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Volume 4
Maio.2020
SUMÁRIO
1. Jurisprudências Recentes...........................................................................................................................................3
LEGISLAÇÃO COMPILADA............................................................................................................................................ 12
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................ 13
Volume 4 – Maio/2020
No universo dos concursos públicos é fundamental manter-se bem informado. Para isto, conte
sempre conosco.
Vamos juntos!
1. Jurisprudências Recentes
Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa (Resolução RDC 34/2014), consideravam inaptos para
doação de sangue os “homens que tiveram relações sexuais com outros homens e/ou as
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No julgamento, restaram vencidos os Ministros Alexandre de Morais, Ricardo Lewandowski,
Celso de Mello e Marco Aurélio. Em divergência argumentou-se, dentre outros aspectos, que as
devidamente demonstrados.
A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça entendeu que a instauração de ação penal
pelo delito tipificado no artigo 28 da Lei de Drogas, no curso do período de prova, é causa de
No REsp 1795962, julgado pela 5ª Turma, o recorrente argumentou que ao crime de posse
de drogas para consumo pessoal fosse aplicado o artigo 89, §4º, da Lei nº 9.099/95, para efeitos
O relator do recurso, Ministro Ribeiro Dantas, ainda rememorou que, quanto ao delito de
posse para consumo pessoal, não houve descriminalização da conduta, mas mera
despenalização, acarretando, em tese, os mesmos efeitos secundários dos demais crimes.
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A Sexta Turma do STJ entende que a condenação por posse de drogas para consumo pessoal
não deve constituir causa de reincidência (REsp 1.672.654/SP - Rel. Min. Maria Thereza de Assis
que determina o desbloqueio de valores, por entender não ser a via adequada para reformá-
la. A Corte concluiu pela inviabilidade do pleito, tendo em vista tratar-se de decisão definitiva,
posto que finda incidente processual, mesmo não julgando o mérito da ação.
O writ foi impetrado pelo Ministério Público de São Paulo. No tribunal de origem, fora
concedido a fim de evitar lesão de difícil reparação, em face do risco de perda dos valores em
No REsp 1787449, sob relatoria do Ministro Nefi Cordeiro, os recorrentes sustentaram ser
incabível mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição, com base
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Súmula 267/STJ. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou
correição.
O relator elucidou, ainda, que, por se tratar de decisão definitiva, seria cabível apelação (art.
593, II, CPP), não podendo o mandado de segurança constituir-se em sucedâneo recursal, sob
que invade a calçada e atinge pedestres fatalmente o aumento de pena previsto no artigo
302, §1º, II, do Código de Trânsito.
O relator do recurso, Ministro Ribeiro Dantas, não acatou tal tese defensiva afirmando que
a configuração do ilícito exige tão somente que o homicídio culposo ocorra na calçada. Ribeiro
Dantas destacou, ainda, que o aumento de pena de um terço à metade previsto no dispositivo
também é aplicável às hipóteses em que o agente está saindo de uma garagem ou efetuando
qualquer manobra.
Em sede de recurso especial (REsp 1849120/SC), a Terceira seção do STJ, por maioria de
votos, fixou tese no sentido da necessidade de a Fazenda local classificar o crédito como
específica do crédito por parte da Fazenda local, considerando-se o valor total devido e os
acréscimos legais.
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Art. 12, Lei nº 8.137/1990. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a
metade as penas previstas nos arts. 1°, 2° e 4° a 7°:
III - ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou ao comércio de bens essenciais
à vida ou à saúde.
Sob relatoria do Ministro Nefi Cordeiro, concluiu-se que “o grave dano à coletividade exige
ponderação de situação anormal, determinadora do gravame adicional da majorante”. Desta
feita, o valor considerado para a aferição do grave dano deve ser equivalente à soma dos
tributos sonegados com os juros, as multas e acréscimos legais.
Entendeu a Corte que o desaforamento não pode ser autorizado por mera suposição de
quebra da imparcialidade dos jurados em decorrência de tais comentários. O relator, Ministro
Ribeiro Dantas, ainda ressaltou a ausência de contemporaneidade das publicações jornalísticas
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branca pode servir como circunstância judicial desabonadora no cálculo da primeira fase
da dosimetria da pena.
A defesa sustentou que, se a arma branca não poderia ser reconhecida como causa de
aumento de pena, em virtude da revogação do artigo 157, §2º, I, do Código Penal pela Lei nº
13.654/2018, também não seria razoável utilizá-la para aumentar a pena-base.
Apesar de a Lei nº 13.654/2018 afastar o aumento de pena, de um terço à metade, para o roubo
Por fim, o relator ressaltou que, embora à época do crime o emprego de arma branca não
fosse considerado causa especial de aumento da pena por roubo, em virtude da mencionada
revogação legal, ainda é possível valorá-la como circunstância judicial desabonadora na primeira
fase da dosimetria.
Confira abaixo tabela demonstrativa das alterações sofridas pelo artigo 157 do Código Penal.
Redação dada pela Lei nº 13.654/2018 Redação dada pela Lei nº 13.964/2019
Art. 157, CP. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou Art. 157, CP. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
para outrem, mediante grave ameaça ou violência a outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa,
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
reduzido à impossibilidade de resistência: impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de §1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou
grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até §2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
metade: I – (revogado);
I – (revogado); II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
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III - se a vítima está em serviço de transporte de III - se a vítima está em serviço de transporte de valores
valores e o agente conhece tal circunstância. e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que IV - se a subtração for de veículo automotor que venha
venha a ser transportado para outro Estado ou para a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
o exterior; V - se o agente mantém a vítima em seu poder,
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
restringindo sua liberdade. VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem
de acessórios que, conjunta ou isoladamente, sua fabricação, montagem ou emprego.
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com
§2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): emprego de arma branca;
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego §2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
de arma de fogo; I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo arma de fogo;
mediante o emprego de explosivo ou de artefato II – se há destruição ou rompimento de obstáculo
análogo que cause perigo comum. mediante o emprego de explosivo ou de artefato
§3º Se da violência resulta: análogo que cause perigo comum.
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 §2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com
(sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido,
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste
(trinta) anos, e multa. artigo.
§3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete)
a 18 (dezoito) anos, e multa;
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta)
anos, e multa.
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QUADRO SINÓTICO
JURISPRUDÊNCIAS RECENTES
Inconstitucionais normas que excluíam do rol de habilitados para doação de
ADI 5543 sangue os homens homossexuais.
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LEGISLAÇÃO COMPILADA
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JURISPRUDÊNCIA
ADI 5543
Voto do Relator: (...) VII – CONCLUSÃO E SÍNTESE DO VOTO Em síntese Senhora Presidente, o art. 64, IV, da Portaria
nº 158/2016 do Ministério da Saúde, e o art. 25, XXX, “d”, da Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 34/2014
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA: a) ofendem a dignidade da pessoa humana (autonomia e
reconhecimento) e impedem as pessoas por ela abrangidas de serem como são (art. 1º, III, CRFB); b) vituperam os
direitos da personalidade à luz da Constituição da República; c) aviltam, ainda que de forma desintencional, o
direito fundamental à igualdade ao impedir as pessoas destinatárias da norma de serem tratadas como iguais em
relação aos demais cidadãos (art. 5º, caput, CRFB); d) fazem a República Federativa do Brasil derribar o que ela
deveria construir – uma sociedade livre e solidária – art. 3º, I, CRFB; d) induzem o Estado a empatar o que deveria
promover – o bem de todos sem preconceitos de sexo e quaisquer outras formas de discriminação – art. 3º, IV,
CRFB; e) afrontam a Convenção Americana de Direitos Humanos, o Pacto de Direitos Civis e Políticos, a Convenção
Interamericana contra Toda Forma de Discriminação e Intolerância, os quais, em razão do § 2º do art. 5º, da CRFB,
por serem tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, possuem natureza materialmente
constitucional. Vale dizer, em que pese não estarem sediados no texto da Constituição da República de 1988 os
direitos previstos nesses tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos a ela se incorporam quando
o Brasil torna-se parte destes. Diante disso, dou procedência à presente Ação Direta de Inconstitucionalidade para
declarar inconstitucionais os dispositivos impugnados. É como voto.
REsp 1.795.962/SP
PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ART. 89, § 4º, DA LEI N. 9.099/95.
PROCESSAMENTO DO RÉU PELA PRÁTICA DA CONDUTA DESCRITA NO ART. 28 DA LEI N. 11.343/06 NO CURSO
DO PERÍODO DE PROVA DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. CAUSA OBRIGATÓRIA DE REVOGAÇÃO
DO BENEFÍCIO. DESPROPORCIONALIDADE. ANALOGIA COM A PRÁTICA DE CONTRAVENÇÃO PENAL. ANÁLISE
COMO CAUSA FACULTATIVA DE REVOGAÇÃO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. A conduta prevista no artigo
28 da Lei n. 11.343/2006 não foi descriminalizada, mas apenas despenalizada pela nova Lei de Drogas. Assim, em
princípio, não tendo havido a abolitio criminis, a prática do crime descrito no artigo 28 da Lei n. 11.343/2006 tem
aptidão de gerar os mesmos efeitos secundários que uma condenação por qualquer outro crime gera, como a
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reincidência e a revogação obrigatória da suspensão condicional do processo, como previsto no artigo 89, § 3º, da
Lei n. 9.099/1995. Todavia, importantes ponderações no âmbito desta Corte Superior têm sido feitas no que diz
respeito aos efeitos que uma condenação por tal delito pode gerar. 2. Em recente julgado deste Tribunal entendeu-
se que "em face dos questionamentos acerca da proporcionalidade do direito penal para o controle do consumo
de drogas em prejuízo de outras medidas de natureza extrapenal relacionadas às políticas de redução de danos,
eventualmente até mais severas para a contenção do consumo do que aquelas previstas atualmente, o prévio
apenamento por porte de droga para consumo próprio, nos termos do artigo 28 da Lei de Drogas, não deve
constituir causa geradora de reincidência" (REsp 1.672.654/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
SEXTA TURMA, julgado em 21/08/2018, DJe 30/08/2018). Outrossim, vem-se entendendo que a prévia condenação
pela prática da conduta descrita no art. 28 da Lei n. 11.343/2006, justamente por não configurar a reincidência, não
pode obstar, por si só, a concessão de benefícios como a incidência da causa de redução de pena prevista no § 4º
do art. 33 da mesma lei ou a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos. 3. O principal
fundamento para este entendimento toma por base uma comparação entre o delito do artigo 28 da Lei de Drogas
e a contravenção penal, concluindo-se que, uma vez que a contravenção penal (punível com pena de prisão simples)
não configura a reincidência, revela-se desproporcional considerar, para fins de reincidência, o prévio apenamento
por posse de droga para consumo próprio (que, embora seja crime, é punido apenas com advertência sobre os
efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e medida educativa de Documento: 1921067 - Inteiro Teor
do Acórdão - Site certificado - DJe: 26/03/2020 Página 1 de 4 Superior Tribunal de Justiça comparecimento a
programa ou curso educativo, ou seja, medidas mais amenas). 4. Adotando-se tal premissa por fundamento,
igualmente, mostra-se desproporcional que o mero processamento do réu pela prática do crime previsto no artigo
28 da Lei n. 11.343/2006 torne obrigatória a revogação da suspensão condicional do processo (art. 89, § 3º, da Lei
n. 9.099/1995), enquanto que o processamento por contravenção penal (que tem efeitos primários mais deletérios)
ocasione a revogação facultativa (art. 89, § 4º, da Lei n. 9.099/1995). Assim, é mais razoável que o fato de o
recorrente estar sendo processado pela prática do crime previsto no artigo 28 da Lei n. 11.343/2006 seja analisado
como causa facultativa de revogação do benefício da suspensão condicional do processo, cabendo ao magistrado
proceder nos termos do § 4º do artigo 89 da Lei n. 9.099/2006 ou extinguir a punibilidade do recorrente (art. 89,
§ 5º, da Lei n. 9.099/1995), a partir da análise do cumprimento das obrigações impostas. 4. Recurso especial
parcialmente provido.
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO CULPOSO
NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. ATROPELAMENTO EM CIMA DA CALÇADA. PRESENÇA DA CAUSA
ESPECIAL DE AUMENTO DE PENA (ART. 302 . PARÁGRAFO ÚNICO , INC. II. DA LEI N. 9.503/97). AGENTE QUE, AO
EFETUAR MANOBRA, PERDE O CONTROLE DO CARRO, INVADE A CALÇADA E ATROPELA TRANSEUNTES. AGRAVO
REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. O aumento previsto no art. 302, parágrafo único, II, do Código de Trânsito Brasileiro
será aplicado tanto quando o agente estiver conduzindo o seu veículo pela via pública e perder o controle do
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veículo automotor, vindo a adentrar na calçada e atingir a vítima, como quando estiver saindo de uma garagem
ou efetuando qualquer manobra e, em razão de sua desatenção, acabar por colher o pedestre (Capez, Fernando.
Curso de direito penal, volume 2. parte especial: arts. 121 a 212. 18ª ed. atual., São Paulo: Saraiva Educação, 2018).
2. No presente caso, a agravante transitava pela via pública e, ao efetuar manobra, perde o controle do veículo
subindo na calçada e atropelando as vítimas. 3. Agravo regimental desprovido.
REsp 1.849.120/SC
RECURSO ESPECIAL. CRIME CONTRA ORDEM TRIBUTÁRIA. ART. 12, I, DA LEI 8.137/90. ICMS. VALOR SONEGADO.
INCLUSÃO DE JUROS E MULTA. AUSÊNCIA DE GRAVE DANO À COLETIVIDADE. CAUSA DE AUMENTO AFASTADA.
REDUÇÃO DA PENA-BASE. PRESCRIÇÃO RECONHECIDA. RECURSO PROVIDO. 1. O dano tributário é valorado
considerando seu valor atual e integral, incluindo os acréscimos legais de juros e multa. 2. A majorante do grave
dano à coletividade, prevista pelo art. 12, I, da Lei 8.137/90, restringe-se a situações de especialmente relevante
dano, valendo, analogamente, adotar-se para tributos federais o critério já administrativamente aceito na definição
de créditos prioritários, fixado em R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), do art. 14, caput, da Portaria 320/PGFN. 3.
Em se tratando de tributos estaduais ou municipais, o critério deve ser, por equivalência, aquele definido como
prioritário ou de destacados créditos (grandes devedores) para a fazenda local. 4. Em Santa Catarina, a legislação
de regência não prevê prioridade de créditos, mas define, como grande devedor, aquele sujeito passivo cuja soma
dos débitos seja de valor igual ou superior a R$ 1.000.000, 00, nos termos do art. 3º da Portaria PGE/GAB n. 094/17,
de 27/11/2017. 5. Caso em que o valor sonegado relativo a ICMS – R$ 207.011,50 – alcança o valor de R$ 625.464,67
com multa e juros, o que não atinge o patamar diferenciado de dívida tributária acolhido pela Fazenda estadual
catarinense e, assim, não se torna tampouco apto a caracterizar o grave dano à coletividade do art. 12, I, da Lei
8.137/90. 6. Fixada, assim, a tese de que o grave dano à coletividade é objetivamente aferível pela admissão na
Fazenda local de crédito prioritário ou destacado (como grande devedor). 7. Reduzida a pena, impõe-se o
reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva estatal. 8. Recurso especial provido para reduzir as penas a 2
anos de reclusão e a 10 dias-multa e declarar, de ofício, a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão
punitiva do Estado.
HC 492.964/MS
PROCESSO PENAL. PENAL. HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO E FRAUDE PROCESSUAL. JÚRI. ART. 427
DO CPP. PEDIDO DE DESAFORAMENTO. INDEFERIMENTO. COMPROMETIMENTO DA IMPARCIALIDADE DOS
JURADOS NÃO VERIFICADA. ALTERAÇÃO DE ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL DE ORIGEM. EXAME APROFUNDADO
DO CONTEXTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. NECESSIDADE. MATÉRIA INCABÍVEL NA VIA ELEITA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. NÃO OCORRÊNCIA. WRIT NÃO CONHECIDO. 1. Esta Corte e o Supremo Tribunal
Federal pacificaram orientação no sentido de que não cabe habeas corpus substitutivo do recurso legalmente
previsto para a hipótese, impondo-se o não conhecimento da impetração, salvo quando constatada a existência de
flagrante ilegalidade no ato judicial impugnado. 2. Nos termos do art. 427 do CPP, se o interesse da ordem pública
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o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a
requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do
juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde
não existem aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. 3. A mera presunção de parcialidade dos jurados em
razão da divulgação dos fatos e da opinião da mídia é insuficiente para o deferimento da medida excepcional do
desaforamento da competência. 4. Para rever o entendimento do Tribunal de origem de que não existem os
requisitos que autorizam o desaforamento, seria necessário o exame aprofundado do contexto fático-probatório,
inviável neste via eleita. 5. Habeas corpus não conhecido.
HC 556.629/RJ
PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO. ROUBO. DOSIMETRIA. ARMA
BRANCA. NOVATIO LEGIS IN MELLIUS. VALORAÇÃO COMO CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL. PENA-BASE ACIMA DO
MÍNIMO LEGAL. POSSIBILIDADE. DESPROPORCIONALIDADE DO AUMENTO NA PRIMEIRA FASE DA DOSIMETRIA.
FLAGRANTE ILEGALIDADE EVIDENCIADA. WRIT NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. Esta Corte e
o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação no sentido de que não cabe habeas corpus substitutivo do
recurso legalmente previsto para a hipótese, impondo-se o não conhecimento da impetração, salvo quando
constatada a existência de flagrante ilegalidade no ato judicial impugnado. 2. A individualização da pena é
submetida aos elementos de convicção judiciais acerca das circunstâncias do crime, cabendo às Cortes Superiores
apenas o controle da legalidade e da constitucionalidade dos critérios empregados, a fim de evitar eventuais
arbitrariedades. Assim, salvo flagrante ilegalidade, o reexame das circunstâncias judiciais e os critérios concretos de
individualização da pena mostram-se inadequados à estreita via do habeas corpus, por exigirem revolvimento
probatório. 3. Com o advento da Lei 13.654, de 23 de abril de 2018, que revogou o inciso I do artigo 157 do CP,
o emprego de arma branca no crime de roubo deixou de ser considerado como majorante, a justificar o incremento
da reprimenda na terceira fase do cálculo dosimétrico, sendo, porém, plenamente possível a sua valoração como
circunstância judicial desabonadora, nos moldes do reconhecido pelas instâncias ordinárias. 4. Considerando o
aumento ideal em 1/8 por cada circunstância judicial negativamente valorada, a incidir sobre o intervalo de pena
abstratamente estabelecido no preceito secundário do tipo penal incriminador, que corresponde a 6 anos, chega-
se ao incremento de cerca de 9 meses por cada vetorial desabonadora, restando evidenciada, portanto,
desproporcionalidade na majoração realizada pela Corte Estadual, que aumentou a pena-base em 1 ano, ante a
presença de apenas 1 circunstância judicial. 5. Writ não conhecido. Ordem concedida, de ofício, a fim de reduzir a
reprimenda do paciente para 4 anos e 9 meses de reclusão, mais o pagamento de 10 dias-multa.
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ART. 1º, I, DO DECRETO-LEI 201/67. FUNCIONÁRIOS
"FANTASMAS". REMUNERAÇÃO RECEBIDA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS CONTRATADOS.
ATIPICIDADE DA CONDUTA. AGRAVO IMPROVIDO. 1. O pagamento de salário não configura apropriação ou desvio
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de verba pública, previstos pelo art. 1º, I, do Decreto-Lei 201/67, pois a remuneração é devida, ainda que
questionável a contratação de parentes do Prefeito. 2. Agravo regimental improvido.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. Lei de Drogas. Brasília: Presidência da República,
2006.
______. Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e
Criminais e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 1995.
______. Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990. Define crimes contra a ordem tributária,
econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências. Brasília: Presidência
da República, 1990.
Acessado em 15/05/2020.
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