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PENAL
Iter criminis; Desistência Voluntária e Arrependimento eficaz;
Arrependimento
Professora Brisa Correia
posterior
Consumação e Tentativa
Art. 14 CP
Diz-se o crime:
I- consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
II- tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
§ único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída de um a dois terços.
Crime tentado ocorre quando, INICIADA A EXECUÇÃO, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente.
Em alguns casos, expressamente previstos em lei, os atos preparatórios foram alcançados pelo
legislador penal à categoria de delito autônomo. Por ex.: associação criminosa (art. 288)
Conduta dolosa;
Prática de atos de execução;
Não consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Tentativa perfeita, acabada, ou crime falho: ocorre quando o agente esgota todos os meios que
tinha ao seu dispor a fim de alcançar a consumação da infração penal, que somente não ocorre
por circunstâncias alheias à sua vontade.
Tentativa imperfeita ou inacabada: ocorre quando o agente é interrompido durante a prática dos
atos de execução, não chegando a fazer tudo aquilo que intencionava visando consumar o
delito.
Tentativa branca ou incruenta
Acontece quando é aquela na qual a vítima não chega a ser fisicamente atingida, ou seja, quando ela
fica incólume.
A tentativa incruenta ou branca ganha relevância no contexto prático porque será necessário analisar
cuidadosamente qual era o dolo do agente com a prática da conduta. Como ela não atinge fisicamente
a vítima, somente o caso concreto poderá dizer qual era realmente o dolo do agente, se de matar ou
lesionar. E até mesmo, se não se tratava de uma atitude jocosa.
A tentativa imperfeita ocorre quando o agente, por fatores alheios a sua vontade, não esgota os meios de
execução ao seu alcance, dentro daquilo que considera suficiente para alcançar o resultado pretendido.
Certo Errado
Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz
Art. 15 CP
“O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só
responde pelos atos já praticados.”
Desistência voluntária: o agente, voluntariamente, cessa a prática dos atos executórios, deixando de perseguir
o resultado inicialmente desejado. (o processo de execução do crime ainda está em curso).
O agente só responde pelas infrações penais que já cometeu até o momento da desistência.
A vontade tem que ser própria do agente, ainda que venha de indução por circunstâncias externas.
Fórmula de Frank:
“posso prosseguir, mas não quero” = DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
“quero prosseguir, mas não posso” = TENTATIVA
Arrependimento eficaz: o agente pratica todos os atos de execução, mas busca impedir o resultado. (a
execução do crime já foi encerrada)
Ou seja, após esgotar todos os meios de que dispunha para chegar à consumação da infração penal, arrepende-
se e atua em sentido contrário, evitando a produção do resultado inicialmente pretendido.
Arrependimento posterior
Art. 16 CP
“ Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até
o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois
terços.” (causa geral de diminuição de pena) – art. 65, III, b.
• AQUI, O RESULTADO OCORREU!!!!
O benefício maior é para a vítima que para o infrator, pois aquela terá seu prejuízo amenizado, através da
reparação do dano ou da restituição da coisa.
Certo Errado
Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: TJ-SC Prova: FGV - 2021 - TJ-SC - Titular de Serviços de Notas e de Registros –
Remoção
Matheus, inconformado com a participação de Gustavo e Nilza, pais de sua ex-companheira Mariana, no fim de
seu relacionamento, decide praticar um crime de roubo na residência do rico casal. Para isso, compra cordas e
elásticos, que utilizaria para amarrar as mãos das vítimas, além de um simulacro de arma de fogo. Momentos
antes da prática delitiva, quando Matheus se preparava para sair de casa, Mariana liga e demonstra interesse em
retomar a relação, o que faz com que Matheus decida não mais ir até a casa de Gustavo e Nilza, mas sim ao
encontro de Mariana.
Considerando apenas as informações expostas, é correto afirmar que a conduta de Matheus é:
a) típica, mas deve ser reconhecida a causa de diminuição de pena da tentativa em seu patamar mínimo, tendo
em vista que o critério a ser observado para definir o quantum de redução de pena é a gravidade do delito;
b) típica, mas deve ser reconhecida a causa de diminuição de pena da tentativa em seu patamar máximo, já que o
critério a ser observado no quantum de redução de pena é o iter criminis percorrido;
c) atípica, em razão de não ter sido iniciada a execução;
d) atípica, em razão do arrependimento eficaz;
e) atípica, em razão da desistência voluntária.