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ESTAMOS AQUI
A BASE:
ELEMENTOS DO CRIME
1. FATO TÍPICO
2. FATO ILÍCITO
3. FATO CULPÁVEL
1º ELEMENTO DO CRIME:
FATO TÍPICO
FATO TÍPICO
● CONDUTA: É o comportamento desenvolvido pelo
indivíduo buscando atingir determinado objetivo;
● RESULTADO: É a alteração exterior que foi produzida
através do ato praticado;
● NEXO CAUSAL: É a relação que existe entre a conduta
que foi praticada pelo indivíduo e o resultado do ato, é o
elo entre os dois;
● TIPICIDADE: É a previsão legal de determinado tipo.
OMISSÃO PRÓPRIA
-A OMISSÃO ESTÁ DESCRITA NO PRÓPRIO TIPO PENAL
-DEVER DE AGIR
O sujeito tem o dever geral de proteção, O sujeito tem o dever jurídico de proteção.
atribuído a todos.
Crimes de mera conduta: aquele que não Crimes materiais: o agente é responsável
há um resultado naturalístico. por NÃO ter evitado o resultado.
ATENÇÃO:
Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser
punido por fato previsto como crime, senão quando o
pratica dolosamente.
TEORIA DO FERRE-SE:
CONSCIÊNCIA VONTADE TRADUÇÃO
DOLO DIRETO PREVÊ QUER QUERO
FERRAR
MESMO
DOLO EVENTUAL PREVÊ ASSUME O QUE SE FERRE
RISCO
CULPA PREVÊ ACHA QUE FERROU
CONSCIENTE PODE EVITAR
CULPA NÃO PREVÊ NÃO QUER NEM
INCONSCIENTE FERRANDO
ITER CRIMINIS:
ATOS ATOS
COGITAÇÃO CONSUMAÇÃO
PREPARATÓRIOS EXECUTÓRIOS
TENTATIVA
CRIME IMPOSSÍVEL
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
• SOBRE A PESSOA
• NA EXECUÇÃO
• RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO
• DETERMINADO POR TERCEIRO
→ Sobre a pessoa:
● Artigo 20, § 3º, do Código Penal
● O erro é de identificação.
● Não isenta de pena. Não se consideram, neste caso,
as condições ou qualidades da vítima, senão as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o
crime.
→ De execução:
● Artigo 73, do Código Penal
● O erro é no alvo.
● Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução,
o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia
ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no
§ 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida
a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra
do art. 70 deste Código.
→ Resultado diverso do pretendido:
● Artigo 74, do Código Penal
● Bens jurídicos diferentes.
● Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou
erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do
pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é
previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado
pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
→ Determinado por terceiro:
• Exemplo: Um médico, com intenção de matar seu
paciente, induz dolosamente a enfermeira a ministrar dose
letal ao enfermo.
• Caso o paciente morra, pela regra do 20, § 2º, do Código
Penal, a enfermeira não poderá ser responsabilizada (a não
ser que se comprove culpa). O médico responderá por
homicídio doloso, pois tinha a intenção clara de matar o
paciente.
COMO CAI NA OAB?
Yuri foi denunciado pela suposta prática de crime de estupro qualificado em
razão da idade da vítima, porque teria praticado conjunção carnal contra a
vontade de Luana, de 15 anos, mediante emprego de grave ameaça. No
curso da instrução, Luana mudou sua versão e afirmou que, na realidade,
havia consentido na prática do ato sexual, sendo a informação confirmada
por Yuri em seu interrogatório.
Considerando apenas as informações expostas, no momento de apresentar
alegações finais, a defesa técnica de Yuri deverá pugnar por sua absolvição,
sob o fundamento de que o consentimento da suposta ofendida, na hipótese,
funciona como:
A) Causa supralegal de exclusão da ilicitude.
B) Causa legal de exclusão da ilicitude.
C) Fundamento para reconhecimento da atipicidade da conduta.
D) Causa supralegal de exclusão da culpabilidade.
RESPOSTA CORRETA: C
Diante do narrado, estaríamos diante do crime de estupro, onde deve
existir violência ou grave ameaça. Em um primeiro momento, tem-se
que o ato se deu ante emprego de grave ameaça, porém, em seguida,
Luana disse que consentiu. Com o consentimento, não estão
preenchidas todas as elementares do tipo penal e, assim, estamos
diante de atipicidade de conduta, devendo o crime ser afastado.
Art. 213, CP: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça,
a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique
outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
2º ELEMENTO DO CRIME:
FATO ILÍCITO
FATO ILÍCITO
- ILICITUDE
Dentre as excludentes, tem-se:
CRITÉRIO • Menoridade
BIOLÓGICO
TIPOS DE EMBRIAGUEZ
● Voluntária: o indivíduo ingere bebida alcoólica,
querendo ou não se embriagar;
● Preordenada: o indivíduo ingere bebida alcoólica
para o cometimento de crimes;
● Involuntária:
- Caso fortuito (bebeu por acidente)
- Força maior (foi obrigado a beber)
COMO CAI NA OAB?
Tony, a pedido de um colega, está transportando uma caixa com cápsulas que
acredita ser de remédios, sem ter conhecimento que estas, na verdade,
continham Cloridrato de Cocaína em seu interior. Por outro lado, José transporta
em seu veículo 50g de Cannabis Sativa L. (maconha), pois acreditava que
poderia ter pequena quantidade do material em sua posse para fins medicinais.
Ambos foram abordados por policiais e, diante da apreensão das drogas,
denunciados pela prática do crime de tráfico de entorpecentes.
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Tony e José
deverá alegar em favor dos clientes, respectivamente, a ocorrência de:
A) Erro de tipo, nos dois casos.
B) Erro de proibição, nos dois casos.
C) Erro de tipo e erro de proibição.
D) Erro de proibição e erro de tipo.
RESPOSTA CORRETA: C
Tony tinha uma falsa percepção da realidade, sendo que não
tinha conhecimento sobre o que de fato estava transportando,
enquanto José sabia exatamente do que se tratava o produto,
mas acreditava que, naquelas circunstâncias, a sua conduta era
permitida.
Art. 33, Lei nº 11.343/06: Importar, exportar, remeter, preparar, produzir,
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito,
transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
Art. 20, CP: O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime
exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
Art. 21, CP: O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a
ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la
de um sexto a um terço.
CONCURSO
DE CRIMES
CONCURSO MATERIAL
ART. 69, CP - Quando o agente, mediante mais de uma ação
ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não,
aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade
em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de
penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
CONCURSO FORMAL
ART. 70, CP - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais
grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas
aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas
aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é
dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos,
consoante o disposto no artigo anterior.
● PRÓPRIO: ocorre entre os crimes culposos, ou então
entre um crime doloso e um crime culposo.
ATENÇÃO!
→ No crime formal próprio, aplica-se a pena de um dos
crimes, aumentada de um 1/6 a 1/2.
● IMPRÓPRIO: A conduta dolosa do agente e os crimes
concorrentes derivam de desígnios autônomos.
ATENÇÃO!
→ No crime formal impróprio, as penas serão aplicadas
cumulativamente (serão somadas), assim como no
concurso material.
CONTINUIDADE DELITIVA
ART. 71, CP - Quando o agente, mediante mais de uma
ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma
espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de
execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes
ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a
pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave,
se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto
a dois terços.
ATENÇÃO!
Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com
violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, aumentar a pena
de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o
triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75
deste Código
COMO CAI NA OAB?
Félix, com dolo de matar seus vizinhos Lucas e Mário, detona uma
granada na varanda da casa desses, que ali conversavam
tranquilamente, obtendo o resultado desejado. Os fatos são
descobertos pelo Ministério Público, que denuncia Félix por dois crimes
autônomos de homicídio, em concurso material. Após regular
procedimento, o Tribunal do Júri condenou o réu pelos dois crimes
imputados e o magistrado, ao aplicar a pena, reconheceu o concurso
material. Diante da sentença publicada, Félix indaga, reservadamente,
se sua conduta efetivamente configuraria concurso material de dois
crimes de homicídio dolosos. Na ocasião, o(a) advogado(a) do réu, sob
o ponto de vista técnico, deverá esclarecer ao seu cliente que sua
conduta configura dois crimes autônomos de homicídio,
A) Em concurso material, sendo necessária a soma das penas
aplicadas para cada um dos delitos.
B) Devendo ser reconhecida a forma continuada e,
consequentemente, aplicada a regra da exasperação de uma das
penas e não do cúmulo material.
C) Devendo ser reconhecido o concurso formal próprio e,
consequentemente, aplicada a regra da exasperação de uma das
penas e não do cúmulo material.
D) Devendo ser reconhecido o concurso formal impróprio, o que
também imporia a regra da soma das penas aplicadas.
RESPOSTA CORRETA: D
Félix adotou uma só conduta (detonar uma granada na varanda da casa
de Lucas e Mário) para o resultado desejado (matá-los). Assim, deve
responder em concurso formal de crimes, sendo que é, ainda, o
concurso formal classificado como impróprio, justamente pelo desígnio
autônomo, ou seja, pela vontade de cometer os dois crimes, ainda que
com uma só conduta.
Art. 70, CP: Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer
caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
DAS PENAS
DOSIMETRIA DA PENA:
1ª fase – pena-base (art. 59, CP)
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS:
● CRIME+CRIME= REINCIDÊNCIA
● CRIME+CONTRAVENÇÃO= REINCIDÊNCIA
● CONTRAVENÇÃO(BRASIL)+CONTRAVENÇÃO=
REINCIDÊNCIA
● CONTRAVENÇÃO+CRIME= NÃO
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência
contra a mulher na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício,
ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer
calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
ATENUANTES:
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70
(setenta) anos, na data da sentença;
II - o desconhecimento da lei;
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime,
evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento,
reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de
ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o
provocou.
3ª fase – causas de aumento e de diminuição
de pena
EXEMPLOS:
● Caso de diminuição de pena
Art. 121, § 1º: Se o agente comete o crime impelido por motivo
de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
● Caso de aumento de pena
Art. 121, § 4º: No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato
socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato,
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a
pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
REGIME INICIAL
Art. 33, § 2º, CP - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
PRIMÁRIO Pena superior a 8 anos Pena superior a 4 anos e que Pena de até 4 anos.
não exceda 8 anos.
● Art. 44, § 3º, CP: Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja
socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em
virtude da prática do mesmo crime.
● SEGUIDA DE MORTE:
- Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o
agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de
produzi-lo (preterdolo).
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A
SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO
Art. 122, CP. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a
praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
● PRIVILEGIADO
Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa
furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
pena de multa.
FURTO QUALIFICADO
● IMPRÓPRIO
Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,
emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de
assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si
ou para terceiro.
Súmula 582, STJ:
Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve
tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação
da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica.
EXTORSÃO
Art. 158, CP - Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem
indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a
dez anos, e multa.
BOA PROVA!