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Disciplina: Direito Penal Esquematizado
Tema: Excludentes de ilicitude
SUMÁRIO
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Disciplina: Direito Penal Esquematizado
Tema: Excludentes de ilicitude
ILICITUDE / ANTIJURIDICIDADE.
“Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá
pelo excesso doloso ou culposo”.
ESTADO DE NECESSIDADE
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(a) Perigo atual: trata-se do risco presente, real, gerado por fato humano,
comportamento de animal (não provocado pelo dono) ou fato da natureza, sem
destinatário certo.
# Abrange o perigo iminente?
1ª C: Não, por ausência de previsão legal.
2ª C: Sim, pois não seria razoável exigir que a pessoa aguardasse que o perigo
acontecesse para agir em estado de necessidade.
(b) Perigo não causado voluntariamente pelo agente: aquele que criou a situação de
perigo não pode se beneficiar do estado de necessidade.
Conforme maioria da doutrina, a expressão “voluntariamente” é indicativa de dolo,
não abrangendo a culpa. Assim, diante de perigo gerado por incêndio, o seu causador
doloso não poderá invocar o estado de necessidade, mas o imprudente pode.
(c) Salvação de direito próprio ou alheiro: diante de real situação de perigo, busca-
se salvar direito próprio (Estado de Necessidade Próprio) ou direito alheio (Estado de
Necessidade de Terceiro).
Na salvaguarda de interesse alheio, prevalece que é dispensável a autorização ou
posterior ratificação do titular do direito ameaçado, ainda que se trate de direito
disponível.
Quer o dispositivo se referir a pessoas que, em razão da função ou ofício, têm o dever
legal de enfrentar a situação de perigo (desde que possível de ser enfrentado), não lhes
sendo lícito sacrificar bens alheios para a defesa do seu próprio direito.
Prevalece na doutrina, orientada pela Exposição de Motivos do Código Penal, que os
personagens que possuem o dever de enfrentar o perigo são todos aqueles
mencionados no art. 13, §2º, “a”, “b” e “c”, do CP.
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Conforme se percebe através da redação do §2º do art. 24, o Código Penal adotou a
teoria unitária:
“Art. 43, CPM: Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para
preservar direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não provocou, nem
podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por sua natureza e
importância, é consideravelmente inferior ao mal evitado, e o agente não era
legalmente obrigado a arrostar o perigo”.
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ou alheio). Em outras palavras, deve o agente ter a consciência de que está agindo em
estado de necessidade.
LEGÍTIMA DEFESA
(a) Injusta agressão: conduta humana (ação ou omissão) que ataca ou coloca em
perigo bens jurídicos de alguém de forma contrária ao direito.
Obs: a injusta agressão independe da consciência do agressor, assim, agressões
injustas por parte de inimputáveis autorizam a legítima defesa. Entretanto, em
determinados casos, é exigível a ponderação e o bom senso, sendo preferível evitar o
embate.
(b) Atual ou iminente: atual é a agressão presente, a que está ocorrendo, enquanto
que iminente é a que está prestes a ocorrer.
Obs: não se admite legítima defesa contra agressão passada (vingança) ou futura
(mera suposição).
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(c) Uso moderado dos meios necessários: deve o agredido usar de forma moderada
o meio necessário que servirá na sua defesa. Proporcionalidade entre ataque e defesa.
Entende-se como necessário o meio menos lesivo à disposição do agredido no
momento da agressão, porém capaz de repelir o ataque com eficiência.
(e) Elemento subjetivo: deve o agente atuar com a consciência de estar em legítima
defesa.
Ex: Fulano que matar seu desafeto e, para tanto, o persegue e o mata com tiros pelas
costas. Após mata-lo, percebe que seu desafeto iria matar terceira pessoa. Fulano não
poderá invocar a legítima defesa de terceiro pois, no momento do disparo, tinha apenas
o dolo de matar, não possuindo nem ao menos a consciência de estar defendendo a vida
de outrem.
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# Policial que mata criminoso durante troca de tiros estaria acobertado pelo estrito
cumprimento de um dever legal?
R: ________________________________________________
Não possui conceito legal, ficando a cargo da doutrina defini-lo. Conforme a doutrina,
age em exercício regular de um direito quem pratica o fato exercendo uma atividade
autorizada pelo Estado.
Concretiza a máxima: “onde existe o direito não há crime”.
Esta causa de justificação compreende condutas do cidadão comum autorizadas pela
existência de direito definido em lei em condicionadas à regularidade do exercício desse
direito.
Ex1: prisão em flagrante permitida a qualquer um do povo (art. 301 do CPP);
Ex2: a prática de determinados esportes pode gerar lesão corporal e até a morte,
porém, não se pode ignorar que o Estado incentiva a prática esportiva (Lei nº 9.615/98
– Lei Pelé -, abrangendo, inclusive, as modalidades violentas). O atleta, no seu mister,
pode invocar a descriminante do exercício regular de direito.
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Quadro de resumo:
CONSENTIMENTO DO OFENDIDO
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