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AULA 4 – ETAPAS DA REALIZAÇÃO DO DELITO – PROF

PATRICIA VANZOLINI:
As etapas de realização de delito, está ligada aos crimes que não se
consumam. Quando o crime se inicia e não se consuma, pode haver 3 (três)
situações jurídicas distintas, nessa aula falaremos apenas de 2 (duas).
PRIMEIRA – PUNIÇÃO POR TENTATIVA: A tentativa tem uma
redução variável da pena de 1/3 a 2/3, nos termos do art. 14 do CP. Em peças
como memoriais ou apelação, pode ser requerido ao juiz que aplique a redução
máxima da pena. Ocorre quando o crime não se consuma por motivos alheios.
SEGUNDA (CAI COM FREQUENCOA NA OAB) - DESISTÊNCIA
VOLUNTÁRIA OU ARREPENDIMENTO EFICAZ: São dois institutos que tem
como característica comum a não consumação do crime pela própria
interferência da vontade do agente, nos termos do art.15 do CP.
A desistência voluntária se utiliza quando o sujeito para de atacar o
bem jurídico. EX:: Cidadão queria matar vitima a facadas, inicia e começa a
agitar a faca várias vezes e não acerta a vitima, e quando consegue deixar a
vítima preparada para a execução, acaba desistindo da facada fatal, soltando a
vítima e soltando a faca, permitindo que a vítima saia sem lesões ( nesse caso
o sujeito não responde por crime nenhum).
Arrependimento eficaz, existe quando depois de atacar o bem jurídico,
se realiza uma nova conduta, só que essa conduta será de salvamento da
vítima, que impede a consumação. É preciso salvar o bem jurídico para que
seja eficaz. EX: Sujeito dá o veneno e depois o antídoto. EX: Sujeito da facada
e depois leva a vítima para o hospital.
Havendo desistência voluntária ou arrependimento eficaz, o agente só
será punido pelos atos até então praticado. Ao analisar esses atos praticados
e consumados, deve se esquecer o tipo penal imputado ao acusado, pois como
ele responde só pelos atos praticados, pode ser que esses atos sejam típicos
com penas menores ou atípicos.
Portanto, o art.15 pode acabar gerando uma tese de mérito
(absolvição) ou uma tese subsidiária de mérito (desclassificação do crime).
TEXTO DE APOIO:
A realização integral do tipo objetivo chama-se “consumação”.
Contudo, é possível que o tipo objetivo tenha sido apenas parcialmente
realizado. Sendo esse o caso, duas situações podem surgir:
(I) TENTATIVA (ART. 14, CP): é a situação em que, iniciada a
execução, o crime não se consuma por motivos alheios à vontade do agente.
São elementos da tentativa: início da execução; não consumação; interferência
de motivos alheios à vontade do sujeito.
(II) TENTATIVA ABANDONADA (ART. 15, CP): É a situação em que o
agente voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o
resultado se produza. São elementos da tentativa abandonada: início da
execução; não consumação; interferência da própria vontade do sujeito. A
tentativa abandonada, por sua vez, se subdivide em:
-A) DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA: o agente voluntariamente para de
atacar o bem jurídico quando lhe era perfeitamente possível prosseguir,
evitando a consumação.
-B) ARREPENDIMENTO EFICAZ: após atacar o bem jurídico o agente
realiza nova conduta de forma a neutralizar o ataque anterior, impedindo,
eficazmente, a consumação do delito.
OBS: A diferença entre os dois institutos (desistência e
arrependimento) é que a primeira consiste em uma abstenção ou parada no
ataque, enquanto o segundo exige, necessariamente, uma atuação positiva,
que revê o efeito do ataque já lançado. Neste, a mera parada não basta para
que se evite a consumação.
Em ambos os casos, no entanto, fica afastada a punição pela tentativa
do crime inicial, devendo o agente responder apenas pelos atos até então
praticados, ou seja, pelo resultado concretamente alcançado, que pode ser um
fato típico mais brando (ex. uma lesão corporal) ou mesmo configurar fato
atípico.

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