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Exclusão de Antijuridicidade.
1. ILICITUDE OU ANTIJURIDICIDADE
Todo fato típico, em princípio, também é ilícito. O fato típico cria uma presunção de
norma e causa uma lesão ou um perigo concreto de lesão ao bem jurídico. É uma conduta
que não somente está contrária à lei, mas também é injusta, contrariando o sentimento de
Exemplo: menor pode praticar fato antijurídico, contudo não responde porque não tem
culpabilidade.
· causas legais: são as quatro previstas em lei (ex.: estado de necessidade, legítima defesa,
furar a orelha).
art. 24 do CP. Consiste em uma conduta lesiva praticada para afastar uma situação de
perigo. Não é qualquer situação de perigo que admite a conduta lesiva e não é qualquer
conduta lesiva que pode ser praticada na situação de perigo. Existindo uma situação de
perigo que ameace dois bens jurídicos, um deles terá que ser lesado para salvar o outro de
maior valor.
2.1.1.Característica essencial
No estado de necessidade, há um conflito entre dois ou mais bens jurídicos diante de uma
2.1.2.Teorias
Teoria unitária: o estado de necessidade sempre exclui a antijuridicidade. Essa teoria foi
Teoria diferenciada (Direito Penal alemão): para esta, é necessário fazer uma diferenciação:
estado de necessidade justificante; quando os bens jurídicos são iguais, há exclusão apenas
prestes a acontecer. Quando, portanto, o perigo for remoto ou futuro, não há o estado de
necessidade.
· Perigo deve ameaçar um direito próprio ou um direito alheio. Necessário se faz que o
bem esteja protegido pelo ordenamento jurídico. No caso de situação de perigo a bem de
· Perigo não pode ter sido criado voluntariamente. Quem dá causa a uma situação de
perigo não pode invocar o estado de necessidade para afastá-la. Aquele que provocou o
perigo com dolo não age com estado de necessidade porque tem o dever jurídico de
impedir o resultado. Mas, se o perigo foi provocado culposamente, o agente pode se valer
do estado de necessidade.
· Quem possui o dever legal de enfrentar o perigo não pode invocar o estado de
necessidade. A pessoa que possui o dever legal de enfrentar o perigo deve afastar a
jurídico do agente ou alheio e a gravidade da lesão causada pelo fato necessitado, pois o CP
brasileiro adotou a Teoria Unitária, qual seja, “o estado de necessidade é causa de exclusão
não tem direito a invocar o estado de necessidade. Para os clássicos, esse conhecimento é
irrelevante.
1.1.3. Espécies de estado de necessidade
outro que é do próprio agente. É de terceiro quando o sacrifício é para salvar bem jurídico
de terceiro.
pessoa que criou a situação de perigo. É agressivo quando há o sacrifício de bem jurídico de
2.2.1.Requisitos
A) Agressão: é todo ataque praticado por pessoa humana. Se o ataque é comandado por
animais irracionais, não é legítima defesa e sim estado de necessidade. A agressão pode ser
ativa ou passiva: a.1 - ativa - quando o sujeito ataca injustificadamente; a.2 - passiva -
quando o ato de agredir é uma omissão (ex.: carcereiro que, mesmo com alvará de soltura,
B) Injusta: no sentido de ilícita, ou seja, só cabe legítima defesa contra agressão não acobertada
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Cabe legítima defesa putativa contra legítima defesa real (ex.: “A” é o agressor, “B” é a
vítima. “A” começa a agredir “B” e este começa a se defender. “C” não sabe quem começou a
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P.: Cabe legítima defesa real contra legítima defesa subjetiva (é o excesso plenamente
justificável, ou seja, um excesso que não pode ser justificado nem por dolo nem por culpa)?
R.: Em tese, caberia, visto que, a partir da continuidade da agressão, a vítima torna-se
agressora. Entretanto, no nosso sistema jurídico, não é aceita, visto que não se pode
"
"
C) Atual ou iminente: atual é a agressão que está acontecendo e iminente é a que está
prestes a acontecer. Não cabe legítima defesa contra agressão passada ou futura e
defendendo e legítima defesa alheia quando o sujeito defende terceiro. Pode-se alegar
legítima defesa alheia mesmo agredindo o próprio terceiro (ex.: em caso de suicídio, podese
agredir
terceiro
para
salvá-lo).
agressão.
F) Moderação: é o emprego do meio necessário dentro dos limites para conter a agressão.
meio que não é necessário ou quando se utiliza meio necessário sem moderação. Se o
legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a
plenamente justificável.
bem jurídico. O que os caracteriza é a visibilidade, devendo ser detectados por qualquer
pessoa (ex.: lança no portão da casa, caco de vidro no muro etc.). Existem duas posições
· legítima defesa preordenada, visto que só atuará no momento em que ocorre a efetiva
agressão;
· exercício regular do direito.
seja, o cumprimento deve ser estrito. É possível haver estrito cumprimento do dever legal
putativo, ou seja, o sujeito pensa que está em estrito cumprimento do dever legal, mas não
está. Necessário se faz ainda o requisito subjetivo, ou seja, a consciência de que se cumpre
um dever legal.
2.4.1.Lesões esportivas
Pela doutrina tradicional, a violência desportiva é exercício regular do direito, desde que a
violência seja praticada nos limites do esporte. Mesmo violências que acabam em alguma
lesão, se isso for previsível para a prática do esporte, serão exercício regular do direito (ex.:
Se a intervenção for realizada em caso de emergência por alguém que não é médico, será
2.4.3.Consentimento do ofendido
elemento do tipo (ex.: em caso de furto, se houver o consentimento da vítima para que o
agente leve o bem). Assim, o consentimento da vítima pode excluir a antijuridicidade, mas
Quando a discordância não for elemento do tipo, entra como causa de exclusão da ilicitude.
sobre o risco ao qual fica sujeito o bem jurídico, ou seja, o risco ao qual o bem jurídico fica
sujeito deve ser aceito socialmente (ex.: o sujeito vai saltar de pára-quedas e assina um
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autor de um fato típico e ilícito , ou seja, é a responsabilização de alguém pela prática de uma
infração penal.
de culpabilidade não exclui o crime, no entanto o agente da infração penal não responderá
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IMPUTABILIDADE
Mais Posts
Sanção Penal
DA SANÇÃO PENAL
1 – DAS PENAS
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Considerações gerais:
gênero “sanção penal”. Pena é a sanção penal imposta pelo Estado, mediante o devido
processo legal, ao autor de um fato típico e ilícito que foi reconhecido culpado, tendo
como finalidade puni-lo e ressocializá-lo, bem como prevenir a prática de novas infrações
coerção.
Características da pena
Legalidade : a pena deve estar cominada em lei (princípio da reserva legal – art. 5.º, XXXIX,
da CF/88).
Anterioridade : a pena deve estar prevista em lei vigente ao tempo da infração penal (art.
PROCESSO PENAL
Prof. Marcos Marins Carazai, Advogado Criminal, Professor de Direito Penal e Prática
COGEAE/PUC/SP.
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Resumo
O direito ao silêncio, respaldado no artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição Federal de 1988,
Irretroatividade : a pena não pode alcançar fatos anteriores a ela (art. 5.º, XL, da CF/88).
dirimiu as dúvidas que ainda pairavam quando o acusado resolvia não responder às
perguntas do juiz, visto que, historicamente, durante o sistema inquisitivo, caso o réu
SURSIS
CONCEITO:
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NATUREZA JURÍDICA:
cumprimento de penas.
REQUISITOS:
a) Objetivos:
b) Subjetivos:
· Não reincidência em crime doloso : reincidente em crime doloso é aquele que foi
julgado por crime doloso) e, após, praticou outro crime doloso. A condenação por crime
Trata-se de tipo subsidiário que se configura se não for verificado crime mais grave. Ex.:
arts. 158; 161, inc. II; 213; 214 e 219, todos do Código Penal.
qualquer outro recurso que reduza a capacidade de resistência da vítima, para obrigá-la a
fazer algo que a lei não manda ou deixar de fazer algo que a lei permite.
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político e por crime militar próprio não gera a reincidência. Logo, pode ser concedido o
sursis . Condenação por crime doloso em que foi aplicada multa e posterior prática de crime
A competência é do JECrim.
· Roubo e extorsão.
DIREITO PENAL
1. CRIMES CONTRA HONRA
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Se a ofensa foi feita pela imprensa (jornal, televisão, revista), será enquadrada nos crimes
da Lei de Imprensa descritos nos arts. 20 ao 22. Fora dessas hipóteses, aplica-se o Código
Penal.
É o conjunto de atributos físicos, morais e intelectuais que tornam uma pessoa merecedora
É o conceito que cada um tem acerca de si mesmo (amor próprio, autoestima). Somente a
injúria atinge a honra subjetiva. Só se consuma quando a própria vítima vier a tomar
conhecimento da ofensa.
· O fato imputado deve ser definido como crime ; pode até ser
Penal I
O ato jurídico é uma declaração humana que se traduz numa declaração de vontade
destinada a provocar uma consequência jurídica. O ato processual é aquele ato jurídico
praticado para criar, modificar ou extinguir direitos processuais. É toda conduta dos
sujeitos do processo que tenha por efeito a criação, modificação ou extinção de situações
jurídicas processuais. O direito somente pode ser acionado no momento em que é violado
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não ocorreu);
à autoria (atribuir fato verdadeiro a alguém que não seja seu autor).
e se faz conforme esteja nos códigos de processo. Os atos processuais são condutas
praticadas pelos juízes e auxiliares para dar andamento ao processo . Ao conjuntos de atos
O erro de tipo é aquele que incide sobre um dado da realidade, descrito em um tipo penal
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Essencial: é um erro tão importante que impede o agente de saber que está cometendo
A cidental : é um erro irrelevante que não impede o agente de saber que pratica um crime.
O sujeito se equivoca com uma situação de fato. Nesse caso, o erro de tipo sempre exclui o
dolo e, se inevitável, também exclui a culpa, tornando o fato atípico. Caso o erro seja
evitável, haverá a forma culposa. Por exemplo, um sujeito pega uma caneta, idêntica à sua,
que, entretanto, era de outra pessoa. Há um equívoco sobre a realidade impedindo que o
Processual Penal
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O sujeito se equivoca com uma circunstância. Por exemplo, furta um relógio pensando ser
de ouro; quando chega ao receptador, percebe que o relógio não tinha valor. Nesse caso, o
sujeito responde por furto simples, não tenho sua pena diminuída visto que furtou o
2. Quadro Geral
CPP
1. TIPO PENAL
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Federal consagra expressamente que “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
sem prévia cominação legal” (art. 5.º, inc. XXXIX), deixando à lei a tarefa de definir, descrever,
os crimes. Importante destacar a teoria do tipo, concebida no ano de 1907, por Ernest
Beling, segundo a qual o tipo legal realiza e garante o princípio da reserva legal. Consiste na
elementos, sendo que alguém cometerá um delito se realizar uma conduta idêntica à
constante no modelo legal. O conceito de tipo é expresso pelo Professor Fernando Capez
como “ o modelo descritivo das condutas humanas criminosas, criado pela lei penal, com a
de
conceito
idêntico
ao
de
tipicidade.
Alguns
doutrinadores,
porém,
diferenciam,
considerando
tipicidade
mera
correspondência
formal
entre
fato
humano
e
o
que
está
descrito
no
tipo,
enquanto
adequação
típica
implica
um
exame
mais
aprofundado
do
que
simples
correspondência
objetiva,
investiga-se
se
houve
vontade,
para
só
então
efetuar
o enquadramento.
- Adequação
típica
de
subordinação
imediata:
ajuste
integral,
perfeito
entre
conduta
tipo legal, sem que para a sua subsunção se exija o concurso de qualquer outra norma.
outra disposição, p. ex.,tentativa (art. 14, inc. II, CP) e concurso de agentes (art. 29) – há
Especial para que ocorra a exata modelagem da conduta à norma. As normas que ampliam