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UNINOVE – Professora

Teoria Geral do Direito Heloiza Meroto de Luca


Penal
8. Tipicidade. Tipo subjetivo (dolo direto, dolo eventual, culpa
consciente, culpa inconsciente e preterdolo). O erro sobre os
elementos constitutivos do tipo penal.
Tipicidade

É a subsunção, ou seja, o
enquadramento, o encaixe do fato
à lei penal.
DOLO
É a vontade manifestada pelo
agente de realizar a conduta
descrita no tipo penal.

Elementos:

a) Consciência
b) Vontade
Espécies de dolo:

A) Dolo direto ou determinado:


vontade de praticar a conduta
e de produzir o resultado.

B) Dolo indireto ou
indeterminado:

• dolo eventual;
• dolo alternativo.
Dolo eventual

• O agente não quer diretamente o resultado, mas aceita o risco de


produzi-lo.

• Pode ser representado pelo seguinte pensamento: “Eu não quero, mas se
ocorrer, eu assumo”.

• Exemplo: racha.
Dolo alternativo

• O agente não se importa em produzir este ou aquele resultado,


desejando qualquer um dos eventos possíveis.

• Pode ser representado pelo seguinte pensamento: “Eu quero isso ou


aquilo”.

• Exemplo: professora que joga uma granada na sala de aula.


Espécies de dolo:

C) Elemento anímico específico do


tipo: é a vontade de realizar a
conduta visando a um fim
especial previsto no tipo.

Exemplo: extorsão mediante


sequestro, furto, associação
criminosa.
CULPA
É a quebra do dever de cuidado que
deve ocorrer em determinadas
condutas, por meio da negligência,
imprudência ou imperícia, causando
a ocorrência do resultado descrito no
tipo penal.

Elementos:

Previsibilidade objetiva
Quebra do dever de cuidado
Imprudência
Consiste em deixar alguém de tomar o cuidado devido durante a execução da ação.
Exemplo: ultrapassar o farol vermelho.

Negligência
Consiste em deixar alguém de tomar o cuidado devido antes de começar a agir.
Exemplo: não inspecionar os freios do carro.

Imperícia
É a demonstração de inaptidão técnica em profissão ou atividade.
Exemplo: médico que esquece instrumentos cirúrgicos dentro do corpo do paciente.
Espécies de culpa

A) Culpa inconsciente: é a culpa


sem previsão. Nela, o agente
não prevê o que era previsível.

B) Culpa consciente: é aquela na


qual o agente prevê o
resultado, embora não o aceite
como possível.
Quando o crime culposo poderá ser punido?

“Art. 18 - Diz-se o crime:


I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-
lo;
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido
por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.”
Crime Preterdoloso
É uma forma de crime qualificado pelo
resultado no qual o agente age com dolo
na conduta antecedente e com culpa na
produção do resultado.

Exemplos: art. 213, § 2º, do CP; art.


157, § 3º, do CP.

Componentes do crime preterdoloso:

a) Conduta anterior dolosa


b) Resultado agravador culposo
Latrocínio
“Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
(...)
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
multa.”

Estupro seguido de lesão corporal grave ou morte


“Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito)
ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos “
O latrocínio é sempre crime preterdoloso?

O latrocínio não é necessariamente preterdoloso, já que a morte do


agente pode resultar tanto de dolo quanto de culpa.
Quando a morte for acidental (culposa) o crime será preterdoloso.
Exercícios OAB

goo.gl/kMxgS1
OAB/ Exame Unificado – 2013.3
Wilson, competente professor de uma autoescola, guia seu carro por uma avenida à beira-mar. No banco
do carona está sua noiva, Ivana. No meio do percurso, Wilson e Ivana começam a discutir: a moça reclama
da alta velocidade empreendida. Assustada, Ivana grita com Wilson, dizendo que, se ele continuasse
naquela velocidade, poderia facilmente perder o controle do carro e atropelar alguém. Wilson, por sua
vez, responde que Ivana deveria deixar de ser medrosa e que nada aconteceria, pois se sua profissão era
ensinar os outros a dirigir, ninguém poderia ser mais competente do que ele na condução de um veículo.
Todavia, ao fazer uma curva, o automóvel derrapa na areia trazida para o asfalto por conta dos ventos do
litoral, o carro fica desgovernado e acaba ocorrendo o atropelamento de uma pessoa que passava pelo
local. A vítima do atropelamento falece instantaneamente. Wilson e Ivana sofrem pequenas escoriações.
Cumpre destacar que a perícia feita no local constatou excesso de velocidade.
Nesse sentido, com base no caso narrado, é correto afirmar que, em relação à vítima do atropelamento,
Wilson agiu com

(A) culpa consciente.


(B) dolo direto.
(C) dolo eventual.
(D) culpa inconsciente.
OAB/ Exame Unificado – 2013.3
Wilson, competente professor de uma autoescola, guia seu carro por uma avenida à beira-mar. No banco
do carona está sua noiva, Ivana. No meio do percurso, Wilson e Ivana começam a discutir: a moça reclama
da alta velocidade empreendida. Assustada, Ivana grita com Wilson, dizendo que, se ele continuasse
naquela velocidade, poderia facilmente perder o controle do carro e atropelar alguém. Wilson, por sua
vez, responde que Ivana deveria deixar de ser medrosa e que nada aconteceria, pois se sua profissão era
ensinar os outros a dirigir, ninguém poderia ser mais competente do que ele na condução de um veículo.
Todavia, ao fazer uma curva, o automóvel derrapa na areia trazida para o asfalto por conta dos ventos do
litoral, o carro fica desgovernado e acaba ocorrendo o atropelamento de uma pessoa que passava pelo
local. A vítima do atropelamento falece instantaneamente. Wilson e Ivana sofrem pequenas escoriações.
Cumpre destacar que a perícia feita no local constatou excesso de velocidade.
Nesse sentido, com base no caso narrado, é correto afirmar que, em relação à vítima do atropelamento,
Wilson agiu com

(A) culpa consciente.


(B) dolo direto.
(C) dolo eventual.
(D) culpa inconsciente.
OAB/ Exame Unificado – 2012.3
Platão, desejando matar Sócrates, entrega a Aristóteles uma arma, fazendo-o supor,
erroneamente, que está desmuniciada e, portanto, incapaz de oferecer qualquer perigo. Ao
perceber que Aristóteles está manuseando a arma e que sequer conferiu a informação dada no
sentido de que não havia balas no seu interior, Platão induz Aristóteles a acionar o gatilho na
direção de Sócrates. Assim é feito e Sócrates acaba falecendo em decorrência do tiro que levou.
Com base na situação descrita, assinale a afirmativa correta.

(A) Platão praticou homicídio doloso e Aristóteles, homicídio culposo.

(B) Platão participou, dolosamente, do crime culposo de Aristóteles.

(C) É possível verificar-se o concurso de pessoas.

(D) Platão agiu com dolo direto e Aristóteles, com dolo eventual.
OAB/ Exame Unificado – 2012.3
Platão, desejando matar Sócrates, entrega a Aristóteles uma arma, fazendo-o supor,
erroneamente, que está desmuniciada e, portanto, incapaz de oferecer qualquer perigo. Ao
perceber que Aristóteles está manuseando a arma e que sequer conferiu a informação dada no
sentido de que não havia balas no seu interior, Platão induz Aristóteles a acionar o gatilho na
direção de Sócrates. Assim é feito e Sócrates acaba falecendo em decorrência do tiro que levou.
Com base na situação descrita, assinale a afirmativa correta.

(A) Platão praticou homicídio doloso e Aristóteles, homicídio culposo.

(B) Platão participou, dolosamente, do crime culposo de Aristóteles.

(C) É possível verificar-se o concurso de pessoas.

(D) Platão agiu com dolo direto e Aristóteles, com dolo eventual.
Ano: 2008
Banca: CESPE
Órgão: OAB
Prova: Exame de Ordem

É elemento do crime culposo:

a) a observância de um dever objetivo de cuidado.

b) o resultado lesivo não querido, mas assumido, pelo agente.

c) a conduta humana voluntária, sempre comissiva.

d) a previsibilidade.
Ano: 2008
Banca: CESPE
Órgão: OAB
Prova: Exame de Ordem

É elemento do crime culposo:

a) a observância de um dever objetivo de cuidado.

b) o resultado lesivo não querido, mas assumido, pelo agente.

c) a conduta humana voluntária, sempre comissiva.

d) a previsibilidade.

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