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Excludentes
Fala soldados da PMMG! Na aula anterior estudamos cada um dos três
elementos do crime. A tipicidade, ilicitude e culpabilidade. O edital de
vocês exige conhecimento acerca das excludentes da ilicitude e
culpabilidade. A tipicidade existe com a mera adequação da conduta à
norma, portanto, não há excludente de tipicidade. Ou o fato é típico ou
não é. Em que pese existir erro de tipo (veremos).
No entanto, pode acontecer de o fato ser típico, mas ser lícito, ou seja,
conforme o direito e, por consequência, não ser criminoso. Do mesmo
modo, pode ocorrer deCrime
o fato ser típico e antijurídico, mas não haver
culpabilidade, igualmente, não haverá crime. Vejamos as hipóteses.
1. Antijuridicidade ou ilicitude.
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necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito
ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois
terços.”
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c) Situação de perigo não causada voluntariamente: não se
pode falar em estado de necessidade quando o agente deu
causa a situação de perigo por sua própria vontade.
Assim, quando, dolosamente, dá causa a situação de
perigo, não poderá ofender bem jurídico alheio para salvar o
seu. Diferente é se tiver criado a situação de perigo por culpa,
aí sim, será possível alegar estado de necessidade. Portanto é
só a situação causada com dolo que impede o estado de
necessidade.
d) Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo (§1º):
determinados sujeitos estão impedidos de alegar estado de
necessidade, pois têm o dever jurídico de enfrentar situações
de perigo, é o caso da Polícia Militar, por exemplo. São os
chamados “garantes”.
e) Inevitabilidade da prática do ato lesivo (nem podia de
outro modo evitar): o estado de necessidade é subsidiário.
Dessa forma, deve ser avaliado se era possível salvar seu
direito sem a prática da conduta lesiva. Assim, caso não seja
possível evitar o dano sem a prática do ato lesivo, o agente
deve escolher a conduta menos gravosa para a vítima.
A lei não estabelece balanço de bens, ou seja, não
determina se o bem deve ser de valor maior, menor ou igual.
Mas deve o agente, sempre, observar a razoabilidade. Ou seja,
não dá para matar alguém, tendo intensão de salvar seu
patrimônio. (§2º)
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haverá exclusão da ilicitude), ou excludente da culpabilidade (caso o
bem sacrificado seja de valor inferior ou igual ao bem sacrificado).
f) Elemento subjetivo do tipo permissivo: já que o código
penal adota a teoria finalista da conduta, o sujeito precisa ter
consciência de que está atuando em estado de necessidade.
Deve ter a intensão de atuar em estado de necessidade. Não
há estado de necessidade culposo.
1.2.1 Requisitos.
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O inimputável pode praticar uma agressão injusta,
mesmo não tendo consciência dessa agressão.
Não pode o agente provocar outra pessoa esperando
uma agressão dela (pretexto de legítima defesa), para que, sob
a justificativa dessa agressão, agir em legítima defesa.
Não confunda “agressão injusta” com “provocação
injusta”. Para legítima defesa é necessário agressão!
c) Agressão atual ou iminente: a agressão deve estar ocorrendo
ou na iminência de ocorrer. Cessada a agressão, não poderá
haver mais reação (repulsa) por parte
do agredido.
REPITO: no caso de legítima defesa o
CP traz expressamente “atual ou
iminente”, diferente do estado de
necessidade, onde cita expressamente
apenas “atual”. Cuidado na prova, pois
a banca pode pedir o texto seco da lei ou entendimento. No
caso de pedir entendimento deve marcar como correta a
afirmação de que o estado de necessidade também abrange o
perigo “iminente”.
Se houver aviso de uma agressão, deve a pessoa buscar
socorro junto às autoridades. Não existe, portanto, legítima
defesa antecipada.
d) Defesa de direito próprio ou alheio: direito abrange
qualquer bem tutelado pelo ordenamento jurídico. Sendo,
ainda, desnecessário haver relação de parentesco ou amizade
em relação ao terceiro, por qual atua o agente. Muito menos
se exige a concordância desse terceiro, já que o perigo é atual
ou iminente, não teria sentido exigir autorização para o agente
reagir em legítima defesa.
e) Repulsa com os “meios necessários”: meio necessário é
aquele que está à disposição do agredido e que menor dano
causará. Se não houver possibilidade de escolher o meio que
menor dano causará, será necessário aquele que o agente tem
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à sua disposição. Assim, o meio necessário se verifica de
acordo com o caso concreto.
f) Uso moderado: uma vez escolhido o meio necessário, se uso
deve ser moderado, ou seja, somente o suficiente para repelir
a injusta agressão.
g) Elemento subjetivo do tipo permissivo: já que o código
penal adota a teoria finalista da conduta, o sujeito precisa ter
consciência de que está atuando em legítima defesa.
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Note que não é possível estrito cumprimento de dever legal
em crimes culposos, pois a lei não determina a ninguém que seja
imperito, imprudente ou negligente.
Como em todas as justificantes, o agente deve ter consciência
de que está atuando em cumprimento ao dever legal, ou seja, deve
estar em seu elemento subjetivo, na sua mente. Deve ter intenção.
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É possível causas supra legais de excludentes de ilicitude? Ou
seja, existem causas excludentes de ilicitude fora da lei ou do Código
Penal?
De início devo dizer que existem excludentes dentro e fora do
código penal, pois leis especiais podem prever excludentes para a
situação específica que regulam.
Em segundo, afirma-se ser possível excludentes de ilicitude supra
legais (fora da lei), pois é impossível ao legislador prever todas as
hipóteses de excludentes.
O maior exemplo são os ofendículos, que são mecanismos
visíveis de proteção a um bem jurídico, como cacos de vidro no
muro, cercas elétricas. Se um agente toma um choque numa cerca
elétrica de uma casa e vem a morrer, não há que falar em homicídio
por parte de quem instalou o equipamento. Estará diante de uma
excludente supra legal da ilicitude.
Outra situação é o consentimento do ofendido, quando se
trate de bens jurídicos disponíveis e o interesse envolvido seja
meramente privado, nessa hipótese é perfeitamente possível afastar
a ilicitude do fato.
2. Excludente de culpabilidade.
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antijurídica, tendo necessariamente que ter sido praticada por
sujeito culpável. O que vem a ser a culpabilidade.
Esta, igualmente, é formada por três elementos. O sujeito deve
ser imputável, deve ser exigido dele conduta diversa, bem como,
esse agente deve ter potencial consciência dessa ilicitude
praticada.
Praticado um fato descrito na lei penal, haverá tipicidade,
presumindo-se a antijuridicidade que, se não afastada, permitirá a
análise da culpabilidade em seus três elementos, para, ao final,
surgir a possibilidade de o Estado exercer seu direito de punir (jus
puniendi), aplicando a sanção penal ao agente.
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental
ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era,
ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
2.1.2 Menoridade.
CULPABILIDADE - ESQUEMA
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