados!
41
ORIENTAÇÕES AOS ESTAGIÁRIOS DAS VARAS CRIMINAIS
É com alegria que os recebemos nesta fase tão produtiva da vida de vocês!
Logo de início, é perceptível o volume de trabalho, de orientações, de práticas
necessárias ao desempenho das funções, que assustam todo estagiário e também
servidores.
Todavia, a ansiedade e as preocupações naturais de todo começo aos poucos vão
sumindo, à medida que vão se adaptando com a rotina de trabalho.
Para trazer mais tranquilidade aos estagiários, pensamos em um manual que
facilitará, em muito, as atividades desenvolvidas.
Em pouco tempo, terão assimilado o que deve ser feito e prestarão seu serviço
com muita eficiência.
Mesmo que já tenham um conhecimento prévio consolidado, usem este manual
como um guia neste começo da sua jornada. Releiam sempre que necessário, façam
anotações, tirem suas dúvidas.
A sua chefia está pronta a ajudá-lo a se desenvolver, a entender o processo como
um todo e em todas as suas fases.
42
1 RESUMO - PROCESSO CRIMINAL
43
4) Relatório final → remete ao MP.
O MP irá:
● Oferecer denúncia, ou
● Pedir arquivamento (Art. 18 CPP: o inquérito será arquivado, mas pode ser
desarquivado caso surjam novas provas), ou, ainda,
● Pedir novas diligências.
2 - Denúncia
Uma vez oferecida denúncia, o inquérito será virtualizado, e a ação penal passará
a tramitar exclusivamente no PJe.
2) Retificação no PJe:
44
3) Lançar eventos em ―Informações criminais‖:
● Oferecimento da denúncia;
● Prisões e solturas.
4) Caso haja bens apreendidos, salvar o auto de apreensão como PDF e juntá-lo em
―Juntar documentos > Tipo: Relação de Bens Apreendidos‖.
3 - Recebimento da denúncia
45
Com o retorno do mandado cumprido negativo, deve-se abrir vista ao MP para
que este proceda à pesquisa de endereços em sistemas conveniados, oferecendo um
relatório de possíveis endereços; serão expedidos mandados de citação para cada um.
Se, mesmo assim, não for encontrado o réu, o juiz pode realizar pesquisas de
endereço junto ao TRE, INSS e Receita Federal. Com todas as opções esgotadas, abre-se
vista ao MP, para que requeira a citação por edital, indo concluso, em seguida, para
determinação judicial. Com a publicação do edital de citação e decurso do prazo legal,
estando ainda o réu em local incerto e não sabido, sem manifestação alguma, o processo
irá concluso. O juiz poderá decretar a suspensão do feito, de acordo com o Art. 366 do
CPP, suspendendo também o prazo prescricional até que haja encontro do réu; ou
determinando a produção antecipada de provas e/ou sua prisão preventiva, caso os
pressupostos estejam presentes.
Com o retorno do mandado cumprido positivo, observar se o réu declara ter
condições ou não de constituir advogado:
Obs. 2: Caso o réu já tenha advogado habilitado, esperar o mandado de citação voltar
para intimar eletronicamente.
Obs. 3: Após a citação bem-sucedida, o processo irá continuar mesmo que não seja
encontrado o réu posteriormente para outras intimações, tendo em vista que é sua
obrigação manter seu endereço atualizado e estar disponível para os atos processuais
necessários.
46
Após a apresentação de resposta à acusação:
Obs. 4: Para tráfico de drogas, o procedimento especial inverte a ordem entre resposta à
acusação e recebimento da denúncia. Após oferecimento da denúncia, o processo vai
concluso, e o juiz determina a Notificação do acusado. Deve-se expedir mandado de
notificação, junto à denúncia, com prazo de 10 dias para apresentação de ―defesa prévia‖.
Apresentada, o processo vai novamente concluso, quando será recebida a denúncia e
designada audiência.
5 - Audiência realizada
● Vista ao MP;
● Vista à Defesa.
48
Realizadas todas as diligências e apresentadas alegações finais de todos os réus e da
acusação, enviar Concluso para julgamento.
6 - Sentença
Obs.: Não sendo encontrado réu solto para intimação de sentença, existem algumas
possibilidades:
49
recorrer da sentença, seu recurso já será automaticamente tempestivo.
Para o polo passivo, tanto a intimação da Defesa técnica quanto a do réu podem
ser utilizadas para contar o prazo recursal, escolhendo aquela que ocorrer por último.
50
Obs.: Para réu solto condenado a regime semiaberto ou fechado, quando o trânsito for
certificado, ele será preso para início de cumprimento da pena. Dessa forma, deve ser
expedido mandado de prisão, e, apenas uma vez que este for efetivamente cumprido,
poderá ser expedida a guia de recolhimento e implantada no SEEU.
7 - Interposição de recurso
8 - Após o recurso
51
2 TABELA DE COBRANÇA DE CUSTAS E MULTA
Portaria nº 6.758/CGJ/2021
No processo criminal, existem diversas formas de pena, sendo uma delas a pena
de multa. Esta é aplicável a diversos crimes juntamente da pena corporal, por exemplo,
no crime de tráfico de drogas; na sentença, em que o juiz determina quantos ―dias-multa‖
deverão ser pagos pelo réu, e será calculado, ainda, o valor total a ser liquidado. Durante
a execução, o réu será intimado para pagar essa quantia, assim como as custas
processuais caso não seja isento, recebendo um prazo de 10 dias para tal. Não sendo
recolhidos tais valores, é necessário expedir certidões que atestem o não pagamento de
custas e multa, para posterior processamento pela AGE ou execução de multa pelo MP;
as tabelas a seguir resumem a forma como tais certidões devem ser expedidas:
Tabela 1
No caso de não
Data da
Quem faz o Quem Quem grava pagamento de
expedição da
cálculo intima as certidões custas/multa,
guia
expedir:
- 1 CNPDP para a
Secretaria Secretaria Secretaria
Até 29/5/2017 multa
Criminal Criminal Criminal
- 1 CNPDP para custas
- 1 CNPDP para a
29/5/2017 até Secretaria
VEP VEP multa
22/1/2020 Criminal
- 1 CNPDP para custas
52
Para o caso de o tempo de condenação ser menor/igual ao tempo de prisão
no processo de conhecimento, e for decretada a extinção da punibilidade por
cumprimento de pena:
Tabela 2
No caso de não
Data do trânsito da
Quem faz pagamento de
sentença
custas/multa, expedir:
- 1 CNPDP para a multa
Antes de 23/1/2020 Vara Criminal
- 1 CNPDP para as custas
- 1 CNPDP para custas
- 1 Certidão de dívida de
Depois de 23/1/2020 Vara Criminal pena de multa (modelo) →
remeter ao MP para
execução
Obs.:
- O cálculo deve ser atualizado para o ano civil da intimação;
- A CNPDP é gravada pelo RUPE (Certidões > CNPDP > Cadastro de CNPDPs),
utilizando o nº do processo de conhecimento;
- A Certidão de dívida de pena de multa deve ser expedida no SEEU, cujo modelo
encontra-se em Juntar documento: Certidão > Adicionar > Tipo do arquivo: certidão >
Modelo: CERTIDÃO DE DÍVIDA DE MULTA PENAL - TÍTULO EXECUTIVO
53
PARA O MP. Após a expedição, movimentar o processo no SEEU por Remessa >
Ministério Público;
Obs.: Pode-se expedir a certidão também por Ordenar Cumprimentos > Certidão de
Dívida de Multa e adicionar um arquivo on-line com o mesmo modelo acima.
- Caso o MP não execute a multa penal em 90 dias, a VEP deverá gravar uma CNPDP
da multa;
- Ao transferir a execução para outra comarca, ou receber a execução, atentar para qual
etapa da cobrança de custas/multa o processo se encontra e dar continuidade de acordo
com a tabela.
Casos extraordinários:
54
- Caso a condenação seja exclusivamente em pena de multa, a Vara Criminal será
responsável por realizar a cobrança, na forma da Tabela 1, linha vermelha;
- No caso de condenação de pessoa jurídica em custas e multa, a Vara Criminal será
responsável por realizar a cobrança — se a sentença transitou antes de 23/1/2020, na
forma da Tabela 1, linha verde, se transitou após 23/1/2020, na forma da Tabela 1, linha
vermelha.
Peças principais:
55
Pesquisar se já existe processo de execução do réu: só pode haver um
processo de execução penal, no qual será implantado todo e qualquer processo criminal
que resulte em condenação. Esse processo também ―segue‖ o réu. Caso este seja
transferido para presídio de outra comarca ou seja solto e declare endereço em comarca
diversa, os autos serão redistribuídos para tal comarca. Caso haja execução ativa para o
réu, implantar como NOVO PROCESSO CRIMINAL → PULAR PARA ETAPA 2.
Se não houver, implantar nova execução (Cadastrar Nova Ação).
56
Escolhemos ―Meio Aberto‖ porque o réu está solto. Caso estivesse preso,
escolheríamos já ―Meio Fechado‖. O que importa não é o regime ao qual ele foi
condenado, mas sim se está preso ou solto no momento do cadastro.
57
1.3 Partes do processo
Deverão constar:
58
1.4 Representantes
1.5 Advogados
Ver na guia.
59
Cada peça deve receber seu tipo adequado — após, assinar com certificado.
60
61
Imprimir e juntar esse comprovante ao processo físico, ou salvar como PDF e
juntar pelo PJe.
2 - Processos criminais
62
63
Obs.: Caso a guia seja PROVISÓRIA e houve recurso após a sentença, selecionar
―Processo em grau de recurso‖: SIM.
64
Cadastrar desmembramentos
65
Concurso formal = quando é aplicada a pena mais gravosa → cadastrar a pena maior e
nas observações (complemento) escrever a outra.
Obs.:
*SURSIS (SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA) → SUSPENSO? = SIM.
*DATA DA SUSPENSÃO = DIA DA CERIMÔNIA ADMONITÓRIA.
*OBSERVAÇÕES = SUSPENSÃO EM RAZÃO DA SURSIS APLICADA AO
REEDUCANDO.
3 Eventos
66
em 30/6/2021. Serão lançadas:
67
A data deve ser a da primeira prisão do réu, por exemplo, do flagrante dele, a
partir do qual começará a contagem dos dias de pena.
Esses dias serão contabilizados, mesmo sendo antes da sentença, para
DETRAÇÃO DE PENA.
68
Ao lançar soltura, na data, deve-se colocar a do CUMPRIMENTO do alvará de
soltura (ofício do presídio), pois essa data pode divergir da decisão do juiz e também da
expedição do alvará.
3 - Incidentes concedidos
69
Este será o primeiro lançamento de regime para o réu, escolhendo, então,
FIXAÇÃO DE REGIME.
70
71
**PARA O CASO DE SURSIS → ESCOLHER a opção SURSIS e data início =
data da cerimônia admonitória
Evento:
Incidentes concedidos:
72
Após concluída a implantação da guia, os autos deverão ser remetidos para o MP.
Obs. 1: Caso essa não seja a primeira guia a ser implantada na execução, os passos serão
os mesmos a partir de ―2 - Processos criminais‖, exceto que não será lançado incidente
concedido, uma vez que já houve regime inicial anteriormente. A guia será juntada por
―Juntar documentos > Guia de recolhimento - Carta de guia‖, com as mesmas peças
indicadas, e os eventos devem ser lançados. Após, o processo é remetido ao MP, e com a
manifestação, vão conclusos para unificação da pena. Uma vez retornando da conclusão,
aí, sim, poderá ser lançado o incidente concedido ―Unificação‖. Se necessário, caso o
regime de unificação seja diverso ao anterior, também será lançado ―Fixação/alteração de
regime‖.
73
Obs. 2: Na hipótese da juntada de guia definitiva quando já houve anterior implantação
de guia provisória referente ao processo, uma vez que já foi cadastrado o processo
criminal na aba ―Processos‖, será necessário apenas atualizar as informações:
74
75
76
4 SEEU - AGRAVO DE EXECUÇÃO PENAL
1. Interposição de recurso;
2. Razões de recurso;
3. Recebimento do agravo;
4. Certidão de tempestividade;
5. Peças indicadas nas razões;
6. Contrarrazões;
7. Juízo de retratação;
8. Decisão agravada/combatida.
77
● Ordenar cumprimentos:
○ Agravo-diligências;
○ Assinado: NÃO;
○ Marcar a parte que pediu o agravo (polo ativo = acusação/passivo = defesa);
○ Necessita retorno: SIM;
○ Prazo: 180 dias.
78
―Agravo - diligências: 01‖. Clicando nele, abre-se a tela para análise e upload dos
documentos, utilizando a opção ―Anexar arquivo‖:
Por fim, deve-se digitar uma certidão de remessa, com o seguinte texto:
79
―Certifico que nesta data foi expedido o Agravo em Execução interposto (pelo MP/MG)
(pela I. Defesa), para envio automatizado ao Eg. TJMG, conforme Orientação
CGJ/SEEU/Nº 13, publicada em maio de 2021. Ademais, o agravo em diligência possui
todas as peças obrigatórias indicadas pelas partes para compor o recurso mencionado.‖
Quando houver acórdão, dependendo de seu conteúdo, poderá ser enviado ofício
imediatamente à Secretaria para que procedam às alterações necessárias, uma vez que
pode ocasionar alcance de benefícios, expedição de alvará de soltura, etc.
Assim, é possível que seja enviado só o resultado do acórdão, ou o resultado e o
acórdão na íntegra.
80
Abrir o cumprimento (Agravo - Diligências: 01) expedido e não lido.
81
Caso tenha sido recebido o acórdão, marcar ―Recebido? SIM‖.
Caso seja só o resultado, marcar ―Recebido? NÃO‖.
Clicar novamente em Agravo - Diligências: 01, na tela inicial do processo.
Clicar em ―Cumprir‖.
82
5 EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE PRISÃO
RUPE:
83
CASO SEJA RÉU PRESO, fica tudo igual, mas coloca o endereço do presídio.
84
Após a expedição do mandado e download, ir para o PJe:
85
FÍSICO:
86
PR = AGUARDA PRISÃO
SEEU:
87
● Remessa ao MP (ciência) e intimação da Defesa.
88
6 EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ DE SOLTURA (SEEU)
Entrar no RUPE:
89
3) Na aba ―Documentos‖, clicando em ―+‖, devem ser adicionadas as CACs de todas as
comarcas onde o sentenciado possui guia de recolhimento (ou seja, observar os processos
na aba ―Processos criminais‖ no SEEU e quais as comarcas de origem destes e do próprio
processo de execução), além da CAC de Itajubá, e a decisão de soltura;
90
De forma similar, os ―mandados alcançados‖ serão todos aqueles vinculados a
processos criminais da execução, ou feitos correlacionados, por exemplo, um APFD que
deu origem a um processo criminal da execução, porque todos estes fazem parte da
execução e não podem ser um impedimento para a soltura.
Em ―Outros feitos‖, pode-se escrever feitos que não foram listados nas duas
categorias acima. O essencial é que estejam listados, no mínimo:
91
6) Em ―Despacho‖, é possível copiar o trecho da decisão de soltura que a determina, ou
escrever ―ANEXO‖, uma vez que esta foi anexada ao alvará na aba ―Documentos‖;
92
Alvará de soltura (PJe)
Os alvarás de soltura serão mais simples de serem expedidos, uma vez que,
geralmente, abrangem apenas um ou dois feitos. O passo a passo é exatamente igual,
sendo que, nos ―Dados complementares‖, serão selecionados apenas o APFD e o
processo de conhecimento no qual foi determinada a expedição do alvará.
No PJe, movimenta-se o processo para ―Expedir alvará de soltura‖, e, na
movimentação, é anexado o alvará; com isso, o processo ficará na caixa ―Aguardando
cumprimento de alvará‖.
Análise de impedimentos
Quando um alvará é expedido e assinado, antes de ser cumprido pelo presídio, ele
será encaminhado ao SETARIN, que fará uma análise dos processos e mandados de
prisão em nome do réu para determinar se existe alguma pendência que o impeça de
ser solto. Na decisão de soltura, quase sempre é declarado: ―seja posto em liberdade
incontinenti, se por outro motivo não estiver preso‖ — isso significa que o réu está sendo
solto apenas do processo em questão, o que não assegura que não esteja respondendo
a outros processos nos quais sua prisão foi decretada.
Por exemplo, considerando um sentenciado com um processo de execução (nº
4.2020) que engloba 3 processos criminais já transitados (nos 1.2020, 2.2021, 3.2021), e
que figura como réu em 2 outros processos de conhecimento mais recentes (n os 5.2022 e
6.2022). Ele encontra-se recolhido, cumprindo a pena de sua execução; no processo nº
5.2022, é decretada sua prisão preventiva e expedido mandado de prisão (mesmo já
estando preso, apenas para vinculá-lo a esse processo). Se, porventura, o sentenciado
alcançar o benefício do regime aberto em sua execução, o juiz determinará a expedição de
alvará de soltura, o qual englobará toda a sua execução, inclusive os 3 processos que
deram origem a ela.
O alvará terá como feitos alcançados: nos 4.2020, 1.2020, 2.2021, 3.2021, e todos os
mandados de prisão e APFDs ligados a estes.
93
Quando o alvará for analisado pelo SETARIN, a prisão de nº 5.2022 ainda está
vigente e será acusada como impedimento. Ser solto na execução não o torna
automaticamente solto de todos os processos nos quais é réu, portanto, o sentenciado não
será colocado em liberdade. Mais à frente, se sua prisão preventiva for revogada, o
sentenciado finalmente será solto, uma vez que já existe o alvará anterior, e em todos os
processos em que um dia já esteve preso estão abrangidos por alvarás de soltura.
Além dessa questão, é importante saber apontar como feitos alcançados os APFDs
que deram origem aos processos criminais abrangidos. Para tal, será feita a análise da CAC.
Como exemplo, faremos um estudo de caso:
Uma vez que o sentenciado possui processos nas 2 últimas comarcas, e sua
execução encontrava-se em Itajubá.
94
Analisando a CAC de Cambuí, de onde os processos de conhecimento são
provenientes:
95
Procurando em sua CAC por data similar, encontramos o seguinte APFD:
Cuja data de autuação é um dia após o fato do processo; isso ocorre muitas vezes
porque a autuação não é imediata, porém é possível perceber que esse APFD é o que deu
origem ao 1º processo. Dessa forma, ele precisa ser abrangido pelo alvará de soltura
da execução.
96
Procurando por data similar, encontramos o APFD:
Cuja data de autuação é 1 dia após a data do fato do processo, sendo o APFD
originário do mesmo.
Além da data, também é indicado analisar se o enquadramento dos dois feitos é o
mesmo (perceba que, no 1º caso, ambos são art. 157 do CP, e, no 2º caso, ambos art. 33
da Lei nº 11.343/06), o que corrobora para a interpretação.
Dessa forma, o alvará de soltura foi expedido da seguinte maneira:
97
Nos feitos alcançados, foram marcados os dois processos criminais que fazem
parte da execução no SEEU; nos mandados alcançados, poderíamos ter selecionado o
único que foi mostrado, uma vez que é um mandado referente ao APFD que vimos
ser parte de um dos processos, no entanto, o RUPE não permitiu a assinatura do alvará
ao selecioná-lo. Esse tipo de problema ocorre com certa frequência, e, para solucioná-lo,
basta copiar o número da checkbox na caixa de ―Outros Feitos‖. Além disso, colocamos na
mesma caixa o outro APFD referente ao 2º processo criminal. O alvará foi expedido,
assinado, considerado sem impedimentos, e o sentenciado foi solto.
98
7 COMUNICAÇÕES AO TRE
99
Obs. 2: Quando um processo possui mais de um réu e ocorre condenação criminal destes,
é necessário fazer INFODIP de cada um dos réus individualmente.
100
Obs. 3: No caso de SURSIS, também é feito o INFODIP, indicando no campo da ―pena
imposta‖.
101
102
Após gravar, clicar diretamente no NÚMERO da comunicação (será a última da
lista).
103
Emitir comprovante e imprimir (se processo físico) ou salvar como PDF na tela de
impressão.
Juntar ao processo.
No SISCOM:
104
105