Você está na página 1de 50

Iter criminis

O caminho do crime
Iter Criminis

Corresponde às etapas percorridas pelo agente para a


prática do crime.

É um estudo que só se aplica aos crimes dolosos.

Fases:
Cogita
Prepara
Executa
Consuma
Preparação
O agente busca meios para realizar a conduta
criminosa. Ele se prepara para a prática do crime.

• Obs. em regra os atos preparatórios são impuníveis.

• Exceção: serão puníveis se forem considerados


delito autônomo (crime de empreendimento ou
de atentado).
Ex: Art. 288 CP (associação criminosa)
Atos executórios
A partir desta fase é possível falar em atuação do
Direito Penal. Iniciada a execução, pode-se ocorre:

1º) Consumação;
2º) Tentativa;
3º) Desistência voluntária ou arrependimento eficaz.

Classificação importante de crimes:


Crimes unissubsistente - (que não admitem o
fracionamento da execução), pois, realizado o ato, o
crime já estará consumado.

Crime plurissubsistente – a execução do crime


pode ser fracionada
Quanto ao número de atos exigidos para sua
consumação
Consumação
Considera-se consumado o crime quando se
reúnem todos os elementos da sua definição legal.
(art. 14, I, do CP: consumado, quando nele se
reúnem todos os elementos de sua definição legal).

Obs. A Consumação se dá de acordo com a


natureza do crime:
Consumação
• 1º) Crime material: consuma-se com a realização
do resultado naturalístico.
• 2º) Crime formal ou de consumação
antecipada: consuma-se com a realização da
conduta descrita no tipo, independentemente de
resultado naturalístico. Art. 158 e 159 do CP
• 3º) Crime de mera conduta: consuma-se com a
realização da conduta. Não há previsão de resultado
naturalístico.
• 4º) Crimes de Perigo: consuma-se com a
exposição do bem a perigo de dano.
• 5º) Crimes permanentes: tem a consumação
prolongada no tempo, até que cesse a conduta do
agente.
Consumação
• 6º) Crime Habitual: consuma-se com a reiteração
da conduta típica (Ex: casa de prostituição,
Exercício ilegal da medicina).
• 7º) Crime Qualificado pelo resultado: consuma-
se com a produção do resultado agravador (Ex:
lesão corporal seguida de morte).
• 8º) Crime omissivo próprio: consuma-se no
momento em que o agente deixa de praticar a
conduta imposta pelo tipo penal.(Omissão de
socorro)
• 9º) Crime omissivo impróprio (ou comissivo
por omissão): consuma-se com a produção do
resultado naturalístico. (Agente garantido) dever de
agir e não agiu)
Exaurimento ou crime esgotado
• O exaurimento não é fase do iter crimines
(majoritário)

• São os acontecimentos posteriores ao iter criminis.


O exaurimento não compõe o iter criminis.

• Obs. Pode ser considerado para fixação da pena,


nos moldes do art. 59 do Código Penal. Em outras
hipóteses, o exaurimento pode funcionar como
qualificadora (Ex: art. 317, § 1º, do CP).
Tentativa
• Inicio da execução o crime pode se consumar
ou não se consumar por circunstâncias alheias à
vontade do agente.

• Previsão legal: norma de extensão temporal do


art. 14, II, do Código Penal (II - tentado, quando,
iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente).
• Obs. Valoração da Pena na tentativa (1/3 a
2/3)
• Quanto mais perto da consumação do crime
(quanto mais o iter criminis tenha sido percorrido),
menor será a redução da pena.

• Ex: Tentativa de Homicídio com disparo de arma de


fogo.
1. a vítima fica internada durante meses e consegue
sobreviver.
2. levou vários tiros em sua direção, mas nenhum
acertou a vítima
Desistência Voluntária e Arrependimento
Eficaz
• Linha do tempo

Execução Fim de execução Consumação

Desistência Arrependimento Arrependimento


Voluntária eficaz posterior
Desistência Voluntária e Arrependimento
Eficaz
• Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste
de prosseguir na execução ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já
praticados.

• Tentativa Abandonada: gênero que possui


duas espécies (desistência e arrependimento)
• É a hipótese em que o agente, embora tenha
iniciado a execução do crime, voluntariamente a
abandona. A desistência voluntária e o
arrependimento eficaz são espécies de tentativa
abandonada.
Desistência Voluntária e Arrependimento
Eficaz
• Desistência Voluntária
• É hipótese em que agente, embora iniciada a
execução do crime, desiste voluntariamente de
prosseguir nos atos executórios, não ocorrendo a
consumação do crime planejado.
• Ex: agente ingressa dentro do veículo para furtar o
som do carro. Quando consegue desconectar o
aparelho, desiste de levá-lo embora.
• Ex: agente possui 10 balas na pistola para matar a
vítima. Desfere o primeiro tiro e erra. Após, desiste
de prosseguir em seu intento criminoso.
• Desistência voluntária x Tentativa

Tentativa Disparo de alarme sonoro, acender a


luz de uma janela, pedestre passando
pelo local
Des. Voluntária Pedido de terceiro – um pensamento
autrísta
• Desistência voluntária x Tentativa

Tentativa simples Des. Voluntária (art. 15


(art. 14, I CP 1ªparte, do CP

Elementos *Início da execução *Início da execução


*Não consumação por *Não consumação por
circunstâncias alheias circunstâncias alheias a
a vontade do agente vontade do agente
* Resultado possível * Resultado possível
Dolo Dolo de consumação Dolo de consumação -
abandonado

Fórmula de O agente quer O agente pode prosseguir,


Frank prosseguir, mas não mas não quer.
pode
Consequências Diminuição de pena de O agente só responde pelos
1/3 a 2/3 (regra) atos já praticados (se típicos)
Desistência Voluntária e Arrependimento
Eficaz
• Obs. Voluntariedade
• A desistência deve ser voluntária e não
espontânea. Vale dizer, se a desistência ocorreu
livre de coação. O fato de existir influência externa
não desnatura o instituto, desde que seja
voluntária.

• Ex: no momento em que o agente vai furtar o som


do carro, recebe um telefone da mãe, dizendo para
não praticar o crime (embora não tenha sido
espontânea, foi voluntária).
Elementos da Desistência Voluntária

• 1º) Início da Execução.


• 2º) não consumação do crime em razão da
vontade do agente.
• Arrependimento Eficaz (arrependimento ativo
ou resipiscência)

• Depois de praticados todos os atos executórios


aptos alcançar resultado do delito, o agente se
arrepende e voluntariamente impede que o crime
se consume.

• Ex: o agente dispara todos os projéteis de sua


pistola, os quais acertam a vítima. Após, ele se
arrepende e voluntariamente presta socorro a ela,
evitando sua morte.
• Arrependimento Eficaz
• Obs1. O arrependimento deve ser eficaz. Desse
modo, deve o agente evitar a consumação do
delito.
• Obs2. O arrependimento eficaz situa-se após a
prática dos atos executórios e antes da
consumação.
• Obs3. Voluntariedade
O arrependimento deve ser voluntário e não
espontâneo. Vale dizer, se o arrependimento
ocorreu livre de coação. O fato de existir influência
externa não desnatura o instituto, desde que seja
voluntário.
• Elementos:
• 1º) Pressupõe o esgotamento de todos os atos
executórios;
• 2º) Só tem cabimento nos crime materiais,
pois o tipo penal exige a ocorrência de
resultado naturalístico.
• Obs. Não é possível o arrependimento eficaz nas
hipóteses de crime de mera conduta, de crime
formal e de crimes unissubsistente.
• Arrependimento Eficaz (arrependimento ativo
ou resipiscência)

• Consequências:
• O agente responde pelos atos até então praticados,
não havendo que se falar em responsabilização por
tentativa do crime inicialmente planejado.

• Atenção: NÃO RESPONDE PELO CRIME


PLANEJADO NA FORMA TENTADA!!!!
• Observações finais:
• 1º) se o arrependimento for ineficaz, o agente
responderá normalmente pelo delito, com a
aplicação circunstância atenuante prevista no art.
65, III, "b", 1º parte, do Código Penal.

Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a


pena
III - ter o agente
b) procurado, por sua espontânea vontade e com
eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-
lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento,
reparado o dano;
• Arrependimento Eficaz E DESISTÊNCIA
VOLUNTÁRIA

• Observações finais:
• 1º) Ponte de Ouro:
trata-se de espécie de direito premial, delineando-se
como um benefício outorgado pela legislação ao
infrator que, voluntariamente, evitou que o
resultado de sua ação criminosa se produzisse. Diz-
se ponte de ouro porque retira o criminoso do
âmbito da ilegalidade e o coloca novamente na
seara da licitude. Apontam-se como hipóteses de
Ponte de Ouro a desistência voluntária e o
arrependimento eficaz (art. 15 do Código Penal).
• Arrependimento Eficaz E DESISTÊNCIA
VOLUNTÁRIA

• Observações finais:
• 2º) Os crimes culposos são incompatíveis com a
tentativa abandonada (desistência voluntária e
arrependimento eficaz).
• 3º) Dica: eu me arrependo daquilo que eu já fiz.
Eu desisto daquilo que estou fazendo.
• Questão

Tício voltando do culto evangélico é abordado por


Mévio. Tal indivíduo, mediante grave ameaça
exercida por meio do emprego de uma arma de
fogo, exigiu que Tício lhe entregasse a carteira e o
aparelho de telefone celular. Tício, quase que por
instinto, ajoelhou-se e bradou: “Meu Deus, me
proteja”. Comovido com a reação da vítima, Mévio
pediu para que ele se acalmasse desistindo do
crime e abaixando a arma.
Na sequência, ainda sem acreditar no que estava
acontecendo, Tício saiu correndo e acionou a Polícia
Militar que encontrou e prendeu Mévio.
Mévio responderá por _____________ ?
• Resposta

Em virtude do Artigo 15 do Código Penal, deve ser


afastado o crime de roubo, restando apenas o crime
de ameaça, previsto no artigo 147 do CP.
• Resposta

Em virtude do Artigo 15 do Código Penal, deve ser


afastado o crime de roubo, restando apenas o crime
de ameaça, previsto no artigo 147 do CP.
Desistência voluntária Arrependimento eficaz

Art. 15, 1ª parte, CP . Art. 15, 2ª parte, CP .

Espécie de tentativa abandonada. Espécie de tentativa abandonada.

Exige voluntariedade. Exige voluntariedade e eficácia.

Ocorre durante a execução. Ocorre após a execução.

O agente abandona o seu dolo antes O agente esgota os atos executórios, mas
de esgotar os atos executórios. consegue impedir o resultado.

O crime não se consuma por O crime não se consuma por circunstâncias


circunstâncias inerentes à vontade inerentes à vontade do agente.
do agente
Pune-se pelos atos já praticados Pune-se pelos atos já praticados
Arrependimento Posterior
• Arrependimento Posterior P de patrimônio
• Previsão legal: Art. 16 - Nos crimes cometidos
sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado
o dano ou restituída a coisa, até o recebimento
da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
• Conceito:
• É a hipótese em que, após consumar o delito, por
ato voluntário, o agente repara o dano ou restitui a
coisa com o fim de restaurar a ordem perturbada.

Inquérito Oferecimento Recebimento


da denúncia da denúncia
• Natureza Jurídica:
• Causa de diminuição de pena (1/3 a 2/3)
• Requisitos:
• 1º) crime sem violência ou grave ameaça à
pessoa
• Obs. a violência o grave ameaça à coisa não
impede o reconhecimento do benefício.
• Ex.: para furtar o carro quebra o vidro.
• Obs2. Existe posição da doutrina aceitando o
reconhecimento do instituto em caso de violência
imprópria (aquela que reduz a capacidade de
resistência vítima). Ex: amarrar a vítima no
banheiro para roubar a casa.
• 2º) Reparação do Dano ou restituição da coisa
• Obs. Prevalece na doutrina que a reparação do
dano deve ser integral. Só cabe reparação parcial
se houver concordância da vítima.
• Observações Finais.
• 3) Hipóteses especiais de reparação do dano:

A)Atenuante genérica do art. 65, III, "b", do CP.


(depois do recebimento da denúncia e antes
da sentença).

B) Reparação do dano no peculato culposo (art.


312, § § 2º e 3º, do CP):
• Antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória: extinção da punibilidade.
• Após o trânsito em julgado da sentença
condenatória: redução de 1/2 (metade) da pena.
• .
• Observações Finais.
• 4º) Ponte de Prata: trata-se de espécie de direito
premial, delineando-se como um benefício
outorgado pela legislação ao infrator que, após a
consumação do crime, suaviza ou diminui sua
responsabilidade penal. Diz-se ponte de prata
porque não retira o infrator da ilegalidade, apenas
estabelece benefícios que suavizam sua punição.
• Aponta-se como hipótese de Ponte de Prata o
arrependimento posterior (art. 16 do Código Penal),
o qual prevê que a pena será reduzida de 1/3 a
2/3, nos crimes cometidos sem violência ou grave
ameaça à pessoa, desde que o dano seja reparado
ou a coisa restituída até o recebimento da
denúncia.
Des. Voluntária Arrependimento Arrependime
(art. 15 eficaz art. 15 nto posterior
1ªparte, do CP) 2ªparte, do CP) art. 16 CP)

Natureza Causa de extinção Causa de extinção Causa geral


jurídica da punibilidade da punibilidade (há de diminuição
(há divergência) divergência) de pena

Momento em O agente O agente, depois Ocorre depois


que ocorre abandona o de esgotar os atos da
intento antes de executórios consumação.
esgotar os atos abandona o intento
executórios
Quanto a Não consumação O gente, depois de Há
consumação por circunstâncias esgotar os atos consumação
inerentes à executórios do crime
vontade do abandona o intento
agente.
Consequências O agente O agente responde Há redução da
responde pelos pelos atos até então pena de 1/3 a
atos até então praticados 2/3
praticados
No dia 05/03/2015, Vinícius, 71 anos, insatisfeito e com ciúmes em relação à
forma de dançar de sua esposa, Clara, 30 anos mais nova, efetua disparos de
arma de fogo contra ela, com a intenção de matar.
Arrependido, após acertar dois disparos no peito da esposa, Vinícius a leva
para o hospital, onde ela ficou em coma por uma semana. No dia
12/03/2015, porém, Clara veio a falecer, em razão das lesões causadas pelos
disparos da arma de fogo. Ao tomar conhecimento dos fatos, o Ministério
Público ofereceu denúncia em face de Vinícius, imputando-lhe a prática do
crime previsto no Art. 121, § 2º, inciso VI, do Código Penal, uma vez que, em
09/03/2015, foi publicada a Lei nº 13.104, que previu a qualificadora antes
mencionada, pelo fato de o crime ter sido praticado contra a mulher por
razão de ser ela do gênero feminino.
Durante a instrução da 1ª fase do procedimento do Tribunal do Júri, antes da
pronúncia, todos os fatos são confirmados, pugnando o Ministério Público
pela pronúncia nos termos da denúncia. Em seguida, os autos são
encaminhados ao(a) advogado(a) de Vinícius para manifestação.
Considerando apenas as informações narradas, o(a) advogado(a) de Vinicius
poderá, no momento da manifestação para a qual foi intimado, pugnar pelo
imediato
A reconhecimento do arrependimento eficaz.
B afastamento da qualificadora do homicídio.
C reconhecimento da desistência voluntária.
D reconhecimento da causa de diminuição de pena da tentativa.
Durante uma discussão, Theodoro, inimigo declarado de Valentim, seu
cunhado, golpeou a barriga de seu rival com uma faca, com intenção de
matá-lo. Ocorre que, após o primeiro golpe, pensando em seus sobrinhos,
Theodoro percebeu a incorreção de seus atos e optou por não mais
continuar golpeando Valentim, apesar de saber que aquela única facada
não seria suficiente para matá-lo. Neste caso, Theodoro
a) não responderá por crime algum, diante de seu arrependimento
b) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude de sua desistência
voluntária
c) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude de seu
arrependimento eficaz
d) responderá por tentativa de homicídio.
Talles, desempregado, decide utilizar seu conhecimento de engenharia para
fabricar máquina destinada à falsificação de moedas. Ao mesmo tempo,
pega uma moeda falsa de R$ 3,00 (três reais) e, com um colega também
envolvido com falsificações, tenta colocá-la em livre circulação, para provar
o sucesso da empreitada.
Ocorre que aquele que recebe a moeda percebe a falsidade rapidamente,
em razão do valor suspeito, e decide chamar a Polícia, que apreende a
moeda e o maquinário já fabricado. Talles é indiciado pela prática de
crimes e, já na Delegacia, liga para você, na condição de advogado(a),
para esclarecimentos sobre a tipicidade de sua conduta.
Considerando as informações narradas, em conversa sigilosa com seu
cliente, você deverá esclarecer que a conduta de Talles configura
A atos preparatórios, sem a prática de qualquer delito.
B crimes de moeda falsa e de petrechos para falsificação de moeda.
C crime de petrechos para falsificação de moeda, apenas.
D crime de moeda falsa, apenas, em sua modalidade tentada.
Cristiane, revoltada com a traição de seu marido, Pedro, decide matá-lo.
Para tanto, resolve esperar que ele adormeça para, durante a madrugada,
acabar com sua vida. Por volta das 22h, Pedro deita para ver futebol na
sala da residência do casal. Quando chega à sala, Cristiane percebe que
Pedro estava deitado sem se mexer no sofá. Acreditando estar dormindo,
desfere 10 facadas em seu peito. Nervosa e arrependida, liga para o
hospital e, com a chegada dos médicos, é informada que o marido faleceu.
O laudo de exame cadavérico, porém, constatou que Pedro havia falecido
momentos antes das facadas em razão de um infarto fulminante. Cristiane,
então, foi denunciada por tentativa de homicídio.
Você, advogado(a) de Cristiane, deverá alegar em seu favor a ocorrência
de
A crime impossível por absoluta impropriedade do objeto.
B desistência voluntária.
C arrependimento eficaz.
D crime impossível por ineficácia do meio.
.
Lúcia, objetivando conseguir dinheiro, sequestra Marcos, jovem cego.
Quando estava escrevendo um bilhete para a família de Marcos,
estipulando o valor do resgate, Lúcia fica sabendo, pela própria vítima, que
sua família não possui dinheiro algum. Assim, verificando que nunca
conseguiria obter qualquer ganho, Lúcia desiste da empreitada criminosa e
coloca Marcos dentro de um ônibus, orientando-o a descer do coletivo em
determinado ponto.
Com base no caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
A Lúcia deve responder pelo delito de sequestro ou cárcere privado,
apenas.
B Lúcia não praticou crime algum, pois beneficiada pelo instituto da
desistência voluntária.
C Lúcia deve responder pelo delito de extorsão mediante sequestro em sua
modalidade consumada.
D Lúcia não praticou crime algum, pois beneficiada pelo instituto do
arrependimento eficaz.
Pretendendo matá-lo, Fulano coloca veneno no café de Sicrano. Sem saber
do envenenamento, Sicrano ingere o café. Logo em seguida, Fulano,
arrependido, prescreve o antídoto a Sicrano, que sobrevive, sem qualquer
seqüela. Diante disso, é correto afirmar que se trata de hipótese de
A crime impossível, pois o meio empregado por Fulano era absolutamente
ineficaz para obtenção do resultado pretendido.
B tentativa, pois o resultado não se consumou por circunstâncias alheias à
vontade de Fulano.
C arrependimento posterior, pois o dano foi reparado por Fulano até o
recebimento da denúncia.
D arrependimento eficaz, pois Fulano impediu voluntariamente que o
resultado se produzisse.
Durante a madrugada, Lucas ingressou em uma residência e subtraiu um
computador. Quando se preparava para sair da residência, ainda dentro da
casa, foi surpreendido pela chegada do proprietário. Assustado, ele o
empurrou e conseguiu fugir com a coisa subtraída.
Na manhã seguinte, arrependeu-se e resolveu devolver a coisa subtraída
ao legítimo dono, o que efetivamente veio a ocorrer. O proprietário,
revoltado com a conduta anterior de Lucas, compareceu em sede policial e
narrou o ocorrido. Intimado pelo Delegado para comparecer em sede
policial, Lucas, preocupado com uma possível responsabilização penal,
procura o advogado da família e solicita esclarecimentos sobre a sua
situação jurídica, reiterando que já no dia seguinte devolvera o bem
subtraído.
Na ocasião da assistência jurídica, o(a) advogado(a) deverá informar a
Lucas que poderá ser reconhecido(a)
A a desistência voluntária, havendo exclusão da tipicidade de sua conduta.
B o arrependimento eficaz, respondendo o agente apenas pelos atos até
então praticados.
C o arrependimento posterior, não sendo afastada a tipicidade da conduta,
mas gerando aplicação de causa de diminuição de pena.
D a atenuante da reparação do dano, apenas, não sendo, porém, afastada
a tipicidade da conduta.
Arrependido, após acertar dois disparos no peito da esposa, Vinícius a leva
para o hospital, onde ela ficou em coma por uma semana. No dia
12/03/2015, porém, Clara veio a falecer, em razão das lesões causadas
pelos disparos da arma de fogo. Ao tomar conhecimento dos fatos, o
Ministério Público ofereceu denúncia em face de Vinícius, imputando-lhe a
prática do crime previsto no Art. 121, § 2º, inciso VI, do Código Penal,
uma vez que, em 09/03/2015, foi publicada a Lei nº 13.104, que previu a
qualificadora antes mencionada, pelo fato de o crime ter sido praticado
contra a mulher por razão de ser ela do gênero feminino.

Durante a instrução da 1ª fase do procedimento do Tribunal do Júri, antes


da pronúncia, todos os fatos são confirmados, pugnando o Ministério
Público pela pronúncia nos termos da denúncia. Em seguida, os autos são
encaminhados ao(a) advogado(a) de Vinícius para manifestação.
Considerando apenas as informações narradas, o(a) advogado(a) de
Vinicius poderá, no momento da manifestação para a qual foi intimado,
pugnar pelo imediato
A reconhecimento do arrependimento eficaz.
B afastamento da qualificadora do homicídio.
C reconhecimento da desistência voluntária.
D reconhecimento da causa de diminuição de pena da tentativa.
Durante uma discussão, Theodoro, inimigo declarado de Valentim, seu
cunhado, golpeou a barriga de seu rival com uma faca, com intenção de
matá-lo. Ocorre que, após o primeiro golpe, pensando em seus sobrinhos,
Theodoro percebeu a incorreção de seus atos e optou por não mais
continuar golpeando Valentim, apesar de saber que aquela única facada
não seria suficiente para matá-lo.
Neste caso, Theodoro
A não responderá por crime algum, diante de seu arrependimento.
B responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude de sua desistência
voluntária.
C responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude de seu
arrependimento eficaz.
D responderá por tentativa de homicídio.
Mário subtraiu uma TV do seu local de trabalho. Ao chegar em casa com a
coisa subtraída, é convencido pela esposa a devolvê-la, o que efetivamente
vem a fazer no dia seguinte, quando o fato já havia sido registrado na
delegacia.
O comportamento de Mário, de acordo com a teoria do delito, configura
A desistência voluntária, não podendo responder por furto.
B arrependimento eficaz, não podendo responder por furto.
C arrependimento posterior, com reflexo exclusivamente no processo
dosimétrico da pena.
D furto, sendo totalmente irrelevante a devolução do bem a partir de
convencimento da esposa.

Você também pode gostar