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Aula 3

- Consumação e tentativa

*Nos termos do art.14, inc. I, considera-se consumado (vem de consumir –


todos os elementos do tipo) o crime qdo. Realizados todos os elementos de
sua definição legal.

*Nos termos do art. 14, inciso II do CP será tentado o crime se, iniciada a
execução, o sujeito não alcança a consumação por circunstâncias alheias a
sua vontade.

*Pena: punição da tentativa – Salvo disposição em contrário, a tentativa será


punida com a sanção do crime consumado, diminuídas de 1/3 a 2/3.

*Critério de diminuição: qto. + próximo da consumação, menor a redução e


vice-versa.

I_____________I________________I___________I_____________I

Início da exec. 2/3 ½ 1/3 Consumação

- Classificação da tentativa

1) Tentativa Branca X Cruenta

É aquela da qual não resulta lesão X Se resulta em lesão.

2) Tentativa perfeita, acabada, crime falho X Tentativa imperfeita, inacabada.

*Perfeita: Se o autor completa seu plano executório, se esgota os meios ao seu


dispor.

Imperfeito: Se o autor não completa o seu plano, se não esgota os meios ao


seu dispor.

3) Tentativa qualificada ou abandonada: Desistência voluntária e


arrependimento eficaz.

*Desist. Voluntária: Iniciado a execução, o sujeito, por ato voluntário, desiste


de nela prosseguir, impedindo a consumação.

- Não é homicídio consumado;


- Não é homicídio tentado.

- Conseqüência: Fica afastado a tentativa e o sujeito só responde pelos atos já


praticados.

- A desistência não precisa ser espontânea (vem do nada), bastando que seja
voluntária.

*Espontânea – É o que necessariamente independe de provocação.

*Voluntária – Pode ser provocada. (O agente estava atirando e a vítima grita).

-Desistência voluntária X Tentativa

 Formula de Frank – Na tentativa, o sujeito quer, mas não pode, enquanto


na desistência, pode, mas não quer.

-Arrependimento eficaz – Após terminar seu plano executório, o autor,


voluntariamente, atua de forma eficiente para impedir a consumação.

- Consequência: É idêntica a da desistência voluntária, ou seja, fica afastada a


tentativa e o autor só responde pelos atos já praticados.

- Desistência voluntária X Arrependimento eficaz

*Basta interromper a execução, *É necessária a ação salvadora

Para evitar a consumação Para impedir a consumação

-Concurso de pessoas

-Classificação típica do conduto de cada colaborador.

1* Teoria monista: pela teoria monista, todos os colaboradores respondem pelo


mesmo crime. É a teoria adotada como regra no Brasil. Arts. 29 e 30, CP.
-Obs: Por força da Teoria monista, mesmo aquele que não é funcionário
público, poderá responder por crime funcional, desde que em concurso com um
funcionário público.

2) Teoria Pluralista: Cada colaborador responderá por um crime diferente (por


seu próprio crime). A teoria pluralista é adotada como exceção no sistema
plural brasileiro, em 2 grupos de casos:

1) Previsão expressa da conduta de cada colaborador em um tipo autônomo.

Ex: corrupção ativo (dá) e corrupção passiva (recebe) (317 e 333 CP).

Aborto (art. 124 e 126, CP).

2) Cooperação dolosamente distinta – art. 29, § 2°, CP

Se um dos colaboradores só aceitou participar de um crime menos grave, será


aplicada a pena deste, ou seja, responderá nos limites de seu dolo. Se possível
o resultado + grave, a pena poderá ser aumentada até a metade.

- Requisitos p/ o concurso de pessoas ( CUMULATIVOS)

1 – Pluralidade de pessoas ( conta inimputável)

2- Liame subjetivo( adesão de uma vontade a outra)

Jogo acusação/defesa

{ acusação: quer concurso de pessoas

{ defesa: não quer concurso de pessoas

3- Relevância causal da colaboração: se a pretensa colaboração em nada


interfere na dinâmica causal dos fatos, não há concurso.

4- Unidade do crime

Autoria e Participação

- Para parte da doutrina, deve ser adotado um conceito extensivo de autor, que
não distingue a autoria da participação: todos são autores.

- Contudo, prevalece, um conceito restritivo de autor, distinguindo a autoria da


participação.
- A teoria tradicionalmente adotada na doutrina e nos tribunais é a OBJETIVO
FORMAL, também chamada TEORIA DO VERBO NUCLEAR: autor será
aquele que realiza o verbo e participe aquele que colabora sem realizar o
verbo.

- Obs: há uma nova teoria já adotada no Supremo que é o DOMÍNIO DE FATO


( teoria do mensalão). Para tal teoria, autor é aquele que tem o domínio do fato,
que pode se expressar:

a) com o domínio da ação ( se o sujeito pratica o crime com as próprias mãos)

b) pelo domínio da vontade ( coação irresistível, na indução em erro ou no


aparato de poder organizado paralelo ao Estado com poder vertical).

c) domínio funcional ( se dois ou mais colaboradores praticam partes


essenciais do crime com decisão conjunta).

COMUNICABILIDADE DE DADOS TÍPICOS

- A interpretação do art. 30, CP pode ser resumida me 2 afirmações:

1 – Elementares ( tudo o que está no “caput”) – sempre se comunicam

2- As circunstâncias de caráter objetivo ( meios, modos,tempo) se comunicam,


enquanto as subjetivas não se comunicam ( motivo, finalidade, relação de
parentesco).
AULA 4 – DIREITO PENAL

- Ilicitude ou Antijuricidade ( não legal)

Excludentes de Ilicitude: ( LEEE)

Legítima defesa

Estado de necessidade

Exercício regulador do direto

Estrito cumpr.do dever legal

Obs: Entende-se que o consentimento do ofendido é causa supra-legal de


exclusão de ilicitude, desde que o ofendido seja capaz e o direito seja
disponível.

Ex: lesões corporais leves praticados por sadomazoquistas, foi permitido pela
vítima.

I – Legítima defesa: age em legítima defesa quem pratica o fato p/ se defender


de injusta agressão atual ou eminente a direito próprio ou alheio, usando
moderadamente os meios necessários.

1- Agressão: é a conduta humana que ofende um bem jurídico protegido.

(cachorro que ataca não é legítima defesa e sim estado de necessidade) .

- Não cabe legítima defesa contra ataque espontâneo de animal e sim


estado de necessidade.

- Cabe legítima defesa se o ataque for comandado por ser humano.


(cachorro meio)

2- Injusta: é agressão não autorizada pelo direito.

LD X AI

LD X LD – falta o injusto
- Não cabe legítima defesa contra legítima defesa, ou seja, legítima defesa
recíproca.

- cabe legítima defesa contra o excesso de outra legítima defesa, ou seja,


legítima defesa sucessiva.

- Cabe legítima defesa real contra legítima defesa putativa(imaginária).

3- Temporal: atual ou iminente: é a que está ocorrendo ou prestes a


ocorrer.

- Não cabe leg. Defesa contra agressão passada.

4- Recair sobre direito próprio a alheio: a agressão pode dirigir-se a direito


do próprio agente ou de 3°.

5- Uso moderado dos meios necessários: meio necessário é o menos


lesivo dentre os disponíveis. Uso moderado é o suficiente para repelir a
agressão.

- haverá excesso intensivo se desde o inicio forem empregado meio,


mais lesivo do que o necessário. Haverá excesso extensivo, se a partir
de certo momento, o agente continuar atuando de forma imoderada.
- O excesso será punível qdo. for doloso ou culposo. Será impunível tbm
chamado de exculpante qdo. for inevitável.
O excesso impunível é chamado de legítima defesa subjetiva.

6- Elemento subjetivo: é a consciência e vontade de agir em legítima


defesa.

II- Estado de necessidade: age em estado de necessidade de quem


pratica o fato para salvar de perigo atual que não provocou por sua
vontade, e nem, podia de outra forma evitar, direito próprio ou alheio,
cujo sacrifício não seria razoável exigir-se.

1- Perigo:é qq situação que ameace em bem jurídico protegido.


2- Involuntário: é o perigo q. não foi provocado dolosamente pelo
sujeito.
- Não pode alegar estado de necessidade quem provocou dolosa//o
perigo. Quem provocou culposa//pode.
- Não pode alegar estado necessidade quem tinha o dever de
enfrentar o perigo. (Ex: Bombeiro).
- Não pode alegar estado de necessidade quem podia evitar o perigo
de forma menos lesiva.

3- Temporal: Atual: é o perigo que está ocorrendo no momento.


- Não há previsão legal de estado de necessidade contra perigo
iminiente.

4- Direito próprio ou alheio: cabe estado de necessidade próprio ou de


3°.
5- Cujo sacrifício não seria razoável exigir-se, Só há estado de
necessidade se o bem salvo for superior ou equivalente ao bem
sacrificado.
- Se o bem salvo for inferior ao sacrificado haverá somente redução
de pena. De 1/3 à 2/3.

6- Elemento Subjetivo:é a consciência e vontade de salvar em bem do


perigo atual.

(Art. 24) + (25)

III- Exercício Regular de Direito e Estrito cumprimento do dever legal:

- Age em exercício regular do direito quem pratica um fato típico


previamente autorizado pelo Estado.
Ex: violência inerente a prática esportiva.
- Quando a intervenção médica podem acontecer 2 situações:
- com o consentimento do paciente é exercício regular do direito. Ex:
cirurgia estética.
- Sem o consentimento do paciente é estado de necessidade.
(testemunhas de Jeová).
- Ofendículos: são aparatos de defesa pré-dispostos. Ex: cerca
eletrificada), desde que devidamente utilizados e sinalizados,
configuram situação excluente de ilicitude.
Parte da doutrina considera exercício regular do direito. Outra parte
(majoritária) considera legítima pré-ordenada.

- Estrito Cumprimento do dever legal: age no estrito cumprimento do


dever legal quem pratica o fato imposto por dever do ofício. Ex:
(funcionário público).- policial que executa uma prisão.(legítima
defesa) ou não é nada.
Policial que mata para evitar fuga- comete crime, teria que prender.
Para o exame da OAB, crime é todo fato típico,antijurídico ( ilícito) e
culpável.

DIREITO PENAL – AULA 05

CULPABILIDADE

- Elementos da culpabilidade
IMputabilidade
POtencial consciência da ilicitude
EXigilidade de conduta diversa

IMPUTABILIDADE

- O imputável é aquele que reúne as capacidades mentais de


entendimento e autodeterminação.

- Capacidade mental de entendimento é a capacidade de distinguir o


certo do errado, o que é lícito e o que é ilícito.

- Já a capacidade mental de autodeteminação ocorre quando o


agente tem autocontrole de seus próprios atos.

- O inimputável é aquele que não tem pelo menos 1 dos 2


capacidades mentais acima á todas.

- Tais capacidades mentais devem ser avaliadas em que momento?


O inimputável é aquele que , no momento da conduta, ação ou
omissão, não reúne, pelo menos, 1 das 2 capacidades mentais
citadas.

*Critério Biopsicológico

- Para aferir a inimputabilidade do art. 26, “caput”, CP, deve-se


adotar o critério biopsicológico, até porque pressupõe a
ocorrência de 3 requisitos:
1) Requisito casual: doença mental, desenvolvimento mental
incompleto ou retardado.
2) Requisito cronológico: a causa tem que estar presente no
momento da conduta.
3) Requisito conseqüencial: quando falta 1 das 2 capacidades
mentais. O agente era inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato, ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

- Neste caso, o inimputável do art.26, “caput”, CP, receberá uma


medida de segurança por meio de uma sentença absolutória
imprópria.

- Além do inimputável do art. 26, “caput” do CP, quem mais é


inimputável para o CP?
Resposta: os menores de 18 anos, que sofrerão as medidas do ECA.

- Dessa forma, foi adotado o critério biológico (observa-se o requisito


causal) .

2) Também é inimputável o agente que, por embriaguez completa,


proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo de
ação, ou omissão , inteiramente incapaz de entender ou determinar-
se de acordo com esse entendimento.

* Art. 28, CP( não exclui a inimputabilidade pena).


* Embriaguez: fases – macaco – leão – porco.

ATENÇÃO: Não gera inimputabilidade :


1) Emoção ou paixão
2) Embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de
efeitos análogos.

* Neste sentido, adota-se a teoria da “actio libera em causa” (ação


livre na causa), ou seja, se o agente bebeu, deve ele responder pelos
atos (criminosos) que cometeu embriagado.

3) Se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por


desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com este entendimento.

* Art.26, § único, CP: nesse caso o juiz pode condenar o réu com
pena diminuída de 1/3 a 2/3 ou aplicar medida de segurança,
ressaltando que foi adotado o sistema vicariante( e não o do duplo
binário).

4) Se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força


maior, não possuía ao tempo da ação ou omissão, a plena
capacidade de entender o caráter ilícito do fato, ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento – conforme art.28, § 2°, CP,
nessa hipótese, o juiz condena o réu com pena diminuída de 1/3 a
2/3.

Obs. Final: na embriaguez pré – ordenada ( o agente se embriaga


para cometer o delito), o juiz condena o réu com um agravante
genérico.

POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE

- Trata-se da possibilidade cultural de conhecer a ilicitude do fato, o


que afasta a potencial consciência da ilicitude é chamado erro
de proibição inevitável.

- Caso o erro de proibição seja evitável, o juiz condena o réu, com


pena diminuída de 1/6 a ½.

- No erro de proibição, o agente sabe o que faz, pensa que sua


conduta é licíta, quando na verdade é proibida. Ex: o holandês que
chega pela primeira vez ao Brasil portando drogas para consumo
pessoal.

- O desconhecimento da lei é inescusável e gera uma atenuante


genérica.

- O erro de proibição NÂO se confunde com o desconhecimento da


lei.

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

- Examina-se o livre arbítrio, ou seja, verifica-se, no caso concreto, o


agente poderia agir de outra forma. Se ele não tinha outro caminho,
outra possibilidade de conduta, não há que se falar em
conseqüências negativas.

- Na verdade, a coação moral irresistível e a obediência hierárquica


à ordem não manisfestamente ilegal, excluem a exigibilidade de
conduta diversa.

- O que são causas dirimentes?

Resposta: são aquelas que excluem a culpabilidade e são as


seguintes:

1) Inimputabilidade exclui a imputabilidade


2) Erro de proibição inevitável exclui a potencial consciência da
ilicitude.
3) Coação moral irresistível e obediência hierárquica a ordem não
manifestamente legal excluem a exigibilidade de conduta diversa.

- Existe causa supralegal de exclusão da culpabilidade?


Resposta: Sim, no caso há inexigibilidade de conduta diversa,
comprovada pelas dificuldades financeiras, por exemplo, no
crime de apropriação indébita previdenciária, do art. 168 – A
do CP.
Obs. Final: a coação física irresistível exclui a conduta e ,
consequentemente, o fato típico.

- “INTER CRIMIS”

- Conceito: é o caminho/ itinerário do crime

- Quantas fases tem o crime? ( 2 interna e externa)

-Fase interna- cogitação. O delito é só 1 idéia na mente do


sujeito. É penalmente irrelevante.
* Quem cogita o crime pode ser punido? Não.

- Fase externa- 3 subfases:

1) Atos preparatórios- em regra geral, quem está na fase dos


atos preparatórios, não comete crime.
Em regra, os atos prep. são penalmente atípicos. Eles só serão
puníveis em caráter excepcional, quando a lei transforma- los em
crimes autônomos, como é o caso da associação criminosa
(art.288,CP), no mínimo, formada por 3 pessoas. Petrechos para
falsificação de moeda.

Exceção: crime de associação criminosa ( é punido c/ a prática


dos atos preparatórios, pois se consuma apenas com a mera
associação de 3 ou + p/ a pratica do crime).

2) Execução: (atos executórios)

Atos executórios : aqui o bem jurídico começa a ser atingido e o


verbo nuclear começa a ser praticado.

3) Consumação:

Consumação: conforme art. 14, inciso I, CP, ocorre quando o fato


reúne todos os elementos da infração penal.

- Exaurimento do crime não faz parte da inter crimis, mas apenas


influencia o juiz na fixação da pena dos crime formais.
AULA 06 - DIREITO PENAL

DOSIMETRIA

- Sistema trifásico ( art.68, CP)

*1Fase- Pena Base

- Circunstâncias judiciais: ( a pena base em consideração as


circunstâncias judiciais, que estão previstas no art. 59 do CP, e
são 8. Não tem valor determinado pela lei.

- Limite: Nessa fase a pena não pode ficar abaixo do mínimo nem
acima do máximo .

- Circunstâncias em espécie são 8 :

1) Culpabilidade

2) Personalidade

3) Conduta social

4) Antecedentes

* Só podem ser consideradas sentenças condenatórias


transitadas em julgado (princípio da presunção de inocência.)

É vedada a utilização de inquéritos ou processos em tramitação


para exasperar (aumentar) a pena-base.

5) Motivos

6) Circunstâncias

7) Consequências do crime

8) Comportamento da vítima

* 2 Fase- Pena Intermediária


- Agravantes e Atenuantes

- estão previstas nos arts. 61 a 67 e também não te valor


determinado por lei.

- Limite: nessa fase a pena não pode ficar abaixo do mínimo e


nem acima do máximo.

-Súmula 231, STJ: a incidência de circunstância atenuante não


pode conduzir abaixo do mínimo legal.

Obs. Qualificadora não faz parte do sistema trifásico ( é anterior a


ele).

- Atenuantes: Estão previstas exemplificativamente no art. 65 do


CP. Ex: confissão espontânea e idade( menor de 21 na data da
conduta ou maior de 70 na data da senteça)

- Atenuante inominado: segundo o art. 66 o juiz pode considerar


como atenuante circunstância anterior ou posterior ao crime,
ainda que não prevista em lei. EX: descoberta de que o
estuprador sofreu abuso sexual na infância.

- Agravantes: são circunstâncias taxativamente previstas nos


artigos 61 a 64 do CP e que sempre agravam a pena quando não
constituem ou qualificam o crime. Ex:reincidência e crime
praticado contra o CADI (cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão).

REINCIDENCIA: é reincidente quem pratica o fato(criminoso)


após o transito em julgado de sentença que o condenou no Brasil
ou no Exterior por crime anterior.

- Prescrição da reincidência ( ou período depurador) – a sentença


condenatória deixa de gerar reincidência após 5 anos a partir do
cumprimento da pena.

REINCIDÊNCIA X MAUS ANTECEDENTES

Oposto= réu primário oposto=bons antecedentes


Ambos precisam de sentença condenatória transitada em julgado.
A mesma sentença condenatória em julgado, não pode gerar,
simultaneamente, reincidência e maus antecedentes.

- A reincidência prevalece sobre os maus antecedentes.

- Deve-se analisar primeiro se há reincidência. Caso não haja,


haverá maus antecedentes.

Exemplo:

2000 2004 2008 2012 2017

I_______I_________I___________I___________I___________I

Furto Condenação Trânsito Fim da pena Fim do Depurador

em julgado

2002 2006

I___________I________________I

Roubo Condenação

Reincidente? Não, pois não havia sentença condenatória


transitada em julgado contra o réu. Maus antecedentes?

2002 2010

Prática do crime

I________________I________________I

Roubo Condenação

Reincidente? Não.( pratica do roubo em 2002, antes do trânsito


em julgado da sentença).
2009 2010

I________________I________________I

Roubo Condenação

Reincidente? Sim. ( crime praticado depois do trânsito e antes do


término do período depurador).

Maus antecedentes? Não (pois a mesma sentença condenatória


transitada em julgado não pode gerar as 2 coisas – bis in idem)

O referencial para a reincidência é a prática do crime.

I___________________I___________________I

2009 2018

Roubo Sentença Condenatória

Reincidência ( depois do trânsito e antes do término do período


depurador)? Sim (prática do roubo em 2009).

Maus antecedentes – Não

2018

I____________________I

Roubo

Reincidência? Não (o roubo foi praticado em 2018, depois do


período depurador) 2017

Maus antecedentes? Sim


INFRAÇÕES QUE NÃO GERAM REINCIDÊNCIA

-Art. 64, CP.

- Crimes políticos( crimes previstos na lei de segurança nacional)

- Crimes militares próprios ( aqueles que só tem previsões no


código militar)

REINCIDÊNCIA E CONTRAVENÇÃO PENAL

- Há reincidência

-Após o trânsito em julgado da sentença condenatória, o agente


comete outro crime.

HÁ REINCIDÊNCIA

* Trânsito em Julgado

CRIME - NOVO CRIME

CONTRAVENÇÃO - CONTRAVENÇÃO

CRIME - CONTRAVENÇÃO

NÃO HÁ REINCIDÊNCIA (trânsito em julgado)

Contravenção – Crime (omissão Legislativa)

3 Fase- Pena Definitiva

Causas de aumento ( majorantes) e diminuição de pena


( minorantes): são circunstâncias previstas na parte geral e na
parte especial sempre em quantia determinada em termos de
fração.

Se tem fração (ex:1/3) – causa de aumento/diminuição da pena

Se não tem fração – agravante / atenuante.

Porque a distinção?

Porque na fase da causa de aumento/diminuição de pena, a pena


pode ficar abaixo do mínimo ou acima do máximo.

- Só na 3 Fase é que o juiz pode extrapolar os limites legais


(mínimo e máximo).

Caso dos Nardoni:

I___________I___________I__________I___________I

12 16 24 30 32

MIN. 1 Fase 2 Fase MAX. 3 Fase


Homicídio

-Previsão legal no art.121, CP

-Homicídio

I) Simples – caput 121 – 6 a 20 anos

(II) “Privilegiado” - § 1° - 1/3 a 1/6

Cigente (subjetivos) – Motivos determinantes:

Relevante valor social

Relevante valor moral (individual). Ex: Piedade (eutanásia).

Obs. 1 – parte da doutrina considera que o amor paterno ou filial é relevante valor
social. Dessa forma o pai que mata o estuprador de sua filha comete homicídio
privilegiado.

Estado de ânimo: Sob o domínio de violenta emoção, logo após a injusta


provocação da vitima.

Obs. 2 – A OAB coloca “influência” de violenta emoção, mas é domínio, e tem de ser
logo após a injusta provocação da vítima.

III) Qualificado - § 2º - 12 a 30 anos

Agente (subjetivos)

-Motivo mercenário (paga ou promessa de recompensa)

-Motivo torpe (imoral – exemplo: herança)

-Motivo fútil (banal – ex: pequeno *OAB* desentendimento)

-Motivo de conexão ( para assegurara execução, ocultação, impunidade ou vantagem


de outro crime).

Obs. 1 – Segundo parte da doutrina adotada pela OAB, a qualificadora da paga, por
ser subjetiva, não se comunica ao mandante ( as circunstâncias pessoais não se
comunicam salvo se elementares do crime).
Obs. 2 – Vingança e ciúme não são necessariamente motivo torpe ou fútil.

Obs. 3 – A ausência de motivo não se equipara a motivo fútil.

Obs. 4 – A extinção da punibilidade do crime conexo não afasta a qualificadora da


conexão.

Fato (Objeto) – Meio : Fogo, explosão, tortura, veneno,asfixia, ou qualquer outro meio
incidioso, cruel ou que provoque perigo comum.

- Modo: (acesso a vitima/modo de captura) traição, emboscada,


dissimulação (disfarce) ou qualquer outro meio que dificulte a defesa da vítima.

Obs. É possível o homicídio qualificado – privilegiado ( e vice-versa) desde que a


qualificadora seja objetiva.

Ex. da pizza hut – Homicídio privilegiado – qualificado

Privilegiado – sob domínio de violenta emoção

Qualificado – meio que dificulte a defesa da vítima.

IV- Culposo - § 3°- 1 a 3 anos

* CUIDADO

Obs. Se o homicídio culposo é praticado na condução de veículo automotor, aplica-se


o art. 302 do CTB, cuja pena é de 2 a 4 anos.(norma especial prevalece sobre a geral
mesmo que seja mais prejudicial para o réu).
V - Causa de aumento de pena- § 4° e § 6°

a) Homicídio doloso – vítima - menor de 14 anos / maior de 60 anos

agente - milícia privada/ grupo de extermínio

b) Homicídio culposo - Inobservância de regra técnica

Deixar de prestar socorro sempre que possível fazê-lo

CUIDADO – a OAB troca os itens do homicídio doloso e do homicídio culposo para


confundir.

IV – Perdão Judicial - § 5°

* Trata-se de causa de extinção da punibilidade aplicável ao homicídio culposo quando


as conseqüências do crime atingirem o agente de forma grave que a punição se torna
desnecessária.

* A sentença é extinta da punibilidade, não deixando maus antecedentes.

INFANTICIDIO

* Previsto no art. 123 do CP

* Pena: 2 a 6 anos

MATAR – o próprio filho

- durante ou logo após o parto

- sob influência do estado puerperal


* Obs. 1 – Trata-se de crime próprio que exige qualidade especial do sujeito ativo
( mãe em estado puerperal). como o estado puerperal é elemento do tipo, comunica-
se a terceiros. Quem ajuda a mãe responde com ela por infanticídio, como co-autor ou
partícipe.

* Obs. 2 – Se a vítima não é o próprio filho recém-nascido haverá homicídio. Se, no


entanto, a mulher mata o filho alheio pensando ser o próprio, haverá erro sobre a
pessoa e responderá por infanticídio.

SUICÍDIO

* Previsão legal : art. 122, CP

I) SIMPLES: 1 a 3 ou 2 a 6 anos

Induzir

Instigar

Auxiliar/ alguém ao suicídio

Obs.1 - Haverá homicídio e não participação em suicídio nas seguintes situações.

1° - Se o agente pratica diretamente a conduta que provoca morte. Ex: quem abre a
torneirinha de gás.

2°- se a vítima é vulnerável haverá homicídio. Ex: induzir portador de Síndrome de


Down a se matar é homicídio.

Obs. 2 : O crime se consuma com a morte ou com a lesão grave. caso não haja lesão
grave, o fato é atípico. Portanto, não admite tentativa.

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