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REPERTÓRIO DE

JURISPRUDÊNCIA
SEÇÃO DE DIREITO CRIMINAL

Julgados selecionados
pelos magistrados nas
sessões de julgamento

AGOSTO/2022
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

Centro de Apoio da Seção de Direito Criminal

MEMBROS Cadicrim
BIÊNIO 2022-2023

Desembargador Francisco José Galvão Bruno


(Presidente da Seção de Direito Criminal)

Desembargador Adalberto José Queiroz Telles de Camargo Aranha Filho

Desembargador Luiz Antonio Figueiredo Gonçalves

Desembargador Newton de Oliveira Neves

Juiz André Carvalho e Silva de Almeida


(Juiz Substituto em 2º Grau)

Juiz Jayme Garcia dos Santos Júnior


(Assessor da Presidência da Seção de Direito Criminal)

Juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha


(Assessor da Presidência da Seção de Direito Criminal)

EQUIPE Cadicrim
Jessie Char
Cynthia Tejo0
Sílvia Secco
Telma Kratz
Jessica Machado
Ronaldo Barberis
SUMÁRIO
SUMÁRIO
2ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ................................................................................................. 5
REVOGAÇÃO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA.................................................................................................. 5
ESTUPRO ............................................................................................................................................................................ 5

4ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ................................................................................................. 6


LATROCÍNIO ....................................................................................................................................................................... 6
RESTITUIÇÃO DE FIANÇA ................................................................................................................................................... 6
TRÁFICO DE DROGAS ........................................................................................................................................................ 7
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ARMADA ............................................................................................................................. 8

6ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ................................................................................................. 9


ROUBO DE CARGA ............................................................................................................................................................. 9
ESTUPRO DE VULNERÁVEL ................................................................................................................................................ 9

7ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ............................................................................................... 10


LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE - DESCLASSIFICAÇÃO PARA HOMICÍDIO CULPOSO ..................................... 10
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS .................................................................................................................. 11
TRÁFICO DE DROGAS, ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO E PECULATO ........................................................................... 11
ESTUPRO DE VULNERÁVEL .............................................................................................................................................. 13
HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO - REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA........................................................... 13
DISPENSA ILEGAL DE LICITAÇÃO - ABOLITIO CRIMINIS - SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA................................................ 14
ESTUPRO DE VULNERÁVEL .............................................................................................................................................. 14
IMPORTAÇÃO DE MEDICAMENTOS SEM REGISTRO E DETRAÇÃO DE PRISÃO DOMICILIAR ......................................... 15

8ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ............................................................................................... 15


DISPENSA DE LICITAÇÃO ................................................................................................................................................. 15
CONCUSSÃO - ALTERAÇÃO DO FUNDAMENTO DA ABSOLVIÇÃO ............................................................................... 16
CORRUPÇÃO PASSIVA - REJEIÇÃO DA DENÚNCIA ........................................................................................................ 16
ESTELIONATO................................................................................................................................................................... 17
TRÁFICO DE DROGAS - REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA .................................................................................... 17
SUMÁRIO

10ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ............................................................................................. 17


HOMICÍDIO SIMPLES - DENEGAÇÃO DE APELAÇÃO - ERRO GROSSEIRO ................................................................... 17
FURTO QUALIFICADO ...................................................................................................................................................... 18

12ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ............................................................................................. 18


RECEBIMENTO DA DENÚNCIA - RECLASSIFICAÇÃO JURÍDICA INDEVIDA ..................................................................... 18
ESTUPRO - ALTERAÇÃO DO FUNDAMENTO DA ABSOLVIÇÃO ...................................................................................... 18
HOMICÍDIO QUALIFICADO - QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA ................................................................................. 19
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA ................................................................................. 19

15ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL ............................................................................................. 19


CONCUSSÃO - READEQUAÇÃO DA PENA...................................................................................................................... 19
ESTELIONATO................................................................................................................................................................... 20
HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO - JÚRI ANULADO ................................................................................................ 21

4º GRUPO DE CÂMARAS CRIMINAIS .............................................................................................. 21


TRÁFICO DE DROGAS - PROVA NOVA NÃO APRESENTADA ......................................................................................... 21

SOBRE O CADICRIM ..................................................................................................................... 22


REPERTÓRIO DE JURISPRUDÊNCIA
AGOSTO/2022

2ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL


REVOGAÇÃO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Trechos do voto (não há ementa): Revogação de medidas protetivas de urgência. Violência


doméstica. “(...) o paciente teve em seu desfavor deferidas medidas protetivas de urgência
nos autos supracitados, consistentes na proibição de se aproximar e de manter contato, por
qualquer meio, com sua antiga convivente.” “(...) a autoridade policial entendeu que o ora
paciente infringiu o disposto no artigo 147-A do Código Penal, cuja ação somente se procede
mediante representação, nos termos do §3º do mesmo artigo. Entretanto, no mesmo
documento, a vítima V. C. B. P., expressamente, afirmou que não desejava oferecer
representação contra o autor, ora paciente.” “(...) havendo limitação à liberdade e ao direito
de ir e vir do paciente, compreende-se haver constrangimento ilegal.” CONCEDERAM A
ORDEM, a fim de revogar a decisão proferida em 18 de abril de 2022 que deferiu medidas
protetivas em favor da vítima. V.U. (Habeas Corpus nº 2146122-79.2022.8.26.0000,
Jacareí, rel. Alex Zilenovski, j. 1º/08/2022).

ESTUPRO

Trechos do voto (não há ementa): Apelação criminal. Estupro. “(...) réu recorre em busca de
absolvição, pois negou a acusação, explicou que encontrou a vítima na via pública e a
convidou para ir ao drive-in, lá chegando notou que ela aparentava embriaguez total, e
atendeu o celular dela, informando ao marido onde estavam para que ele pudesse buscá -la;
não manteve relação sexual com a vítima; são controversas as declarações da vítima, assim
como os depoimentos das testemunhas J., do policial militar L. e de J. R.; o médico legista
explicou que conjunção carnal recente significa até 72 horas antes do exame, ou seja, a
relação pode ter ocorrido com o próprio marido da vítima; não há exame de sangue para
comprovar a embriaguez da vítima; não foi encontrado o preservativo que teria sido usado;
e o laudo constatou a presença de espermatozoides” “A defesa alega que as declarações da
vítima são contraditórias, impróprias para justificar a condenação. A prova, no entanto, não
se resume ao relato da ofendida, até porque ela não tinha mínimas condições de entender
o que se passava. Bem mais contundentes se revelaram os depoimentos prestados pelo
gerente e pela cunhada da ofendida, ambos orientados desfavoravelmente às pretensões
defensivas.” “A vítima foi violentada quando não tinha mínima possibilidade de oferecer
resistência.” Negaram provimento ao recurso. V.U. (Apelação Criminal nº 0065213-
87.2009.8.26.0114, Campinas, rel. Francisco Orlando, j. 1º/08/2022).

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AGOSTO/2022

4ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL

LATROCÍNIO

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL - Latrocínio - Condenação - Recursos defensivos - Apreensão


regular de bem descrito como instrumento do crime - Descabimento de requerimento de
novas provas após a instrução, ausentes circunstâncias supervenientes - Autoria bem
demonstrada - Declarações das testemunhas corroboradas pela prova documental -
Exculpatórias isoladas - Acordo de vontades que determina condenações equivalentes -
Circunstância caracterizadora do latrocínio que se comunica a todos os corréus -
Condenação de rigor - Registros de atos infracionais que não se prestam à caracterização
de maus antecedentes - Agravante relativa à prática de emboscada comprovada - Confissão
extrajudicial que, mesmo retratada, lastreou o convencimento no sentido da condenação,
justificando a aplicação da atenuante - Concurso material impróprio bem caracterizado -
Informação privilegiada que distinguiu os desígnios de ataque a dois pa trimônios - Ausência
de respaldo legal para afastamento da condenação ao pagamento de multa e de custas -
Regime inicial fechado de rigor - Recursos defensivos parcialmente providos. (Apelação
Criminal nº 1500107-32.2020.8.26.0272, Itapira, rel. Roberto Porto, j. 02/08/2022).

RESTITUIÇÃO DE FIANÇA

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL - FIANÇA - Decisão de primeiro grau que indeferiu o pedido
principal de restituição de fiança e o subsidiário de equiparação ao 'quantum' recolhido pelo
corréu - Irresignação da defesa - Alegação de que, uma vez extinta a ação penal a fiança,
cuja natureza é meramente cautelar, deve ser restituída - Descabimento - A natureza
acautelatória da fiança extrapola a vinculação do agente aos atos processuais, espargindo
sobre seus deveres de arcar com as eventuais custas, sobre a reparação do dano e até mesmo
sobre possível prestação pecuniária e multa - A restituição do valor recolhido a título de
fiança somente tem lugar, à luz da conjugação entre os arts. 336 e 337, ambos do CPP, no
caso de absolvição ou extinção da punibilidade, hipóteses não verificadas 'in casu' -
Precedentes - Alegação de ausência de determinação na sentença e no acórdão de
indenização mínima para reparação de danos - Irrelevância - A despeito de inexistir no
âmbito do presente processo criminal a fixação de valor mínimo para a reparação dos danos
causados ao ofendido, na dicção do art. 387, IV, do Código de Processo Penal, o fato é que
a sentença penal condenatória transitada em julgado constitui, por si só, título executivo
judicial, tornando certa a obrigação de reparar os danos, conforme art. 63, do codex - Tese
de que o trânsito em julgado da sentença penal condenatória que elide qualquer
possibilidade de medida assecuratória - Sem razão - Ausente qualquer das hipóteses de
levantamento da fiança, consoante acima se viu, o trânsito em julgado da sente nça
condenatória em nada impede a instauração do incidente de medida assecuratória, mesmo
porque, repise-se, a própria legislação processual penal autoriza tais medidas de ofício e em

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AGOSTO/2022

qualquer fase do processo (art. 127, do CPP) - Pleito subsidiário de equiparação porque não
justificada a discrepância - Inadmissibilidade - Em primeiro lugar, porque, em função da
quebra da fiança, já determinada a perda de metade (R$50.000,00) do valor recolhido pelo
recorrente (R$100.000,00) (fls. 97/98, do apenso nº 00002474-70.2018.8.26.0629), o que
impossibilita a pretendida restituição em R$90.000,00, já que fixada a fiança para o
coacusado em R$10.000,00 - Estipulação do valor da fiança se encontra dentro de certo
poder de discricionariedade do julgador, conforme lhe autoriza o art. 326, do CPP - Em
arremate, não se tem notícias de impugnação do valor fixado quando da concessão de
liberdade provisória, ao revés, não tardou o acusado em recolher o numerário imposto pelo
juízo a título de cautelar - Decisão incensurável. Recurso desprovido. (Apelação Criminal
nº 0000911-68.2017.8.26.0599, Tietê, rel. Camilo Léllis, j. 02/08/2022).

TRÁFICO DE DROGAS

Ementa: Tráfico de drogas - Recursos defensivos - Preliminares - Denúncia que não preenche
os requisitos exigidos em lei; concessão do direito de aguardar o julgamento do recurso em
liberdade; realização do exame de dependência toxicológica no acusado J . - Preliminares
que não merecem acolhimento - Denúncia que atende todos os requisitos exigidos no artigo
41 do CPP - Acusados que devem permanecer presos para aguardarem julgamento do
recurso uma vez que ostentam reincidências específicas e permaneceram presos duran te
toda a instrução - Indeferido pedido de instauração de incidente de dependência
toxicológica pelo juízo a quo - Decisão bem fundamentada que deve ser mantida - Mérito -
Absolvição ou desclassificação da conduta para aquela prevista no artigo 28 da Lei de Drogas
- Impossibilidade - Autoria e materialidade bem comprovadas para o delito de tráfico de
drogas praticado entre diferentes Estados da Federação - Palavras seguras das testemunhas
policiais corroboradas pelas provas documentais e periciais existente s nos autos -
Desclassificação para a conduta prevista no artigo 28 da Lei de Drogas que não se aplica -
Quantidade expressiva de entorpecente apreendido que não deixa dúvidas quanto ao intuito
mercantil - Penas bem dosadas mantidas - Primeira fase - Aumento justificado pelos maus
antecedentes e pela quantidade de droga apreendida - Segunda fase - Acusados que não
confessaram de forma integral a prática delitiva, sendo incabível a compensação com a
reincidência - Afastado redutor do tráfico privilegiado - Réus que não preenchem os
requisitos exigidos em lei para concessão do benefício - Mantido regime inicial fechado
proporcional e justo ao presente caso concreto - Inaplicável a detração penal - Incabíveis a
substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos e o sursis penal -
Eventual impossibilidade de pagamento da pena de multa imposta deve ser arguida em sede
do Juízo das Execuções - ABSOLVIÇÃO dos réus com relação ao crime de associação para o
tráfico - Não demonstrada relação estável para a prática do tráfico de entorpecentes -
Preliminares afastadas e Recursos Parcialmente Providos. (Apelação Criminal nº 1500330-
53.2020.8.26.0605, Andradina, rel. Fátima Vilas Boas Cruz, j. 16/08/2022).

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ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ARMADA

Ementa: Organização criminosa armada - Apelação - Recursos defensivos e ministerial -


Preliminares - Pleito de nulidade da diligência de busca e apreensão realizada - Nulidade
não verificada - Presentes motivos que demandavam a determinação de busca e apreensão
- Ausência de auto circunstanciado suprida por outros elementos de prova da diligência,
como relatório de investigação - Precedente do STJ - Presente delimitação do que deveria
ser apreendido - Pedido de nulidade da interceptação telefônica - Suficientes indícios de
autoria e materialidade de crime punido com pena de reclusão - Interceptação telefônica
necessária ao deslinde dos fatos - Decisões que deferiram a medida e posteriormente a
prorrogaram devidamente fundamentadas - Ausência de nulidade nas prorrogações da
interceptação - Entendimento dos Tribunais Superiores - Inexistência de necessidade de
estabelecimento de data inicial e final para a diligência, havendo apenas a necessidade de
fixação de prazo para a medida e suas prorrogações - Alegação de inépcia da denúncia -
Denúncia em conformidade com o art. 41 do Código de Processo Penal - Ausência de
irregularidade na apresentação da denúncia pelo GAECO - Pedido de reconhecimento de
litispendência - Arguição de litispendência afastada - Julgamento de fatos distintos -
Preliminares afastadas - Mérito - Pedido de absolvição pelos acusados apelantes - Pedido
de condenação pelo Ministério Público - Prova segura quanto à materialidade e autoria -
Depoimentos das testemunhas policiais coerentes e harmônicos corroborados pelas
transcrições da interceptação telefônica, bem como demais elementos de convicção
constantes dos autos - Condenações mantidas, à exceção da condenação do acusado J. F. -
Absolvição do crime de roubo julgado no presente feito não possui o condão de absolver
os acusados do crime residual constante da denúncia, qual seja o delito de organização
criminosa armada - Crime formal, de perigo abstrato e autônomo, e independe de
perpetração de qualquer outro delito para sua consumação - Crimes de roubo executados
pela organização criminosa julgados em processos e juízos diversos - Prescindibilidade de
exame pericial para a identificação das vozes captadas pela interceptação telefônica, quando
ausente dúvida razoável - Absolvições de C., É. e M. mantidas - Vínculo de estabilidade e
permanência não configurado - Absolvição do acusado J. F. Incidência do princípio in dubio
pro reo - Dosimetria - Primeira fase - Pena-base de todos os sentenciados fixada acima do
mínimo legal - Número de integrantes da organização criminosa - Grau de complexidade e
estruturação da organização - Valor das cargas alvos dos roubos - Presente ainda maus
antecedentes para os réus A., J., D., F. e C. - Segunda fase - Verificada a agravante genérica
da reincidência para os acusados E., J. e F. - Afastada a incidência da agravante da
reincidência para o réu D. - Processo já considerado para caracterização da maus
antecedentes - Impossibilidade de incidência do prazo para a conclusão da instrução
processual como atenuante inominada - Incidência da agravante prevista no art. 2º, § 3º, da
Lei nº 12.850/13 em relação ao acusado Fábio - Terceira fase - Presente a majorante
constante no art. 2º, § 2º, da Lei nº 12.850/13 (emprego de arma de fogo) - Prescindível a
apreensão e perícia da arma de fogo usada no crime, admitindo-se a comprovação da
majorante por outros meios de prova - Impossibilidade de reconhecimento da participação

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de menor importância para B. e F. - Funções das acusadas imprescindíveis para a manutenção


da organização e concretização dos crimes perpetrados - Fixação do dia-multa no valor de
um salário mínimo para o réu F. - Existência de renda lícita que pode coexistir com obtenção
de ganhos de forma ilícita, considerando-se o elevado valor econômico das cargas roubadas
e os ganhos auferidos - Regime semiaberto mantido para F., M., B. e L. - Regime fechado
mantido para F., E., A., J., D., F. e C. - Quantum de pena fixada, maus antecedentes e
reincidência - Posição de F. como líder da organização - Impossibilidade de detração do
tempo de prisão provisória - Requisitos objetivo e subjetivo a serem aferidos no juízo da
execução - Réu que respondeu preso ao processo - Manutenção dos motivos ensejadores
da decretação da prisão cautelar - Ausentes os requisitos legais, inviável a substituição das
penas privativas de liberdade por restritivas de direitos - Recursos dos réus F., F., A., J., C., B.,
E., M., F., L. e Ministério Público improvidos - Recurso do réu D. parcialmente provido -
Recurso do réu J. F. provido. (Apelação Criminal nº 0001338-22.2018.8.26.0505, Ribeirão
Pires, rel. Fátima Vilas Boas Cruz, j. 30/08/2022).

6ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL


ROUBO DE CARGA

Ementa: Preliminares rejeitadas. Ausência de nulidades. Reconhecimento válido dos réus.


Art. 157, par. 2º, II e par. 2º 2-A, I, do Código Penal - Autoria e materialidade delitiva
demonstradas. Réus que interceptaram o caminhão conduzido pela vítima para roubar a
carga. Não há como desclassificar a conduta para tentativa, visto que o iter criminis foi
integralmente percorrido. Prova - Palavras da vítima e de policiais militares - Credibilidade -
Inexistência de motivos para acusarem injustamente os réus. Caracterizado a causa de
aumento do emprego de arma de fogo, sendo desnecessária a apreensão da arma. Penas e
regime prisional corretamente fundamentados e fixados. Inocorrência da hipótese do art .
117 da Lei das Execuções Penais. Pretensão de alterar o fundamento jurídico da absolvição
de Alessandro - Inadmissibilidade, no caso dos autos, visto que esta ocorreu em virtude de
dúvida do magistrado. Preliminares rejeitadas, recursos não providos . (Apelação Criminal
nº 1503607-30.2019.8.26.0050, Itapecerica da Serra, rel. Machado de Andrade,
j. 18/08/2022).

ESTUPRO DE VULNERÁVEL

Ementa: PRELIMINARES - Nulidade do feito por cerceamento de defesa. Apresentação dos


memoriais pelo Assistente da Acusação por último nos autos. Petição do Assistente de
Acusação não traz inovação em seus fundamentos, apenas corrobora os argumentos
apresentados nas alegações finais do Ministério Público. Sentença recorrida não faz menção
expressa a qualquer ponto das alegações finais do Assistente de Acusação na

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fundamentação utilizada para condenar o réu. Ausência de prejuízo. Afastamento. Prisão


preventiva do réu bem decretada no curso do processo. Necessidade da manutenção da
prisão do ora paciente em custódia cautelar não gera qualquer constrangimento que possa
ser qualificado como evidentemente ilegal. Ademais, acusado foi assistido por defesa
técnica, durante todo o trâmite do processo, sendo, pois, inviável falar-se em cerceamento
no direito de defesa pelo fato de se encontrar recluso durante o processamento do feito.
Ofensa ao artigo 185, § 5º, do Código de Processo Penal. Inocorrência. Concedido direito de
entrevista reservada entre o réu e seu defensor, antes do ato de interrogatório. Razoável e
suficiente o prazo de vinte minutos concedidos para a conclusão da entrevista diante da
complexidade do caso, não se verificando qualquer prejuízo que possa acarretar a alegada
nulidade. Matéria preliminar rejeitada. ESTUPRO DE VULNERÁVEL - Absolvição contra uma
das vítimas. Impossibilidade. As palavras da vítima foram corroboradas pelos demais
elementos de prova, especialmente os depoimentos das testemunhas. Condenação mantida.
Desclassificação da conduta para o crime de importunação sexual. Impossibilidade. Crimes
cometidos contra menor de 14 anos, tal qual exigido no tipo penal descrito no artigo 217 -A
do Código Penal. Crime de importunação sexual que possui caráter subsidiário. P rincípio da
especialidade. Aplicação. Absolvição em relação a outra vítima. Cabimento. Ausência de
prova de que o réu tenha agido com o intuito de satisfazer a sua lascívia. Penas e regime
prisional - Bem fixados, não comportando modificação. Recurso parcialmente provido.
(Apelação Criminal nº 1514360-80.2019.8.26.0071, Bauru, rel. Marcos Correa,
j. 18/08/0022).

7ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL

LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE - DESCLASSIFICAÇÃO PARA HOMICÍDIO CULPOSO

Ementa: LESÃO CORPORAL COM RESULTADO MORTE - desclassificação - homicídio tentado.


LESÃO CORPORAL COM RESULTADO MORTE - preliminar - incompetência do juízo a quo -
inocorrência - vara cumulativa - juízo competente para julgamento do crime - aditamento
da denúncia - acusada que se defende dos fatos a ela imputado - não da capitulação jurídica
dada na denúncia - preliminar afastada. LESÃO CORPORAL COM RESULTADO MORTE -
desclassificação para homicídio culposo - materialidade - prova oral e os laudos. LESÃO
CORPORAL COM RESULTADO MORTE - autoria - ré que confessa ter agido com imprudência
ao embalar o bebê, deixá-lo cair ao solo, batendo a cabeça - validade. PENA - primeira fase
- base - piso - segunda fase - presente atenuante da menoridade e reconhecida a atenuante
da confissão, compensadas com as circunstâncias agravantes - pena no mínimo legal -
terceira fase - pena inalterada - ausentes outras causas modificativas - manutenção. REGIME
- aberto - primariedade da ré e quantum da pena - substituição por restritiva de direitos -
prestação de serviços à comunidade. (Apelação Criminal nº 1510119-57.2019.8.26.0655,
Várzea Paulista, rel. Mens de Mello, j. 03/08/2022).

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ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE DROGAS

Ementa: SENTENÇA CONDENATÓRIA DOS RÉUS PELOS DELITOS DE ASSOCIAÇÃO PARA O


TRÁFICO - ART. 35, C.C. O ART. 40, INC. V, AMBOS DA LEI N. 11.343/2006. APELOS
DEFENSIVOS - ARGUIÇÃO DE PRELIMINARES DE NULIDADE - OFENSA AO PRINCÍPIO DO
PROMOTOR NATURAL - INOCORRÊNCIA - ATUAÇÃO DOS PROMOTORES DO GAECO
ENCONTRA AMPARO NAS NORMAS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DO MINISTÉRIO PÚBLICO
ESTADUAL - PRINCÍPIO QUE TEM POR FINALIDADE IMPEDIR A DESIGNAÇÃO DE MEMBRO
DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA ATUAR EM CASO ESPECÍFICO, O QUE NÃO OCORREU NO
PRESENTE. ILEGALIDADE DAS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS EM RAZÃO DA AUSÊNCIA DE
IDENTIFICAÇÃO DAS LINHAS INTERCEPTADAS E AUSÊNCIA DE TRANSCRIÇÃO DAS
CONVERSAS APONTADAS COMO RELEVANTE - DESCABIMENTO - NECESSIDADE DE
COMPROVAÇÃO DA VERACIDADE DAS DENÚNCIAS ANÔNIMAS E DAS PROVAS QUE JÁ
HAVIA SIDO COLHIDAS - INTERCEPTAÇÕES DEVIDAMENTE AUTORIZADAS PELO JUIZ A QUO
- PRESCINDÍVEIS AS TRANSCRIÇÕES. NÃO DEMONSTRADO O PREJUÍZO . (Apelação
Criminal nº 0013505-78.2020.8.26.0577, São José dos Campos, rel. Ivana David,
j. 03/08/2022).

TRÁFICO DE DROGAS, ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO E PECULATO

Ementa: Tráfico de drogas, associação para o tráfico e peculato - Art. 33, caput da Lei nº
11.343/06 em cúmulo material com o art. 35, da Lei nº 11.343/06 e art. 312, caput do CP,
sendo que apenas o réu M. restou condenado pelo último - Falecimento do corréu A., sendo
declarada a extinção da punibilidade - Preliminares - Nulidade do processo em razão de
violação à cadeia de custódia das provas no tocante aos celulares apreendidos - Não
verificada - Todas as informações foram preservadas, como se observa do laudo provisório
de constatação (fls. 67/69), que atesta que o material apreendido foi devidamente listado e
individualizado - Não há indícios de ilegalidade, tais como manipulação artificiosa,
adulteração ou contaminação da evidência e sim, simples conjecturas, que não são
suficientes para anular as provas extraídas dos referidos parelhos celulares - Princípio pas de
nullité sans grif, eis que condenação não se deu unicamente com base nos dados extraídos
dos celulares, mas sim, diante da farta prova oral - Absolvição - Inatendível - Impossibilidade
Robusto conjunto probatório - Autoria e materialidade devidamente comprovadas para os
delitos de tráfico, associação para o tráfico e peculato - Restou demonstrado que T. conduziu
o veículo Ônix, contendo aproximadamente 67kg de cocaína e cerca de R$ 68.000,00 até o
Hospital Geral de Guarulhos, onde efetuaria o “transbordo” para a Kombi branca conduzida
por A.; policial civil M. e policial militar J. P. tinham a função de dar segurança, garantindo o
sucesso da operação - Versões exculpatórias restaram inverossímeis – M. (policial civil)
comunicou colegas de trabalho que no dia seguinte precisaria de viatura descaracterizada a
fim de proceder uma investigação preliminar, eis que, tinha a expectativa de que no dia
06/06/2020 teria acesso a informações, no referido dia, solicita veículo de carga à J . P.

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(policial militar) para servir de “isca”, pois criminosos tinham interesse em usa r automóvel,
assim, conseguiria tirar fotografias e anotar as placas dos investigados; veículo Kombi é
adesivado com o logotipo “GRU Airport” e conduzido por A., irmão do policial J. P., se
encontrando com T., que conduzia o veículo Ônix e estava na posse do dinheiro e
entorpecentes; J. P. e M. permaneceram à certa distância dos veículos, se aproximando
apenas quando da chegada dos policiais da Deatur - Alegação de que se tratava de
investigação prévia restou isolada, pois a despeito das colocações do chefe dos
investigadores Bruno, seus colegas de trabalho e superiores apontam que a retirada de
viatura sem preenchimento de talão e a realização de operação sem apoio da equipe e com
envolvimento de policial militar não são práticas adotadas pela corporação, a lém disso, foi
constatada a ausência de qualquer investigação prévia junto a DISE de Guarulhos de tráfico
de drogas, que demandasse tamanho 'esforço' do policial civil M ., que, sozinho, sem sua
equipe, se encarregou de levar um veículo até supostos traficantes, não sabendo ao menos
quem seriam eles ou em que veículo estariam - Por fim, dados no aparelho celular de M.,
notadamente conversas com o contato “Mlk Loko” demonstram que referida operação levou
meses e denotou uma estrutura hierárquica e bem organizada, até pela demonstração de
que obtiveram um crachá e alteraram os dados deles para terem acesso ao aeroporto de
Guarulhos; acusado J. P. e A. também mantém conversas com o mesmo número de celular -
Acusado T. aponta que não tinha conhecimento de que transportava entorpecentes no
veículo ônix, o que não é crível, pois além dos entorpecentes, estava na posse de cerca de
68 mil reais, o que demonstra que ele detinha confia nça da organização - Não restou
demonstrado que o acusado T. estava sendo ameaçado para fazer o transporte, nem que ele
acreditava estar transportando outra mercadoria - Penas - Fixação da pena-base no dobro
do patamar mínimo legal para os delitos de tráfico de drogas e associação para o tráfico
revela-se demasiado ante a primariedade dos acusados e ausência de demais circunstâncias
desabonadoras - Elevação de 1/5 para T. e de 1/2 para J. P. e M. (ambos policiais) mostra-se
proporcional ao caso - Premeditação e planejamento prévio foram utilizados para embasar
condenação por associação, de modo que não justifica elevação da pena -base - Correto o
afastamento da atenuante da confissão espontânea, pois T. buscou apenas eximir-se de
responsabilidade - Impossibilidade de aplicação do redutor do art. 33, §4º, da Lei de Drogas,
pois há evidências de que os acusados estavam envolvidos com a criminalidade organizada,
sendo, inclusive, condenados por associação ao tráfico nos presentes autos - Manutenção
da causa de aumento em razão do uso de arma de fogo, pois o armamento estava a
disposição do grupo para garantir o sucesso da empreitada - Elevação da pena-base por ser
policial e majoração pelo uso da arma não configura bis in idem, pois os acusados estavam
de folga, de modo que o uso da arma se revelava facultativo - Manutenção do regime
fechado ante o quantum de pena e as circunstâncias negativas - Impossibilidade de
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos - Extinta a punibilidade
de A., com base no art. 107, inc. I, do CP - Parcial provimento aos apelos defensivos para
reduzir as penas de T. para 11 anos, 02 meses e 12 dias de reclusão, em regime inicial
fechado, e pagamento de 1.680 dias-multa, no valor unitário mínimo legal; as penas de J. P.

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AGOSTO/2022

para 14 anos de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 2.100 dias-multa, no


piso, e por fim, as penas de M. para 17 anos de reclusão, em regime inicial fechado, e
pagamento de 2.115 dias-multa, no piso, mantida, no mais, a r. sentença pelos seus próprios
fundamentos. (Apelação Criminal nº 1502894-81.2020.8.26.0224, Guarulhos, rel. Freitas
Filho, j. 03/08/2022).

ESTUPRO DE VULNERÁVEL

Ementa: ESTUPRO DE VULNERÁVEL ARTIGO 217- A, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL E ART. 243,
DO ECA, AMBO C.C O ART. 61, INCISO II, “F”, NA FORMA DO ART.71, TODOS DO CÓDIGO
PENAL RECURSO DA DEFESA. PRELIMINAR - INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL.
INDEFERIMENTO. AUSÊNCIA DE DÚVIDA RAZOÁVEL. CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO
CONFIGURADO. MÉRITO - MATERIALIDADE E AUTORIA DELITIVAS COMPROVADAS
PALAVRA DA OFENDIDA QUE DEVE SER CONSIDERADA COM PRIMAZIA, ESPECIALMENTE
PORQUE CRIMES COMO ESTE SÃO PRATICADOS ÀS ESCURAS RÉU PADRASTO DA OFENDIDA
- CRIME PRATICADO NA RESIDÊNCIA- ÂMBITO DOMÉSTICO - TESTEMUNHAS QUE
ATESTARAM A OCORRÊNCIA DO CRIME. RECONHECIMENTO DA EMBRIAGUEZ COMO
CAUSA EXCLUDENTE DA CULPABILIDADE INVIABILIDADE EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA NÃO
CARACTERIZA PRESSUPOSTO PARA RECONHECIMENTO DE EXCLUDENTE DE
CULPABILIDADE APENAS QUANDO EVIDENCIADA DÚVIDA RAZOÁVEL ACERCA DA
SANIDADE MENTAL DO ACUSADO, SE TORNA IMPERIOSA A INSTAURAÇÃO DO RESPECTIVO
INCIDENTE, O QUE NÃO É O CASO. NÃO HÁ NENHUM INDÍCIO DE QUE O RÉU SEJA INCAPAZ
DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO POR ELE PRATICADO E DE SE
AUTODETERMINAR PENA BEM DOSADA ATENDENDO OS PRINCÍPIOS DA
PROPORCIONALIDADE E INDIVIDUALIZAÇÃO DAS PENAS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO
DESPROVIDO. (Apelação Criminal nº 1501190-37.2021.8.26.0567, Mairinque, rel. Ivana
David, j. 17/08/2022).

HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO - REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA

Ementa: Habeas corpus com pedido de liminar - Homicídio qualificado tentado - Pretensão
de revogação da prisão preventiva - Alegação de falta de fundamentação adequada da
decisão, de violação do princípio da presunção de inocência, de condições pessoais
favoráveis do paciente, de possibilidade de substituição da prisão preventiva por outra
medida cautelar, de desproporcionalidade da prisão preventiva, de existência de dúvida
sobre a classificação típica dos fatos imputados ao paciente e de necessidade de conversão
da prisão preventiva em domiciliar, em razão do art. 7, inciso V, da Lei 8.906/94 e da unidade
prisional em que o paciente se encontra não estar apta a satisfazer as suas necessidades
médicas - Decisão que manteve a prisão cautelar do paciente bem fundamentada,
entendendo estarem presentes os pressupostos da prisão preventiva, não se mostrando
suficientes as medidas cautelares diversas da prisão - Crime de natureza grave que

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AGOSTO/2022

demonstra a personalidade deturpada do paciente, justificando-se a prisão cautelar para a


garantia da ordem pública - Paciente que tem contra si medida restritiva de possuir e portar
arma, em todo o território nacional, revelando apresentar periculosidade acentuada - -
Primariedade, bons antecedentes, exercício de trabalho lícito e residência fixa não excluem
a incidência dos pressupostos do art. 312 do Código de Processo Penal, sob pena de se
conceder, genericamente, alvará de salvo conduto a réu com condi ções pessoais favoráveis
- Inviabilidade de realizar ilações do suposto desfecho da ação penal nesta estreita via do
habeas corpus a ensejar qualquer antecipação do mérito, não se vislumbrando, por ora,
qualquer desproporcionalidade na manutenção da prisão preventiva do paciente - Existência
de dúvida sobre a classificação típica dos fatos imputados ao paciente não é matéria a ser
discutida em sede de habeas corpus, tendo em vista que demanda análise de minudente
exame de provas - Inviabilidade de conversão da prisão preventiva em domiciliar, por não
violação da prerrogativa do art. 7, inciso V, da Lei 8.906/94, e por não demonstração da
extrema debilidade causada por doença grave e da incompatibilidade de atendimento das
necessidades médicas na unidade prisional - Inexistência de constrangimento ilegal - Ordem
denegada. (Habeas Corpus nº 2146490-88.2022.8.26.0000, Guarulhos, rel. Fernando
Simão, j. 17/08/2022).

DISPENSA ILEGAL DE LICITAÇÃO - ABOLITIO CRIMINIS - SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA

Ementa: HABEAS CORPUS CRIMINAL - CONDENAÇÃO DEFINITIVA DO PACIENTE POR CRIME


DE DISPENSA ILEGAL DE LICITAÇÃO (ARTIGO 89, CAPUT, DA LEI Nº 8.666/93) - ALEGAÇÃO
DE “ABOLITIO CRIMINIS” EM RAZÃO DA EDIÇÃO DA NOVA LEI DE LICITAÇÕES Nº 14.133/21,
A NÃO REPLICAR A CONDUTA IMPUTADA AO PACIENTE - MATÉRIA CONTROVERSA, CUJA
ANÁLISE COMPETE AO MM. JUÍZO DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS - ARTIGO 66, I, DA LEP E
SÚMULA 611 DO STF PRECEDENTES - IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DO PEDIDO NESTA
INSTÂNCIA SOB PENA DE INDEVIDA SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA - CONSTRANGIMENTO
ILEGAL NÃO CARACTERIZADO - ORDEM DENEGADA. (Habeas Corpus nº 2114098-
95.2022.8.26.0000, Mococa, rel. Ivana David, j. 24/08/2022).

ESTUPRO DE VULNERÁVEL

Ementa: SENTENÇA CONDENATÓRIA PELA PRÁTICA DE ESTUPROS CONTRA VULNERÁVEL


EM CONTINUIDADE (CP, ART. 217-A, C.C. O ART. 71). APELO DEFENSIVO VISANDO A
ABSOLVIÇÃO COM ARRIMO EM ALEGADA FRAGILIDADE DA PROVA, DEDUZINDO-SE
PLEITOS SUBSIDIÁRIOS DE DESCLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA NOS TERMOS DO ARTIGO
218-A DO CÓDIGO PENAL OU DO ARTIGO 61 DA LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS.
DESCABIMENTO DA IRRESIGNAÇÃO - MATERIALIDADE E AUTORIA DE DELITOS SEXUAIS BEM
DEMONSTRADAS PELO ACERVO PROBATÓRIO PALAVRAS DA VÍTIMA CONSIDERADAS COM
PRIMAZIA NA FORMAÇÃO DO CONVENCIMENTO, CORROBORADA A ACUSAÇÃO NA
HIPÓTESE POR RELATOS DE TESTEMUNHAS INSUSPEITAS E INFIRMADA A NEGATIVA DO

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ACUSADO - CONDENAÇÃO MANTIDA, NÃO SE VISLUMBRANDO EXCLUDENTES E VEDADO


O PLEITO DE DESCLASSIFICAÇÃO, ANOTANDO-SE DE RESTO A EXTREMA REPROVABILIDADE
DA CONDUTA DO RÉU E A ABSOLUTA INDISPONIBILIDADE DO BEM JURÍDICO TUTELADO -
DOSAGEM DAS PENAS CORRETA QUE NÃO MERECE REPAROS - PENA BASE FIXADA NO
PISO, INCIDINDO LÍCITA MAJORAÇÃO DIANTE DE INEGÁVEL CAUSA DE AUMENTO ALÉM DE
APLICAÇÃO DO REGRAMENTO DA CONTINUIDADE - REGIME INICIAL MAIS GRAVOSO BEM
ESCOLHIDO PORQUE ADEQUADO E SUFICIENTE NO CASO, DESCABIDAS QUAISQUER
BENESSES - RECURSO DESPROVIDO. (Apelação Criminal nº 0001870-14.2014.8.26.0609,
Taboão da Serra, rel. Ivana David, j. 31/08/2022).

IMPORTAÇÃO DE MEDICAMENTOS SEM REGISTRO E DETRAÇÃO DE PRISÃO DOMICILIAR

Ementa: HABEAS CORPUS - uso como sucedâneo recursal - Tema 1003 do STF - tipo misto
que apresenta condutas com diverso grau de ataque ao bem jurídico - possibilidade de
desproporcionalidade para apenas parte das condutas do tipo objetivo - inexistência de
decisão teratológica - interposição do recurso adequado - impossibilidade de apreciação em
sede de habeas corpus. HABEAS CORPUS - detração de período de prisão domiciliar -
impossibilidade - inteligência do art. 42 do CP - Precedentes do STF - decisão não
teratológica visto que lastreada pela mais alta Corte de país. HABEAS CORPUS - uso para
deferimento de progressão - impossibilidade - análise de mérito, matéria estranha ao
presente remédio processual - supressão de instância visto que pedido não apreciado em
primeiro grau. HABEAS CORPUS - uso para acelerar a apreciação em face à impugnação -
prazo do magistrado que é impróprio - writ que não tem esta finalidade - agravo que foi
distribuído a este Relator após o presente - pedido dentro do prazo. HABEAS CORPUS -
ainda que o feito estivesse com excesso de prazo nesta Corte, o que não é o caso dos autos,
esta Corte é incompetente para julgar habeas corpus contra atos por ela proferidos. (Habeas
Corpus nº 2181659-39.2022.8.26.0000, Presidente Prudente, rel. Mens de Mello,
j. 31/08/2022).

8ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL

DISPENSA DE LICITAÇÃO

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL - ARTIGO 89, “CAPUT” E PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº


8.666/93 EM CONCURSO MATERIAL - PRIMEIRA CONDUTA IMPUTADA A CADA RÉU
(DISPENSA DE LICITAÇÃO Nº 027/09) - OCORRÊNCIA DA ABOLITIO CRIMINIS – EXTINÇÃO
DA PUNIBILIDADE - DEMAIS CONDUTAS IMPUTADAS AOS RÉUS - PRETENDIDA
ABSOLVIÇÃO POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS E AUSÊNCIA DE DOLO - RECURSO DOS RÉUS
R., M. E C. IMPOSSIBILIDADE - Tendo o conjunto probatório demonstrado que os réus R. e
M., efetivamente, deixaram de realizar o necessário procedimento licitatório e a ré C.

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concorreu para a consumação da ilegalidade, beneficiando-se da dispensa da licitação para


celebrar contrato com o Poder Público, impõe-se a condenação pelo delito do artigo 89 da
Lei nº 8.666/93, que é de mera conduta e prescinde do prejuízo ao erário para a sua
consumação. Condenação mantida. RECURSO DO RÉU A. - ACOLHIMENTO - A existência de
indícios de que corréu tenha praticado os crimes em apreço não basta para a prolação de
decreto condenatório, sendo imprescindível a existência de provas seguras a esse respeito.
Negativa em juízo que não foi contrariada, ao menos de forma realmente segura, pelas
provas dos autos, não induzindo certeza da sua participação no delito. Observância do
princípio “in dubio pro reo”. Absolvição. Extinta a punibilidade dos réus pelo primeiro crime
imputado a cada um deles (Dispensa de Licitação nº 027/09), previsto no artigo 89, segunda
parte, da Lei nº 8.666/93, quanto aos réus R. e M., e no artigo 89, parágrafo único, quanto
aos réus C. e A., de ofício, pela ocorrência da abolitio criminis; desclassificada a terceira
conduta imputada aos acusados R. e M. (Dispensa de Licitação nº 014/10 ) para aquela
prevista no artigo 89, “caput”, primeira parte, da Lei nº 8.666/93 nos termos do artig o 383
do Código de Processo Penal; dado provimento ao recurso do réu A., para absolvê-lo dos
demais crimes, com fundamento no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal; dado
parcial provimento ao apelo do réu R., somente para reduzir a pena; e negado provimento
aos recursos das rés M. e C. (Apelação Criminal nº 0015582-98.2012.8.26.0073, Avaré,
rel. Luis Augusto de Sampaio Arruda, j. 04/08/2022).

CONCUSSÃO - ALTERAÇÃO DO FUNDAMENTO DA ABSOLVIÇÃO

Trechos do voto (não há ementa): Apelação criminal. Concussão. “Busca o apelante, em


causa própria, a modificação de decisão já atingida pelos efeitos da coisa julgada material
há mais de 20 anos. Pretende a alteração do inciso II, do artigo 386, do Código de Processo
Penal, pelo inciso I do mencionado dispositivo legal ou, alternativamente, a alteração para o
inciso IV, igualmente do mencionado artigo do CPP.” “(...) carece de interesse de agir a
pretensão defensiva de alterar o dispositivo da absolvição, tendo em vista o trânsito em
julgado da decisão.” “(...) sequer a revisão criminal poderia se cogitar, eis que o apelante
pretende a modificação de sentença absolutória, sendo certo que os incisos do artigo 621
do Código de Processo Penal preveem apenas modificação de decisão condenatória.”
“AFASTADA A PRELIMINAR, no mérito, NÃO CONHECERAM do recurso interposto pela
Defesa de C. C. S., mantida a r. decisão por seus próprios fundamentos. V.U.” (Apelação
Criminal nº 1002021-10.2022.8.26.0050, São Paulo, rel. Sérgio Ribas, j. 04/08/2022).

CORRUPÇÃO PASSIVA - REJEIÇÃO DA DENÚNCIA

Ementa: Recurso em Sentido Estrito - Corrupção passiva - Artigo 317, caput, do Código Penal
- r. decisão que rejeitou a denúncia. Recurso Ministerial buscando a reforma da r. decisão e
o recebimento da denúncia - Denunciado que foi apontado pela vítima como sendo o autor
dos fatos narrados na exordial acusatória - elementos dos autos que são suficientes para

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demonstrar a materialidade e indícios de autoria. Recurso Ministerial provido, para receber


a denúncia, determinando-se o regular prosseguimento do feito. (Recurso em Sentido
Estrito nº 0001267-85.2022.8.26.0050, São Paulo, rel. Ely Amioka, j. 18/08/2022).

ESTELIONATO

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL - ESTELIONATO - PRETENDIDA A ABSOLVIÇÃO POR


INSUFICIENCIA DE PROVAS OU POR ATIPICIDADE DA CONDUTA - IMPOSSIBILIDADE
Materialidade e autoria dos delitos demonstradas pela prova documental e oral. Dolo
evidenciado. Condenação mantida Recurso não provido. (Apelação Criminal nº 1504086-
63.2019.8.26.0554, Santo André, rel. Luis Augusto de Sampaio Arruda, j. 18/08/2022).

TRÁFICO DE DROGAS - REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA

Trechos do voto (não há ementa): Habeas Corpus. Tráfico de drogas. (...) a paciente foi presa
aos 15/06/2022 em cumprimento de mandado de prisão relativo à Operação “Acauã”, que
investigou alguns supostos traficantes, dentre os quais alguns que se reuniriam no bar da
paciente.” “Assevera que a paciente é primária, mãe de três filhos melhores, trabalha em dois
lugares, tem uma mãe com Alzheimer e pai idoso. Além disso, possui residência fixa e recebe
salário de R$ 2.200,00 (dois mil e duzentos reais) na empresa em que trabalha, além de
possuir um bar.” “(...) concessão da ordem, a fim de que seja determinada a suspensão da r.
decisão que decretou a prisão preventiva da paciente” “(...) a paciente é imputada a prática
de delito grave, considerado hediondo, que traz consequências sociais irreparáveis, sendo
fonte geradora de crimes violentos, daí porque, sua custódia cautelar não ofende nem
mesmo o princípio da presunção de inocência, uma vez que a própria Constituição Federal
a admite, ao permitir a possibilidade de prisão em flagrante ou por ordem devidamente
fundamentada, como no presente caso.” “"DENEGARAM A ORDEM. V.U.” (Habeas Corpus
nº 2141637-36.2022.8.26.0000, Capivari, rel. Sérgio Ribas, j. 18/08/2022).

10ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL

HOMICÍDIO SIMPLES - DENEGAÇÃO DE APELAÇÃO - ERRO GROSSEIRO

Ementa: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - Decisão que denegou a apelação ante seu não
cabimento contra decisão de pronúncia. Decisão que não comporta reparo. Erro grosseiro.
Inadequação do recurso. Ausência de pressuposto objetivo - DESPROVIMENTO AO
RECURSO. (Recurso em Sentido Estrito nº 0001202-21.2021.8.26.0246, Ilha Solteira,
rel. Rachid Vaz de Almeida, j. 11/08/2022).

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FURTO QUALIFICADO

Ementa: Apelação Criminal - FURTO QUALIFICADO. Preliminares. Nulidade ventiladas não


verificadas. Devida observância do contraditório e da ampla defesa. Mérito. Provas orais,
documentais e periciais suficientes para delimitar a materialidade e autoria. Condenação
necessária. Pena. Modificação. Inocorrência da prescrição do valor mínimo de indenização.
Extinção da punibilidade pela prescrição das condutas anteriores a 10/05/2010, data de
vigência da Lei 12.234/10 que alterou o artigo 110, §1º, do Código Penal quanto aos critérios
temporais para se aferir a prescrição retroativa em concreto, não mais considerando o
período transcorrido anterior a denúncia. Recurso Assistente de Acusação. Falta dos
requisitos legais para afastar o acusado do cárcere. Vultoso valor subtraído que exige seve ra
resposta penal. Ausência de provas para condenar o corréu W.. Absolvição que se mantém.
Negado provimento ao apelo do Assistente de Acusação e dado parcial provimento ao apelo
do acusado R. (Apelação Criminal nº 3031103-60.2013.8.26.0602, Sorocaba, rel. Rachid
Vaz de Almeida, j. 18/08/2022).

12ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL

RECEBIMENTO DA DENÚNCIA - RECLASSIFICAÇÃO JURÍDICA INDEVIDA

Ementa: Recurso em sentido estrito - Denúncia ofertada imputando ao recorrido o delito


previsto no artigo 273, §§ 1º e 1º-B, inciso I, do Código Penal - Recebimento da denúncia
com recapitulação da conduta do réu para a prevista no artigo 33 da Lei nº 11.343/06 -
Impossibilidade - Inconstitucionalidade do preceito secundário do artigo 273 do Código
Penal não fulminou a constitucionalidade do tipo penal (preceito primário da norma
incriminadora) - Reclassificação jurídica indevida - Fatos típicos diversos - Necessidade de
recebimento integral da denúncia - Recurso ministerial PROVIDO, com determinação.
(Recurso em Sentido Estrito nº 0025982-31.2021.8.26.0050, São Paulo, rel. Heitor
Donizete de Oliveira, j. 02/08/2022).

ESTUPRO - ALTERAÇÃO DO FUNDAMENTO DA ABSOLVIÇÃO

Ementa: Estupro - Absolvição na origem com fundamento no artigo 386, inciso VII, do
Código de Processo Penal - Pedido de absolvição com base no artigo 386, inciso IV, do
Código de Processo Penal - Pertinência do pedido - Comprovação de que o apelante não
concorreu para a infração penal - Recurso da defesa PROVIDO. (Apelação Criminal
nº 1519809-82.2019.8.26.0050, São Paulo, rel. Heitor Donizete de Oliveira,
j. 16/08/2022).

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REPERTÓRIO DE JURISPRUDÊNCIA
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HOMICÍDIO QUALIFICADO - QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA

Ementa: Habeas corpus. Homicídio qualificado. Processo penal. Quebra da cadeia de


custódia. A mera circunstância de imagens de hipotética relevância à investigação terem sido
eventualmente apresentadas à autoridade policial por testemunha não torna, em princípio e
por si só, ilícita a produção do meio de prova correspondente. Ao contrário, é mesmo
ocorrência rotineira em casos dessa ordem. No mundo em que vivemos, em que transeuntes,
circunstantes e testemunhas estão diuturnamente munidos com simples aparelhos de
telefonia celular aptos à gravação de imagens de grande resolução, e os ambientes e ruas
estão cada vez mais dotados de câmeras de vigilância, multiplicam-se os casos em que
gravações laterais dos fatos são tomadas ocasionalmente, com as imagens muitas vezes
sendo apenas depois, quiçá inusitadamente, encaminhadas às mãos da autoridade policial
até mesmo por terceiros. Isso vem ocorrendo em um número extraordinário de investigações
e não se há de falar em nulidade por quebra de cadeia de custódia na origem dessas provas.
Ora, nem todo meio de prova já nasce desde logo oficial. É claro que a lei processual penal
dispõe os cuidados que se há de ter para que não ocorra quebra na cadeia de custódia com
os meios de prova apenas depois que eles chegam às mãos do Estado. Não, evidentemente,
antes disso. (Habeas Corpus nº 2137413-55.2022.8.26.0000, São Paulo, rel. Sérgio
Mazina Martins, j. 23/08/2022).

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Ementa: Medidas protetivas de urgência da Lei 11.340/06 – natureza cautelar satisfativa e,


por isso, autônomas – desnecessidade de vinculação a inquérito policial ou ação penal –
imprescindível, contudo, avaliar necessidade, adequação e proporcionalidade das
constrições, requisitos ausentes na hipótese – inexistência de notícias que os molestamentos
praticados pelo requerido continuam, mesmo decorrido um ano da revogação das medidas
– recurso improvido. (Apelação Criminal nº 1001566-50.2019.8.26.0050, São Paulo,
rel. Vico Mañas, j. 30/08/2022).

15ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL


CONCUSSÃO - READEQUAÇÃO DA PENA

Ementa: Embargos Infringentes em Apelação: condenação pelo art. 316, cc art. 327, § 2º, cc
arts 71 e 69, do Cód. Penal, com as penas marcadas e afastada a declaração, ex officio, da
prescrição, por maioria de votos. Embargos de Declaração rejeitados: julgamento que não
integra o da Apelação. Penas-base: fixadas no dobro do mínimo. Adequação ante a
reprovabilidade da conduta dos Embargantes. Art. 327, § 2º, Cód. Penal: norma que alcança
também agentes detentores de mandato eletivo (STF). Continuidade delitiva: adequação,

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REPERTÓRIO DE JURISPRUDÊNCIA
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crimes unidos no tempo, em relação aos cometidos em cada mandato. Concurso materi al:
tipicidade, delitos cometidos no primeiro mandato e reiterados no segundo. Embargos
conhecidos em parte e nesta parcialmente providos, para readequação das penas .
(Embargos Infringentes e de Nulidade nº 0005644-14.2005.8.26.0659/500004,
Vinhedo, rel. Bueno de Camargo, j. 11/08/2022).

ESTELIONATO

Ementa: ESTELIONATOS - PRELIMINARES - Inviável o reconhecimento de bis in idem, crime


único progressivo ou crime continuado em relação a processos de conhecimento distintos.
Fatos que, ainda que cometidos através do mesmo modus operandi, possuem circunstâncias
diversas, além de diversidade temporal e de vítimas, havendo, portanto, desígnios
autônomos - Artigo 171, § 5º, do Código Penal, introduzido pela Lei nº 13.964/2019. Ação
penal condicionada a representação. Aplicação retroativa da lei penal mais benéfica (artigos
5º, XL, da CF; e, 2º, parágrafo único, do CP). Condição de procedibilidade introduzida pela
novatio legis que, nos termos da jurisprudência do C. STJ, não deve retroagir às ações penais
cujo oferecimento da denúncia já haja se aperfeiçoado. Representações, ademais, bem
delineadas nos autos. Ato que prescinde de maiores formalidades - Inviável o
reconhecimento da inépcia da denúncia. Presentes os aspectos mínimos demonstrativos da
existência dos crimes. Questão superada com o seu recebimento e prolação de sentença
condenatória - Prova ilícita decorrente da nulidade da decisão que decretou a quebra de
sigilo bancário. Inocorrência. Elementos necessários à adoção da medida evidenciados.
Decisão bem fundamentada - Recurso em liberdade. Impossibilidade. Presentes os requisitos
da prisão preventiva - Rejeição. MÉRITO - Configuração. Materialidade e autoria
demonstradas. Prova segura. Declarações das vítimas em harmonia com o conjunto
probatório. Negativa do réu isolada - Impertinente o reconhecimento de ilícito civil ou a
desclassificação para crime contra a economia popular - Condenação mantida. PENAS E
REGIME PRISIONAL - Bases acima dos mínimos. Personalidade voltada à prática de crimes
não demonstrada (ausência de estudo psicossocial específico). Correção, de ofício, para
reconhecer o mau antecedente. Possibilidade. Efeito devolutivo da apelação. Culpabilidade
exacerbada e consequências dos delitos. Adequado o acréscimo de 1/4 - Atenuante do artigo
65, inciso II, "b", do Código Penal não configurada - Cálculo da pena de multa em
descompasso com o artigo 72 do CP. Impossibilidade de revisão. Ausência de impugnação
do Ministério Público - Continuidade delitiva. 26 crimes. Elevação em 2/3 - Regime inicial
fechado - Inviável a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos
(CP, artigo 44, III) - Apelo provido em parte para afastar a circunstância judicial da
personalidade, com correção ex officio para mau antecedente, e reduzir as penas. (Apelação
Criminal nº 0003621-58.2016.8.26.0288, Ituverava, rel. Gilberto Ferreira da Cruz,
j. 11/08/2022).

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HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO - JÚRI ANULADO

Ementa: JÚRI - Homicídio qualificado tentado (motivo fútil e recurso que dificultou a defesa
da vítima) - Absolvição. Decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
Elementos probatórios convergentes e concludentes da autoria e ausência do privilégio da
violenta emoção - Princípio constitucional relativo da soberania dos veredictos. Vigência do
artigo 593, III, “d”, do CPP. Apelo provido para anular o julgamento e determinar a realização
de outro. (Apelação Criminal nº 0003800-90.2016.8.26.0126, Caraguatatuba,
rel. Gilberto Ferreira da Cruz, j. 25/08/2022).

4º GRUPO DE CÂMARAS CRIMINAIS

TRÁFICO DE DROGAS - PROVA NOVA NÃO APRESENTADA

Ementa: Revisão Criminal. Tráfico de drogas. Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06. Pedido de
desconstituição do julgado com base em prova nova. Inviabilidade. Não apresentação da
prova alegada. Revisão criminal não conhecida. (Revisão Criminal nº 2230124-
16.2021.8.26.0000, Franca, rel. Reinaldo Cintra, j. 16/08/2022).

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