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Delegado de Polícia - MG – Edital 01/11 - Prova Comentada

DPC-MG

1. A Constituição é um conjunto sistemático e orgânico de normas que visam con-

cretizar os valores que correspondem a cada tipo de estrutura social. Assim sendo,

em sentido material, pode-se conceituar um texto constitucional como

a) um ato unilateral do Estado, cuja fonte tem origem na sua estrutura organiza-

cional, no seu sistema e na sua forma de governo.

b) um conjunto normativo, que visa regular os poderes do Estado, incluindo sua

formação, sua titularidade, seus meios de aquisição e seu exercício.

c) um texto produzido exclusivamente por determinadas fontes constitucionais,

tendo por base preceitos legais, que lhe são anteriores.

d) um conjunto de princípios que expressam concepções decorrentes de valores

morais, sociais, culturais e históricos, que asseguram os direitos dos cidadãos e

condicionam o exercício do poder.

2. O “bloco de constitucionalidade” se constitui a partir de

a) princípios, normas escritas e não escritas, fundamentos relativos à organização

do Estado, direitos sociais e econômicos, direitos humanos reconhecidos em trata-

dos e convenções internacionais dos quais o país seja signatário.

b) normas escritas, emendas constitucionais de lastro formal, direitos fundamen-

tais consagrados pela Constituição, de reconhecimento e aplicação internos.

c) princípios não escritos, unidade, solidez, valoração de normas constitucionais

que podem ser desmembradas para melhor efetivação dos direitos consagrados.

d) conteúdo específico das normas constitucionais e infraconstitucionais, estabili-

dade, dinamicidade, dirigismo, garantismo, além de todas as normas constitucio-

nais de caráter programático.

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3. Quanto à aplicação das normas constitucionais no tempo e no espaço, pode-se

considerar que

I – o princípio da recepção é observado no momento da revisão constitucional e

da emenda à Constituição, enquanto que a conexão das normas constitucio-

nais com as normas conflitantes ocorre sempre que o conflito entre elas se

estabeleça no caso concreto.

II – as disposições constitucionais passíveis de desconstitucionalização são aque-

las de natureza formal que não dispõem sobre a natureza material, enquanto

que na conexão as regras materiais terão sempre de ser mediatizadas pelas

regras de conflito.

III – a revogação de normas constitucionais ocorre a partir da distinção entre

inconstitucionalidade originária e inconstitucionalidade superveniente, de-

vendo ser aplicada tanto em situações advindas da Constituição nova como

também daquelas oriundas de uma revisão constitucional.

IV – a derrogação do direito anterior se verifica sempre que a nova lei contiver

disposições de caráter formal e material que versem sobre assuntos restritos

à consagração de direitos e às limitações ao poder de governar.

Partindo de tais considerações, é CORRETO afirmar que

a) apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.

b) apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.

c) apenas a afirmativa IV é verdadeira.

d) as afirmativas I, II, III e IV são falsas.

4. São fundamentos essenciais da República Federativa do Brasil:

a) independência nacional, prevalência dos direitos humanos, autodeterminação

dos povos, integração econômica e cultural.

b) concessão de asilo político, repúdio ao terrorismo e ao racismo, eleições diretas,

não intervenção do Estado.

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c) soberania nacional, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do

trabalho, livre iniciativa, pluralismo político.

d) liberdade de exercício de qualquer ofício ou profissão, inviolabilidade do sigilo

de correspondência e das comunicações telegráficas e telefônicas, liberdade de as-

sociação para fins lícitos, direito de propriedade, desde que atendidas suas funções

sociais.

5. Com base no “caput” do art. 5º da Constituição Federal, pode-se indicar como

desdobramentos do direito a vida, RESPECTIVAMENTE:

a) a liberdade de associação, de reunião, de crença religiosa, de expressão, de

pensamento.

b) o direito de herança, de propriedade, de sucessão de bens de estrangeiros situ-

ados no País.

c) o direito do contraditório, da ampla defesa, de petição, do juiz natural.

d) o direito à integridade física e moral, a proibição da pena de morte e das penas

cruéis, a proibição da venda de órgãos.

6. O asilo político consiste no acolhimento de estrangeiro por parte de um Estado

que não o seu, em virtude de perseguição política por ele sofrida e praticada por

seu próprio país ou por terceiro.

Assim sendo, é INCORRETO afirmar que

a) as causas motivadoras da perseguição, em regra, são por dissidência política,

livre manifestação de pensamento ou crimes relacionados com a segurança do Es-

tado.

b) o indivíduo não esteja envolvido em casos que configurem delitos praticados no

âmbito do direito penal comum.

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c) o asilo político se constitui como ato de soberania estatal, de competência ex-

clusiva do Congresso Nacional, passível de controle de legalidade pelo Supremo

Tribunal Federal.

d) a concessão de asilo político não é obrigatória para qualquer Estado, devendo as

contingências políticas determinarem, caso a caso, as decisões do governo.

7. O processo legislativo consiste no conjunto de atos preordenados praticados

pelos órgãos pertencentes ao Poder Legislativo, cujos procedimentos obedecem à

determinada ordem e limitação. No caso de “Lei Complementar”, tais procedimen-

tos consistem em:

I – limitação quanto à forma e à matéria.

II – limitação quanto à iniciativa.

III – limitação quanto ao quórum para aprovação.

IV – limitação quanto às exigências contidas na Constituição.

Considerando as afirmativas acima, é VÁLIDO afirmar que

a) apenas a afirmativa I está correta.

b) apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.

c) apenas as afirmativas II e III estão corretas.

d) as afirmativas I, II, III e IV estão incorretas.

8. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), criado através da EC 45/2004, é presidi-

do pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) que, por sua vez, possui as

seguintes atribuições:

a) receber e conhecer dos conflitos de competência entre o Superior Tribunal de

Justiça e quaisquer tribunais, entre os Tribunais Superiores, ou entre estes e qual-

quer outro tribunal.

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b) receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos

magistrados e aos serviços judiciários, além de proceder às inspeções e correições

em geral.

c) receber e conhecer dos conflitos de atribuições entre autoridades administrati-

vas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e admi-

nistrativas de outro ou do Distrito Federal.

d) receber e conhecer dos conflitos de competência entre quaisquer tribunais, bom

como entre tribunais e juízes a ele não vinculados.

9. Quanto aos sistemas estabelecidos pela Constituição Federal de 1988, para en-

frentar os períodos de crise política nos quais a ordem constitucional se vê amea-

çada, estão previstos:

a) o estado de defesa, o estado de sítio, a intervenção federal e o uso excepcional

das forças armadas.

b) a suspensão da Constituição, a lei marcial, o estado de defesa, o estado de sítio

e a suspensão do habeas corpus.

c) a supressão dos direitos fundamentais, entre eles, a inviolabilidade de domicílio

e de correspondência.

d) a vedação quanto à impetração do mandado de segurança, do mando de injun-

ção, do habeas corpus e do habeas data.

10. Segundo José Afonso da Silva, o controle de constitucionalidade tem por objeti-

vo estabelecer, tecnicamente, a supremacia da Constituição frente ao ordenamento

jurídico do Estado. Para tanto, no Brasil, foi adotada a seguinte forma de controle:

a) político, no qual a verificação de inconstitucionalidade é entregue a órgãos de-

terminados, de natureza política.

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b) jurisdicional, no qual prevalece a faculdade que a Constituição outorga ao Poder

Judiciário de declarar a inconstitucionalidade de lei ou atos do Poder Público.

c) misto, no qual certas categorias de lei são submetidas ao controle político e ou-

tras ao controle jurisdicional.

d) concentrado, no qual o Supremo Tribunal Federal, no papel de Corte Constitu-

cional, declara ou não a inconstitucionalidade de uma lei.

11. Sobre os poderes e funções do Estado, analise as seguintes afirmativas:

I – É possível que uma função típica atribuída a qualquer dos poderes de Estado

seja convertida em atípica, e vice-versa, por força de lei.

II – Há exclusividade no exercício de cada função pelos Poderes de Estado.

III – As linhas definidoras da competência têm caráter legal e apolítico.

Marque a alternativa correta.

a) as afirmativas I, II e III estão incorretas.

b) apenas as afirmativas II e III estão incorretas.

c) apenas as afirmativas I e III estão incorretas.

d) apenas as afirmativas I e II estão incorretas.

12. No tocante à Federação, assinale a alternativa CORRETA:

a) A descentralização política autoriza a participação direta dos Estados nos planos

nacionais.

b) A partir da CF de 1988, os municípios podem editar formalmente suas consti-

tuições locais.

c) A autonomia, no sentido técnico-político, pode ser resumida, especificamente,

na capacidade de auto-organização assegurada a cada ente da federação para or-

ganização própria e dos seus serviços.

d) O regime federativo exige a descentralização política.

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13. Em relação à interação do direito administrativo, com os demais ramos de di-

reito, analise as afirmativas a seguir:

I – O direito administrativo é que dá mobilidade ao direito constitucional.

II – O direito administrativo tem vínculo com o direito processual civil e penal.

III – As normas de arrecadação de tributos podem ser tidas como de direito ad-

ministrativo.

IV – A teoria civilista dos atos e negócios jurídicos têm aplicação supletiva aos

atos e contratos administrativos.

Marque a alternativa correta.

a) apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.

b) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.

c) apenas as afirmativas I e II estão corretas.

d) as afirmativas I, II, III e IV estão corretas.

14. Dentre as assertivas abaixo, é CORRETO afirmar que

a) o Estado é pessoa jurídica e a expressão de sua vontade pode ser entendida

como a decisão do membro de cúpula de cada Poder Pertinente, ou seja, do agente

político.

b) os agentes públicos são mandatários do Estado.

c) o órgão público, ainda que desprovido de personalidade jurídica, pode atuar

em Juízo, na defesa dos seus interesses, em caráter excepcional, desde que exista

expressa previsão legal.

d) a vontade do órgão de representação plúrima ou colegiado deve emanar da

unanimidade ou da maioria das vontades dos agentes que o integram, mesmo em

se tratando de ato de rotina administrativa.

15. No que se refere aos Poderes Administrativos, assinale a alternativa INCOR-

RETA:

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a) O ato administrativo submete-se ao controle judicial por força do princípio da

moralidade.

b) O poder regulamentar típico permite complementar a lei e é de caráter derivado.

c) Auto-executoriedade e coercibilidade são atributos do poder de polícia.

d) Os atos de polícia que avultam o princípio da proporcionalidade revelam-se ile-

gais, sendo, portanto, passíveis de anulação pelo Poder Judiciário. 

16. Sobre a extinção dos atos administrativos, é INCORRETO afirmar que:

a) a anulação promovida pela própria Administração decorre do exercício de sua

prerrogativa de autotutela.

b) a revogação é forma de extinção do ato administrativo válido, de caráter vincu-

lado ou discricionário.

c) a validade ou não do ato de revogação é passível de exame pelo Poder Judiciá-

rio.

d) incabível a revogação dos atos cujos efeitos produzidos já restaram consolida-

dos.

17. Sobre a Responsabilidade Civil do Estado é correto afirmar, exceto :

a) As pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus agen-

tes, no exercício de suas funções, causarem a terceiros.

b) Cabível ao Estado ajuizar ação de regresso em face do agente causador do

dano, desde que tenha agido dolosamente, mostrando-se inviável à pretensão se a

conduta foi meramente culposa.

c) O princípio da repartição dos encargos também constitui fundamento da res-

ponsabilidade objetiva do Estado.

d) As pessoas jurídicas de direito privado que prestam serviços delegados serão

responsáveis pelos atos seus ou de seus prepostos, desde que haja vínculo jurídico

de direito público entre o Estado e o delegatário.

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18. No tocante aos agentes públicos, é incorreto afirmar que


a) para ser agente público, é mister o vínculo com o Estado, mesmo que não efe-
tivo, mas perene, mediante contrato bilateral e remuneração.
b) os agentes de fato podem ser necessários ou putativos.
c) os agentes putativos desempenham atividade administrativa, mas não têm in-
vestidura no cargo.
d) os agentes necessários apenas se assemelham, mas não são agentes de direito.

19. Sobre a organização da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, é correto afir-
mar que
a) tem a incumbência exclusiva para exercício das funções de polícia judiciária
neste Estado.
b) não tem atribuição de polícia de preservação da ordem e segurança pública.
c) é órgão autônomo do Poder Público, subordinada diretamente ao Governador
do Estado.
d) a proteção à incolumidade das pessoas não está inserida em suas atribuições
legais.

20. Sobre o funcionamento organizacional da Polícia Civil é correto afirmar que


constituem unidades de atividades finalísticas de funções estratégicas, exceto :
a) À Corregedoria-Geral de Polícia Civil.
b) À Academia de Polícia Civil.
c) O Departamento de Trânsito.
d) À Superintendência-Geral de Polícia Civil.

21. Considerando-se às obrigações de dar coisa certa, é INCORRETO afirmar que


a) se a coisa perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente con-

dição suspensiva, fica resolvida a obrigação, suportando o proprietário o prejuízo.

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b) se a coisa se perder, por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente,

mais perdas e danos.

c) se a coisa se deteriorar, sem culpa do devedor, poderá o credor, a seu critério,

resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.

d) se a coisa se deteriorar, por culpa do devedor, poderá o credor exigir o equiva-

lente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, sem no entanto, tem direito a

reclamar, em um ou em outro caso, indenização por perdas e danos.

22. As seguintes afirmativas concernentes às obrigações solidárias estão corretas,

EXCETO:

a) a solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

b) a obrigação solidária pode ser pura ou simples para um dos cocredores ou co-

devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.

c) o julgamento contrário a um dos credores solidário não atinge os demais; o

julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao

corredor que o obteve.

d) o credor que tiver remitido a dívida não responderá aos outros pela parte que

lhes caiba.

23. As seguintes afirmativas concernentes às cláusulas especiais à compra e ven-

da, previstas no Código Civil de 2002, estão corretas, EXCETO:

a) a retrovenda é a cláusula pela qual o vendedor se reserva o direito de readquirir

a coisa do comprador, no prazo máximo de 3 anos, restituindo-lhe o preço mais as

despesas, sendo que esta cláusula só tem valor se o objeto do contrato for imóvel.

b) a preempção ou preferência é a cláusula pela qual o comprador se compromete

a oferecer a coisa ao vendedor, se algum dia se decidir a vendê-la. Podem as partes

fixar prazo máximo de 180 dias para bens móveis e 2 anos para bens imóveis.

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c) a venda sujeita à prova entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda

que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adqui-

rente não manifestar seu agrado.

d) reserva de domínio é a cláusula que garante ao vendedor a propriedade de coisa

móvel já entregue ao comprador até o pagamento total do preço, a forma da cláu-

sula será sempre escrita.

24. A Lei n. 12.424, de 16 de junho de 2011, inseriu no Código Civil, em seu ar-

tigo 1.240-A e seu parágrafo 1º, uma nova modalidade de usucapião em nosso

ordenamento jurídico, o usucapião familiar. Sobre esta modalidade de usucapião, é

INCORRETO afirmar que

a) permite que um dos ex-cônjuges ou até mesmo ex-companheiros, oponha con-

tra o outro o direito de usucapir a parte que não lhe pertence, possibilitando neste

caso o usucapião entre condôminos.

b) tem como requisito o exercícios de posse direta por 2 anos ininterruptos, sem

oposição e com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m2 ou rural de até

50 hectares.

c) a parte que propõe a ação de usucapião não pode ser proprietária de outro

imóvel urbano ou rural, sendo que o direito de usucapir nesta modalidade não será

reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

d) tem como o requisito o abandono do lar por um dos co-proprietários.

25. Considerando-se as formas de aquisição da propriedade do imóvel, é CORRETO

afirmar que

a) a aquisição da propriedade por invenção ou descoberta somente será efetivada

depois de decorrido o prazo de 60 dias da divulgação da notícia pela imprensa e não

se manifestando quem comprove a propriedade sobre a coisa.

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b) a aquisição por usucapião de bens móveis poderá ocorrer nas modalidades or-
dinária, com 3 anos de posse, e extraordinária, com 5 anos de posse, sendo que
somente nesta última modalidade será permitido ao possuidor acrescentar à sua
posse a dos seus antecessores.
c) o constituto possessório e a tradição “brevi manu” são formas de aquisição por
tradição ficta, sendo que no constituto o proprietário de um bem aliena a coisa
a outrem, mas continua como possuidor direto, enquanto que na tradição “brevi
manu” ocorre justamente o contrário.
d) a Confusão, a comissão e a adjunção são modos originários de aquisição da pro-
priedade mobiliária e, assim como na especificação, não produzem espécies novas.

26. As seguintes afirmativas concernentes aos Direitos Reais de Garantia estão


corretas, EXCETO:
a) podem ser apontadas como características de penhor, da anticrese e da hipo-
teca: o poder de sequela, o direito de preferência, a excussão e a divisibilidade da
garantia.
b) na constituição do penhor, anticrese ou hipoteca é expressamente vedada à im-
posição de cláusula comissória no bojo do contrato.
c) os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declaração sob pena de não terem
eficácia o valor do crédito, sua estimulação, ou estimação, ou valor máximo; o pra-
zo fixado para pagamento; a taxa de juros, se houver; e o bem dado em garantia
com suas especificações.
d) salvo cláusula expressa, o terceiro que prestar garantia real por dívida alheia
não fica obrigado a substituí-la, ou reforçá-la, quando, sem culpa sua, se perca,
deteriore, ou desvalorize.

27. São características da obrigação alimentar:


a) direito personalíssimo, invariabilidade e reciprocidade.

b) alternatividade das prestações, irrenunciabilidade e repetibilidade.

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c) alternatividade das prestações, variabilidade e transmissibilidade sucessória sui

generis da prestação.

d) divisibilidade, imprescritibilidade e intransmissibilidade sucessória sui generis

da prestação.

28. Considerando-se os aspectos gerais do casamento, é INCORRETO afirmar que

a) o casamento tem como característica ser um ato personalíssimo, solene, de

união permanente, regido por normas de ordem pública e dissolúvel.

b) o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, sem que se tenha que alegar

alguma causa ou mesmo sem mais prazo algum.

c) o casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas pela legislação

vigente, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, submetendo-

-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil, contudo, na hipótese de

uma das partes falecer, antes do casamento religioso se reconhecido, não se pode

mais requer os efeitos civis.

d) as causas suspensivas do casamento visam a resguardar interesse público e,

portanto, podem ser opostos por qualquer pessoa capaz até o momento da cele-

bração do casamento.

29. As seguintes afirmativas concernentes ao Direito de Sucessão estão corretas,

EXCETO:

a) aberta a sucessão, ou seja, com a morte, a posse e a propriedade dos bens do

falecido são imediatamente transmitidas aos herdeiros legítimos e testamentários,

com exceção do legatário que somente assume a posse com a partilha.

b) não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, contudo, quem renuncia

à herança, não está impedido de aceitar o legado.

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c) a cessão dos direitos hereditários pode ser total ou parcial, gratuita ou onerosa,

cabendo sempre aos coherdeiros o exercício do direito de preferência na cota he-

reditária do cedente.

d) na sucessão testamentária, diferentemente da sucessão legítima, não existe

a previsão para o direito de representação, todavia, poderá o testador consignar

cláusula de substituição com o intuito de estabelecer os efeitos da representação.

30. Moisés, falecido em 2010, era casado com Yara, sob regime da comunhão par-

cial de bens. Durante o casamento, os cônjuges não adquiriram bens. O casal teve

2 filhos, Ênio e Laylla. Ênio teve 3 filhos (A, B e C) e faleceu em 2005. Laylla teve

2 filhos (D e E) e renunciou a herança de seu pai Moises. O patrimônio deixado por

Moises foi totalmente adquirido antes do casamento. Assinale a alternativa que in-

dica de forma CORRETA como deverá ser distribuída a herança deixada por Moisés:

a) 1/3 para cada um dos 3 filhos de Ênio de forma igualitária.

b) 1/5 para cada um dos netos do falecido de forma igualitária.

c) 1/4 para Yara, por concorrência e o restante distribuído de forma igualitária en-

tre os 5 netos do falecido.

d) 1/6 para cada um dos netos do falecido de forma igualitária e 1/6 para Yara, por

concorrência.

31. Em relação às Teorias do Delito, assinale a alternativa incorreta:

a) A antinormatividade, de acordo com Zaffaroni, consiste em se averiguar a proi-

bição através da indagação do alcance proibitivo da norma, não considerada de

forma isolada, e sim conglobada na ordem normativa.

b) A culpa imprópria está presente na discriminante putativa, nela, o agente dá

causa dolosa ao resultado, mas responde como se tivesse praticado crime culposo,

em razão de erro evitável pelas circunstâncias.

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c) No dolo direto, o agente quer efetivamente produzir o resultado, ao praticar a

conduta típica, e no dolo indireto, o agente não busca com sua conduta resultado

certo e determinado, subdividindo-se em dolo alternativo e eventual.

d) De acordo com a teoria objetiva-formal, há tentativa, quando o agente, de

modo inequívoco, exterioriza sua conduta no sentido de praticar a infração penal.

32. Com relação ao erro de tipo e ao erro de proibição, assinale a alternativa in-

correta:

a) O erro de tipo permissível inescusável é aquele que recai sobre situação de fato,

excluindo a culpabilidade dolosa, mas permitindo a punição do agente a título de

culpa.

b) De acordo com a teoria extremada da culpabilidade, todo e qualquer erro que

recaia sobre uma causa de justificação é erro sobre a ilicitude do fato.

c) O erro, sobre a causa do resultado, afasta o dolo ou a culpa, tendo em vista que

recai sobre elemento essencial do fato.

d) O erro de proibição mandamental é aquele que recai sobre uma norma imposi-

tiva e, se inevitável, isenta o agente de pena.

33. Com relação à ilicitude e à culpabilidade, assinale a alternativa incorreta:

a) Para a teoria psicológica, a culpabilidade consiste no vínculo psicológico entre o

autor e o fato, podendo ser afastada em virtude de erro ou coação, que suprima o

elemento intelectual e o elemento volitivo do dolo.

b) De acordo com a teoria psicológico-normativa, a culpabilidade tem como pres-

suposto a imputabilidade, sendo composta pelo dolo ou culpa e exigibilidade de

conduta diversa.

c) A prática de fato típico, em razão de obediência à ordem não manifestamente

ilegal de superior hierárquico, exclui a ilicitude por estrito cumprimento do dever

legal.

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d) É possível a contraposição de legítimas defesas, agindo um agente em legítima

defesa putativa e o outro em legítima defesa real.

34. Considerando o Código Penal e as Teorias do Delito é incorreto afirmar que:

a) Com relação ao tipo doloso, o Código Penal Brasileiro adotou as teorias da von-

tade e do assentimento e não a da atividade.

b) A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo é efeito genérico da con-

denação, não necessitando, dessa forma, ser determinada de forma explícita e

fundamentada da sentença penal condenatória.

c) A previsibilidade objetiva é elemento integrante do tipo culposo, podendo a pre-

visibilidade subjetiva ser analisada por ocasião da culpabilidade.

d) De acordo com a teoria finalista, a ação é o comportamento humano voluntário,

dirigido à atividade final lícita ou ilícita.

35. Com relação às penas e sua aplicação, é correto afirmar que

a) conforme a regra geral do Código Penal, o regime inicialmente fechado é cabível

sempre que for o réu reincidente em crime doloso.

b) para fins de detração penal, o tempo de prisão provisória não se computa no do

tratamento ambulatorial, por possuir a medida de segurança prazo indeterminável

e natureza jurídica diversa da pena.

c) nos crimes que envolvam violência doméstica, a Lei nº 11.340/2006 veda a

substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos de prestação

pecuniária ou o pagamento isolado de multa.

d) apesar de não previsto expressamente pela Lei nº 9.605/98, a possibilidade de

aplicação de pena à pessoa jurídica, condenada por crime ambiental, aplicam-se a

elas, subsidiariamente, no que couber, o disposto no art. 44 do Código Penal.

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36. Considerando-se a relação de causalidade, é incorreto afirmar que

a) o Código Penal adota a teoria da equivalência dos antecedentes causais.

b) a superveniência de causa relativamente independente exclui o crime quando,

por si só, produzir o resultado, podendo, entretanto, os fatos anteriores serem im-

putados a quem os praticou.

c) o agente que efetua disparo de arma de fogo contra outrem, atingindo-o e, ar-

rependido, leva a vítima para o hospital, vindo esta a falecer, em razão de infecção

hospitalar, responde pelo crime de homicídio consumado.

d) pratica crime comissivo por omissão, o delegado de polícia que, de forma in-

dulgente, deixa de lavrar auto de prisão em flagrante no qual o conduzido é seu

vizinho.

37. Em relação à aplicação da Lei Penal é correto afirmar que:

a) Para aplicação da lei penal no tempo e no espaço, o Código Penal Brasileiro ado-

tou, respectivamente, as teorias do resultado e da ubiquidade.

b) De acordo com o art. 10 do Código Penal, na contagem de prazos penais, não

se computará o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.

c) Pelo princípio da especialidade, o agente que efetua diversos disparos de arma

de fogo para o alto, vindo a causar a morte de dois transeuntes, responde pelos

crimes de homicídio consumado, em concurso formal impróprio, já que a norma

especial afasta a aplicação da norma geral.

d) Com a abolitio criminis procedida pela Lei nº 11.106/2005, para o crime de rap-

to, cessaram todos os efeitos penais advindo de eventuais condenações, permane-

cendo, conduto, os efeitos civis.

38. Com relação à legislação especial, é incorreto afirmar que

a) nos crimes contra a ordem tributária, o pagamento do tributo, antes do recebi-

mento da denúncia, caracteriza causa extintiva de punibilidade.

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b) motorista de táxi que se distrai conversando com passageiro e atropela pedes-

tre, causando-lhe lesões corporais e é induzido pelo acompanhante a deixar de

prestar socorro à vítima, responde pelo crime de lesão corporal culposa, funcionan-

do a omissão de socorro e a circunstância de estar no exercício da profissão como

causas especiais de aumento de pena, conforme a Lei nº 9.503/97, respondendo o

passageiro pelo crime de omissão de socorro, previsto no art. 135 do Código Penal.

c) a Lei de Tortura prevê exceção, ao princípio da territorialidade, determinando

a aplicação da lei brasileira a crimes ocorridos fora do território brasileiro, sempre

que a vítima for brasileira.

d) para o crime de tráfico ilícito de entorpecentes, a associação eventual constitui

causa de aumento de pena, sendo a associação para o tráfico, prevista no art. 35

da Lei nº 11.343/2006, delito autônomo que demanda comprovação da estabilida-

de e permanência da societas sceleris.

39. Com relação aos crimes patrimoniais, é incorreto afirmar que

a) segundo entendimento consolidado pelo STF, o crime de estelionato, quando na

modalidade de fraude no pagamento, por meio de cheque, consuma-se no momen-

to e local em que o banco sacado recusa o seu pagamento.

b) o agente que rouba o veículo da vítima e, sem motivação alguma, a coloca no

porta malas, abandonando-a em estrada de município vizinho, responde pelos cri-

mes de roubo e sequestro, em concurso material.

c) o agente que invade estabelecimento comercial anunciando assalto e acaba por

matar o proprietário e um cliente, fugindo em seguida com o dinheiro do caixa e a

carteira do cliente, responde por um só crime de latrocínio, crime complexo em que

a pluralidade de vítimas serve apenas para fixação da pena.

d) agente que, após furtar, em concurso de pessoas, preciosa jóia em shopping

Center, adquire a quota parte, dos demais meliantes, não responde por crime de

receptação, tratando-se de post factum impunível.

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40. Com relação aos crimes abaixo destacados, é correto afirmar que:

a) é possível a participação de particular no delito de corrupção passiva, já que as

circunstâncias de caráter pessoal elementares ao crime se comunicam.

b) o homicídio praticado com dolo eventual afasta a incidência das circunstâncias

qualificadoras, uma vez que o agente não quer diretamente o resultado, apenas

assume o risco de produzi-lo.

c) para a configuração do crime de maus tratos, é necessário submeter a vítima a

intenso sofrimento físico ou psíquico, expondo-a a perigo de vida ou de saúde.

d) caracteriza-se o crime de injúria, ainda que as imputações ofensivas à honra

subjetiva da vítima sejam verdadeiras, cabendo exceção da verdade somente se o

ofendido for funcionário público e a ofensa relativa ao exercício de suas funções.

41. Sobre o tribunal do júri é INCORRETO afirmar:

a) Nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes serão alistados de 300

(trezentos) a 700 (setecentos) jurados.

b) Se o interesse da ordem pública reclamar o juiz poderá, logo após o interroga-

tório do acusado, determinar o desaforamento do julgamento.

c) O serviço de jurado é obrigatório e somente compreenderá maiores de 18 anos.

d) Os jurados poderão formular perguntas às testemunhas por intermédio do jui-

z-presidente.

42. Não haverá o quebramento da fiança quando:

a) Deliberadamente o afiançado praticar ato de obstrução ao andamento do inqué-

rito/processo.

b) Descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança.

c) Resistir injustificadamente a ordem judicial.

d) Deixar de comparecer, por justo motivo, quando regularmente intimado para

ato processual.

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43. Sobre a prisão preventiva é CORRETO afirmar:

a) poderá ser decretada de ofício pelo juiz na fase do inquérito policial.

b) poderá ser decretada em crime doloso, quando se tratar de reincidente, inde-

pendente da pena cominada ao delito.

c) nos casos de violência doméstica poderá ser decretada independentemente da

imposição anterior de medida protetiva.

d) quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa poderá se decretada e

mantida mesmo após superada a dúvida.

44. Sobre a prova pericial é INCORRETO afirmar:

a) O exame de corpo de delito deverá ser assinado por 2 (dois) peritos oficiais,

portadores de diploma de curso superior.

b) O exame de corpo de delito poderá ser realizado qualquer dia e horário, inclu-

sive aos domingos.

c) A autópsia será realizada, em regra, 6 (seis) horas após o óbito.

d) Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a

eventualidade de nova perícia.

45. Sobre recursos no processo penal é INCORRETO afirmar:

a) O recurso de agravo, previsto no art. 197 da LEP, tem efeito regressivo.

b) A apelação no juizado especial tem prazo de 10 dias.

c) No juizado especial a parte recorrente pode protestar por apresentar as razões

de apelação perante a turma recursal.

d) O prazo dos embargos de declaração no juizado especial é de 5 (cinco) dias.

46. Sobre o inquérito policial é INCORRETO afirmar:

a) Tem valor probante relativo.

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b) Todas as provas produzidas devem ser repetidas sob contraditório.


c) Vícios do inquérito não nulificam subsequente ação penal.
d) O investigado pode requerer diligências.

47. Sobre a prova no processo penal brasileiro é INCORRETO afirmar:


a) A prova sobre o “estado das pessoas” deve observar restrições estabelecidas na
lei civil.
b) A confissão deve ser cotejada com outros elementos de convicção.
c) A narcoanálise constitui método para obtenção de informações úteis à moderna
investigação policial.
d) O juiz pode determinar a realização de prova mesmo antes de iniciada a ação
penal.

48. Não é condição geral ou especial da ação penal:


a) O pedido.
b) A legitimidade das partes.
c) A entrada do agente no território nacional em caso de extraterritorialidade da
lei penal.
d) A requisição do Ministro da Justiça.

49. Não poderá ser cumulada com outra medida cautelar


a) a monitoração eletrônica.
b) a proibição de ausentar-se do País, inclusive mediante entrega do passaporte.
c) a fiança.
d) a prisão domiciliar.

50. Para determinação da competência, no âmbito do juizado especial criminal,

adota-se:

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a) a teoria do resultado.

b) a teoria da ubiquidade.

c) a teoria da atividade.

d) a teoria da informalidade.

51. A capacidade de diagnosticar e mensurar a dor, alegada em um exame pericial,

constitui um desafio da medicina legal, por se tratar de um dado subjetivo.

O sinal de dor, avaliado pela contagem prévia do pulso ra- dial, compressão do pon-

to doloroso alegado e nova con- tagem do pulso, é denominado pelo epônimo de

sinal de

a) Mulher.

b) Levi.

c) Imbert.

d) Mankof.

52. Constituem fatores, que interferem na evolução da putrefação cadavérica, EX-

CETO:

a) Temperatura ambiente.

b) Espasmo cadavérico.

c) Idade do morto.

d) Umidade do ar.

53. Representa uma docimásia extrapulmonar:

a) Siálica de Souza-Dinitz.

b) Hidrostática de Galeno.

c) Táctil de Nero Rojas.

d) Visual de Bouchut.

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54. Considerando as lesões corporais dolosas graves relativas à eventualidade “pe-

rigo de vida”, pode-se afirmar que

a) constitui prognóstico de morte futura.

b) constitui provável complicação letal vindoura.

c) constitui situação concreta de morte iminente.

d) todas as opções listadas acima contemplam o conceito perigo de vida.

55. Denomina-se o processo especial de transformação, que ocorre no cadáver do

feto retido no útero materno, do sexto ao nono mês de gravidez:

a) Maceração.

b) Corificação.

c) Mumificação.

d) Saponificação.

56. No esqueleto, a estimativa do sexo, faz-se pelas características morfológicas

observadas, após a puberdade. Os achados mais evidentes do dimorfismo sexual

são observados no(a)

a) clavícula.

b) úmero.

c) fêmur.

d) pelve.

57. Uma luxação do ombro caracteriza a ação de um instrumento

a) cortante.

b) perfurante.

c) contundente.

d) cortocontundente.

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58. Constitui um exemplo de asfixia mecânica pura de interesse médico-legal:

a) Sufocação direta.

b) Estrangulamento típico.

c) Enforcamento completo.

d) Esganadura antebraquial.

59. A classificação das queimaduras, que considera a profundidade das lesões, é

definida em graus, do primeiro ao quarto. Uma queimadura que apresenta vesícu-

las ou flictenas, contendo líquido seroso, remete-se:

a) primeiro grau.

b) segundo grau.

c) terceiro grau.

d) quarto grau.

60. Retalhos de hímen roto pelo parto vaginal, os quais se retraem constituindo

verdadeiros tubérculos em sua implantação, correspondem a

a) entalhes himenais.

b) hímens cribriformes.

c) carúnculas mirtiformes.

d) chanfraduras vulvo-himenais.

61. A Constituição da República de 1988 alargou significativa- mente o campo dos

direitos e garantias fundamentais, por isso é um marco jurídico da transição ao

regime democrático no Brasil. Nesse processo de transição, é acentuada, na Cons-

tituição, a preocupação em assegurar os valores da dignidade e do bem-estar da

pessoa humana, como imperativo de justiça social. Não corrobora com o contexto

acima, este entendimento o argumento:

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a) Os objetivos fundamentais do Estado brasileiro visam à concretização da de-

mocracia econômica, social e cultural, a fim de efetivar na prática a dignidade da

pessoa humana.

b) Os direitos fundamentais, que têm como núcleo a dignidade da pessoa humana,

são elementos básicos para a realização do princípio democrático, tendo em vista

que exercem uma função democratizadora.

c) A Constituição traz a previsão expressa do valor da dignidade da pessoa huma-

na como imperativo da justiça social, mas que deve ceder frente à necessidade de

se preservar a ordem democrática.

d) O valor da dignidade da pessoa humana impõe-se como núcleo básico e infor-

mador do todo o ordena- mento jurídico como critério e parâmetro que orienta a

compreensão do sistema constitucional.

62. Os fundamentos do Estado Democrático de Direito, conforme expressos na

Constituição são:

a) Os direitos políticos: votar e ser votado.

b) A cidadania e a dignidade da pessoa humana.

c) Federalismo e República, como formas de organização política.

d) Meio ambiente e cultura, como bens de uso comum do povo.

63. Os direitos e garantias, enumerados na Constituição, não excluem outros de-

correntes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacio-

nais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Leia e analise as assertivas abaixo:

I – A Constituição atribuiu aos direitos internacionais uma natureza especial e

diferenciada, qual seja, a natureza de norma constitucional.

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II – Os direitos enunciados nos tratados de direitos humanos, de que o Brasil é

parte, integram o elenco dos direitos constitucionalmente consagrados.

III – A interpretação sistemática do texto constitucional exige que a dignidade da

pessoa seja o parâmetro orientador para a compreensão do fenômeno cons-

titucional.

Marque a opção CORRETA:

a) apenas as assertivas I e II estão corretas.

b) as assertivas I, II e III estão incorretas.

c) as assertivas I, II e III estão corretas.

d) apenas as assertivas II e III estão corretas.

64. A criação das Nações Unidas, com suas agências especializadas, demarca o

surgimento de uma nova ordem internacional, inclusive a proteção internacional

dos direitos humanos. Associe abaixo cada órgão enumerado da ONU à sua compe-

tência:

ÓRGÃO

I – Assembléia Geral.

II – Corte Internacional de Justiça.

III – Conselho Econômico e Social.

IV – Conselho de Tutela.

COMPETÊNCIA

a) Fomentar o processo de descolonização e autodeterminação dos povos, a fim

de que pudessem alcançar, por meio de desenvolvimento progressivo, governo

próprio.

b) Promover a cooperação em questões econômicas, sociais e culturais e fazer

recomendações destinadas a promover o respeito e a observância dos direitos hu-

manos.

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c) Discutir e fazer recomendações relativas a qualquer matéria objeto da Carta das

Nações Unidas.

d) Decidir acerca das questões contenciosas e consultivas, todavia somente nas

questões em que os Esta- dos são partes perante ela.

Marque a CORRETA relação:

a) I (c); II (d); III (b); IV (a).

b) I (a); II (d); III (b); IV (c).

c) I (c); II (d); III (a); IV (b).

d) I (d); II (c); III (b); IV (a).

65. O sistema internacional de proteção dos direitos humanos pode apresentar di-

ferentes âmbitos de aplicação, daí poder se falar de sistemas global e regional. O

instrumento de maior importância no sistema interamericano é a Convenção Ame-

ricana de Direitos Humanos, também denominada Pacto de San José da Costa Rica

que

a) foi assinada em San José, Costa Rica, em 1969, tendo como Estados-membros

todos os países das Américas do Norte, Central e do Sul, que queiram participar.

b) substancialmente reconhece e assegura um catálogo de direitos civis, políticos,

econômicos, sociais e culturais, garantindo-lhes a plena realização.

c) exige dos governantes dos Estados signatários estritamente obrigações de na-

tureza negativas, como por exemplo o dever de não torturar um indivíduo.

d) em face dos direitos constantes no texto, cada Estado-parte deve respeitar e

assegurar o livre e pleno exercício desses direitos e liberdades, sem qualquer dis-

criminação.

66. A verdadeira consolidação do Direito Internacional dos Direitos Humanos surge

em meados do século XX, em decorrência da Segunda Guerra Mundial, por isso o

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moderno Direito Internacional dos Direitos Humanos é um fenômeno do pós-guer-

ra. Dentre as proposições abaixo, assinale a que não corrobora com o enunciado

acima:

a) O desenvolvimento do Direito Internacional dos Direi- tos Humanos pode ser

atribuído às monstruosas violações de direitos humanos da era Hitler e, após, à

crença de que somente uma guerra poderia por fim a essas violações no âmbito

internacional para garantir internamente em cada Estado nacional a dignidade da

pessoa humana.

b) A internacionalização dos direitos humanos constitui um movimento extrema-

mente recente da história, surgido a partir do pós-guerra, como proposta às atroci-

dades e aos horrores cometidos durante o nazismo. Se a Segunda Guerra significou

a ruptura com os direitos humanos, o pós-guerra deveria significar sua reconstru-

ção.

c) No momento em que os seres humanos se tornam supérfluos e descartáveis, no

momento em que vige a lógica de destruição, em que cruelmente se abole o valor

da pessoa humana, torna-se necessária a reconstrução dos direitos humanos como

paradigma ético capaz de restaurar a lógica do razoável.

d) A barbárie do totalitarismo significou a ruptura do paradigma dos direitos huma-

nos, por meio da negação do valor da pessoa humana, como valor fonte do direito.

Essa ruptura fez emergir a necessidade da re- construção dos direitos humanos

como referencial e paradigma ético que aproxime o direito da moral.

67. A Declaração Universal dos Direitos Humanos pode ser caracterizada, primei-

ramente por sua amplitude, compreendendo um conjunto de direitos e faculdades,

sem as quais um ser humano não pode desenvolver sua personalidade física, moral

e intelectual. Em segundo lugar, pela universalidade, aplicável a todas as pessoas

de todos os países, raças, religiões e sexos, seja qual for o regime político dos ter-

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ritórios nos quais incide. Assinale abaixo a assertiva que é CONTRÁRIA ao enun-

ciado acima:

a) Como uma plataforma comum de ação, a Declaração foi adotada em 10 de de-

zembro de 1948, pela aprovação de 48 Estados, com 8 abstenções.

b) Objetiva delinear uma ordem pública mundial fundada no respeito à dignidade da

pessoa humana, para orientar o desenvolvimento de uma raça humana superior.

c) Introduz a indivisibilidade dos direitos humanos, ao conjugar o catálogo dos di-

reitos civis e políticos, com o dos direitos econômicos, sociais e culturais.

d) Teve imediatamente, após a sua adoção, grande re- percussão moral ao desper-

tar nos povos a consciência de que o conjunto da comunidade humana se interes-

sava pelo seu destino.

68. A concepção universal dos direitos humanos, demarcada pela Declaração Uni-

versal dos Direitos Humanos, sofreu e sofre fortes resistências dos adeptos do

movimento do relativismo cultural. Retoma-se dessa forma o velho di- lema sobre

o alcance das normas de direitos humanos. Associe abaixo as características intrín-

secas a essas concepções:

I – Concepção universalista.

II – Concepção relativista.

(   ) Flexibiliza as noções de soberania nacional e jurisdição doméstica, ao con-

sagrar um parâmetro internacional mínimo, relativo à proteção dos direitos

humanos aos quais os Estados devem se conformar.

(   ) A noção de direito está estritamente relacionada ao sistema político, econômi-

co, cultural, social e moral vigente em determinada sociedade.

(   ) Cada cultura tem seu próprio discurso acerca dos direitos fundamentais, que

está relacionado às específicas circunstâncias culturais e históricas de casa

sociedade.

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(   ) O pluralismo cultural impede a formação de uma moral universal, tornando-se

necessário que se respeitem as diferenças culturais apresentadas em cada

sociedade.

Marque a opção CORRETA, na ordem de cima para baixo.

a) (I) (II) (II) (I).

b) (II) (I) (I) (I).

c) (I) (II) (II) (II).

d) (I) (II) (I) (II).

69. A Constituição brasileira de 1988 simboliza o marco jurídico da transição de-

mocrática e da institucionalização dos direitos humanos no Brasil. O texto de 1988

empresta aos direitos e garantias ênfase extraordinária, destacando-se como do-

cumento mais avançado, abrangente e pormenorizado sobre a matéria na história

do País.

Leia e analise as assertivas abaixo:

I – Ao romper com a sistemática das Constituições anteriores, a Constituição de

1988, ineditamente, consagra o primado do respeito aos direitos humanos,

abrindo a ordem jurídica interna ao sistema de proteção internacional desses

direitos.

II – As relevantes transformações internas, decorrentes do processo de democra-

tização, permitiram que os direitos humanos se convertessem em tema fun-

damental na agenda internacional do País, a partir de então.

III – No plano das relações internacionais, tem-se de observar que não houve

inovações na Constituição de 1988, pois a mesma reproduz ainda, no texto,

a antiga preocupação vivida no Império com a dependência nacional e a não

intervenção.

Marque a opção CORRETA:

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a) apenas as assertivas I e III estão corretas.

b) Somente a assertiva III está incorreta.

c) apenas as assertivas II e III estão corretas.

d) as assertivas I, II e III estão corretas.

70. O sistema internacional de proteção dos direitos humanos apresenta, no âmbito

de aplicação, um sistema global e um sistema regional. Segundo entende a doutri-

na, esses dois sistemas não são incompatíveis, são ambos úteis e complementares.

Todas as assertivas abaixo corroboram com esse entendimento, EXCETO:

a) Cada um dos sistemas de proteção apresenta um aparato jurídico próprio.

b) O sistema interamericano tem como principal instru- mento a Convenção Inte-

ramericana de Direitos Humanos de 1969.

c) Há atualmente três sistemas regionais principais: o europeu, o interamericano

e o africano.

d) O sistema europeu tem como principal instrumento o Tratado da União Europeia.

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GABARITO

1. D 26. A 51. D

2. A 27. C 52. B

3. B 28. D 53. D

4. C 29. A 54. C

5. D 30. C 55. A

6. C 31. D 56. D

7. B 32. C 57. C

8. B 33. B 58. A

9. A 34. B 59. B

10. C 35. C 60. C

11. QUESTÃO MAL FORMULADA 36. D 61. C

12. D 37. D 62. B

13. D 38. D 63. D

14. C 39. C 64. A

15. A 40. A 65. D

16. A 41. B 66. A

17. B 42. D 67. B

18. A 43. B 68. C

19. C 44. A 69. B

20. D 45. C 70. ANULADA

21. D 46. B

22. D 47. C

23. A 48. A

24. B 49. D

25. C 50. C

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QUESTÕES COMENTADAS

1. A Constituição é um conjunto sistemático e orgânico de normas que visam con-

cretizar os valores que correspondem a cada tipo de estrutura social. Assim sendo,

em sentido material, pode-se conceituar um texto constitucional como

a) um ato unilateral do Estado, cuja fonte tem origem na sua estrutura organiza-

cional, no seu sistema e na sua forma de governo.

b) um conjunto normativo, que visa regular os poderes do Estado, incluindo sua

formação, sua titularidade, seus meios de aquisição e seu exercício.

c) um texto produzido exclusivamente por determinadas fontes constitucionais,

tendo por base preceitos legais, que lhe são anteriores.

d) um conjunto de princípios que expressam concepções decorrentes de valores

morais, sociais, culturais e históricos, que asseguram os direitos dos cidadãos e

condicionam o exercício do poder.

Quanto ao conteúdo, a Constituição pode ser classificada como formal ou material.

A primeira (formal) é aquela na qual todos os dispositivos nela constantes são do-

tados de igual hierarquia, sendo considerados de estatura constitucional. A nossa

atual é formal, pois nela se encontram não só matérias realmente constitucionais.

Ao contrário, a CF 88 desce a minúcias, tratando de temas que não correspondem

a um “coração” de Constituição. Exemplo disso é o artigo 242, o qual diz que o

Colégio Pedro II fica no Rio de Janeiro. Por outro lado, a Constituição em sentido

material é aquela que contém os aspectos cruciais à Organização do Estado e dos

Poderes, bem assim expressa direitos e garantias fundamentais e as limitações ao

poder estatal. Dentro dessa premissa, a letra D desponta como resposta correta.

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2. O “bloco de constitucionalidade” se constitui a partir de


a) princípios, normas escritas e não escritas, fundamentos relativos à organização
do Estado, direitos sociais e econômicos, direitos humanos reconhecidos em trata-
dos e convenções internacionais dos quais o país seja signatário.
b) normas escritas, emendas constitucionais de lastro formal, direitos fundamen-
tais consagrados pela Constituição, de reconhecimento e aplicação internos.
c) princípios não escritos, unidade, solidez, valoração de normas constitucionais
que podem ser desmembradas para melhor efetivação dos direitos consagrados.
d) conteúdo específico das normas constitucionais e infraconstitucionais, estabili-
dade, dinamicidade, dirigismo, garantismo, além de todas as normas constitucio-
nais de caráter programático.

O conceito “bloco de constitucionalidade” tem origem francesa, sendo atribuída a


Louis Favoreu. O autor se referia ao conjunto de normas de um ordenamento com
status constitucional. Trazendo para a realidade brasileira, englobaria a própria
Constituição, com as respectivas Emendas, e também os tratados internacionais
sobre direitos humanos. Eles podem ser incorporados com status constitucional
(após aprovação em dois turnos, por três quintos de votos de ambas as Casas do
Congresso Nacional). Por outro lado, caso não passem por esse processo diferen-
ciado, os TIDH terão status supralegal, posicionando-se acima das leis, mas abaixo
da Constituição. Dentro dessa ordem de ideias, o conceito que mais se aproxima do
que foi aqui trazido é o que está na letra A.

3. Quanto à aplicação das normas constitucionais no tempo e no espaço, pode-se


considerar que
I – o princípio da recepção é observado no momento da revisão constitucional e
da emenda à Constituição, enquanto que a conexão das normas constitucio-
nais com as normas conflitantes ocorre sempre que o conflito entre elas se

estabeleça no caso concreto.

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II – as disposições constitucionais passíveis de desconstitucionalização são aque-

las de natureza formal que não dispõem sobre a natureza material, enquanto

que na conexão as regras materiais terão sempre de ser mediatizadas pelas

regras de conflito.

III – a revogação de normas constitucionais ocorre a partir da distinção entre

inconstitucionalidade originária e inconstitucionalidade superveniente, de-

vendo ser aplicada tanto em situações advindas da Constituição nova como

também daquelas oriundas de uma revisão constitucional.

IV – a derrogação do direito anterior se verifica sempre que a nova lei contiver

disposições de caráter formal e material que versem sobre assuntos restritos

à consagração de direitos e às limitações ao poder de governar.

Partindo de tais considerações, é CORRETO afirmar que

a) apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.

b) apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.

c) apenas a afirmativa IV é verdadeira.

d) as afirmativas I, II, III e IV são falsas.

O juízo de recepção/revogação recai sobre as normas pré-constitucionais. Quando

nova Constituição é promulgada, as normas em vigor no ordenamento passarão

por um filtro. Se compatíveis materialmente com o novo texto, serão recepciona-

das. Do contrário, serão revogadas. Não se fala em inconstitucionalidade superve-

niente. Errado o item I.

Avançando, a norma nasce constitucional/inconstitucional, conforme seja – ou não

– compatível com a Constituição em vigor à época de sua edição. Fala-se, pois, em

inconstitucionalidade originária, não se admitindo, como visto, a inconstitucionali-

dade superveniente. Isso torna correto o item III.

No item II, tem-se que, em regra, todas as normas constitucionais são revogadas

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quando nova Constituição é promulgada. Contudo, essa regra encontra duas ex-

ceções, quais sejam, a recepção material e a desconstitucionalização. Esta, men-

cionada no item II, consiste no procedimento por meio do qual as normas de uma

Constituição anterior são recebidas, mas com status infraconstitucional.

Na recepção material, por sua vez, a norma anterior é recebida e continua em

vigor, mantendo o status constitucional. Foi o que aconteceu com as normas do

sistema tributário nacional, que se mantiveram válidas por quatro meses após 5 de

outubro de 1988.

Tanto a recepção material como a desconstitucionalização devem ser expressas. Na

recepção material, ainda se destacam as características de ser precária e temporá-

ria. Correto o item II.

Por fim, a derrogação é a revogação parcial, contrapondo-se à ab-rogação, que

seria a revogação total. Errado o item IV.

Corretos os itens II e III, a resposta esperada está na letra B.

4. São fundamentos essenciais da República Federativa do Brasil:

a) independência nacional, prevalência dos direitos humanos, autodeterminação

dos povos, integração econômica e cultural.

b) concessão de asilo político, repúdio ao terrorismo e ao racismo, eleições diretas,

não intervenção do Estado.

c) soberania nacional, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do

trabalho, livre iniciativa, pluralismo político.

d) liberdade de exercício de qualquer ofício ou profissão, inviolabilidade do sigilo

de correspondência e das comunicações telegráficas e telefônicas, liberdade de as-

sociação para fins lícitos, direito de propriedade, desde que atendidas suas funções

sociais.

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Questão relativamente fácil.


O Brasil se constitui em Estado Democrático de Direito e tem como FUNDAMEN-
TOS a soberania, cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.
O mnemônico que ajudará na lembrança sobre os fundamentos da RFB é o SO-CI-
-DI-VA-PLU.
Por sua vez, artigo 3º enumera estes OBJETIVOS: construir uma sociedade livre,
justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; promover o bem de todos;
erradicar a pobreza e a marginalização; e reduzir as desigualdades sociais e regio-
nais.
Os objetivos internos sempre começam com verbo no infinitivo. Alerto, no en-
tanto, que algumas bancas examinadoras têm optado pela substantivação dos ver-
bos, no intuito de confundir os candidatos.
Desse modo, construir uma sociedade livre, justa e solidária transforma-se em a
construção de uma sociedade livre...
Sistematizando, não confunda os FUNDAMENTOS com os OBJETIVOS! O mne-
mônico para o artigo 3º é CON-GA-PRO-ER-RE, enquanto o dos fundamentos era
SO-CI-DI-VA-PLU.

5. Com base no “caput” do art. 5º da Constituição Federal, pode-se indicar como


desdobramentos do direito a vida, RESPECTIVAMENTE:
a) a liberdade de associação, de reunião, de crença religiosa, de expressão, de
pensamento.
b) o direito de herança, de propriedade, de sucessão de bens de estrangeiros situ-
ados no País.
c) o direito do contraditório, da ampla defesa, de petição, do juiz natural.
d) o direito à integridade física e moral, a proibição da pena de morte e das penas

cruéis, a proibição da venda de órgãos.

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No gabarito disponibilizado pela Banca, aparece como resposta esperada a letra C.

Contudo, os direitos ali dispostos aparecem como um desdobramento do devido

processo legal, sem ligação direta como o direito à vida.

Por sua vez, os direitos elencados na alternativa D, sim, são correlatos ao direito à

vida. Veja-se, por exemplo, a proibição à pena de morte, a preservação da integri-

dade física etc, portanto, a resposta adequada está na letra D.

6. O asilo político consiste no acolhimento de estrangeiro por parte de um Estado

que não o seu, em virtude de perseguição política por ele sofrida e praticada por

seu próprio país ou por terceiro.

Assim sendo, é INCORRETO afirmar que

a) as causas motivadoras da perseguição, em regra, são por dissidência política,

livre manifestação de pensamento ou crimes relacionados com a segurança do Es-

tado.

b) o indivíduo não esteja envolvido em casos que configurem delitos praticados no

âmbito do direito penal comum.

c) o asilo político se constitui como ato de soberania estatal, de competência ex-

clusiva do Congresso Nacional, passível de controle de legalidade pelo Supremo

Tribunal Federal.

d) a concessão de asilo político não é obrigatória para qualquer Estado, devendo as

contingências políticas determinarem, caso a caso, as decisões do governo.

Repare que a Banca buscava o item incorreto. Ele está na letra C, pois, embora

seja um ato de soberania estatal, a concessão de asilo e de refúgio político cabe ao

Presidente da República (ou ao Ministério da Justiça).

Dentro dessa ótica, importante diferenciar os institutos, pois o primeiro (asilo) é

mais restrito que o segundo. Isso porque o asilo é concedido normalmente em caso

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de perseguição política, ao passo que no refúgio a perseguição pode ser de várias

ordens, como sexual, religiosa, étnica etc.

Vamos sistematizar?

Diferenças entre asilo e refúgio político


Asilo político Refúgio político
É motivado pela perseguição de natu-
É motivado pela perseguição por crimes
reza política, religiosa, racial, de nacio-
políticos.
nalidade ou de grupo social.

Necessidade de proteção atinge número


Normalmente é usado para perseguição
elevado de pessoas, tendo a persegui-
individualizada.
ção aspecto mais generalizado

Decisão de caráter político, com a con-


Ato administrativo de caráter vinculado.
cessão discricionária.

7. O processo legislativo consiste no conjunto de atos preordenados praticados

pelos órgãos pertencentes ao Poder Legislativo, cujos procedimentos obedecem à

determinada ordem e limitação. No caso de “Lei Complementar”, tais procedimen-

tos consistem em:

I – limitação quanto à forma e à matéria.

II – limitação quanto à iniciativa.

III – limitação quanto ao quórum para aprovação.

IV – limitação quanto às exigências contidas na Constituição.

Considerando as afirmativas acima, é VÁLIDO afirmar que

a) apenas a afirmativa I está correta.

b) apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.

c) apenas as afirmativas II e III estão corretas.

d) as afirmativas I, II, III e IV estão incorretas.

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Analisaremos cada um dos itens, para poder chegar à resposta adequada.

Antes, porém, segue um quadro no qual organizo as diferenças entre LC e LO

Diferenças entre lei ordinária (LO) e lei complementar (LC)


Aspecto formal Aspecto material
(Quórum de aprovação*) (Matéria)
Rol taxativo na CF/88. Exemplos:
Maioria absoluta
art. 7º, I; 14, § 9; 21, IV.
Natureza residual: tudo o que não
Maioria simples
for LC, DL e Resoluções
* o quórum de instalação é o mesmo para LC e LO: Maioria absoluta.

Inicialmente, está correto o item I, pois as matérias que exigem a utilização de LC

são destacadas pela CF, com o uso de expressões como “nos termos de lei comple-

mentar”, “na forma de lei complementar”.

Quando se usa apenas a referência à lei, é porque bastaria lei ordinária.

Além disso, o processo legislativo ordinário ou mesmo o abreviado são regulados

pela CF. Avançando, o item II também está correto, porque há clara incidência das

regras que limitam a iniciativa para a propositura de LC. Nesse contexto, as normas

próprias do direito tributário são, em sua maioria, reguladas por LC, de iniciativa do

Chefe do Executivo ou dos parlamentares.

Correto o item III, uma vez que no próprio quadro acima colocado fica claro que LC

depende de quorum de aprovação de maioria absoluta, enquanto LO exige apenas

quorum de maioria simples ou relativa.

Por fim, incorreto o item IV, pois não se fala em limitações quanto às exigências da

CF. É nas ECs ou nas MPs que aparecem mais claramente matérias que não pode-

riam ser abordadas por esses atos normativos.

Verdadeiros os itens I, II e III, a resposta esperada está na letra B.

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8. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), criado através da EC 45/2004, é presidi-

do pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) que, por sua vez, possui as

seguintes atribuições:

a) receber e conhecer dos conflitos de competência entre o Superior Tribunal de

Justiça e quaisquer tribunais, entre os Tribunais Superiores, ou entre estes e qual-

quer outro tribunal.

b) receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos

magistrados e aos serviços judiciários, além de proceder às inspeções e correições

em geral.

c) receber e conhecer dos conflitos de atribuições entre autoridades administrati-

vas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e admi-

nistrativas de outro ou do Distrito Federal.

d) receber e conhecer dos conflitos de competência entre quaisquer tribunais, bom

como entre tribunais e juízes a ele não vinculados.

Considerando-se a premissa de que o CNJ, embora seja órgão do Judiciário (artigo

92, I-A, da CF), não possua jurisdição, logo de cara nós podemos afastar as alter-

nativas “A”, “C” e “D”.

Avançando, é importante destacar uma hipótese de conflito de atribuições: mem-

bro do MP Federal x membro do MP Estadual. É que a atribuição de dirimir esse

conflito pertencia ao STF, mas recentemente o Tribunal entendeu que a tarefa pas-

saria a ser do PGR.

Em outras palavras, cabe ao PGR dirimir conflito de atribuições entre membro do

MPF x membro do MPE.

Ah, a resposta esperada está no artigo 103-B, § 4º, III, da CF.

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9. Quanto aos sistemas estabelecidos pela Constituição Federal de 1988, para en-

frentar os períodos de crise política nos quais a ordem constitucional se vê amea-

çada, estão previstos:

a) o estado de defesa, o estado de sítio, a intervenção federal e o uso excepcional

das forças armadas.

b) a suspensão da Constituição, a lei marcial, o estado de defesa, o estado de sítio

e a suspensão do habeas corpus.

c) a supressão dos direitos fundamentais, entre eles, a inviolabilidade de domicílio

e de correspondência.

d) a vedação quanto à impetração do mandado de segurança, do mando de injun-

ção, do habeas corpus e do habeas data.

Considerando-se o chamado sistema constitucional de crises são tratados os esta-

dos de defesa (menos grave) e o de sítio (mais grave). Além deles, é importante

destacar a intervenção federal e a estadual.

A intervenção é uma ferramenta excepcional, na medida em que a adoção da For-

ma Federativa de Estado indica que os entes federados gozam da tríplice autono-

mia (financeira, administrativa e política). Ela (a autonomia) é relativizada com a

intervenção.

Por fim, o uso das forças armadas é reservado para situações extraordinárias,

normalmente ligadas à guerra ou a hipóteses de ausência das forças auxiliares do

Exército (PM e Bombeiros).

10. Segundo José Afonso da Silva, o controle de constitucionalidade tem por objeti-

vo estabelecer, tecnicamente, a supremacia da Constituição frente ao ordenamento

jurídico do Estado. Para tanto, no Brasil, foi adotada a seguinte forma de controle:

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a) político, no qual a verificação de inconstitucionalidade é entregue a órgãos de-


terminados, de natureza política.
b) jurisdicional, no qual prevalece a faculdade que a Constituição outorga ao Poder
Judiciário de declarar a inconstitucionalidade de lei ou atos do Poder Público.
c) misto, no qual certas categorias de lei são submetidas ao controle político e ou-
tras ao controle jurisdicional.
d) concentrado, no qual o Supremo Tribunal Federal, no papel de Corte Constitu-
cional, declara ou não a inconstitucionalidade de uma lei.

O Brasil realmente adota um sistema misto de controle, havendo a atuação do Po-


der Judiciário (controle jurisdicional), e dos Poderes Legislativo e Executivo (con-
trole político). Destaca-se, ainda, o controle feito pelos Tribunais de Contas (Súmu-
la 347 do STF) e o papel do CNJ. O Conselho não faria propriamente um controle
de constitucionalidade, mas poderia deixar de aplicar norma inconstitucional.
Para facilitar os estudos, segue uma tabela que sistematiza os momentos e os mo-
delos de controle
MOMENTOS E MODELOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

MOMENTOS
PODER
PREVENTIVO REPRESSIVO
J
U É realizado em três hipóteses:
R a sustação de atos normativos editados pelo Pre-
I sidente da República que exorbitem os limites de
S delegação legislativa – art. 49, V, da CF;
D Apreciação de projetos, feita pelas b quando o Senado Federal suspender, no todo ou
I Legislativo Comissões de Constituição e Justiça em parte, norma declarada inconstitucional pelo
C (CCJs) e pelo Plenário das Casas. STF no controle difuso – artigo 52, X, da CF;
I c no caso das medidas provisórias, quando o
O Congresso entender que não estão presentes os
N requisitos constitucionais de urgência e relevância
A – artigo 62, § 5º da Constituição.
M L
O Possibilidade dada ao Chefe do Exe-
D P cutivo – Presidente da República, Orientação dada pelo Chefe do Executivo para que
E O Executivo governadores e prefeitos – de vetar seus subordinados deixarem de cumprir a norma,
L L o projeto caso o considerem incons- pois a considera inconstitucional.
O Í titucional (veto jurídico).
S T
I Quando se aprecia mandado de Feito por meio do controle difuso ou concen-
C segurança impetrado por parlamen- trado de constitucionalidade. O primeiro é rea-
O Judiciário lizado por qualquer juiz ou tribunal do país,
tar para garantir devido processo enquanto o segundo somente cabe ao STF (viola-
legislativo. ção à CF) e ao TJ (ofensa à CE).
A Tribunais de Pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos
D
M Contas atos do Poder Público – Súmula 347/STF.
I
N
I
S Pode deixar de aplicar norma que entenda
T
R ser inconstitucional, o que configura exercício
CNJ
A de controle da validade dos atos administra-
T
I tivos do Poder Judiciário (STF, PET 4656/PB).
V
O

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11. Sobre os poderes e funções do Estado, analise as seguintes afirmativas:

I – É possível que uma função típica atribuída a qualquer dos poderes de Estado

seja convertida em atípica, e vice-versa, por força de lei.

II – Há exclusividade no exercício de cada função pelos Poderes de Estado.

III – As linhas definidoras da competência têm caráter legal e apolítico.

Marque a alternativa correta.

a) as afirmativas I, II e III estão incorretas.

b) apenas as afirmativas II e III estão incorretas.

c) apenas as afirmativas I e III estão incorretas.

d) apenas as afirmativas I e II estão incorretas.

QUESTÃO MAL FORMULADA

Segundo José dos Santos Carvalho Filho, o item I estaria correto. Em relação à

tipicidade ou atipicidade das funções, pode-se suceder que determinada função se

enquadre, em certo momento, como típica, e o direito positivo venha a convertê-la

em atípica, e vice-versa.

II. Não há exclusividade no exercício de cada função pelos Poderes de Estado, cada

poder exerce funções típicas e atípicas. Ex. julgamento pelo Poder Legislativo.

III. As linhas definidoras da competência têm caráter legal e político, harmonia e

independência dos poderes.

12. No tocante à Federação, assinale a alternativa CORRETA:

a) A descentralização política autoriza a participação direta dos Estados nos planos

nacionais.

b) A partir da CF de 1988, os municípios podem editar formalmente suas consti-

tuições locais.

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c) A autonomia, no sentido técnico-político, pode ser resumida, especificamente,

na capacidade de auto-organização assegurada a cada ente da federação para or-

ganização própria e dos seus serviços.

d) O regime federativo exige a descentralização política.

A Em razão da descentralização política, os estados são responsáveis pelo planeja-

mento e execução de políticas regionais.

B Os Municípios não editam constituições, mas Leis Orgânicas.

C A autonomia pode ser resumida: auto-organização, autoadministração (de seus

serviços), autolegislação e autogoverno. “Autonomia política” refere-se, basica-

mente, à capacidade para editar leis.

D O estado federado tem como característica a descentralização política.

 Obs.: Questão levemente mal formulada, mas o candidato conseguiria resolver a

questão sem grandes dificuldades. Forma de Governo: República ou Monar-

quia

Sistema de Governo: Presidencialista ou Parlamentarista

Forma de Estado: Unitário ou Federação

13. Em relação à interação do direito administrativo, com os demais ramos de di-

reito, analise as afirmativas a seguir:

I – O direito administrativo é que dá mobilidade ao direito constitucional.

II – O direito administrativo tem vínculo com o direito processual civil e penal.

III – As normas de arrecadação de tributos podem ser tidas como de direito ad-

ministrativo.

IV – A teoria civilista dos atos e negócios jurídicos têm aplicação supletiva aos

atos e contratos administrativos.

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Marque a alternativa correta.

a) apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.

b) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.

c) apenas as afirmativas I e II estão corretas.

d) as afirmativas I, II, III e IV estão corretas.

I. Com exceção das normas de eficácia imediata, o direito constitucional para ser

efetivado deve ser veiculado através do Poder Legislativo com as Leis, pelo Poder

Executivo regulamentando as leis e pelo Poder Judiciário integrando Leis deficientes

através da jurisprudência e controle de constitucionalidade.

II. A relação do Direito Administrativo com o Direito Processual é bastante próxima.

Nos aspectos dos processos civil e penal, a relação se dá na própria regulamenta-

ção das respectivas jurisdições. Nos processos administrativos são utilizados princí-

pios característicos de processo comum. O vínculo existe, pois, no que se refere aos

crimes contra a Administração Pública, subordina-se a definição do delito à con-

ceituação de atos e fatos administrativos. Também a Administração Pública possui

prerrogativas de Direito Penal, como nos casos de caracterização de infrações que

dependem das normas penais em branco.

III. A tributação é realizada a partir de relações jurídicas em virtude das quais o

Estado irá, primeiramente, arrecadar os recursos indispensáveis ao funcionamento

da estrutura pública e, em segundo lugar, disciplinará como os tributos serão em-

pregados, tudo conforme a Constituição e as Leis. É daí que afirmamos que o Direi-

to Tributário nasce da necessidade de se fornecer recursos para o funcionamento

da máquina administrativa e de se criar mecanismos que protejam os cidadãos da

ânsia arrecadadora do Poder Público.

IV. Excepcionalmente a Adm. Púb. realiza negócios regidos pelo direito civil, servin-

do-se supletivamente dessa seara do direito como, por exemplo, quando aluga um

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imóvel de um particular que, por sua vez, atuará em pé de igualdade com o locador,

sem privilégios, sem cláusulas exorbitantes.

Artigo 54 da Lei n. 8.666/93. Os contratos administrativos de que trata esta Lei

regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-

-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições

de direito privado.

14. Dentre as assertivas abaixo, é CORRETO afirmar que

a) o Estado é pessoa jurídica e a expressão de sua vontade pode ser entendida

como a decisão do membro de cúpula de cada Poder Pertinente, ou seja, do agente

político.

b) os agentes públicos são mandatários do Estado.

c) o órgão público, ainda que desprovido de personalidade jurídica, pode atuar

em Juízo, na defesa dos seus interesses, em caráter excepcional, desde que exista

expressa previsão legal.

d) a vontade do órgão de representação plúrima ou colegiado deve emanar da

unanimidade ou da maioria das vontades dos agentes que o integram, mesmo em

se tratando de ato de rotina administrativa.

A - A questão peca na medida em que despreza todos os demais agentes públicos,

limitando-os a uma única espécie: os agentes políticos.

B - Essa afirmação adota a teoria do mandato para explicar a relação do Estado

com os agentes públicos. Segundo essa teoria, o Estado (mandante) conferiria, por

meio de uma procuração, poderes a outra pessoa, o agente público (mandatário),

para que esta pratique determinados atos em nome do mandante e sob a respon-

sabilidade deste. Entretanto, essa teoria foi superada e a que é atualmente aceita

é a teoria do órgão.

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C - A jurisprudência e a doutrina nacional têm excepcionalmente reconhecido a

capacidade processual ou “personalidade judiciária” de órgãos públicos de extração

constitucional quando atuam na defesa de suas competências ou prerrogativas fun-

cionais, violadas por ato de outro órgão.

D - Os atos de rotina administrativa dos órgãos colegiados podem ser praticados de

forma monocrática por seu Presidente.

15. No que se refere aos Poderes Administrativos, assinale a alternativa INCOR-

RETA:

a) O ato administrativo submete-se ao controle judicial por força do princípio da

moralidade.

b) O poder regulamentar típico permite complementar a lei e é de caráter derivado.

c) Auto-executoriedade e coercibilidade são atributos do poder de polícia.

d) Os atos de polícia que avultam o princípio da proporcionalidade revelam-se ile-

gais, sendo, portanto, passíveis de anulação pelo Poder Judiciário. 

a) O ato administrativo submete-se ao controle judicial por força do princípio da

INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL.

b) O poder regulamentar típico permite complementar a lei e é de caráter derivado.

c) Atributos do poder de polícia: Autoexecutoriedade, Discricionariedadee Coer-

cibilidade.

d) Os atos de polícia que avultam o princípio da proporcionalidade revelam-se ile-

gais, sendo, portanto, passíveis de anulação pelo Poder Judiciário. 

16. Sobre a extinção dos atos administrativos, é INCORRETO afirmar que:

a) a anulação promovida pela própria Administração decorre do exercício de sua

prerrogativa de autotutela.

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b) a revogação é forma de extinção do ato administrativo válido, de caráter vincu-

lado ou discricionário.

c) a validade ou não do ato de revogação é passível de exame pelo Poder Judiciário.

d) incabível a revogação dos atos cujos efeitos produzidos já restaram consolida-

dos.

A revogação de ato administrativo, que é feita exclusivamente pela administração

pública, por critério de inoportunidade e/ou de inconveniência, só pode ser feita

para atos discricionários, ou seja, não se admite revogação de atos vinculados.

ato vinculado > somente pode ser anulado.

ato discricionário > pode ser anulado ou revogado.

vide súmula 473 stf: a administração pode anular seus próprios atos, quando ei-

vados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou

revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos

adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

17. Sobre a Responsabilidade Civil do Estado é correto afirmar, exceto :

a) As pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus agen-

tes, no exercício de suas funções, causarem a terceiros.

b) Cabível ao Estado ajuizar ação de regresso em face do agente causador do

dano, desde que tenha agido dolosamente, mostrando-se inviável à pretensão se a

conduta foi meramente culposa.

c) O princípio da repartição dos encargos também constitui fundamento da res-

ponsabilidade objetiva do Estado.

d) As pessoas jurídicas de direito privado que prestam serviços delegados serão

responsáveis pelos atos seus ou de seus prepostos, desde que haja vínculo jurídico

de direito público entre o Estado e o delegatário.

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Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado presta-

doras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa quali-

dade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável

nos casos de dolo ou culpa.

18. No tocante aos agentes públicos, é incorreto afirmar que

a) para ser agente público, é mister o vínculo com o Estado, mesmo que não efe-

tivo, mas perene, mediante contrato bilateral e remuneração.

b) os agentes de fato podem ser necessários ou putativos.

c) os agentes putativos desempenham atividade administrativa, mas não têm in-

vestidura no cargo.

d) os agentes necessários apenas se assemelham, mas não são agentes de direito.

a) para ser agente público, é mister o vínculo com o Estado, mesmo que não efeti-

vo, mas perene, mediante contrato bilateral. Os agentes honoríficos (ex: mesários)

não recebem remuneração.

 b) os agentes de fato podem ser necessários ou putativos.

c) os agentes putativos desempenham atividade administrativa, mas não têm in-

vestidura no cargo -> INGRESSARAM IRREGULARMENTE

agentes putativos “os indivíduos que em circunstâncias normais exercem fun-

ções administrativas de maneira a serem reputados, em geral, como agen-

tes regulares, apesar de não estarem validamente providos nos respecti-

vos cargos” (cfr. Sérvulo Correia, in Noções de D. Administrativo, pág. 366).

Igualmente Marcelo Caetano se referia aos agentes putativos como sendo “os indi-

víduos que em circunstâncias normais exercem funções administrativas de maneira

a serem reputados em geral como agentes regulares, apesar de não estarem vali-

damente providos nos respectivos cargos” (cfr. Manual de Direito Administrativo”,

Almedina, vol. II, p. 644).

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d) os agentes necessários apenas se assemelham, mas não são agentes de direito

-> ingressaram de forma emergencial

19. Sobre a organização da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, é correto afir-

mar que

a) tem a incumbência exclusiva para exercício das funções de polícia judiciária

neste Estado.

b) não tem atribuição de polícia de preservação da ordem e segurança pública.

c) é órgão autônomo do Poder Público, subordinada diretamente ao Governador

do Estado.

d) a proteção à incolumidade das pessoas não está inserida em suas atribuições

legais.

A) Além da Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar também

exercem a função de polícia judiciária no âmbito do Estado de Minas Gerais (Cons-

tituição Estadual, art. 142, III)

B) Segundo o art. 136 da Constituição do Estado de Minas Gerais, a segurança pú-

blica, dever do Estado e direito e responsabilidade de todos, é exercida para a pre-

servação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através

dos seguintes órgãos: Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar.

C) Conforme o art. 137 da Constituição do Estado de Minas Gerais “a Polícia Civil,

a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar se subordinam ao Governador do

Estado”

D) Errada.

20. Sobre o funcionamento organizacional da Polícia Civil é correto afirmar que

constituem unidades de atividades finalísticas de funções estratégicas, exceto :

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a) À Corregedoria-Geral de Polícia Civil.

b) À Academia de Polícia Civil.

c) O Departamento de Trânsito.

d) À Superintendência-Geral de Polícia Civil.

Atividades finalísticas = estratégias + táticas.

As letras A, B e C são funções estratégicas.

A letra D, é somente função tática. (Art. 7 do Decreto n. 43.852, de 11/08/2004).

Art. 7º - As unidades de atividades finalísticas da Polícia Civil compreendem o exer-

cício das funções estratégicas e funções táticas, em conformidade com a seguinte

estrutura:

I - unidades de funções estratégicas:

a) Corregedoria-Geral de Polícia Civil;

b) Academia de Polícia Civil;

c) Coordenação-Geral de Segurança; e

d) Departamento de Trânsito.

II - a unidade de funções táticas é constituída pela Superintendência-Geral de Po-

lícia Civil.

A Superintendência-Geral de Polícia Civil não é finalística (executória), pelo contrá-

rio, é lá que são formuladas as estratégias.

21. Considerando-se às obrigações de dar coisa certa, é INCORRETO afirmar que

a) se a coisa perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente con-

dição suspensiva, fica resolvida a obrigação, suportando o proprietário o prejuízo.

b) se a coisa se perder, por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente,

mais perdas e danos.

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c) se a coisa se deteriorar, sem culpa do devedor, poderá o credor, a seu critério,

resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.

d) se a coisa se deteriorar, por culpa do devedor, poderá o credor exigir o equiva-

lente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, sem no entanto, tem direito a

reclamar, em um ou em outro caso, indenização por perdas e danos.

A alternativa incorreta é a letra “d”, pois, segundo o artigo 236 do Código Civil,

“sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa

no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, in-

denização das perdas e danos”. Todas as demais alternativas estão corretas, pois

refletem o texto do art. 234 do Código Civil.

22. As seguintes afirmativas concernentes às obrigações solidárias estão corretas,

EXCETO:

a) a solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

b) a obrigação solidária pode ser pura ou simples para um dos cocredores ou co-

devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.

c) o julgamento contrário a um dos credores solidário não atinge os demais; o

julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao

corredor que o obteve.

d) o credor que tiver remitido a dívida não responderá aos outros pela parte que

lhes caiba.

A alternativa incorreta é a letra “d”, segundo o art. 272 do Código Civil, “o credor

que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela

parte que lhes caiba”. As demais alternativas se encontram nos arts. 265, 266 e

274. Atente-se, entretanto, que o NCPC alterou a redação do art. 274, que passou

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a ser: Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge

os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção

pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles.

23. As seguintes afirmativas concernentes às cláusulas especiais à compra e ven-

da, previstas no Código Civil de 2002, estão corretas, EXCETO:

a) a retrovenda é a cláusula pela qual o vendedor se reserva o direito de readquirir

a coisa do comprador, no prazo máximo de 3 anos, restituindo-lhe o preço mais as

despesas, sendo que esta cláusula só tem valor se o objeto do contrato for imóvel.

b) a preempção ou preferência é a cláusula pela qual o comprador se compromete

a oferecer a coisa ao vendedor, se algum dia se decidir a vendê-la. Podem as partes

fixar prazo máximo de 180 dias para bens móveis e 2 anos para bens imóveis.

c) a venda sujeita à prova entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda

que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adqui-

rente não manifestar seu agrado.

d) reserva de domínio é a cláusula que garante ao vendedor a propriedade de coisa

móvel já entregue ao comprador até o pagamento total do preço, a forma da cláu-

sula será sempre escrita.

A alternativa incorreta é a letra “a”, pois, apesar de o Código Civil dispor, no art.

505, sobre a retroceda para coisas imóveis, a doutrina entende que é possível

estipulá-la também sobre bens móveis, caso em que o seu descumprimento pelo

comprador terá efeito diverso, ou seja, não dará ao vendedor o direito de resgate,

mas, sim, de perdas e danos. As demais alternativas encontram-se nos arts. 513,

509 e 521.

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24. A Lei n. 12.424, de 16 de junho de 2011, inseriu no Código Civil, em seu ar-

tigo 1.240-A e seu parágrafo 1º, uma nova modalidade de usucapião em nosso

ordenamento jurídico, o usucapião familiar. Sobre esta modalidade de usucapião, é

INCORRETO afirmar que

a) permite que um dos ex-cônjuges ou até mesmo ex-companheiros, oponha con-

tra o outro o direito de usucapir a parte que não lhe pertence, possibilitando neste

caso o usucapião entre condôminos.

b) tem como requisito o exercícios de posse direta por 2 anos ininterruptos, sem

oposição e com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m2 ou rural de até

50 hectares.

c) a parte que propõe a ação de usucapião não pode ser proprietária de outro

imóvel urbano ou rural, sendo que o direito de usucapir nesta modalidade não será

reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

d) tem como o requisito o abandono do lar por um dos co-proprietários.

A alternativa incorreta é a letra “b”, pois a usucapião familiar só se admite sobre

imóvel urbano, não havendo no art. 1.240-A a sua previsão para imóvel rural. As

demais alternativas estão de acordo com o dispositivo legal.

25. Considerando-se as formas de aquisição da propriedade do imóvel, é CORRETO

afirmar que

a) a aquisição da propriedade por invenção ou descoberta somente será efetivada

depois de decorrido o prazo de 60 dias da divulgação da notícia pela imprensa e não

se manifestando quem comprove a propriedade sobre a coisa.

b) a aquisição por usucapião de bens móveis poderá ocorrer nas modalidades or-

dinária, com 3 anos de posse, e extraordinária, com 5 anos de posse, sendo que

somente nesta última modalidade será permitido ao possuidor acrescentar à sua

posse a dos seus antecessores.

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c) o constituto possessório e a tradição “brevi manu” são formas de aquisição por

tradição ficta, sendo que no constituto o proprietário de um bem aliena a coisa

a outrem, mas continua como possuidor direto, enquanto que na tradição “brevi

manu” ocorre justamente o contrário.

d) a Confusão, a comissão e a adjunção são modos originários de aquisição da pro-

priedade mobiliária e, assim como na especificação, não produzem espécies novas.

A o art. 1.237 do Código Civil dispõe que, após o referido prazo, a coisa será vendi-

da em hasta pública e, somente sendo de diminuto valor, o Município poderá aban-

doná-la em favor do descobridor.

B a acessão de posse, aplicável à usucapião de coisas móveis (arts. 1.262 e 1.243)

não sofre restrições da lei quanto à modalidade.

C corresponde aos conceitos doutrinários acerca dos dois institutos citados, previs-

tos no art. 1.267, parágrafo único (primeira e última figura) do Código Civil.

D apesar de a Confusão, a comissão e a adjunção serem modos originários de aqui-

sição da propriedade, na especificação ocorre produção de espécie nova.

26. As seguintes afirmativas concernentes aos Direitos Reais de Garantia estão

corretas, EXCETO:

a) podem ser apontadas como características de penhor, da anticrese e da hipo-

teca: o poder de sequela, o direito de preferência, a excussão e a divisibilidade da

garantia.

b) na constituição do penhor, anticrese ou hipoteca é expressamente vedada à im-

posição de cláusula comissória no bojo do contrato.

c) os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declaração sob pena de não terem

eficácia o valor do crédito, sua estimulação, ou estimação, ou valor máximo; o pra-

zo fixado para pagamento; a taxa de juros, se houver; e o bem dado em garantia

com suas especificações.

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d) salvo cláusula expressa, o terceiro que prestar garantia real por dívida alheia

não fica obrigado a substituí-la, ou reforçá-la, quando, sem culpa sua, se perca,

deteriore, ou desvalorize.

Ao contrário do que afirmado, as garantias são indivisíveis (CC, art. 1.421). As de-

mais assertivas estão nos arts. 1.428, 1.425 e 1.427.

27. São características da obrigação alimentar:

a) direito personalíssimo, invariabilidade e reciprocidade.

b) alternatividade das prestações, irrenunciabilidade e repetibilidade.

c) alternatividade das prestações, variabilidade e transmissibilidade sucessória sui

generis da prestação.

d) divisibilidade, imprescritibilidade e intransmissibilidade sucessória sui generis

da prestação.

A obrigação alimentar é variável, podendo ser objeto de revisão judicial conforme

a alteração das condições de alimentante e alimentando. A obrigação alimentar é

irrepetível. A obrigação alimentar é alternativa, segundo o art. 1.701 do Código

Civil, “a pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar o alimentando, ou

dar-lhe hospedagem e sustento, sem prejuízo do dever de prestar o necessário à

sua educação, quando menor”; é também variável, pois pode ser objeto de modi-

ficação conforme a alteração das condições de alimentante e alimentando; é tam-

bém transmissível, conforme o art. 1.700 do Código Civil.

28. Considerando-se os aspectos gerais do casamento, é INCORRETO afirmar que

a) o casamento tem como característica ser um ato personalíssimo, solene, de

união permanente, regido por normas de ordem pública e dissolúvel.

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b) o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, sem que se tenha que alegar

alguma causa ou mesmo sem mais prazo algum.

c) o casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas pela legislação

vigente, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, submetendo-

-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil, contudo, na hipótese de

uma das partes falecer, antes do casamento religioso se reconhecido, não se pode

mais requer os efeitos civis.

d) as causas suspensivas do casamento visam a resguardar interesse público e,

portanto, podem ser opostos por qualquer pessoa capaz até o momento da cele-

bração do casamento.

Segundo o art. 1.524 do Código Civil, “as causas suspensivas da celebração do

casamento podem ser argüidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes,

sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também

consangüíneos ou afins”.

29. As seguintes afirmativas concernentes ao Direito de Sucessão estão corretas,

EXCETO:

a) aberta a sucessão, ou seja, com a morte, a posse e a propriedade dos bens do

falecido são imediatamente transmitidas aos herdeiros legítimos e testamentários,

com exceção do legatário que somente assume a posse com a partilha.

b) não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, contudo, quem renuncia

à herança, não está impedido de aceitar o legado.

c) a cessão dos direitos hereditários pode ser total ou parcial, gratuita ou onerosa,

cabendo sempre aos coherdeiros o exercício do direito de preferência na cota he-

reditária do cedente.

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d) na sucessão testamentária, diferentemente da sucessão legítima, não existe

a previsão para o direito de representação, todavia, poderá o testador consignar

cláusula de substituição com o intuito de estabelecer os efeitos da representação.

Segundo o art. 1.923, “Desde a abertura da sucessão, pertence ao legatário a coi-

sa certa, existente no acervo, salvo se o legado estiver sob condição suspensiva”.

Embora o legatário não tenha de imediato a posse (§ 1º), já tem a propriedade,

segundo o dispositivo legal. As demais alternativas estão de acordo com os arts.

1.808, 1.793 e 1.947 e seguintes.

30. Moisés, falecido em 2010, era casado com Yara, sob regime da comunhão par-

cial de bens. Durante o casamento, os cônjuges não adquiriram bens. O casal teve

2 filhos, Ênio e Laylla. Ênio teve 3 filhos (A, B e C) e faleceu em 2005. Laylla teve

2 filhos (D e E) e renunciou a herança de seu pai Moises. O patrimônio deixado por

Moises foi totalmente adquirido antes do casamento. Assinale a alternativa que in-

dica de forma CORRETA como deverá ser distribuída a herança deixada por Moisés:

a) 1/3 para cada um dos 3 filhos de Ênio de forma igualitária.

b) 1/5 para cada um dos netos do falecido de forma igualitária.

c) 1/4 para Yara, por concorrência e o restante distribuído de forma igualitária en-

tre os 5 netos do falecido.

d) 1/6 para cada um dos netos do falecido de forma igualitária e 1/6 para Yara, por

concorrência.

Inicialmente, falecido o autor da herança esta se transfere, pela ordem de vocação

hereditária disposta no art.1.829 CC, inciso I, aos descendentes em concorrência

com o cônjuge, SALVO, se este (o cônjuge) fora casado com o falecido no regime da

comunhão universal, ou no da separação obrigatória (art. 1.640 parágrafo único),

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ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança NÃO houver deixado

bens particulares. Na hipótese da questão apresentada o casamento fora celebra-

do no regime da comunhão parcial e havia bens particulares, portanto o cônjuge

CONCORRE com os demais descendentes, ou seja, a herança será transferida e

repartida aos descendentes em concorrência com o cônjuge sobrevivente. Portanto

os herdeiros legítimos são, no caso, o Cônjuge sobrevivente - Yara - e os descen-

dentes.

Insta determinar quais são os descendentes que receberão a herança. Quanto aos

descendentes, regra geral, os em grau mais próximo excluem os mais remotos,

salvo o direito de representação (art. 1833 CC), ou seja, no caso em tela, inicial-

mente, a herança, quanto aos descendentes propriamente, seria deferida à Laylla

e ao conjunto dos três filhos de Moisés em representação ao pai pré-morto.

Entretanto, tendo Laylla renunciado à herança e, sendo ela a última de sua classe

(descendentes em primeiro grau - filha), uma vez que seu irmão morrera anterior-

mente, incidem as disposições dos arts. 1.810 e 1.811 do CC.

1.810 CC: Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros her-

deiros da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subsequente.

1.811 CC: Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém,

ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe re-

nunciarem à herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por

cabeça.

Vale dizer, quando Laylla renuncia à herança de seu pai não há mais filhos do de

cujus em condição de receber a herança, neste caso a sucessão se dirige à classe

subsequente, os descendentes de segundo grau, os netos, e, nesse caso, cada um

recebe por direito próprio (e não representando algum ascendente pré-morto) e

por cabeça.

Portanto os herdeiros legítimos são a viúva Yara e os netos do falecido A, B, C, D

e E.

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Finalmente há que se observar como a divisão da herança se dará entre os herdei-


ros legítimos já identificados.
Dispõe o art. 1.832 CC que: “em concorrência com os descendentes (art. 1.829,
inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não
podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos
herdeiros com que concorrer”.
Como todos os descendentes são também netos da cônjuge sobrevivente incide o
regramento do art. 1.832 CC acima exposto.
Em suma, a viúva Yara terá direito à quarta parte da herança (1/4) sendo os 3/4
restantes da herança divididos em partes iguais entre os cinco netos do falecido, na
condição de herdeiros legítimos, por direito próprio e por cabeça.

31. Em relação às Teorias do Delito, assinale a alternativa incorreta:


a) A antinormatividade, de acordo com Zaffaroni, consiste em se averiguar a proi-
bição através da indagação do alcance proibitivo da norma, não considerada de
forma isolada, e sim conglobada na ordem normativa.
b) A culpa imprópria está presente na discriminante putativa, nela, o agente dá
causa dolosa ao resultado, mas responde como se tivesse praticado crime culposo,
em razão de erro evitável pelas circunstâncias.
c) No dolo direto, o agente quer efetivamente produzir o resultado, ao praticar a
conduta típica, e no dolo indireto, o agente não busca com sua conduta resultado
certo e determinado, subdividindo-se em dolo alternativo e eventual.
d) De acordo com a teoria objetiva-formal, há tentativa, quando o agente, de
modo inequívoco, exterioriza sua conduta no sentido de praticar a infração penal.

A) Segundo ZAFARONI, o Ordenamento Jurídico não pode ser incoerente – uma


seara do Direito não pode determinar uma conduta que outra seara proíbe (ex.: se
o processo civil determina a penhora de um bem, o direito penal não pode consi-
derar tal conduta subtração de coisa alheia móvel típico do art. 155 do CP). Logo

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a adequação típica não pode levar em consideração apenas normas penais, a tipi-
cidade deve ser conglobante, levando em conta todo o ordenamento. A tipicidade
conglobante é formada pela tipicidade material (penal) e a antinormatividade do
ato (ato não determinado ou não incentivado por lei de qualquer índole). Adotada
a tipicidade conglobante o estrito cumprimento de um dever legal e o exercício re-
gular de direito incentivado pelo Estado, deixam de excluir a ilicitude para servirem
como causa de atipicidade. Legítima Defesa e Estado de Necessidade não são ex-
cludentes de ilicitude que migraram para a Tipicidade, sob a ótica da tipicidade con-
globante, porque têm fundamento na lei penal, e também porque veiculam apenas
uma permissão (ao contrário do estrito cumprimento do dever legal, que veicula
um mandato e do exercício regular de direito que, quando fomentado pelo Estado,
também cairia na incoerência mencionada). Portanto temos: TIPICIDADE PENAL
= TIPICIDADE FORMAL + TIPICIDADE CONGLOBANTE (TIPICIDADE MATERIAL +
ATOS ANTI-NORMATIVOS – atos não determinados ou não incentivas por lei)
B) Culpa imprópria é aquela em que o agente, por ERRO EVITÁVEL, fantasia certa
situação de fato, supondo estar agindo acobertado por uma excludente da ilicitude
(descriminante putativa), e em razão disso provoca intencionalmente o resultado
ilícito. Apesar da ação ser dolosa, o agente responde por culpa, levando-se em con-
sideração a negligência na apreciação dos fatos para compor o tipo subjetivo (agiu
com dolo mas é punido a título de culpa) - art. 20, § 1º, CP. CULPA POR EQUIPA-

RAÇÃO, POR EXTENSÃO OU ASSIMILAÇÃO.

C) ESPÉCIES DE DOLO

1- Dolo direto ou determinado: configura-se quando o agente prevê um resultado

dirigindo sua conduta na busca de realizar esse resultado. Ex: Homem prevê mor-

te  busca a morte. Diz-se direto o dolo quando o agente quer, efetivamente,

cometer a conduta descrita no tipo, conforme preceitua a primeira parte do art.

18, I, do CP. O agente, nesta espécie de dolo, pratica sua conduta dirigindo-a fina-

listicamente à produção do resultado por ele pretendido inicialmente. É o dolo por

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excelência. Se subdivide em: Dolo direto de 1º grau: é o dolo em relação ao fim

proposto e Dolo direto de 2º grau ou dolo de consequências necessárias:

é aquele relacionado aos efeitos colaterais, representados como necessários a

partir dos e aos meios escolhidos para alcançar o fim proposto. Ex: terrorista, com

o fim de matar uma autoridade pública, explode o avião em que ela estava.- dolo

referente à autoridade:direto de 1º grau; - dolo referente aos demais passageiros:

direto de 2º grau.Dolo de 2º grau não se confunde com Dolo Eventual, pois naque-

le o resultado não diretamente querido é necessário para se alcançar a finalidade

buscada; no dolo eventual, o outro resultado não é necessário, mas sim possível

(eventual). 2- Dolo Indireto ou Indeterminado: O agente com sua conduta não bus-

ca um resultado certo e determinado. Se subdivide em: Dolo Alternativo: o agente

prevê pluralidade de resultados dirigindo sua conduta com igual intensidade a um

ou outro. Esta modalidade de dolo não é reconhecida no Brasil. Ex: Agente deseja

ferir ou matar  busca ferir ou matar.O aspecto volitivo do agente encontra-se

direcionado, de maneira alternativa, seja em relação ao resultado ou em relação à

pessoa contra qual o crime é cometido; e Dolo Eventual: o agente prevê pluralidade

de resultados, buscando realizar um (querido), assumindo o risco de realizar outro

(apenas aceito). O agente, embora não querendo diretamente praticar a infração

penal, não se abstém de agir e, com isso, assume o risco de produzir o resultado

que por ele já havia sido previsto e aceito.Há quem defenda que, por não se poder

identificar a vontade do agente, o dolo eventual seria, na verdade, uma espécie de

culpa punida mais severamente.

D) De acordo com a teoria objetiva-formal, há tentativa quando o agente realiza a

conduta correspondente ao verbo núcleo do tipo (quando começa a subtrair, quan-

do aciona o gatilho da arma para matar etc.). O conceito dado pela questão pode

se amoldar a teoria subjetiva ou a teoria objetiva.

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32. Com relação ao erro de tipo e ao erro de proibição, assinale a alternativa in-
correta:
a) O erro de tipo permissível inescusável é aquele que recai sobre situação de fato,
excluindo a culpabilidade dolosa, mas permitindo a punição do agente a título de
culpa.
b) De acordo com a teoria extremada da culpabilidade, todo e qualquer erro que
recaia sobre uma causa de justificação é erro sobre a ilicitude do fato.
c) O erro, sobre a causa do resultado, afasta o dolo ou a culpa, tendo em vista que
recai sobre elemento essencial do fato.
d) O erro de proibição mandamental é aquele que recai sobre uma norma imposi-
tiva e, se inevitável, isenta o agente de pena.

a) O erro de tipo permissivo isenta de pena de inevitável, mas permite a punição a


título culposo se evitável (caso o delito comporte modalidade culposa).
b) De acordo com a teoria extremada da culpabilidade, todo e qualquer erro que
recaia sobre uma causa de justificação (seja por erro na representação do fato ou
do direito) é erro de proibição (se recai sobre a proibição, só pode se referir à ilici-
tude).
c) O erro de tipo pode ser essencial ou acidental. O erro sobre o nexo causal é erro
acidental. Vejamos a distinção: erro de tipo essencial: recai sobre os dados essen-
ciais do tipo - se alertado para o erro, o agente pára de agir. o erro essencial retira
do sujeito a percepção de que comete um crime. erro de tipo acidental: recai sobre
dados periféricos do tipo. (se alertado, o agente corrige o erro e continua agindo
ilicitamente). O erro acidental não retira do infrator a percepção de que comete um
crime. Ex: “A” vai a um mercado furtar sal; acaba subtraindo açúcar; é erro aciden-
tal. Divide-se em: a) erro sobre objeto; b) erro sobre pessoa; c)erro na execução:
aberratio ictus; d)resultado diverso do pretendido: aberratio delicti; e)desvio cau-

sal: aberratio causae.

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d) Quem não tem potencial consciência da ilicitude está em erro de proibição. O

erro de proibição pode ser direto ou indireto. O direto é aquele que recai sobre nor-

ma incriminadora (que descreve o crime). O indireto (também chamado de discri-

minante putativa por erro de proibição) é aquele que recai sobre norma permissiva/

justificante. O erro de proibição indireto por sua vez se subdivide em erro de proi-

bição sobre a existência da norma justificadora e em relação aos limites da norma

justificadora. O erro de proibição direto também é chamado de mandamental quan-

do a norma incriminadora sobre a qual se equivoca o indivíduo criminaliza um delito

omissivo. Toda norma que criminaliza uma omissão está mandando alguém fazer

alguma coisa: o crime é o não fazer; se pessoa erra sobre a norma incriminadora

omissiva, está errando sobre uma norma mandamental, daí o nome.

33. Com relação à ilicitude e à culpabilidade, assinale a alternativa incorreta:

a) Para a teoria psicológica, a culpabilidade consiste no vínculo psicológico entre o

autor e o fato, podendo ser afastada em virtude de erro ou coação, que suprima o

elemento intelectual e o elemento volitivo do dolo.

b) De acordo com a teoria psicológico-normativa, a culpabilidade tem como pres-

suposto a imputabilidade, sendo composta pelo dolo ou culpa e exigibilidade de

conduta diversa.

c) A prática de fato típico, em razão de obediência à ordem não manifestamente

ilegal de superior hierárquico, exclui a ilicitude por estrito cumprimento do dever

legal.

d) É possível a contraposição de legítimas defesas, agindo um agente em legítima

defesa putativa e o outro em legítima defesa real.

a) Neste caso haveria erro de tipo e a coação seria sempre dirimente (mesmo a

física).

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b)De acordo com a teoria psicológica (do causal naturalismo), a culpabilidade tem
como pressuposto a imputabilidade, sendo composta pelo dolo ou culpa e exigibili-
dade de conduta diversa.
c)A prática de fato típico, em razão de obediência à ordem não manifestamente ile-
gal de superior hierárquico, exclui a ilicitude por estrito cumprimento do dever legal
apenas se adotada a teoria da ação significativa (que inclui a análise das causas de
inexigibilidade de conduta diversa legais e supralegais dentro da ilicitude, enquanto
“permissões fracas”).
d) É possível a contraposição de legítimas defesas se uma ou ambas são putativas.

34. Considerando o Código Penal e as Teorias do Delito é incorreto afirmar que:


a) Com relação ao tipo doloso, o Código Penal Brasileiro adotou as teorias da von-
tade e do assentimento e não a da atividade.
b) A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo é efeito genérico da con-
denação, não necessitando, dessa forma, ser determinada de forma explícita e
fundamentada da sentença penal condenatória.
c) A previsibilidade objetiva é elemento integrante do tipo culposo, podendo a pre-
visibilidade subjetiva ser analisada por ocasião da culpabilidade.
d) De acordo com a teoria finalista, a ação é o comportamento humano voluntário,
dirigido à atividade final lícita ou ilícita.

a) O Código Penal Brasileiro adotou as teorias da vontade, para o dolo direto, e do


assentimento, para o dolo indireto.
b)A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo é efeito específico da con-
denação necessitando ser determinada de forma explícita e fundamentada da sen-
tença penal condenatória.
c)A previsibilidade objetiva é elemento integrante do tipo culposo, podendo a pre-
visibilidade subjetiva ser analisada por ocasião da culpabilidade, na potencial cons-

ciência da ilicitude.

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d) A primeira versão do conceito pré-típico de conduta do finalismo incluía apenas

o comportamento humano voluntário dirigido à finalidade ilícita; devido às críticas

que afirmavam que o conceito não incluía o comportamento culposo (que não se

dirige a finalidade ilícita), Welzel retirou o “ilícito” da parte final do conceito, o que

deixa a assertiva da questão correta.

35. Com relação às penas e sua aplicação, é correto afirmar que

a) conforme a regra geral do Código Penal, o regime inicialmente fechado é cabível

sempre que for o réu reincidente em crime doloso.

b) para fins de detração penal, o tempo de prisão provisória não se computa no do

tratamento ambulatorial, por possuir a medida de segurança prazo indeterminável

e natureza jurídica diversa da pena.

c) nos crimes que envolvam violência doméstica, a Lei nº 11.340/2006 veda a

substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos de prestação

pecuniária ou o pagamento isolado de multa.

d) apesar de não previsto expressamente pela Lei nº 9.605/98, a possibilidade de

aplicação de pena à pessoa jurídica, condenada por crime ambiental, aplicam-se a

elas, subsidiariamente, no que couber, o disposto no art. 44 do Código Penal.

a) O reincidente doloso condenado em pena de detenção começará a cumprir a

pena no regime semi-aberto. O regime fechado para o reincidente é apenas em

caso de condenação a pena de reclusão (ainda assim vide a exceção na Súmula

269 do STJ).

b) Conforme o CP: Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve

ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro es-

tabelecimento adequado. Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e

na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro,

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o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos

referidos no artigo anterior.

c) Conforme a Lei Maria da Penha: Art. 17.  É vedada a aplicação, nos casos de vio-

lência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de

prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento

isolado de multa.

d) As penas aplicáveis às pessoas jurídicas são apenas aquelas previstas especifi-

camente na Lei n. 9.605/1998.

36. Considerando-se a relação de causalidade, é incorreto afirmar que

a) o Código Penal adota a teoria da equivalência dos antecedentes causais.

b) a superveniência de causa relativamente independente exclui o crime quando,

por si só, produzir o resultado, podendo, entretanto, os fatos anteriores serem im-

putados a quem os praticou.

c) o agente que efetua disparo de arma de fogo contra outrem, atingindo-o e, ar-

rependido, leva a vítima para o hospital, vindo esta a falecer, em razão de infecção

hospitalar, responde pelo crime de homicídio consumado.

d) pratica crime comissivo por omissão, o delegado de polícia que, de forma in-

dulgente, deixa de lavrar auto de prisão em flagrante no qual o conduzido é seu

vizinho.

a)o Código Penal adota a teoria da equivalência dos antecedentes causais no caput

do art. 13 e a teoria da causalidade adequada no parágrafo primeiro, do mesmo

dispositivo do CP.

b) quando a causa relativamente independente inaugura um novo desenrolar cau-

sal, gerando consequências extraordinárias, há o rompimento do vínculo de cau-

salidade com o causador do antecedente anterior, que só responderá pelos fatos

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até então praticados (e não pelo resultado final, originado de forma mais próxima

e com maior grau de contribuição a partir da causa relativamente independente

superveniente).

c) Neste caso não há se falar em arrependimento eficaz (uma vez que o resultado

não foi evitado), ou em superveniência de causa relativamente independente (uma

vez que a infecção hospitalar não pode ser considerada desdobramento inesperado

de um ação ofensiva com arma de fogo);

d) Na verdade pratica delito omissivo próprio (e não impróprio, comissivo por omis-

são), in casua prevaricação.

37. Em relação à aplicação da Lei Penal é correto afirmar que:

a) Para aplicação da lei penal no tempo e no espaço, o Código Penal Brasileiro ado-

tou, respectivamente, as teorias do resultado e da ubiquidade.

b) De acordo com o art. 10 do Código Penal, na contagem de prazos penais, não

se computará o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.

c) Pelo princípio da especialidade, o agente que efetua diversos disparos de arma

de fogo para o alto, vindo a causar a morte de dois transeuntes, responde pelos

crimes de homicídio consumado, em concurso formal impróprio, já que a norma

especial afasta a aplicação da norma geral.

d) Com a abolitio criminis procedida pela Lei nº 11.106/2005, para o crime de rap-

to, cessaram todos os efeitos penais advindo de eventuais condenações, permane-

cendo, conduto, os efeitos civis.

A A teoria adotada na aplicação da lei penal no tempo é a da atividade. Art. 4º do

CPB - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que

outro seja o momento do resultado.

B No prazo penal, computa-se o dia do começo.

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C Não há que se falar em concurso formal impróprio, pois não há desígnios dife-

rentes.

Letra “D” - Certo. A questão, porém, baseia-se em corrente minoritária, que de-

fende o abolitio criminis, em razão da diferença entre as narrativas do art. 219 e

do art. 149, 1º, V (este mais amplo). Sugere-se, nos próximos concursos, que o

candidato assinale, caso o tenha como opção, a assertiva que defenda o princípio

da continuidade normativo-típica no caso do rapto.

38. Com relação à legislação especial, é incorreto afirmar que

a) nos crimes contra a ordem tributária, o pagamento do tributo, antes do recebi-

mento da denúncia, caracteriza causa extintiva de punibilidade.

b) motorista de táxi que se distrai conversando com passageiro e atropela pedes-

tre, causando-lhe lesões corporais e é induzido pelo acompanhante a deixar de

prestar socorro à vítima, responde pelo crime de lesão corporal culposa, funcionan-

do a omissão de socorro e a circunstância de estar no exercício da profissão como

causas especiais de aumento de pena, conforme a Lei nº 9.503/97, respondendo o

passageiro pelo crime de omissão de socorro, previsto no art. 135 do Código Penal.

c) a Lei de Tortura prevê exceção, ao princípio da territorialidade, determinando

a aplicação da lei brasileira a crimes ocorridos fora do território brasileiro, sempre

que a vítima for brasileira.

d) para o crime de tráfico ilícito de entorpecentes, a associação eventual constitui

causa de aumento de pena, sendo a associação para o tráfico, prevista no art. 35

da Lei nº 11.343/2006, delito autônomo que demanda comprovação da estabilida-

de e permanência da societas sceleris.

Diferentemente da Lei n, 6.368/1976, a Lei n, 11.343/2006 não contemplou o con-

curso eventual de agentes. STJ - HC 202.760 - SP.

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39. Com relação aos crimes patrimoniais, é incorreto afirmar que


a) segundo entendimento consolidado pelo STF, o crime de estelionato, quando na
modalidade de fraude no pagamento, por meio de cheque, consuma-se no momen-
to e local em que o banco sacado recusa o seu pagamento.
b) o agente que rouba o veículo da vítima e, sem motivação alguma, a coloca no
porta malas, abandonando-a em estrada de município vizinho, responde pelos cri-
mes de roubo e sequestro, em concurso material.
c) o agente que invade estabelecimento comercial anunciando assalto e acaba por
matar o proprietário e um cliente, fugindo em seguida com o dinheiro do caixa e a
carteira do cliente, responde por um só crime de latrocínio, crime complexo em que
a pluralidade de vítimas serve apenas para fixação da pena.
d) agente que, após furtar, em concurso de pessoas, preciosa jóia em shopping
Center, adquire a quota parte, dos demais meliantes, não responde por crime de
receptação, tratando-se de post factum impunível.

Além das duas mortes, houve a subtração de 02 patrimônios: dinheiro do caixa e a


carteira do cliente. Isto afasta a possibilidade de crime único.
A diferença entre entendimentos do STJ e do STF se dá quando há mais de uma
morte e ofensa apenas a um patrimônio. Nesse último caso, para o STJ, há concur-
so formal impróprio. Para o STF, seria crime único, devendo essa circunstância ser
sopesada na individualização da pena.

40. Com relação aos crimes abaixo destacados, é correto afirmar que:
a) é possível a participação de particular no delito de corrupção passiva, já que as
circunstâncias de caráter pessoal elementares ao crime se comunicam.
b) o homicídio praticado com dolo eventual afasta a incidência das circunstâncias
qualificadoras, uma vez que o agente não quer diretamente o resultado, apenas

assume o risco de produzi-lo.

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c) para a configuração do crime de maus tratos, é necessário submeter a vítima a

intenso sofrimento físico ou psíquico, expondo-a a perigo de vida ou de saúde.

d) caracteriza-se o crime de injúria, ainda que as imputações ofensivas à honra

subjetiva da vítima sejam verdadeiras, cabendo exceção da verdade somente se o

ofendido for funcionário público e a ofensa relativa ao exercício de suas funções.

A Por força do art. 30 do CPB: Não se comunicam as circunstâncias e as condições

de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

B É possível praticar homicídio qualificado por dolo eventual

C O intensivo sofrimento é uma elementar do crime de tortura (Lei n. 9.455/1997)

e não do crime de maus tratos.

D Não há possibilidade de exceção da verdade no crime de injúria.

41. Sobre o tribunal do júri é INCORRETO afirmar:

a) Nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes serão alistados de 300

(trezentos) a 700 (setecentos) jurados.

b) Se o interesse da ordem pública reclamar o juiz poderá, logo após o interroga-

tório do acusado, determinar o desaforamento do julgamento.

c) O serviço de jurado é obrigatório e somente compreenderá maiores de 18 anos.

d) Os jurados poderão formular perguntas às testemunhas por intermédio do jui-

z-presidente.

O desaforamento é determinado pelo Tribunal competente e não pelo juízo de pri-

meiro grau. Vide o que ordena o CPP no seu art. 427, literis: “Se o interesse da

ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a

segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do

assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz com-

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petente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca

da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais pró-

ximas.” (grifei)

42. Não haverá o quebramento da fiança quando:

a) Deliberadamente o afiançado praticar ato de obstrução ao andamento do inqué-

rito/processo.

b) Descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança.

c) Resistir injustificadamente a ordem judicial.

d) Deixar de comparecer, por justo motivo, quando regularmente intimado para

ato processual.

Tendo em vista o que determina o CPP no seu art. 341, I, verbis: “Julgar-se-á que-

brada a fiança quando o acusado: I - regularmente intimado para ato do processo,

deixar de comparecer, sem motivo justo;” Há de se frisar que a Letra A ao fazer

menção expressa ao Inquérito Policial (IPL) foge da aplicação do art. 341, II que

abrange literalmente somente a obstrução do processo, prescreve este dispositivo:

“deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo;”

43. Sobre a prisão preventiva é CORRETO afirmar:

a) poderá ser decretada de ofício pelo juiz na fase do inquérito policial.

b) poderá ser decretada em crime doloso, quando se tratar de reincidente, inde-

pendente da pena cominada ao delito.

c) nos casos de violência doméstica poderá ser decretada independentemente da

imposição anterior de medida protetiva.

d) quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa poderá se decretada e

mantida mesmo após superada a dúvida.

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Levando-se em conta o que ordena o CPP no seu art. 313, II, verbis: “II - se tiver

sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, res-

salvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de

dezembro de 1940 - Código Penal;”

44. Sobre a prova pericial é INCORRETO afirmar:

a) O exame de corpo de delito deverá ser assinado por 2 (dois) peritos oficiais,

portadores de diploma de curso superior.

b) O exame de corpo de delito poderá ser realizado qualquer dia e horário, inclu-

sive aos domingos.

c) A autópsia será realizada, em regra, 6 (seis) horas após o óbito.

d) Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a

eventualidade de nova perícia.

Considerando-se que ela contém ERRO fulcral conforme o que ordena o CPP no seu

art. 159, literis: “O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por

perito oficial, portador de diploma de curso superior.”

45. Sobre recursos no processo penal é INCORRETO afirmar:

a) O recurso de agravo, previsto no art. 197 da LEP, tem efeito regressivo.

b) A apelação no juizado especial tem prazo de 10 dias.

c) No juizado especial a parte recorrente pode protestar por apresentar as razões

de apelação perante a turma recursal.

d) O prazo dos embargos de declaração no juizado especial é de 5 (cinco) dias.

Tendo em vista este item está INCORRETO conforme o que ordena a Lei n. 9099/1995,

que no seu art. 82, §1º ordena, verbis: “A apelação será interposta no prazo de

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dez dias, contados da ciência da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu
defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.”

46. Sobre o inquérito policial é INCORRETO afirmar:


a) Tem valor probante relativo.
b) Todas as provas produzidas devem ser repetidas sob contraditório.
c) Vícios do inquérito não nulificam subsequente ação penal.
d) O investigado pode requerer diligências.

Levando-se em conta o que determina o CPP no seu art. 155, literis: “O juiz forma-
rá sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos
colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e ante-
cipadas.”

47. Sobre a prova no processo penal brasileiro é INCORRETO afirmar:


a) A prova sobre o “estado das pessoas” deve observar restrições estabelecidas na
lei civil.
b) A confissão deve ser cotejada com outros elementos de convicção.
c) A narcoanálise constitui método para obtenção de informações úteis à moderna
investigação policial.
d) O juiz pode determinar a realização de prova mesmo antes de iniciada a ação
penal.

Considerando-se que a chamada “narcoanálise” (também conhecido como “soro da


verdade”) é ilícita, à luz do ordenamento jurídico pátrio, pois submete o cidadão
sob investigação a medida invasiva de sua integridade física. Nela o investigado é
entorpecido (p.ex. com barbitúricos por via venosa) com o fim de liberar pensa-

mentos suprimidos ou reprimidos.

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48. Não é condição geral ou especial da ação penal:

a) O pedido.

b) A legitimidade das partes.

c) A entrada do agente no território nacional em caso de extraterritorialidade da

lei penal.

d) A requisição do Ministro da Justiça.

Tendo em vista que o pedido não é uma condição da ação penal, mas a possibilida-

de jurídica do pedido que o é. O pedido é um dos elementos da ação penal, assim

como a causa de pedir.

49. Não poderá ser cumulada com outra medida cautelar

a) a monitoração eletrônica.

b) a proibição de ausentar-se do País, inclusive mediante entrega do passaporte.

c) a fiança.

d) a prisão domiciliar.

Levando-se em conta que D é a única alternativa que enseja interpretação de im-

possibilidade de cumulação. Isso, interpretando-se prisão domiciliar não como me-

dida cautelar, mas sim como forma de cumprimento de prisão pena. Se assim não

for, não há alternativa plausível de resposta.

50. Para determinação da competência, no âmbito do juizado especial criminal,

adota-se:

a) a teoria do resultado.

b) a teoria da ubiquidade.

c) a teoria da atividade.

d) a teoria da informalidade.

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Considerando o que determina a Lei 9099/1995 em seu art. 63, literis: “A com-

petência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração

penal.”

51. A capacidade de diagnosticar e mensurar a dor, alegada em um exame pericial,

constitui um desafio da medicina legal, por se tratar de um dado subjetivo.

O sinal de dor, avaliado pela contagem prévia do pulso ra- dial, compressão do pon-

to doloroso alegado e nova con- tagem do pulso, é denominado pelo epônimo de

sinal de

a) Mulher.

b) Levi.

c) Imbert.

d) Mankof.

Sobre os sinais de dor, FRANÇA (2015), descreve:

Sinal de Mankof (alternativa correta da questão): contagem prévia do pulso radial,

compressão do ponto doloso e nova contagem do pulso. O aumento dos batimentos

seria traduzido como existência de dor;

Sinal de Levi: percebido através das contrações e dilatações da pupila, quando se

comprime o ponto doloroso;

Sinal de Müller (erroneamente colocado na questão como sinal de “mulher”): com

um compasso apropriado, marca-se uma zona circular tátil de certa região onde a

dor se localiza. Delimitado o ponto doloroso dentro desse círculo tátil, sem que o

examinado olhe, comprime-se com o dedo um local que não seja doloroso dentro

do mesmo círculo e, imediatamente, passa-se a comprimir o ponto doloroso. Quan-

do existe simulação, o doente não se apercebe da mudança;

Sinal de Imbert: quando a região dolorosa é um braço ou uma perna, coloca-se o

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paciente em repouso, contam-se as pulsações radiais e, em seguida, manda-se que


ele se apoie na perna dolorosa ou segure um peso com o braço ofendido. O aumen-
to do número de pulsações leva a concluir pela existência da dor.
REFERÊNCIA: FRANÇA, G. V. Medicina Legal, 10ª Ed. Guanabara Koogan, Rio de
Janeiro, Gen, 2015.

52. Constituem fatores, que interferem na evolução da putrefação cadavérica, EX-


CETO:
a) Temperatura ambiente.
b) Espasmo cadavérico.
c) Idade do morto.
d) Umidade do ar.

Entre os mais influentes fatores que interferem na decomposição cadavérica des-


tacam-se a temperatura, a aeração, a higroscopia do ar, o peso do corpo, as con-
dições físicas, a idade do morto e a causa da morte. Além disso, devem ser con-
sideradas a ação bacteriana e a atividade dos insetos necrófagos. Também pode
interferir na aceleração da decomposição de partes do cadáver a presença de uma
ferida ou lesão na pele, servindo assim de porta de entrada às larvas. A putrefa-
ção é mais rápida nos recém-nascidos e nas crianças do que nos adultos. Quanto
mais obeso é o indivíduo, mais rapidamente progride a putrefação. O espasmo
cadavérico é caracterizado pela rigidez abrupta, generalizada e violenta, sem o
relaxamento muscular que precede a rigidez comum (não interfere na putrefação,
que é fenômeno de origem bacteriana). É também chamada de rigidez cadavérica
cataléptica, estatuária ou plástica. Difere da rigidez cadavérica comum, pois esta
se instala progressivamente.
REFERÊNCIA: FRANÇA, G. V. Medicina Legal, 10ª Ed. Guanabara Koogan, Rio de

Janeiro, Gen, 2015.

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53. Representa uma docimásia extrapulmonar:

a) Siálica de Souza-Dinitz.

b) Hidrostática de Galeno.

c) Táctil de Nero Rojas.

d) Visual de Bouchut.

A Docimásia siálica de Souza-Dinitz é a única extrapulmonar entre as opções da

questão. Baseia-se na comprovação de saliva no estômago pela reação de sulfocia-

netos e outras técnicas equivalentes. A presença de saliva pela deglutição fala em

favor da respiração.

B a docimásia “hidrostática de Galeno” é pulmonar.

C a docimásia “tátil de Nerio Rojas” é pulmonar.

D a docimásia “visual de Bouchut” é pulmonar.

54. Considerando as lesões corporais dolosas graves relativas à eventualidade “pe-

rigo de vida”, pode-se afirmar que

a) constitui prognóstico de morte futura.

b) constitui provável complicação letal vindoura.

c) constitui situação concreta de morte iminente.

d) todas as opções listadas acima contemplam o conceito perigo de vida.

Entende-se por perigo de vida um conjunto de sinais e sintomas clinicamente de-

monstrável de uma condição concreta de morte iminente, ou seja, uma ameaça

imediata de êxito letal. Tem como características principais a possibilidade concreta

de morte (fundamento clínico), de ser um quadro objetivo-subjetivo de uma reali-

dade atual e iminente e de representar uma situação passada ou presente e nunca

futura. Não pode ser condicionada a possíveis resultados. Mesmo que esse juízo

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de presunção esteja fundado em conceitos objetivo-subjetivos, exige-se uma rea-

lidade palpável, demonstrando de maneira atual e iminente que a vítima esteja ou

tenha estado em perigo de vida, em face da gravidade da lesão.

55. Denomina-se o processo especial de transformação, que ocorre no cadáver do

feto retido no útero materno, do sexto ao nono mês de gravidez:

a) Maceração.

b) Corificação.

c) Mumificação.

d) Saponificação.

De acordo com França (2015), a maceração é um processo especial de transfor-

mação que sofre o cadáver do feto no útero materno, do sexto ao nono mês de

gravidez.

A corificação é um fenômeno transformativo conservador muito raro, descrito por

Della Volta em 1985, sendo encontrado em cadáveres que foram acolhidos em ur-

nas metálicas fechadas hermeticamente, principalmente de zinco.

A mumificação é processo transformativo conservador associado a ambientes ári-

dos, em regiões de clima quente e seco.

A saponificação ou adipocera é um processo conservador que se caracteriza pela

transformação do cadáver em substância de consistência untuosa, mole e quebra-

diça, de tonalidade amarelo-escura, dando uma aparência de cera ou sabão.

56. No esqueleto, a estimativa do sexo, faz-se pelas características morfológicas

observadas, após a puberdade. Os achados mais evidentes do dimorfismo sexual

são observados no(a)

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a) clavícula.

b) úmero.

c) fêmur.

d) pelve.

A pelve é a estrutura do corpo humano com maior dimorfismo entre os sexos, devi-

do às adaptações que os indivíduos do sexo feminino precisam possuir para abrigar

o feto durante a gravidez e permitir o parto natural. Clavícula está mais associada

ao estudo da idade. Fêmur e úmero estão mais associados a estimativa de estatura.

57. Uma luxação do ombro caracteriza a ação de um instrumento

a) cortante.

b) perfurante.

c) contundente.

d) cortocontundente.

A luxação (deslocamento de um ou mais ossos de uma articulação) é classificada

como uma lesão contusa (ação simples), ou seja, causada por trauma de ordem

mecânica e instrumento de ação exclusivamente contundente (que apenas contun-

de, sem perfurar ou cortar).

58. Constitui um exemplo de asfixia mecânica pura de interesse médico-legal:

a) Sufocação direta.

b) Estrangulamento típico.

c) Enforcamento completo.

d) Esganadura antebraquial.

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Asfixias puras

• Asfixia em ambientes por gases irrespiráveis: confinamento, asfixia por monóxido

de carbono, asfixia por outros vícios de ambientes.

• Obstaculação à penetração do ar nas vias respiratórias: sufocação direta (obs-

trução da boca e das narinas pelas mãos ou das vias respiratórias mais inferiores),

sufocação indireta (compressão do tórax).

• Transformação do meio gasoso em meio líquido (afogamento).

• Transformação do meio gasoso em meio sólido ou pulverulento (soterramento).

Asfixias complexas

• Constrição passiva do pescoço exercida pelo peso do corpo (enforcamento)

• Constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular (estrangulamento)

Asfixias mistas

• Esganadura.

59. A classificação das queimaduras, que considera a profundidade das lesões, é

definida em graus, do primeiro ao quarto. Uma queimadura que apresenta vesícu-

las ou flictenas, contendo líquido seroso, remete-se:

a) primeiro grau.

b) segundo grau.

c) terceiro grau.

d) quarto grau.

Segundo a classificação de Hoffmann, as queimaduras podem se dividir em quatro

graus, resumidamente descritos abaixo:

• 1º Grau – afeta apenas a epiderme e apresenta como aspecto o eritema (verme-

lhidão);

• 2º Grau – Além do eritema, apresentam as lesões desse grau vesículas ou flicte-

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nas, existindo em seu interior líquido amarelo-claro, seroso, rico em albuminas e

cloretos

• 3º Grau – São produzidas geralmente por chamas ou sólidos superaquecidos,

seguindo então a coagulação necrótica dos tecidos moles.

• 4º Grau – São mais destrutivas que as queimaduras do 3º grau e se particulari-

zam pela carbonização do plano ósseo.

60. Retalhos de hímen roto pelo parto vaginal, os quais se retraem constituindo

verdadeiros tubérculos em sua implantação, correspondem a

a) entalhes himenais.

b) hímens cribriformes.

c) carúnculas mirtiformes.

d) chanfraduras vulvo-himenais.

De acordo com França (2015), as carúnculas mirtiformes (ou mitriformes) são re-

talhos de hímen roto pelo coito ou mais propriamente pelo parto, os quais se retra-

em, formando verdadeiros trabéculos. Hélio Gomes os chamava equivocadamente

de “calos do ofício”. O número de carúnculas é variável, sempre de dois a cinco.

Acima desse número são muito raras. O seu conjunto tem sempre o aspecto de

trabéculas, vegetações ou excrescências multiformes, dando a aparência de folha

de mirto, daí seu nome.

61. A Constituição da República de 1988 alargou significativa- mente o campo dos

direitos e garantias fundamentais, por isso é um marco jurídico da transição ao

regime democrático no Brasil. Nesse processo de transição, é acentuada, na Cons-

tituição, a preocupação em assegurar os valores da dignidade e do bem-estar da

pessoa humana, como imperativo de justiça social. Não corrobora com o contexto

acima, este entendimento o argumento:

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a) Os objetivos fundamentais do Estado brasileiro visam à concretização da de-

mocracia econômica, social e cultural, a fim de efetivar na prática a dignidade da

pessoa humana.

b) Os direitos fundamentais, que têm como núcleo a dignidade da pessoa humana,

são elementos básicos para a realização do princípio democrático, tendo em vista

que exercem uma função democratizadora.

c) A Constituição traz a previsão expressa do valor da dignidade da pessoa huma-

na como imperativo da justiça social, mas que deve ceder frente à necessidade de

se preservar a ordem democrática.

d) O valor da dignidade da pessoa humana impõe-se como núcleo básico e infor-

mador do todo o ordena- mento jurídico como critério e parâmetro que orienta a

compreensão do sistema constitucional.

Com base no art. 1º, III da Constituição Federal, o constituinte deixou claro que a

dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República Federativa do

Brasil com afirmação do Estado Democrático de Direito. Isto demonstra que as al-

ternativas A, B e C corroboram com o enunciado da questão.

A questão solicita a alternativa que não corrobora com o enunciado, devendo ser a

“C”, visto que o valor da dignidade humana não deve ser prejudicado para preser-

vação da ordem democrática, pelo contrário, ele é fundamental para a manutenção

da democracia.

62. Os fundamentos do Estado Democrático de Direito, conforme expressos na

Constituição são:

a) Os direitos políticos: votar e ser votado.

b) A cidadania e a dignidade da pessoa humana.

c) Federalismo e República, como formas de organização política.

d) Meio ambiente e cultura, como bens de uso comum do povo.

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Alternativa B está correta com base no art. 1º da Constituição Federal:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Es-

tados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de

Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

63. Os direitos e garantias, enumerados na Constituição, não excluem outros de-

correntes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacio-

nais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Leia e analise as assertivas abaixo:

I – A Constituição atribuiu aos direitos internacionais uma natureza especial e

diferenciada, qual seja, a natureza de norma constitucional.

II – Os direitos enunciados nos tratados de direitos humanos, de que o Brasil é

parte, integram o elenco dos direitos constitucionalmente consagrados.

III – A interpretação sistemática do texto constitucional exige que a dignidade da

pessoa seja o parâmetro orientador para a compreensão do fenômeno cons-

titucional.

Marque a opção CORRETA:

a) apenas as assertivas I e II estão corretas.

b) as assertivas I, II e III estão incorretas.

c) as assertivas I, II e III estão corretas.

d) apenas as assertivas II e III estão corretas.

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Com base no art. 5º  § 2º da Constituição Federal: “Os direitos e garantias expres-

sos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios

por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do

Brasil seja parte.” (assertiva II) e no art. 1º III da Constituição Federal que enuncia

a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República Federativa

do Brasil. (assertiva III).

A assertiva I está incorreta, porque a atribuição de natureza especial e diferencia-

da é somente para as normas de direito internacional em direitos humanos e não

normas internacionais em geral.

64. A criação das Nações Unidas, com suas agências especializadas, demarca o

surgimento de uma nova ordem internacional, inclusive a proteção internacional

dos direitos humanos. Associe abaixo cada órgão enumerado da ONU à sua compe-

tência:

ÓRGÃO

I – Assembléia Geral.

II – Corte Internacional de Justiça.

III – Conselho Econômico e Social.

IV – Conselho de Tutela.

COMPETÊNCIA

a) Fomentar o processo de descolonização e autodeterminação dos povos, a fim

de que pudessem alcançar, por meio de desenvolvimento progressivo, governo

próprio.

b) Promover a cooperação em questões econômicas, sociais e culturais e fazer

recomendações destinadas a promover o respeito e a observância dos direitos hu-

manos.

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c) Discutir e fazer recomendações relativas a qualquer matéria objeto da Carta das

Nações Unidas.

d) Decidir acerca das questões contenciosas e consultivas, todavia somente nas

questões em que os Esta- dos são partes perante ela.

Marque a CORRETA relação:

a) I (c); II (d); III (b); IV (a).

b) I (a); II (d); III (b); IV (c).

c) I (c); II (d); III (a); IV (b).

d) I (d); II (c); III (b); IV (a).

Gabarito em concordância com o disposto nas atribuições e competências de cada

um dos órgãos previsto na Carta das Nações Unidas:

- Assembleia Geral: art. 9º e seguintes.

- Corte Internacional de Justiça: art. 92 e seguintes.

- Conselho Econômico e Social: art. 61 e seguintes.

- Conselho de Tutela: art. 86 e seguintes.

65. O sistema internacional de proteção dos direitos humanos pode apresentar di-

ferentes âmbitos de aplicação, daí poder se falar de sistemas global e regional. O

instrumento de maior importância no sistema interamericano é a Convenção Ame-

ricana de Direitos Humanos, também denominada Pacto de San José da Costa Rica

que

a) foi assinada em San José, Costa Rica, em 1969, tendo como Estados-membros

todos os países das Américas do Norte, Central e do Sul, que queiram participar.

b) substancialmente reconhece e assegura um catálogo de direitos civis, políticos,

econômicos, sociais e culturais, garantindo-lhes a plena realização.

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c) exige dos governantes dos Estados signatários estritamente obrigações de na-

tureza negativas, como por exemplo o dever de não torturar um indivíduo.

d) em face dos direitos constantes no texto, cada Estado-parte deve respeitar e

assegurar o livre e pleno exercício desses direitos e liberdades, sem qualquer dis-

criminação.

Alternativa D está correta de acordo com o disposto no art. 1º da Convenção Ame-

ricana de Direitos Humanos: “Os Estados Partes nesta Convenção comprometem-se

a respeitar os direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno

exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem discriminação alguma

por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer ou-

tra natureza, origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qualquer

outra condição social.”

Alternativa A incorreta, pois somente os Estados da OEA podem participar da Con-

venção Americana de Direitos Humanos.

Alternativa B incorreta, porque a Convenção não assegura a plena realização de di-

reitos econômicos, sociais e culturais.

Alternativa C incorreta porque a Convenção prevê também obrigações positivas para

os Estados de promoção dos direitos humanos,

66. A verdadeira consolidação do Direito Internacional dos Direitos Humanos surge

em meados do século XX, em decorrência da Segunda Guerra Mundial, por isso o

moderno Direito Internacional dos Direitos Humanos é um fenômeno do pós-guer-

ra. Dentre as proposições abaixo, assinale a que não corrobora com o enunciado

acima:

a) O desenvolvimento do Direito Internacional dos Direi- tos Humanos pode ser

atribuído às monstruosas violações de direitos humanos da era Hitler e, após, à

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crença de que somente uma guerra poderia por fim a essas violações no âmbito
internacional para garantir internamente em cada Estado nacional a dignidade da
pessoa humana.
b) A internacionalização dos direitos humanos constitui um movimento extrema-
mente recente da história, surgido a partir do pós-guerra, como proposta às atroci-
dades e aos horrores cometidos durante o nazismo. Se a Segunda Guerra significou
a ruptura com os direitos humanos, o pós-guerra deveria significar sua reconstru-
ção.
c) No momento em que os seres humanos se tornam supérfluos e descartáveis, no
momento em que vige a lógica de destruição, em que cruelmente se abole o valor
da pessoa humana, torna-se necessária a reconstrução dos direitos humanos como
paradigma ético capaz de restaurar a lógica do razoável.
d) A barbárie do totalitarismo significou a ruptura do paradigma dos direitos huma-
nos, por meio da negação do valor da pessoa humana, como valor fonte do direito.
Essa ruptura fez emergir a necessidade da re- construção dos direitos humanos
como referencial e paradigma ético que aproxime o direito da moral.

Gabarito na alternativa A por ser a única que não corrobora com o enunciado, visto
que não é possível afirmar que somente uma guerra poderia por fim a violações
de direitos humanos no âmbito internacional. Pelo contrário, situações de guerra
devem ser evitadas e pela afirmação da paz é que se preserva os direitos humanos.

67. A Declaração Universal dos Direitos Humanos pode ser caracterizada, primei-
ramente por sua amplitude, compreendendo um conjunto de direitos e faculdades,
sem as quais um ser humano não pode desenvolver sua personalidade física, moral
e intelectual. Em segundo lugar, pela universalidade, aplicável a todas as pessoas
de todos os países, raças, religiões e sexos, seja qual for o regime político dos ter-
ritórios nos quais incide. Assinale abaixo a assertiva que é CONTRÁRIA ao enun-

ciado acima:

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a) Como uma plataforma comum de ação, a Declaração foi adotada em 10 de de-

zembro de 1948, pela aprovação de 48 Estados, com 8 abstenções.

b) Objetiva delinear uma ordem pública mundial fundada no respeito à dignidade da

pessoa humana, para orientar o desenvolvimento de uma raça humana superior.

c) Introduz a indivisibilidade dos direitos humanos, ao conjugar o catálogo dos di-

reitos civis e políticos, com o dos direitos econômicos, sociais e culturais.

d) Teve imediatamente, após a sua adoção, grande re- percussão moral ao desper-

tar nos povos a consciência de que o conjunto da comunidade humana se interes-

sava pelo seu destino.

Alternativa B é o gabarito por ser a única contrária ao enunciado, visto que o objeti-

vo da DUDH não é o de delinear uma ordem pública mundial para o desenvolvimen-

to de uma raça humana superior. Este era o anseio do governo de Hitler (ideologia

nazista), que causou tantas violações a direitos humanos no período da Segunda

Guerra Mundial.

68. A concepção universal dos direitos humanos, demarcada pela Declaração Uni-

versal dos Direitos Humanos, sofreu e sofre fortes resistências dos adeptos do

movimento do relativismo cultural. Retoma-se dessa forma o velho di- lema sobre

o alcance das normas de direitos humanos. Associe abaixo as características intrín-

secas a essas concepções:

I – Concepção universalista.

II – Concepção relativista.

(   ) Flexibiliza as noções de soberania nacional e jurisdição doméstica, ao con-

sagrar um parâmetro internacional mínimo, relativo à proteção dos direitos

humanos aos quais os Estados devem se conformar.

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(   ) A noção de direito está estritamente relacionada ao sistema político, econômi-

co, cultural, social e moral vigente em determinada sociedade.

(   ) Cada cultura tem seu próprio discurso acerca dos direitos fundamentais, que

está relacionado às específicas circunstâncias culturais e históricas de casa

sociedade.

(   ) O pluralismo cultural impede a formação de uma moral universal, tornando-se

necessário que se respeitem as diferenças culturais apresentadas em cada

sociedade.

Marque a opção CORRETA, na ordem de cima para baixo.

a) (I) (II) (II) (I).

b) (II) (I) (I) (I).

c) (I) (II) (II) (II).

d) (I) (II) (I) (II).

Alternativa C está correta, visto que somente a primeira assertiva ao propor a flexi-

bilização das noções de soberania nacional e jurisdição doméstica, busca consagrar

um parâmetro mínimo para todos os Estados, na mesma linha seguida pela concep-

ção universalista dos Direitos Humanos. AS demais assertivas apresentam a con-

cepção relativista que busca o respeito das diferenças e valores de cada sociedade,

não existindo uma moral universal que oriente a proteção dos direitos humanos.

69. A Constituição brasileira de 1988 simboliza o marco jurídico da transição de-

mocrática e da institucionalização dos direitos humanos no Brasil. O texto de 1988

empresta aos direitos e garantias ênfase extraordinária, destacando-se como do-

cumento mais avançado, abrangente e pormenorizado sobre a matéria na história

do País.

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Leia e analise as assertivas abaixo:


I – Ao romper com a sistemática das Constituições anteriores, a Constituição de
1988, ineditamente, consagra o primado do respeito aos direitos humanos,
abrindo a ordem jurídica interna ao sistema de proteção internacional desses
direitos.
II – As relevantes transformações internas, decorrentes do processo de democra-
tização, permitiram que os direitos humanos se convertessem em tema fun-
damental na agenda internacional do País, a partir de então.
III – No plano das relações internacionais, tem-se de observar que não houve
inovações na Constituição de 1988, pois a mesma reproduz ainda, no texto,
a antiga preocupação vivida no Império com a dependência nacional e a não
intervenção.
Marque a opção CORRETA:
a) apenas as assertivas I e III estão corretas.
b) Somente a assertiva III está incorreta.
c) apenas as assertivas II e III estão corretas.
d) as assertivas I, II e III estão corretas.

Alternativa B é o gabarito, tendo em consideração que a assertiva III está incorre-


ta, visto que a CF de 1988 traz expressamente em seu art. 4º, a prevalência dos
direitos humanos nas relações internacionais. Vale ressaltar que o termo inedita-
mente da assertiva I pode ser questionado pelo fato da Constituição de 1891, tam-
bém denominada abertura da Constituição aos direitos humanos, consagrava em
seu art. 78 garantias e direitos fundamentais.

70. O sistema internacional de proteção dos direitos humanos apresenta, no âmbito


de aplicação, um sistema global e um sistema regional. Segundo entende a doutri-
na, esses dois sistemas não são incompatíveis, são ambos úteis e complementares.

Todas as assertivas abaixo corroboram com esse entendimento, EXCETO:

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a) Cada um dos sistemas de proteção apresenta um aparato jurídico próprio.

b) O sistema interamericano tem como principal instru- mento a Convenção Inte-

ramericana de Direitos Humanos de 1969.

c) Há atualmente três sistemas regionais principais: o europeu, o interamericano

e o africano.

d) O sistema europeu tem como principal instrumento o Tratado da União Europeia.

Questão anulada pela banca examinadora, visto que existem duas alternativas cor-

retas: B e D. A alternativa B está incorreta, pois o principal instrumento do sistema

interamericano é a Convenção Americana de Direitos Humanos e não Convenção

Interamericana. A alternativa D também está correta, visto que o Tratado da União

Europeia não é o principal instrumento do sistema europeu de proteção dos direi-

tos humanos. Este tratado foi um marco significativo para o processo de unificação

da União Europeia, mas não se relaciona com o sistema europeu de proteção dos

direitos humanos.

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