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SUMÁRIO
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ ................................................................................. 2
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA............................................................................................................................ 2
ARREPENDIMENTO EFICAZ ............................................................................................................................ 2
DIFERENÇA ENTRE TENTATIVA, DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ .......................... 3
ARREPENDIMENTO POSTERIOR..................................................................................................................... 4
TABELA DAS TENTATIVAS .................................................................................................................................. 5
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 5
GABARITO ...................................................................................................................................................... 6

MUDE SUA VIDA!


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DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ


Art. 15 – O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na
execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos
atos já praticados.
A desistência voluntária e o arrependimento eficaz são espécies de tentativa
abandonada ou qualificada. São chamadas assim porque o agente dá início à execução do
delito, mas desiste de consumá-lo, abandonando-o ou impedindo-o que se consume. Diferente
da tentativa propriamente dita, que não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade,
nessas formas o crime não se consuma por vontade do agente.

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
A desistência voluntária é a primeira espécie de tentativa abandonada ou qualificada,
presente na primeira parte do Art. 15: O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na
execução (...) só responde pelos atos já praticados.
Consiste em uma atitude negativa por parte do agente, isto é, numa desistência à
execução do crime quando lhe sobrava (durante a execução), objetivamente, margem de
atuação, então o agente só responderá pelos atos praticados, desde que o resultado
naturalístico não ocorra.

ARREPENDIMENTO EFICAZ
O arrependimento eficaz é a segunda espécie de tentativa abandonada ou qualificada,
presente na segunda parte do Art. 15: O agente que, voluntariamente, (...) impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Consiste em uma atitude positiva por parte do agente, isto é, buscando retroceder na
atividade delituosa desenvolve uma nova conduta visando a reparar o dano causado ao bem
jurídico, depois de terminada a execução, evitando o resultado naturalístico (evita a
consumação do delito).
Em ambos os casos o agente responde só pelos atos já praticados, ou seja, no caso do
crime de homicídio, por exemplo, responderá ele pelo crime da lesão corporal, ou
simplesmente os atos já praticados.
Dois detalhes a serem lembrados: o ato deve ser voluntário (não é necessário que seja
espontâneo) e o resultado não pode ocorrer.

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DIFERENÇA ENTRE TENTATIVA, DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E


ARREPENDIMENTO EFICAZ
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ARREPENDIMENTO EFICAZ
TENTATIVA
Art. 15, 1ª parte, CP Art. 15, 2ª parte, CP
Art. 14, II, CP
Tentativa abandonada ou Tentativa abandonada ou
Tentativa (conatus, original)
qualificada qualificada
Motivos internos Motivos internos
Motivos externos
Não consumação por Não consumação por
Não consumação por
circunstâncias inerentes à circunstâncias inerentes à
circunstâncias alheias à
vontade do agente vontade do agente
vontade do agente
Durante a execução Após a execução
Durante ou após a execução
Ação negativa Ação positiva
##########
Ato voluntário Ato voluntário e eficaz
##########
Desclassificação da figura Desclassificação da figura
Antecipação da figura típica
típica típica
Pune-se pelos atos já Pune-se pelos atos já
Pune-se o crime consumado
praticados praticados
com diminuição de pena 1/3 a
2/3
1. (CESPE) Configura-se a desistência voluntária, ainda que não tenha partido
espontaneamente do agente a ideia de abandonar o propósito criminoso, com o
resultado de deixar de prosseguir na execução do crime.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: Certo.
Comentário: A desistência voluntária é uma espécie de tentativa abandonada
ou qualificada, prevista no Art. 15, 1ª parte, do CP, exige voluntariedade, contudo
não precisa de espontaneidade. Basta que o desejo de desistir tenha partido do
próprio agente (a ação negativa), mesmo que a motivação tenha advindo
externamente. Mesmo que tenha a denominação de tentativa abandonada ou
qualificada em nada tem a ver com a tentativa (conatus, original) do Art. 14, inc.
II, do CP.

2. (CESPE) O agente que tenha desistido voluntariamente de prosseguir na execução ou,


mesmo depois de tê-la esgotado, atue no sentido de evitar a produção do resultado,
não poderá ser beneficiado com os institutos da desistência voluntária e do
arrependimento eficaz caso o resultado venha a ocorrer.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: Certo.
Comentário: O Art. 15, do Código Penal, trata da desistência voluntária e do
arrependimento eficaz, os quais só geram efeitos se a consumação do crime não
ocorrer. Assim, mesmo que um indivíduo após os disparos resolva socorrer a
vítima, responderá pelo crime de homicídio consumado caso ela morra. Contudo,
exige-se a voluntariedade em socorrer e também que a morte não se consume,
então responderá pelos atos já praticados, ou seja, lesão corporal.

ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à
pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da
denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços.
O arrependimento posterior é uma causa geral de diminuição de pena, de natureza
obrigatória, prevista no artigo 16 do Código Penal. Em regra, somente é possível ser aplicado
em crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa. É necessária a restituição
integral da coisa ou a reparação integral do dano, por ato voluntário, até o recebimento da
denúncia ou queixa.
O objetivo é estimular a reparação do crime nos danos patrimoniais cometidos sem
violência ou grave ameaça.
São requisitos para que possa o agente se beneficiar do instituto do arrependimento
posterior:
• Reparação do dano: deve ser integral. Basicamente importa na obrigação de
indenizar ou de satisfazer o pagamento dos prejuízos decorrentes da prática do
crime.
• Restituição da coisa: deve ser integral. Segundo De Plácido e Silva, restituir é
devolver, dar de volta, ou recolocar a coisa em mãos de seu legítimo proprietário ou
em poder de quem licitamente deve estar. Conduz o sentido de restabelecer, pelo
que a coisa restituída deve voltar nas mesmas condições ou no mesmo estado, em
que antes se mostrava ou apresentava.
Tanto a reparação do dano, quanto a restituição da coisa, devem ser praticados
voluntariamente pelo agente, ainda que não haja espontaneidade, ou seja, o agente pode, por
interesse, reparar ou restituir a vítima, visando à diminuição da sua pena, podendo ser feito
pelo advogado do criminoso.
É causa de diminuição de pena que se estende a todos os agentes, mesmo que somente
um tenha efetivamente reparado integralmente o dano, a todos se estenderá.
1. (CESPE) Denomina-se arrependimento eficaz a reparação do dano ou a restituição
voluntária da coisa antes do recebimento da denúncia, o que possibilita a redução da
pena, em se tratando de crimes contra o patrimônio.
Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito: Errado.
Comentário: Em nada tem a ver o arrependimento eficaz tratado no Art. 15,
CP, com o arrependimento posterior tratado no Art. 16, CP. A questão fala do Art.
16 (arrependimento posterior) em que, reparado o dano e restituída a coisa até o
recebimento da denúncia ou da queixa por ato voluntário do agente, a pena do
autor do crime é diminuída, ou seja, o Art. 16 trata de tema de redução de pena. Já
o Art. 15 traz uma norma que opera a desclassificação da figura típica, deixando o
autor responder somente pelos atos já praticados. No mais, o Art. 15 está sempre
antes da consumação e o Art. 16 depois da consumação.

2. (CESPE) O arrependimento posterior só pode ser aplicado se o crime tiver sido


cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa, se houver reparação do dano ou
restituição do objeto material antes do recebimento da denúncia ou da queixa e se o
ato do agente for voluntário.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: Correto.
Comentário: O arrependimento posterior está previsto no Art. 16 do Código
Penal e é causa de diminuição de pena, assim está previsto: Art. 16 - Nos crimes
cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída
a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente,
a pena será reduzida de um a dois terços.

TABELA DAS TENTATIVAS


1. TENTATIVA BRANCA OU INCRUENTA:  Não acerta o alvo.

2. TENTATIVA VERMELHA OU CRUENTA:  Atinge o alvo.


3. TENTATIVA PERFEITA, ACABADA OU CRIME  Esgota todos os meios executórios a sua
FALHO: disposição.
 Não utiliza todos os meios executórios a
4. TENTATIVA IMPERFEITA OU INACABADA:
sua disposição.
 Desistência voluntária e arrependimento
5. TENTATIVA ABANDONADA OU QUALIFICADA:
eficaz.
6. TENTATIVA INIDÔNEA, INADEQUADA, IMPOSSÍVEL
 Crime impossível.
OU QUASE CRIME:

EXERCÍCIOS
1. A desistência da tentativa inacabada deve ser entendida como arrependimento eficaz.
Certo ( ) Errado ( )
2. A Desistência Voluntária caracteriza-se quando um agente tinha condições de realizar e
consumar um crime, mas desiste durante a execução, ou seja, ele realiza uma ação positiva.
Certo ( ) Errado ( )

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3. Para que fique caracterizado o arrependimento eficaz ou a desistência, a atitude do


agente deve ser espontânea, ou seja, natural, sincera e verdadeira.
Certo ( ) Errado ( )
4. Para a configuração do arrependimento posterior, o agente deve agir
espontaneamente, e a reparação do dano ou a restituição do bem devem ser integrais.
Certo ( ) Errado ( )
5. Considere que José, com intenção de matar, tenha desferido dois tiros certeiros de
arma de fogo em direção a Carlos, que estava deitado. Carlos, por sua vez, tinha ingerido
veneno para se suicidar. Após a autópsia, foi constatado que a morte da vítima foi
provocada pelo veneno e, quando o disparo foi feito, Carlos já estava morto. Nesta situação,
será imputado a José o resultado morte.
Certo ( ) Errado ( )

GABARITO
1. ERRADO
2. ERRADO
3. ERRADO
4. ERRADO
5. ERRADO

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